Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 4
Cap. 4


Notas iniciais do capítulo

Como será o reencontro entre Félix e Niko após quatro dias de ausência?



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– Félix?! Por onde você andou? Já estava achando que você havia desistido...

– Niko?! Desistir de tudo? Tudo o quê? Esbraveja Eron muito desconfiado.

– Carneirinho...eu vim aqui te pegar, não ficar respondendo a Lacraia do olho multi-colorido. Lacraia, pode soltar o braço do Niko, se não...

– Senão o qué? Eron responde exaltado - Niko, desde quando o Félix virou seu guarda-costas?!

– Até que não seria má idéia, felix sorri ácido como habitualmente.

Finalmente, Niko se manifesta:

– Vocês dois: chega!!! Minha cabeça está explodindo e vocês feito duas quá-quás aqui dentro desse shopping na porta do meu restaurante! Não há clientela que resista, se vocês querem dar show, por favor que seja longe daqui!

– E pensando melhor Félix, eu vim de táxi, volto de táxi! Eron, boa noite e até mais. - Niko conclui, seco.

De repente, Félix percebe que Niko realmente está abatido:

– Eron, o Niko precisa descansar e eu vim pegá-lo, vamos ser adultos e encerrar essa conversa como criaturas civilizadas? Não há necessidade dele ir de táxi se eu posso levá-lo.

Eron não se deu por vencido mas acabou aceitando que naquele momento ainda não era a hora certa, se é que ainda haveria essa hora. E pelo menos saia dali com a sensação que Félix também não estava agradando.

Niko passou a mão em seus cabelos, balançou a cabeça em sinal negativo e saiu andando.

Felix foi atrás.

– Carneirinho, você está bem?

– Félix, eu acabei de dizer que estou com dor de cabeça - onde está a parte que você não entendeu. A proposito, o Eron não veio atrás da gente?

– Ele não seria louco! - vangloria-se Félix.

– Bom, então agora é a hora de você ir pra sua casa também – Niko falou cada palavra calmamente evitando olhar para Félix.

Félix não se dá por vencido e dá um passo a frente de Niko para que ele pare de andar em direção a saída do shopping.

– Não, eu te levo - eu vim aqui pra isso, mais cedo eu liguei para a Adriana e ela me disse que você estava aqui mas não sabia que horas ia voltar e sabe-se lá por quê me disse que era seu rodízio.

– Ai, a Adriana é ótima, mas preciso explicar algumas coisas melhores pra ela...-Niko tentava a todo custo sair da frente de Félix.

– Félix, você vai me segurar pelo braço também? - Niko começava a demonstrar irritação – Igual ao Eron?

– Devo ter salgado o mar morto para ser comparado àquele ser!

– Que interessante! O comportamento de vocês está igualzinho, ambos vindo me buscar no dia do rodízio, a diferença é que ele ainda deve saber de cabeça a placa do meu carro

– Carneirinho – Félix chega mais perto, mas não toca em Niko - Eu te levo. Por favor.

Niko não resisti aos olhos daquela criatura e, mesmo a contra-gosto, concorda.

Enquanto caminhavam até o carro, por um lado Félix estava aliviado porque havia frustrado qualquer tentativa da lacraia de se aproximar de Niko naquele dia, mas por outro não entendia porquê ele estava tão agressivo: “Talvez fosse a enxaqueca” pensou – havia imaginado que Niko ficaria radiante quando o visse.

Após sairem do shopping, Félix tenta iniciar uma conversa:

– Niko, Carneirinho, quer parar em algum lugar pra comprar um remédio? Um café?

– Félix, eu concordei em sair daquele shopping com você pra ir pra casa, só isso. E agora eu preciso ligar para o Edgar para ele comprar peixe pois acho que não vou conseguir ir no mercadão amanhã. Preciso dormir. - Havia três dias que Niko não dormia direito preocupado com Félix, agora pelo menos ele sabia que estava tudo bem, ele vinha pedir desculpas mais uma vez.

Para evitar qualquer briga Félix preferiu dirigir até a casa de Niko em silêncio, mas ao parar o carro:

– Carneirinho – o moreno tenta novamente – eu só estou tentando te ajudar, você realmente parece abatido – que houve?

– O que houve? O que houve é que eu realmente devo ser uma bicha burra pra achar que você ia me tratar diferente do Anjinho, Félix! Quatro dias sem notícia? Sem nenhum contato! Você sai daqui correndo, eu entendi que eram os exames do seu pai e tudo mais, mas quatro dias fazendo exames e sem um tempinho pra vir aqui? Ou me ligar? Antes, você tinha muito mais tempo, mas agora, não precisa, não é? Já tem tudo! Pronto, falei!

Félix fica abismado, Niko estava se achando o novo Anjinho.

– Niko, podemos entrar na sua casa? – Félix seguia abismado.

Abruptamente Niko sai do carro e segue até a porta da casa, Félix sempre atrás.

– Niko, você entendeu tudo errado, eu jamais iria te comparar ao Anjinho, eu já te disse isso.

– Não precisa me comparar se me trata igual, aposto que foi atrás de mim porque... bom você sabe por quê! Mas eu não sou assim Félix ; eu nunca quis ser assim e não vou ser, nem mesmo por sua causa. Eu sou um cara decente. Eu tenho dois filhos e preciso dar o exemplo que não é assim que se vive uma vida.

Niko desaba na poltrona.

Félix está parado sem ação “Santa Maria Madalena, o que eu fiz? Eu fugindo de meus sentimentos o magoei mais do que eu posso suportar; bem que a mami poderosa avisou...como eu arrumo isso agora?” Ele se lembra de mais uma das frases de Pilar “A verdade, meu filho, cura tudo”.

– Niko, desculpe, eu fiz tudo errado. Eu nunca quis que você se comparasse ao Anjinho, eu sumi esses três dias porquê eu imaginei que seria melhor pra você ter um tempo pra assimilar que eu não sou pra você nem pra sua família. Mami poderosa que me fez ver o quanto eu estava sofrendo por não falar com você. Mas se eu soubesse que nesses dias você estaria pensando isso eu não sairia de perto de você.

Félix abraça Niko como um pedido de desculpas, mas ele continua sem ação.

Niko não estava só chateado com Félix, estava triste com ele mesmo e talvez a melhor coisa a fazer fosse descansar.

– Felix – desvincilhando-se do abraço – eu preciso tomar um remédio pra minha cabeça e dormir; olha – você pode dormir no quarto de hóspedes se quiser – já está tarde e seria um motivo a menos para eu me preocupar. Amanhã quando você acordar eu já terei saído para levar o Jayminho na escola, mas você pode tomar café com a Adriana – assim que der eu te ligo e nós conversamos, prometo.

Félix ponderou que o melhor a fazer seria estar por perto e quem sabe suas desconfianças sobre um polvo cheio de braços seriam confirmadas, pensava com um pouco de malícia no olhar.

Mas Félix não dormia, esperava que Niko abrisse aquela porta dizendo que...mas Niko não vinha. Depois de um banho frio, ainda parecia que ia enlouquecer, onde estava seu carneirinho?

Uma porta se abre, silenciosamente ele vê o amado dormir e entende que não é só sexo que ele precisa, que o quê Niko tem a oferecer é muito mais que isso. Naquele momento, Félix se aninha carinhosamente a Niko, implorando para não ser expulso, quando houve:

– aaaaah Félix...

–shhh, tá tudo bem, vamos descansar?

– Sim, vamos – e Niko adormece novamente.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por todos os comentários. Assim que conseguir começo a respondê-los :)