Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 52
Cap. 52


Notas iniciais do capítulo

Quando o mais simples se torna o mais difícil a ser dito é porque não há mais o que esperar.
Espero que gostem.



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Rio quarenta graus, três da tarde e ambos cansados no quarto do hotel. Félix estava na plenitude de seu nome, finalmente seu Carneirinho não cozinhara seu almoço...

O dia havia sido ótimo até aquele momento e ele sabia todos os motivos pelos quais estava tendo um dos melhores finais de semana de sua vida: Carneirinho, Niko, não importava como ele o chamasse; aquele homem representava tudo que ele sempre buscara e agora estava tão perto deitado descansando na banheira.

E não era só ele que preenchia sua vida agora, ele sabia a falta que as crianças estavam fazendo pra ele; até havia uma ponta de remorso em sua mente por não ter insistido em trazê-las...só que ter Niko sem nada ou ninguem para atrapalhar era uma oportunidade única para o recomeço que ele tanto imaginava. Mesmo que seu Carneirinho estivesse achando o hotel um exagero, que eles estariam felizes em qualquer outro lugar era delicioso vê-lo relaxando, um merecido descanso para tudo aquilo que o esperava.

“Isso é uma loucura, seria o apocalipse se ele...Mas por que não? Tantas vezes ele me chamou para dormir – como se fossemos dormir – na casa dele e eu recusei, talvez agora seja a minha vez de conviver com o não até que eu o convença que vai dar certo...Sim, vai dar certo, ou eu não me chamo Félix Khoury! Não adianta mentir Félix, é você que tem muito mais a ganhar se ele aceitar...Ele tem todo o direito de recusar...Ele sabe que no meu íntimo talvez eu não tenha mudado o suficiente para merecê-lo dessa forma...”

Niko jazia na banheira rememorando tudo até aquele momento, fazia tanto tempo que não tinha tempo para seus pequenos luxos e desejos:

– Félix?

– Fééélix?

– Sim Carneirinho, precisa de algo?

– Eu esqueci uma coisa, você pode pegar para mim por favor?

– Ai Carneirinho, você só não é mais atrapalhado porque não está mais pesado! – Ele escutou Niko rindo sozinho no banheiro, por mais que ele tentasse emagracer nada surtia o efeito desejado só que o moreno nunca dizia a verdade, que ele adorava Niko incondicionalmente.

Quando Félix se posicionou a porta do banheiro indagando o que ele precisava foi surpreendido por um sorriso de canto com aqueles olhos claros o intimando:

– Carneirinho, quando você me olha assim eu fico sem jeito...o que você precisa?

Ele continuava sorrindo com os olhos cirrados, como que esperando que ele adivinhasse seu pensamento.

– Você está surdo criatura? Para de me olhar asssim, estou ficando até sem fôlego. Se você quer ficar aí rindo então eu vou descansar... – E ele se vira como se houvesse alguma possibilidade que ele conseguisse dar mais um passo para sair daquela porta.

– Félix, falta você aqui comigo. Vem cá. Parece que não sabe – Maliciosamente ele bate a palma da mão na água o chamando.

– Carneirinho, eu queria conversar com você, mas não aqui na banheira. É sério...Você não estava dizendo que precisava descansar? Por isso voltamos pra cá, porque quando você estiver descansado precisamos conversar.

– Mudei de idéia. Qualquer conversa pode esperar.

– Eu só não fico surpreso desse seu jeito porque lembro bem quantas vezes você me chamou para dormir na sua casa...- Risos – Dormir, era tudo menos isso... – pronto, já estava de frente para seu amado apenas testando quanto tempo mais resistiriam um ao outro.

Pra acabar logo com aquilo, Niko rapidamente jogou água nele, estava decidido ou ele iria tirar a roupa por bem ou por mal.

– Niko! Eu não...

Ele desistiu de continuar qualquer frase, qualquer reclamação; Niko continuava deitado na banheira agora com os mesmos olhos claros semi-cerrados de desejo que tiravam Félix de qualquer órbita para que ele ficasse hipnotizado. A conversa ficaria para mais tarde.

Algum tempo depois, era Niko que chochilava deliciosamente sob a cama, a janela entre-aberta com aquele céu de final de tarde, faltava pouco tempo para o dia acabar e domingo já estaria batendo a porta para que eles retornassem a São Paulo, mergulhado na banheira esses eram os pensamentos de Félix...era urgente, não havia mais tempo, ele precisava seguir adiante com seus planos...Não havia mais tempo...teria que ser ali, que oportunidade melhor ele teria? Sem as crianças, sem a pressão do restaurante ou a sombra de seu pai o atormentando, era certeza que não teria mais pai depois de tudo.

Não haveria outra opção? Se houvesse ele não gostaria de pensar naquele momento, já não tinha certeza se era o mesmo homem que sempre conhecera, a insegurança o dominava. Talvez fosse a idade aproximando, algumas vezes se pegou a frente do espelho procurando por algum fio branco, seria o apocalipse se Niko percebesse que ele estava próximo dos quarenta. Mas o que seria pior, morrer sem tentar ou ter a certeza que poderia ser pra sempre, que fosse eterno enquanto durasse refraseando o poeta.

Vestiu uma roupa clara, tinha certeza que Niko iria gostar de vê-lo naqueles trajes, talvez um pouco amarrotado, mas suficientemente elegante para conversar com Niko como havia pensando desde o dia que fora ao shopping comprar um pequeno presente pra Niko, por fim decidiu-se que não haveria melhor lugar para se livrar daquele aperto no seu coração, precisava saber a resposta.

– Carneirinho, acorda... – Risos enquanto lhe beijava o pescoço – Acorda pequena criatura preguiçosa...

– Félix no único dia que eu tenho para dormir você não me deixa descansar? - E ele se virou na cama mostrando-se nu como se convidasse seu amado a mais carinhos e mais cansaço ao final de tudo, um desgaste bem vindo no final.

O moreno sentado aos pés da cama parou por um instante, por mais que quisesse não iria ceder àquela tentação loira de pele clara, ele sabia que era uma provocação, resolveu ficar quieto até que Niko virasse novamente para enfim conversarem.

Só que Niko não virou e Félix permaneceu imóvel com um sorriso interno, quem venceria aquele desafio?

– Se fosse o fim do mundo agora Carneirinho eu diria que você venceu o homem mais díficil de se vencer...- Ele falava com uma voz terna – Você não vai me olhar não é? Você vai ficar aí esperando que eu corra para os seus braços como numa cena de filme? Carneirinho, não precisamos disso. Olha pra mim. Eu preciso que você olhe pra mim, são cinco minutos da sua atenção, você quer que eu implore?

Niko segurava os lábios entre os dentes, queria que Félix acreditasse que ele estava dormindo, era um joguinho bobo só isso, mas não suportaria seu amado falando mais carinhoso do que daquela forma, apesar dele ter mudado tanto lhe encantava aquela criaturá de humor ácido e muitas vezes mal-humorado. Finalmente voltou a fitar Félix com aqueles olhos de vigésimas intenções

– Fala Félix.

Nesse instante Niko aprenderia que a mais simples das perguntas são aquelas mais difíceis de se responder.

– Casa comigo?


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Notas finais do capítulo

Pra quem acompanha, mil desculpas por demorar tanto e por agora parar na metade.
È que meu computador deu problema e eu por engano recusei voltar o arquivo que o word tenta recuperar...Daí gastei um tempo pra descobrir onde ia parar esses arquivos...pra não perder tudo de novo resolvi postar. Em breve a conversa e a resposta de Niko.
Obrigada a todos que leem, principalmente as meninas do Feliko que sempre me encorajam a continuar com essa fic, mesmo agora que estou tendo que espaçar os capítulos por causa da vida que segue.
bjs :) Rose.



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