Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 56
Cap. 56


Notas iniciais do capítulo

bom dia, minha vida



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– Niko, Niko, acorda, você vai perder a hora do peixe no mercadão! Ahhhhh, não acredito! De novo! Ainda bem que ele não acordou...

“Félix, olha em volta...você está no Rio de Janeiro nesse hotel maravailhoso com seu carneirinho, corrigindo você está com seu maravilhoso carneirinho nesse hotel...Ainda bem que ele não acordou, mas deveria, olha o lençol ali alto... de novo...” – Risos.

“Deve estar sonhando comigo, o sonho deve estar bom mesmo...É melhor eu não atrapalhar porque aí ele vai acordar mais animado...Cada dia que passa vai ficando pior ficar longe dele. Dá até medo; quem diria?Vou ver o nascer do sol já que o pão de açucar ali me fez perder o sono...É o apocalipse! Daqui uns dias eu não vou mais saber o que é acordar tarde mesmo, sempre preocupado com o horário do peixe...E que peixe...”

Havia uma pequena sacada com vista para o mar, ele resolveu acompanhar a aurora dali, a brisa fria da manhã lhe acalmava a alma e lhe dava resistência para não ir acordar Niko antes da hora do café. Pequenos luxos: o café da manhã seria no quarto com direito a todos aqueles potinhos pequeninhos de geléia que Niko se deliciava como nenhuma outra pessoa. Mesmo que ele nunca fosse capaz de confessar, ele adorava ver seu amado comendo as coisas que ele tanto gostava para cinco minutos depois pedir alguma opinião sob o quanto ele tinha emagrecido. Aquelas imagens lhe traziam uma sensação de felicidade que era o melhor presente que ele poderia receber naquele dia.

Sentado no chão da varanda ele acabou perdendo a noção do tempo:

– Félix, Félix...atende esse telefone, ele não para de vibrar aqui...Cadê você? – Niko o chamava com impaciência.

– Bom dia, Carneirinho. Deixa esse telefone pra lá e vem aqui na varanda ver o dia lindo que está chegando. Divino como eu! – Félix apenas virou-se entre o janelão para insistir no pedido – Deve ser engano, todo mundo que me conhece sabe que eu não gosto de acordar cedo...

– Eu acho que é pra você mesmo, já é a terceira ou quarta vez que está tocando...Desculpe mas eu acho melhor você atender.

– Carneirinho, eu já disse que deve ser engano, não tem tanta gente assim no mundo querendo dar os parabéns pra Félix Khoury....Vem cá um pouquinho, devo ter salgado o mar morto para você ser tão teimoso.

– Félix, eu tenho certeza que não é engano e é pra você... – Niko se levantou e veio na direção do moreno para encerrar aquela discussão sem sentido de uma vez por todas. – Pega logo isso aqui, eu vou tomar um banho pra me refrescar...

– Carneirinho, dá aqui esse telefone que eu vou desligar, que coisa! Deixa o banho pra depois, vem aqui comigo...Hoje é meu aniversário.

– Félix, eu não quero esse telefone tocando o dia todo ou que você fique com ele desligado. Aposto que vai tocar de novo e eu prefiro resolver isso logo...

– Cruuuuzeeeesss, Carneirinho! É a mamy poderosa, deixa eu ligar pra ela de volta e acabar com isso...

– Félix, é um número internacional.

A expressão de Félix transformou-se, não por receio de falar com o Anjinho, mas por Niko. Não havia outra pessoa que pudesse lhe ligar do exterior e loiro não fez questão de disfarçar que aquilo lhe incomodava. Ele lhe entregou o telefone e virou-se tão rápido quanto a útlima frase que disse “Eu acho que é da Espanha.”

– Carneirinho, volta aqui!– Entre pernas e braços esforçou se para evitar que Niko saisse para o banho sem que conversassem. – Espera Niko, eu não preciso falar com ele, ele vai desistir se eu não atender e pronto. – Com uma das mãos ele segurava Niko pelo calção e a outra segurava o celular que voltava a vibrar.

– Félix, eu prefiro que você atenda e pronto, eu estou bem. Mas se você ficar fazendo esse drama todo para falar com ele daí eu vou ficar encucado... – Os olhos de Niko não confirmavam nada daquilo, era óbvio que ele estava enciumado.

– Alo?

– Anjinho, quanto tempo...Sim...É hoje sim...Obrigado...Nem imaginava que você ainda iria se lembrar...Sim, eu estou ótimo e você?...

Enquanto Niko se refugiava no banheiro, Félix se contorcia para que aquela conversa terminasse o mais rápido possível; e com a desculpa que a ligação estava ruim ele praticamente gritava para ter certeza que Niko continuaria a escutar que o Anjinho estava enterrado no passado:

– Não, eu não tenho planos de ir para a Europa...Não, eu estou muito bem...Não...Eu tenho uma pessoa agora...Sim ele é meu companheiro...Vamos nos casar...Obrigado por se lembrar. Adeus!

Finalmente aquela ligação angustiante havia acabado, não que fosse difícil dispensar o boy magia, só que lhe corroía o coração imaginar quantas besteiras seu carneirinho poderia pensar enquanto aquela porta de banheiro estivesse semi cerrada.

É claro que Niko sabia que Félix gostava dele, ainda se lembrava das palavras dele na cama na última noite tentando explicar que um ‘eu te amo’ não era suficiente para expressar tudo...E esse anel que estava em seu dedo agora, então; ao final, era impressionante a capacidade de Félix encantar Niko nessas pquenas coisas mesmo que ele dissesse que não era romântico, não havia nada mais bonito do que o que ele havia gravado no anel. Era ele o companheiro do moreno agora. Só lhe faltava entender porque de Carneirinho ele estava sendo promovido a corujinha gorda.

Três batidinhas na porta anunciavam que Félix precisava entrar naquele banheiro:

– Carneirinho, posso entrar? Eu já conversei com ele e ele não deve me ligar mais... – Você ainda não tomou banho, deixa isso pra depois.

– Eu ainda acho que preciso de um banho, você pode me dar uns minutos?

– Não, não posso Niko. Você não ouviu o que eu disse? Ele não vai ligar de novo, ele entendeu que não tem mais espaço na minha vida..E mais que isso, eu não quero que se por ventura ele volte a tentar falar comigo você fique com esses olhos marejados de ciúmes como agora.

– Você não suporta que eu fale no Eron, já troquei toda a decoração do meu quarto por causa disso e eu não posso ficar com ciúmes de um telefonema...Sai, sai, deixa eu tomar um banho frio...

– Não! – e num impulso ele o puxou pelo braço em sua direção, não havia espaço suficiente para que ele fugisse. – Me escuta Carneirinho, é com você, é com você! Eu posso ter ciúmes do Eron pelo resto da minha vida porque vocês moraram juntos, ele gostava (de alguma maneira absurda que eu nem tento imaginar), enfim ele gostava de você e por várias vezes eu te encontrei choramingando por ele como se não ouvesse mais ninguém no mundo que pudesse te fazer feliz e eu enlouquecendo por dentro mesmo sem querer admitir que eu estava perdidamente enfeiticçado por esses seus olhos, essa sua boca, essa seu coração...

Nessa hora, Niko acabou baixando a guarda para corresponder àquele beijo apaixonado que lhe fez perder todo e qualquer desejo de um banho...Ele não achava mais nada, não souberam nem como conseguiram voltar para a cama naquela manhã.

Nessas horas era como se o tempo parasse, o que mais Félix poderia desejar? Se havia algo que lhe trazia gana, vontade de continuar e não desistir de sua segunda chance era Niko lhe enchendo de vida.

Campainha.

– Serviço de quarto. Café da manhã.

Com um sorriso nos lábios Félix confirmou que havia planejado o café e que era melhor abrirem a porta...Niko virou-se exausto para enrolar-se novamente naqueles lençois que muito bem poderiam estar em sua casa juntamente com Félix.

– Félix, por que você mentiu pro Anjinho? - Entre um gole de café e uma pincelada de geléia Niko ainda demonstrava curiosidade sobre aquela conversa.

– Como assim mentir? Você até me ofende pensando que eu ainda consigo mentir...

– Acontece que eu não aceitei casar com você ainda.

– Disse bem Carneirinho, ainda.


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Notas finais do capítulo

Até breve!



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