Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 15
Cap. 15


Notas iniciais do capítulo

Enfim, eles param de brigar...ainda há tanta coisa a ser resolvida, ainda viriam mais tempestades...agora uma pausa para o Félix se explicar...



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Olhar Niko vermelho como uma pimenta tentando se explicar como havia comido o potinho de geléia de morange com pimenta, era um alívio na mente de Félix para todas as dúvidas que sairam do hospital com ele.... enquanto devorava as panquecas com a geléia de damasco mesmo. Havia gastado tanto tempo no shopping antes de ir buscar Niko no restaurante naquele dia pesquisando por algo para ajudá-lo e por fim havia comprado algo que seu carneirinho gostara tanto que já tinha comido tudo...

– Ai Félix, eu não te entendo, se você acha que eu estou gordo, pra que comprou geléia? Devia ter me dado um adoçante de vez...Quer parar de rir? Já estou ficando sem graça...se eu estou acima do peso tem quem queira... olha o Eron por exemplo, ainda aparece no restaurante atrás de mim! – ops, Niko sabia que havia falado algo errado, muito errado naquele momento.

– Eu não acredito! Eu não acredito que você ainda vem me dizer na maior naturalidade que a lacraia do olho multi-colorido ainda vai no restaurante te procurar?! Eu devo ter jogado pedra na cruz pra ter que ouvir essa hora da manhã um comentário desses...

– Deixa pra lá, falei besteira...

– Nikoooo! Começou, termina...

– Tá bom, tá bom; ele foi lá ontem pra tentar me colocar contra você eu achei...mas já estou vacinado...que tal mudarmos de assunto? Eu conheço a loja dessa geléia no shopping, nunca entrei lá, mas olha eu compro hoje uma em um intervalo lá no restaurante, que te parece? Daí da próxima vez eu faço algo mais especial que as panquecas...

– Nikoooo, o que ele foi te dizer? – os olhos de Félix estavam felinos...

– Eu acho que você não precisa ouvir, só isso, eu já disse que o dispensei...

– Niko, de novo, o que ele foi te dizer? Se você não explicar eu vou na sala dele lá no hospital perguntar...Que você acha que vai ser menos complicado, criatura?

– Herrrr...Vou ser breve: um. que eu era mais barato que o anjinho pois já tinha casa, emprego e carro; dois. que ele nunca me apresentaria pra alguém como amigo da família; três. que era só questão de tempo pra você se cansar. Bom, acho que no final era só o choque de ter visto a gente lá na casa da sua mãe, ele não é bobo nem nada, entendeu na hora.

– Ele me paga! E você? O que disse? – O tom de voz de Félix voltava a ficar elevado.

– Eu já te expliquei , disse pra ele ir embora, da minha vida cuido eu. Chega disso, eu não fiquei nem um pouco incomodado. – Nem Félix nem ninguém acreditariam naquelas palavras, um olhar de Félix, já fez Niko continuar – bom, na verdade eu fiquei chateado pensando nisso enquanto você não aparecia aqui ontem...mas já passou...

– Ah essa lacraia! Ela sabia que eu ia ficar lá no hospital e que você estaria no restaurante livre sem a menor chance de eu aparecer por lá! Ele me paga! – furioso!

– Sabia que você fica lindo quando está com ciúmes? – Niko não iria perder a oportunidade, já que era para levar bronca, porque não se divertir um pouco também?

– Eu não preciso ter ciúmes da lacraia, vamos começar por aí. Já está se achando... – ele sorri novamente, não era Niko o problema - Ei, tem mais panquecas?

– Não, pra você não tem, porque daqui a pouco vai ser o gato gordo de Alice no País das Maravilhas, não o gato Félix! Pronto falei! – e Niko caiu na risada.

– Só você pra me fazer rir numa hora dessas... ; será que meu pai sai dessa, Carneirinho? Queria que ele soubesse a pessoa maravilhosa que você é, especialmente pra mim.

– Félix, se ele entender a pessoa que você está se tornando eu já ficarei feliz, mas se não der tempo, olha só sua mãe, olha a força que ela dá pra gente; bom, pelo menos eu acho que ela gosta de mim. Só sua irmã que ainda não comentou nada comigo, e éramos amigos...vai entender...mas um dia quem sabe?

Félix terminou o suco e colocou a bandeja no chão, olhou a hora e:

– Niko, falando na Paloma, você tem mais cinco minutos? Sei que já são dez horas e você deve precisar ir pro restaurante...prometo que vou ser breve. – ele sentou-se ao lado de Niko na cama.

– Sim Félix, pra você sempre tenho um tempo, mas não posso me prolongar aqui, você já deve ter idéia que até termos as contas em dia do restaurante, eu não posso bobear, é muita conta pra eu pagar por mês.

– Sim, eu sei. Eu só queria te contar uma coisa sobre a Paloma: eu finalmente acho que ela pode me perdoar...Acredita que ontem ela me pediu pra voltar pro hospital como diretor?! Só não cai duro por que o Luthero chegou pra avisar do AVC do papi soberano. – nesse momento Félix segurou a mão de Niko forte, mas antes que pudesse continuar...

– Nossa Félix, que bom! Era tudo que você mais queria! Quem sabe um dia vocês conseguem colocar uma pedra em cima disso de vez ? Eu sei que foi grave, mas no final a Paulinha está bem e elas se reencontraram.

– Niko, eu poderia fazer isso com o Fabricio, você não tem medo? – a feição de Félix se transformou, a culpa por tudo ainda o perseguia, ainda mais agora que ele tinha tanta afeição pela neta da rainha do hot-dog e as crianças dele.

Niko se vira procurando o rosto de Félix com a mão que estava solta, fez um carinho nos cabelos dele e sorriu:

– Eu algum dia fugi de você por causa disso? Eu acho que aquele Félix que fez isso morreu e nós não nos conhecemos...não há um dia que eu não olhe os meninos aqui comigo e não lembre que eu devo isso a você. – Agora Niko enxugava uma lágrima que caia no rosto de seu amado. – Vem cá, dá um abraço? – Niko puxou seu amado para si para confortar-lhe um pouco mais.

– Niko. O restaurante...

– O San Magno vai ter um dos seus melhores diretores de volta, aqui vou eu procurar um gerente novo pro restaurante, eu pego minha papelada de volta, não se preocupe com isso...só aceitarei mulheres pra você ficar mais tranquilo, que acha? ...Falando sério, poxa que legal.

– Niko...eu recusei o convite da minha irmã...Você é a primeira pessoa que eu conto isso, queria ter te contado ontem.

Niko engoliu seco o espanto soltando-se de Félix:

– Como assim? Eu não entendo, sua vida sempre foi aquele hospital! – não havia nada que pudesse surpreendê-lo mais.

– Disse bem Carneirinho: sempre foi, agora não é mais...– Félix agora era quem buscava os braços, o abraço de Niko – você não entendeu, não é, Criatura?

Incrédulo, o loiro só balançava a cabeça em sinal negativo, parecia ter receio de dizer qualquer coisa naquele momento.

– Niko, mesmo que você me despedisse agora da minha função no restaurante, eu já havia escolhido uma vida nova... com você...se você ainda me aceitar com tantos problemas, agora até com um pai doente...quando eu comprei aquela geléia era para fazer uma brincadeira com você, era pra dizer que pimenta acelera o metabolismo, pra dizer que que queria cuidar da sua dieta dentro da sua família... eu nunca imaginei que você ia comer tudo antes de eu te explicar isso...e de qualquer jeito eu nunca vou deixar de te perturbar ... acho que você já deva imaginar..

O que ele poderia dizer? Ele não sabia, aquela era a primeira vez, torta, porém a primeira que Félix realmente dizia que queria ficar com ele. Os dois se abraçavam novamente, quando se olharam, Niko mais uma vez enxugou uma lágrima do seu amor e ainda em silêncio o olhava:

– Ei, você não vai dizer nada? Eu não sou muito bom com palavras..mas você está entendendo o que estou te dizendo, Carneirinho? – Uma das mãos de Félix ajeitava delicadamente as sombrancelhas de Niko a espera de uma resposta. Mas não houve resposta.

Niko se aproximou mais e mais, começou a beijá-lo lentamente, não tinha o que ser dito...Em contra-partida suas mãos seguravam seu amor firme, não queria nem por um segundo que seu amado escapasse dali. Félix havia esperado tanto por aquele beijo apaixonado, queria explodir, havia tantos dias que os desencontros com seu Carneirinho o deixavam preocupado...não queria que fosse tarde demais...por mais que tentasse fazer com que ele o dispensasse, na verdade queria era tê-lo ao seu lado como naquele momento. Ele sentia as mãos de Niko percorrendo suas costas o prendendo mais e mais ao seus carinhos...

– Carneirinho, eu preciso...preciso agora...de você... – a voz saia abafada entre um beijo e outro dos dois, Niko por fim se afastara um pouco para tentar tomar fôlego também, mas Félix continuava... – não me afaste de você agora...

– Ontem a gente tinha falado de deixar tudo isso passar, lembra? Você estava tão nervoso...é pra ser especial, não é? – os instintos de Niko brigavam contra sua racionalidade, como ele queria o queria também naquele momento.

Félix sempre fora mais agressivo que Niko, beijou-lhe de volta trazendo o corpo dele de volta pra si, quase que numa ordem:

– Carneirinho, deixa tudo lá fora, eu estou tentando, eu quero tanto você comigo, por favor, não me rejeite se você me quer...eu te quero tanto... – as mãos de Félix começaram a buscar cada botão da camisa de Niko enquanto ele o beijava novamente.

– Eu não vou conseguir te mandar embora Félix...nunca vou...ah meu Deus... – Niko fora jogado na cama, Félix continuava a despi-lo; por fim estavam juntos, naquela hora Félix não se conteve, como precisava daquele homem, o que lhe segurou o ímpeto foram os carinhos de Niko, esse sempre carinhoso, sem pressa, buscava um amor sem fim; muito diferente do profissionalismo da Edith e do Anjinho, algo totalmente novo pro moreno:

– Félix...Félix...

– Diz criaturinha...

– Me abraça forte, não me larga...me deixa com você...

Continuavam se amando...

– Niko, eu não posso me segurar mais...por...por que... isso?

– Porque é assim pra mim, me abraça forte...me. abr..

Ambos explodiram...talvez com alguma diferença de tempo...talvez iguais...não havia porque marcar o tempo...ambos tentavam ser livres : Niko de sua insegurança, Félix do seu passado...eram tantos desafios...estavam juntos

As faces se econtravam novamente, Niko pediu mais uma vez um abraço forte, o moreno se lembrava da primeira noite em que ele dormiu nos braços de Niko, agora ele retribuia o carinho, ainda não entendia como Niko podia existir, tão tranquilo, carinhoso e louco, pois só um louco poderia querê-lo por perto.

– Félix, seu telefone está tocando...olha ele pulando ali no silencioso...

– Carneirinho, vamos ficar quietos um minuto? Deixa tocar... – Félix revirava os olhos procurando uma passagem biblica...

– E se for sua mãe? Daí ela vai me ligar – Niko sorria, era a tranquilidade em pessoa...

– Tá bom, tá bom, eu devo ter salgado o mar morto pra ninguém me deixar em paz! – Mesmo sob protestos ele se levanta e atende:

– Mami, oi mami...não ainda estou no Niko...

Niko se descobre e sorri, cruzando os braços acima da cabeça. Félix em contrapartida, fitou rapidamente o loiro e se virou de costas pra não rir, mas as notícias ainda não era booas como ele esperava:

– Em coma induzido?! ...Mais um dia ou dois...visita hoje a tarde? Sim, mami, por favor, venha comigo... – pausa – eu sair daqui a pouco, o Niko já está atrasado pro restaurante...não posso contribuir com a falência dele... – nova pausa – sim, Mami, a Paloma te contou? Depois eu explico tudo...beijo

Ao desligar o telefone:

– Ei, desde quando você fica fazendo gracinha assim? Deixa pra lá...meu pai vai ficar mais um ou dois dias de coma pelo menos, parece que precisa estabilizar algo, não sei, nessas horas faz falta ser médico pra entender...

Niko se levantou, abraçou o amado novamente e:

– Antes de você ir, toma um banho, vai te fazer bem.

– Eu estou mais calmo, Carneirinho, não se preocupe... – Félix começava a aprender a retribuir os abraços de Niko, nunca imaginara como um abraço seria tão importante, tanto quanto um beijo...por fim..abraçou Niko de volta.

Seu carneirinho sussurou:

– Eu já me preocupava com você antes, imagina agora – sorriu, meio encabulado – Se eu pudesse seguia pro hospital com você pra te dar uma força...mas o restaurante...bom você vai entender...

– Você não faz idéia de como já me ajuda... Então um banho vai fazer bem pra nós dois... – ele sorri, mas lembra-se de algo - Niko, eu vou me dividir entre o hospital e sua papelada pra saber em que pé está o restaurante, tá bom? – Nessa hora procurava nos olhos de Niko alguam aprovação, sabia que não podia deixá-lo na mão por mais tempo.

– Ei, não se preocupe com isso agora. Tem tempo...bagunçado por bagunçado consigo me virar mais alguns dias...nada se resolve da noite pro dia também. – Niko estava seguro do que dizia, na verdade sabia que não estava no vermelho, seus planos eram outros.

– Está bem. Félix concordava enfim.

– Deixa eu te dar um banho então? Você vai ver como vai ser melhor seu dia... – sorriu novamente...

– Você não existe, Carneirinho...eu aceito...eu preciso de cada minuto com você agora...acho que daqui pra frente ainda vou ter muitas tempestades...

– Eu estarei com você, Félix – seu Carneirinho falava firme, enfim...

– Eu sei , Carneirinho, eu sei. ..Obrigado, por tudo!


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Notas finais do capítulo

Pra quem ainda lê, se sentirem falta de alguma coisa na história até aqui, por favor avisem.
Espero que estejam gostando...ainda tem muita coisa pra explicar até o fim da novela.
Obrigada!



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