Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 38
Cap. 38


Notas iniciais do capítulo

É dor que desatina sem doer...



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– Bom dia seu Niko.
– Bom dia Adriana – Niko se levantou do sofá com a cara mais amassada que ele poderia ter alguém naquela manhã.
– Seu Niko...?
– Diga Adriana, as crianças precisam de algo?
– Não, elas estão ótimas: o Jayminho está vendo tv e o Fabrício está com a d. Maria no quintal, ele adorou ver aquelas árvores de fruta, acredita? Mas e o senhor precisa de algo?
– Preciso Adriana, de uma boa cama; nossa acho que peguei no sono aqui...sim, ele havia dormido em um dos sofás pra evitar Félix e recomeçar uma briga, mas também preferiu não incomodar o sono das crianças...
– Seu Niko, sem querer me meter, mas... – ela até fica rosada – o seu Félix e o senhor estão bem?

– Vamos tomar um café? Acho que realmente preciso conversar, quem sabe você não me dá alguma idéia...
– Bom seu Niko, eu acho que o seu Félix está com ciúmes dos meninos, não? Ontem o senhor não parou com os dois...será que ele não está carente?
– Ah Adriana, que é isso? O Félix carente, carente só se for de dar patada em mim... – talvez escutar a verdade não fosse o melhor dos remédios, ele acabou preferindo sair para a praia com uma caneca cheia de café, já não sabia muito bem se queria conversar com sua fiel amiga.
Ao olhar em direção ao quarto viu que o janelão estava aberto, Félix já deveria estar na praia mirando o mar. Niko novamente sentou-se a seu lado pouco tempo depois.
– Bom dia Félix...café...?
– Bom dia, depois eu pego uma caneca pra mim... – ele respondeu mirando o mar, não soube ou não teve coragem de olhar o azul profundo de seu amado.
– A gente pode dividir esse café, não? Depois pego mais pra gente... – E Niko mais uma vez quebrou Félix inteiro, ele nem se derá conta de como Niko havia chegado.
– Sua generosidade... – Meio sorrisos - sim eu aceito...posso aproveitar e te perguntar uma coisa, melhor duas?
– Claro... e me passa o café de novo... – não havia nada melhor para Niko do que dividir aquele café.
– Por quê você não passa protetor solar? Agora que eu notei como você está vermelho...isso vai te fazer mal...
– Eu acho que preciso de um mais forte então, vou ter que ir na cidade comprar...só tem o do Jayminho e o Fabrício ainda não tem 6 meses, então não precisa.
– Use um dos meus...tem no quarto...pode usar a vontade, eu trouxe pra você e os meninos se faltar...ah, Carneirinho...
– Sim Félix.
– O café acabou...
– Eu vou pegar pra você...
– Não, fica, por favor, só mais um pouquinho – e ele segura Niko pelo braço fazendo o sentar de novo...
– Ainda tenho uma pergunta...Por quê você vem a praia de camiseta?
Por essa pergunta Niko não esperava...ficou vermelho como pimenta...
– Félix, que pergunta! Eu vou lá buscar seu café...
– Niko, qual o problema?
– Eu que deveria perguntar qual o problema, não? – Aquelas conversas em torno de assunto nenhum eram o que mais aproximava os dois nessas horas de crise mas quando Félix se sentiu em perigo, voltou a olhar para a areia tentando fazer qualquer desenho com os dedos, e para sua segurança Niko ponderou que seria melhor não iniciar outra discussão e resolveu explicar...
– Ah Félix, é que no sol assim sem camiseta eu acho que fico um pouco gordinho...fico sem graça...na sua frente...você é tão esguio... – e ele abaixa a cabeça realmente sem graça.
– Mas Carneirinho, não há nada que eu já não conheça debaixo dessa roupa... – e ele olha mordendo o lábio inferior para que Niko tivesse certeza do que ele queria dizer.
– É diferente, né? Sempre na meia luz...o sol me engorda! – ele deu aquela risada gostosa jogando a cabeça para trás.
– Eu devo ter salgado o mar morto para escutar algo assim, você engorda por quê não para de comer geléia lá em São Paulo, mas não sei se você percebeu que as suas favoritas estão na cozinha...Foi eu que pedi ajuda da mami poderosa para prepar tudo da melhor maneira possível...Só que ela não me preparou... Queria te pedir desculpas por ontem...– mas antes que ele terminasse a frase foi pego de surpresa por um abraço de Jayminho.
– Bom dia tio Félix! Consegui fugir da Adriana! Ela queria que eu fosse pro banho! - Mais ofegante impossível.
– Jay-mi-nho! Você veio na praia de pijama! – era Niko tentando colocar ordem, ele jurava que estava escutando Adriana gritando o nome do filho e ele realmente estava, quando olhou para trás ela já estava correndo em direção aos três.
– Antes de pijama do que de camiseta, não é Jayminho? Só que do banho você não escapa, quer ver só? – Era Félix pegando Jayminho pelos braços para jogá-lo na água...
– Seu Niko, seu Niko, desculpe ele saiu correndo feito um maluco...eu acho que estou fora de forma...a casa do senhor é muito menor.. ainda bem que que o Fabricio é só um bebê...Meu deus, olha os dois na água...a d. Maria vai me matar se eu molhar a casa...
Por fim Félix voltou com Jayminho, mas Niko havia saído e deixado Adriana esperando pelo menino.
– Vão vocês dois, eu vou secar aqui no sol. – Mas na verdade ele estava esperando que Niko tivesse ido participar da bagunça...melhor ficar ali mais uns minutos, ele precisava se organizar pra tentar conversar com seu carneirinho e desculpar-se
O sol em Angra era forte, em poucos minutos Félix secou ao sol e resolveu sair dali, afinal não tinha passado protetor solar e ele não queria voltar para São Paulo dando bandeira para César.
– Eu trouxe mais café...e também trouxe algo pra você comer, muito café faz mal para o estômago até onde eu sei. Você gosta de tapioca? Eu fiz com geléia de morango...pega...
– Obrigado Niko...acho que é bom eu comer algo mesmo...haverá um dia que eu vou acabar gostando de géleia por sua causa...acho que até já gosto...
Félix realmente tinha fome, fome ou nervosismo ás vezes se misturam, devorou tudo rapidamente para a felicidade de Niko, finalmente ele não estava tão mal humorado principalmente em um lindo sábado de sol.
– Niko, você acha que é melhor irmos embora?
Os dois estavam sentados na areia, Félix só de calção e Niko ainda não havia tirado a camiseta, mas com aquela pergunta ele deu um suspiro e a tirou jogando-a para trás em direção a grama.
– Por quê Félix? Está tão ruim assim aqui? Desculpe se não somos do jeito que você esperava...
– Não! Não é isso, é que eu acho que já estraguei tudo, desde que saimos de São Paulo eu acho que não parei de reclamar, implicar... sei lá por que eu fiquei desse jeito aqui.. – Félix se abraça como que procurando algo que ele não sabia muito bem o que era.
– Ei, as crianças estão se divertindo, o tempo está bom... a única coisa que eu escutei ontem foi o Jayminho preocupado pois você não vinha brincar com a gente...eu disse que você estava chateado com problemas de adulto, viu? Bom, você quer saber o que eu penso?
– Sim, carneirinho. Até porque eu queria tanto que essa viagem fosse especial..só que eu descobri que não tenho a mínima idéia de como crianças funcionam e realmente eu me estressei um pouco.
– Um pouco? Você até que poderia não ser tão modesto, que acha? – Mesmo a ironia não sendo o forte dele, ele também precisava deixar sua marca.
– Errrr...- com uma carinha de pato bem conhecida Félix continuou – na verdade Niko, eu queria que você tivesse um pouco de tempo pra mim...
– Félix, passa esse resto de café pra cá que eu tomo...Sabe...Eu não quero que meus filhos sejam criados pela Adriana, você entende? Eu quero participar e são esses momentos que no final eles vão lembrar daqui uns anos, do tempo que passamos juntos. É claro que eles vão lembra dela, mas também saberão que quando eu tive oportunidade dediquei meu tempo a eles.
– Eu sei Carneirinho, eu sei, por isso me sinto pior. – “Eu também não lembro desses momentos com meu pai, desculpe Niko, desculpe”. Seus pensamentos eram muito mais antigos.
– Não se sinta pior, não vai resolver nada...Que tal você vir brincar conosco, participar do nosso dia...eu sempre vou lembrar de ter tempo pra você...você já deveria saber por quê, não? Se você me ajudar vai ser muito mais legal e eles vão lembrar de você também.
Félix fechou os olhos jogando a cabeça para trás, era tão díficil:
– Obrigado Carneirinho, eu vou me arrumar. Eu conheço uma trilha bem fácil aqui que dá acesso àquela praia menor ali no canto, você vê? – antes de apontar ele coçou o nariz para disfaçar o óbvio, como se ainda fosse possível. - Se eu não me engano são uns dez minutos a pé, será que o Jayminho poderia ir? Acho que vai ser divertido pra ele... Com você, claro. Depois penso em algo com a Adriana e o Fabrício também.
– Vai ser ótimo, vai lá se arrumar então... – ele deu um sorriso entre o sol que lhe escaldava e ajudou o moreno a se levantar.
– Obrigado. – E ele se foi sem perguntar porque Niko sempre teria tempo, porque o Carneirinho sempre lhe entendia... a resposta do loiro estava pronta a muito tempo:
“Eu sempre vou ter tempo pra você meu querido... porque eu te amo.”


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Notas finais do capítulo

Até breve!
Espero que tenham gostado



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