Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 58
Cap. 58


Notas iniciais do capítulo

O que realmente importa...o que realmente é importante?
Espero que gostem!



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– Eu vou pegar! Eu vou pegar!

– Calma Jayminho, esse jardim é muito grande, eu ajudo você, calma menino! – “Ai meu Deus, o seu Niko vai ter que me dar dois finais de semana de folga pra eu poder descansar dessa correria...Como alguém pode morar numa casa com um jardim tão enorme! Lá vou eu atrás dele de novo...” – Adriana estava mais perdida do que nunca tendo que tomar conta do Jayminho na casa de Pilar, por sorte Fabrício fora sequestrado por suas futuras vovós para brincar com o pequeno César.

O menino saiu correndo procurando sua bola entre as árvores; viu um senhor sentado e uma moça a seu lado, talvez eles tivessem a visto pensou:

– Oi, vocês viram uma bola amarela passando por aqui?

– Não, meu bem, mas se eu ver eu te aviso, não se preocupe.

Até aquele momento não era evidente para César que a casa tinha convidados, desde que Félix fora para o Rio ele permaneceu ou no quarto ou no jardim para passar o tempo na companhia de alguma cuidadora...Não lhe trazia conforto nenhum a idéia que seu filho estava viajando com outro homem para espairecer.

– Quem está aqui, D. Helena? – A visão turva e o sol em sua direção lhe causavam mais dificuldade que o normal para identificar quem era aquela criança.

– É o Jayme, ele veio para o aniversário do seu filho aqui e também brincar com a Paulinha, ela deve estar chegando também. – Sim, era verdade, todos viriam mais tarde para receber Félix de volta da viagem ao Rio e Paulinha, por uma dessas ironias da vida, era absolutamente encantada pelo tio. Además, todas as cuidadoras foram prontamente instruídas para evitar qualquer contato de César com os filhos de Niko, Pilar não se perdoaria se as crianças sofressem qualquer destrato por parte de seu ex-marido.

– Jayme, não lembro desse nome. Pode ir garoto, não vimos bola nenhuma.

Até aquele momento Jayminho não havia entendido muito bem quem era aquele senhor que apareceu de repente naquela casa tão grande e somente se virou para continuar sua aventura pela bola perdida...

– Garoto, volte aqui por favor?

– Sim, senhor.

– Como é o nome do seu pai? Da sua mãe? – Sim, por mais que o AVC o tivesse debilitado, sua memória ainda funcionava bem o suficiente e seu filho, por mais que houvesse mudado, não tinha tantos amigos para o visitar no dia de seu aniversário.

César não pode ver ao certo a expressão que Jayminho fez para indicar cheio de orgulho que seu pai se chamava Nicolas.

– Jayminho, querido, onde está a Adriana?

– Quieta! Eu ainda não terminei. Onde está seu pai? Será que eu posso falar com ele? – Todas as enfermeiras já sabiam que o Dr. César não suportava as opções do filho, mas aquele menino era apenas uma criança.

– Meu pai viajou com o tio Félix para o Rio, nós ficamos aqui para brincar! – O menino era só alegria para se referir ao seu pai e seu ‘tio’.

– Tio Félix?!

– Sim, o tio Félix, o senhor conhece ele, não é? Ele é muito legal. – Talvez pela inocência da idade Jayminho não estava associando que seu tio também tinha um pai.

– Sim, conheço. E sua mãe, garoto, onde está?

– Eu fui adotado... – Com uma leve mudança no tom de voz Jayminho acabou se lembrando de seu passado recente que foi logo esquecido quando terminou a frase – Fui adotado pelo meu pai Niko, mas não tenho mãe.

– Jayminho, querido, vá buscar a Adriana para procurar sua bola, o Dr. César quer descansar... – a enfermeira queria tirar o menino dali o mais rápido possível, algo lhe dizia que aquela conversa não terminaria bem.

– Quieta, D. Helena! Seu pai parece ser uma boa pessoa...Espero que um dia você tenha uma mãe que goste de você, garoto.

Só que Jayminho já sabia muito bem o que ele queria:

– Eu não vou ter mãe, meu pai já disse que o tio Félix quer ser meu pai também. Terei dois pais. – E um largo sorriso se abriu para todo o jardim.

– Eu quero ir para o meu quarto, D. Helena.

– Senhor, qual seu nome?

....

Nem a deusa Shiva possuía tantos braços para gesticular como Félix naquele momento! Niko praticamente o arrastou para dentro do quarto para continuar escutando as milhares de reclamações:

– Carneirinho, será que você não entendeu ainda que eu tenho um problema para resolver com aquela cadela!

– Félix?! – Os dois olhos azuis arregalados não foram suficientes para trazer o moreno de volta a normalidade.

– Félix, Félix! Pelas contas do rosário, quando você quer que eu faça alguma coisa aparece me chamando de amor, amor; depois, começa com esses gritinhos: Félix, Félix! Bééé

– Você poderia ao menos um dia ser mais educado? Olha como você tratou aquela senhora, ela só estava tentando ajudar! Grosso! – Niko não havia sido rápido o suficiente para impedir a confusão na portaria, mas se dava por satisfeito que ao menos não havia imprensa para testemunhar o escândalo na recepção.

– Acontence que uma coisa muito importante sumiu daqui do quarto, criatura. O que você tem pra me dizer de tão importante que praticamente me arrastou de lá de baixo?

Niko revirou os olhos, impaciente, lá estava Félix se dirigindo a porta de novo:

– Você voltou por que quis!

Félix jurava que tentava evitar essas briguinhas, só que ainda era mais forte que ele e ao ouvir isso ele tirou a mão da maçaneta para revidar o comentário. Niko estava a apenas alguns centímetros dele:

– Eu não voltei porque eu quis, Carneirinho, eu voltei porque você me seduziu me chamando de amor lá embaixo... – Levemente ruborizado ele continuou – Eu não resisto a isso, é um golpe baixo, bem baixo.

Com um sorriso de vitória, Niko apenas retrucou que já o havia seduzido fazia muito tempo, só que ele que demorou uma eternidade para admitir. Então, com requintes de crueldade, o loiro ainda encostava seu nariz no dele, mantendo uma distância não mais que o suficiente para continuarem a conversa:

– Posso te falar duas coisas? – apesar de ser um pouco mais baixo que Félix, Niko o encarava de uma maneira que o moreno parecia pequeno...

– Todas que você quiser... – afinal ele não tinha opção, e se tivesse, definitvamente não sairia daquela posição de quase abraço, quase beijo, quase tudo:

– Não me interrompa, está bem?

– Sim, sim... Mas por favor diga logo qual a urgência, eu preciso tentar recuperar algo... – afinal eram dez prestações para pagar ao lembrar-se de sua nova realidade financeira. Antes de continuar, Niko assegurou-se que ele estava bem preso contra a porta para que ele não escapasse

– Estou com fome!

– Solta, Solta, Nicolas Corona! É o apocalipse!

– Não! – E fazendo mais força do que Félix poderia revidar ele continuo. – Já perdemos o café da manhã e eu não vou passar esse domingo de sol maravilhoso aqui esperando você achar algo que eu nem sei o que é e principalmente se fosse tãummmm importante assim, você teria guardado no cofre.

– Niko, você não sabe o que diz...Era uma coisa muito importante! Deixa eu voltar lá, depois eu juro que te compro uma coleção de geléias francesas, belgas, inglesas, japonesas, de onde você quiser!

– Jura? – Ele não se segurou e começou a sorrir...

– Eu pisei na tumba de Matusalém para ver essa sua cara de alegria...Será que eu posso ir agora? – Não resistindo ao sorriso do loiro ele sorriu de volta na esperança de ser libertado:

– Félix, era tão importante assim essa ‘coisa’ que você perdeu? – E entre um sorriso e outro ele continuava a ameaçar a ponta de seu nariz contra seu amado:

– Sim, Carneirinho, ainda é importante! Por favor...

– Félix, as melhores coisas da vida não são coisas.. Ou pra você ainda são?..Vamos passear comigo?

O moreno apenas fechou os olhos e suspirou, de que adiantava lutar contra isso, seu Carneirinho faminto querendo comer e ele preocupado com um anel...Quem sabe sua mamy poderosa lhe ajudasse a comprar outro? Quem sabe? A única coisa que ele tinha certeza é que quando abrisse novamente os olhos a única coisa que realmente lhe importava na vida naquele exato momento tinha fome:

– Você quer pedir um café da manhã aqui no quarto, Carneirinho?

Com aquele sorriso de vitória que acabava com qualquer arrogância de Félix, ele disse que não.

– Onde você quer ir, eu levo você... Só para de me olhar com essa cara de fome que me mata... - Ele sabia que o mais importante estava ali a sua frente.

– Eu queria ir na doceria Colombo! Vamos então?! Depois podemos ir em Santa Tereza ou na praia, sei lá...

E com um selinho Niko puxou Félix da porta para sair na frente sorrindo em direção ao elevador:

– Mas antes vamos pedir desculpas a gerente do hotel, garanto que o que você perdeu, se você realmente perdeu foi por um bom motivo.

– Ai Carneirinho, precisa mesmo?

– Féélix!


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Notas finais do capítulo

Até daqui uns dias (pra quem ainda acompanha!)
(deve haver alguns erros de português, desculpem, mas está difícil revisar esses dias)



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