Faltavam poucos dias para o casamento de Paloma, já haviam passado alguns desde que niko fora conversar com César e para sua tristeza nada havia mudado...ele continuava se sentindo impotente por não ter conseguido reaproximar o pai e o filho, logo o filho que era o principal responsável por manter a sua família unida.
Em contra partida, Félix havia parado de desabafar com Niko, uma vez que seu Carneirinho era a imagem do desãnimo...Tanto que ele começara a imaginar o que lhe afligia e esse ato por si só já causava uma certa estranheza, nunca em toda sua vida se preocupara tanto com alguém que não fosse a si mesmo. Ele já sabia, mas lhe faltava coragem para admitir que estava perdido de amores, todo aquele sentimento lhe consumia na tentativa de trazer de volta o sorriso aos olhos de Niko. Era triste ter a certeza que Niko escondia algo e não conseguia entender o porquê de não poderem dividir aquilo juntos.
– Papi?
– Eu já perdi a conta de quantas vezes eu já pedi para você não me chamar assim - E da mesma maneira que ele repousava na cadeira ele permanecia na expectativa que o filho saísse logo dali, nem Niko poderia imaginar que Seu futuro sogro não sabia exatamente como conversar qualquer coisa com o filho.
Mesmo com a recusa do pai, o moreno insistiu que ao menos ele deveria ser razoável e ir ao casamento da filha.
– Você vai acompanhado daquele rapaz? - Seria o fim ver o filho se expor daquela maneira, era melhor se preparar para o pior com alguma antecipação pensava.
– Sim, a Paloma o convidou pois eles já eram amigos antes e de qualquer maneira... - ele desistiu de terminar a frase já ante-vendo a reação de seu pai.
– De qualquer maneira o qué, Félix?
– Nada papai. O Niko irá a festa.
– Por um instante eu achei que você seria homem o suficiente para dizer que de qualquer maneira vocês iriam juntos.
– Papi, eu só não queria te irritar mais do que o senhor já está comigo...Bom, é verdade, ele vai me acompanhar. O senhir vai conosco? É o casamento da Paloma. - O que mais ele poderia dizer? Ele só queria manter aquela conversa pelo tempo necessário para que eles voltassem a conversar um mínimo novamente.
– Conversaremos disso no dia do casamento. Não sei ainda se quero ir. Mas se eu resolver ir não espere que eu dirija a palavra a esse rapaz. Agora me deixe dormir um pouco.
Félix já imaginava o real motivo pela recusa do pai em ir a festa, ele não teria vergonha da sua condição atual e sum de ver o próprio filho lado a lado com outro homem...não haveria outro motivo.
Por outro lado, não havia a menor possibilidade de pedir a Niko que eles chegassem ou permanecessem separados na celebração; por mais que César não quisesse aceitar todos já sabiam dos dois e não seria justo com seu carneirinho escondê-lo somente para agradar ao pai.
E ainda havia a lacraia, como deixar Niko desacompanhado na festa? Por mais que houvesse boatos no hospital de que Eron havia se interessado pelo novo médico, Fêlix não queria correr qualquer risco, principalmente agora que Niko estava com aquele ar cabisbaixo -será que ele havia se dado conta da besteira que seria ficar com ele.
Naquela noite era o rodízio do carro de Niko, já era um hábito que Félix fosse buscá-lo no final do dia, Niko só tinha um carro agora e para Félix era impensável deixá-lo em um taxi tarde da noite, afinal ele tinha duas crianças pequenas e ele para cuidar...
O moreno estava sentado à frente do restaurante com um lindo vaso de flores para Niko, alguns dias era incontrolável a vontade de agradar a seu carneirinho...Quem sabe não conseguiria um sorriso de volta...ele sempre ficava feliz com tão pouco pensava: uma flor, um chocolate ou até mesmo um livro iluminavam aquela criatura.
–Félix?! Pra mim? São lindas! Vou precisar de uma casa nova daqui a pouco pra guardar todas essas flores que você me dá.
– Olha a boca, ou você acha que está fácil achar um homem lindo como eu que ainda dê flores? - Não bastava ser irônico, tinha que elevar-se também!
– Seu bobo, não é por causa das flores que eu gosto de você...- Niko ficara levemente rosado, ele adorava aquelas deixas de Félix pra dizer o quanto gostava dele e faria de tudo para vê-lo feliz.
Lisonjeado e impaciente para saírem dali logo, O moreno indagava:
– Pra onde você que ir hoje?
– Pra nossa casa - E antes que Félix pudesse dizer qualquer coisa Niko puxou as flores das mãos dele, levantou-se e saiu rindo para si.
Félix apenas balançou a cabeça em sinal de "esse carneirinho" e o seguiu. Mesmo com todas as dificuldades estava feliz, muito feliz.