Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 47
Cap. 47


Notas iniciais do capítulo

Niko nunca desistiria de ajudar seu amado, por mais complicado que isso fosse.
Espero que gostem.



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– D. Pilar, que bom que a senhora veio!

– Eu já disse tantas vezes que não era pra me chamar de dona...Obrigada querido pelo convite...Nossa fazia muito tempo que eu não vinha no seu restaurante...

Aquele convite na verdade tinha muito mais intenções do que Pilar podia imaginar, com a desculpa de preparar uma surpresa para o aniversário de Félix, que era um pouco antes das bodas de Paloma, o loiro queria mesmo era conversar com Pilar para de alguma forma ajudar Félix com seu pai. Por mais que o moreno tentasse disfarçar lhe faltava algo, faltava seu pai ao menos lhe dar um bom dia ou boa noite todos os dias. Bem verdade Félix já não esperava muito mais do relacionamento com seu pai, mas desde que ele descobrira a verdade em relação a Niko ele nunca mais se dirigiu ao filho.

Por essas e outras, algumas vezes Niko acordava com Félix ressonando, falando dormindo; e na maioria das vezes o que ele escutava eram tentativas de conversas com o pai, seu coração ficava partido, seu único instinto era abraçá-lo mesmo que dormindo para lhe dar algum conforto. Muitas vezes se perguntava se era certo insistir naquele relacionamento que afastava um filho de seu pai e sempre tinha a resposta pronta em sua cabeça – não era ele que afastava pai e filho, e sim o próprio pai que não aceitava a verdade.

– Então, Pilar, será que você me ajudaria a conversar com o doutor César sem o Félix junto? – Niko havia pensando dias em como seria essa conversa, mas se não tentasse algo não seria ele em sua essência.

– Ai meu filho, o César não é que nem eu. Até hoje eu lembro do seu rosto indo me explicar a realidade do Félix vendendo hot-dog...Se você tivesse ido procurar o César, ele daria um jeito de chamar a vigilância sanitária para apreender todas aquelas salsichas...Eu não sei...Você não conversou nada disso com o Félix, não é?

Claro que Niko não havia conversado com seu amado a respeito disso, seria óbvio que Félix seria contra qualquer aproximação com César, o melhor seria que aquela conversa permanecesse em segredo, na cabeça de Niko se eles já não estavam se falando o que mais poderia piorar aquela situação? Depois de tantas explicações, ele finalmente conseguiu convencer a Pilar para organizar algo. O problema agora seria manter Félix longe da mansão o tempo suficiente para que eles conversassem, se algo desse errado ou Félix por um segundo desconfiasse, tudo estaria perdido.

– Meu filho, eu já tenho você como um filho, sabia? – Risos – Eu vou te ajudar, mas tenha em mente que o Félix pode não gostar nada disso e daí nós dois teremos um problema...E para o aniversário dele? Você não vai me dizer nada? Não sei se é apropriado uma festa agora, mas não queria deixar o aniversário dele em branco.

– Errr...Eu também não sei se ele gostaria de uma festa, ele anda tão desanimado...Talvez uma viagem fizesse bem para ele...Eu estive pensando...Podíamos ir para o Rio, não queria sugerir Angra pois eu entendi que ele não quer voltar lá já que o pai está decidido a vender aquela casa...

– Se você acha que ele vai ficar feliz em viajar, mudar de ares, eu posso fazer algo quando vocês voltarem...Se vocês forem de avião para o Rio, ainda dará tempo de fazermos um jantar no domingo a noite...Mas e as crianças?

– Eu não sei ainda, levar as crianças ia ser divino, mas...Você já teve filhos pequenos...

Ela riu em sinal de acordo, a situação de Niko era realmente atípica, duas crianças e um namorado para dar atenção não seria nada fácil em uma viagem de dois dias...Pilar bem que tentou convencê-lo a deixar os meninos com ela na mansão, o máximo que ele conseguiu foi uma promessa que ele iria pensar no assunto, não que ele não confiasse em Pilar, mas na sua vida de recém pai de duas crianças era assustadora a idéia de deixar os dois sozinhos por um final de semana todo.

Do outro lado da cidade Félix fazia companhia a seu pai em uma das intermináveis sessões de fisioterapia, na verdade ele fazia companhia a si mesmo, pois o pai continuava o ignorando. Somente aceitava que o filho o levasse pois queria ter certeza que ele sabia o porquê de tanto desprezo e dar-lhe alguma ocupação, além de namorar um homem ainda havia abandonado toda uma carreira para ser um gerente de um restaurante qualquer.

Tudo aquilo acaba com os dias dele, às vezes se perguntava porque insistir naquilo e a única resposta que lhe vinha a cabeça era que apesar de tudo César era seu pai e nada haveria de mudar isso...

Para tirar Félix de casa sem que ele fosse ao restaurante atrás de Niko, Pilar acabou recorrendo a Márcia, somente com a ajuda dela para manter Félix o tempo necessário para que Niko colocasse seu plano em ação...

– Márcia, eu devo ter colocado salsicha para ser parte da santa-ceia para você fazer eu atravessar a cidade para te ver, que saudade! Deixa eu te dar um abraço? – Ele nem esperou a resposta para abraçá-la, se havia uma coisa que ele sentia falta no seu dia a dia além da presença do pai eram as conversas com sua Márcia.

– Meu menininho, olha quem eu trouxe pra te ver também...Olha a Mary Jane ali! – Pronto, agora além de colocarem a conversa em dia, a presença daquela garotinha iria hipnotizar Félix para o resto da tarde.

– Olha como essa criaturinha cresceu...Preciso encontrá-la mais vezes para não corrermos o risco dela ficar igual a mãe dela...

– Félix! – Não era um grito de reprovação, mas nunca ela conseguiria fazer o seu menininho entender que a Valdirene era uma pessoa boa... – Deixa a Valdirene para lá e me conta do seu carneirinho, como vocês estão? Pelo seu sorriso agora eu posso colocar mão na água quente das salsichas que você está feliz.

– Sim Márcia, estou muito feliz. Se tem alguém que me faz querer continuar vivendo essa pessoa é o Niko. Eu nem sei o que faria na vida sem ele.

Nesse exato instante Niko chegava a mansão, havia passado a manhã toda ensaiando o que dizer ao pai do seu amado, ele não esperava mudar a opinião de alguém declaradamente homofóbico...Só que antes de qualquer coisa Félix era seu filho e ele não entendia como um pai poderia rejeitar o próprio filho, o próprio sangue; desde que se tornara pai ele faria qualquer coisa para ver seus dois filhos felizes e era com pai que ele queria conversar com César, não como o companheiro de seu filho.

Pilar estava preocupadíssima com aquilo tudo, não por César, mas por Félix, o resultado daquela conversa poderia selar o rompimento entre pai e filho...Ela sabia que Niko não desistiria de conversar com seu ex-marido, ele não mediu esforços anteriormente para ajudar mãe e filho a reatarem porque seria diferente agora?

– Senhor César, posso entrar? – Niko bateu suavemente a porta para anunciar-se.

– Você é um enfermeiro novo? Agora não é o horário de troca de enfermeiros...Onde está o Félix para resolver isso?

– Não senhor, eu não sou um enfermeiro. Eu sou o Nicolas, com licença, eu vim aqui para conversarmos.

– Nicolas?! – Aquele nome veio como uma tempestade na cabeça de César, não haveriam tantos Nicolas pelo mundo, por mais difícil que fosse de acreditar aquele rapaz que ele havia pego com seu filho estava novamente a frente dele para conversarem.

– Sim, Dr César, Nicolas Corona, o namorado do Félix. Nós precisamos conversar.


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Notas finais do capítulo

Pessoal que acompanha, mais uma vez desculpas pela demora em postar...Muito obrigada por quem lê!
[]s



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