Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 13
Cap. 13


Notas iniciais do capítulo

Como Félix reaje ao AVC de César?
Quem ele procura para lhe dar apoio?
Bom, todos já sabem a resposta.
Boa leitura, espero que gostem!



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Tudo que Niko lembrava naquele momento era Félix prometendo que viria para o jantar, que queria algo especial para comemorarem o fim das brigas, haviam feito as pazes durante o casamento:

Ei Niko, já dançou com a Paulinha e eu aqui? Não vamos dançar? Devo ter jogado as contas do rosário no rio Jordão...todo mundo dizendo que eu sou um chato...

– Félix!? Eu nunca disse isso (pelo menos que eu me lembre) - Niko começava a rir - mas até que não seria uma má idéia você ser menos carrancudo...

Félix também sorria após o inusitado convite que Niko havia trazido de Jayminho:

– Você vai parar de achar que eu sou seu príncipe encantado ou não?

– Nem um dia... - os olhos de Niko eram sinceros como os de uma criança, não havia nenhuma dúvida que ele não conseguiria ficar muito tempo bravo com Félix. – Até meu filho sente sua falta, mas e aí? Você vai com a gente ou não?

Niko também se lembrava de Félix entrando com ele de braços dados na casa de Pilar após o casamento, era a primeira vez que eles estavam juntos publicamente e na frente da família dele, o loiro sabia como aquilo era um grande passo para Félix e mesmo quando ele o apresentou para o pai como um amigo da família, Niko não se abalou: sabia que César ainda seria um grande passo na vida do amado. A única coisa que o preocupou naquele momento era Eron, foi um pouco desconfortável ele ali vendo os dois mais próximos e Félix dando aquela explicação, afinal Niko descobriria horas depois que Eron não iria aceitar aquilo facilmente.

Mas tudo estava caindo novamente. Onde o moreno estava? Seria mais um plano para tentar convencê-lo a deixá-lo. Eles se despediram logo depois da saída de Cesar entre as promessas do tão esperado jantar. Agora Niko olhava aquela mesa posta e não tinha coragem de tocar na comida; resolveu fazer um lanche rápido e tentava ler algo para passar o tempo. Por fim adormeceu...já passava da meia noite, algumas lágrimas corriam; ainda não entendia porque Félix insistia em decepcioná-lo, precisavam sair daquela dilema e rápido. Não gostava de ser rejeitado daquela maneira, um dia bem cansativo, ele poderia pelo menos ter ligado para evitar tanto trabalho...

As palavras de Eron no restaurante mais cedo ainda ecoavam na cabeça dele.

"Niko, eu vim aqui tentar te avisar de novo...o Félix não é pra você...você viu como ele te apresentou para o pai? Amigo da família, se você acha que ele vai te tratar diferente do Anjinho, esqueça! E você ainda será mais fácil pra ele, nem custo vai ter, já tem casa, carro, diferente do Anjinho... no hospital já disseram que o Félix o enviou pra fora do país pra ele se atualizar...Você acha que vocês estão juntos? Por favor, não se engane, eu vim aqui te avisar. Ainda há tempo para você não se magoar"

"Eron, se algum dia você gostou de mim, por favor, deixe minha vida pessoal em paz! As minha s escolhas são minhas escolhas" Niko também se lembrava se pedir delicadamente que Eron saisse do restaurante, não queria acreditar que o ex estivesse certo e a melhor coisa era não ouvi-lo, preferia pensar no jantar que prepararia aquela noite.

Entre essas lembranças, não se lembrava de quanto tempo havia dormido, o susto da campanhia tocando só não foi maior quando abriu a porta e viu Félix arrasado, chorando:

– Félix, que houve? Por quê você não ligou? Fala alguma coisa!

– Niko, desculpe, dá um abraço?

– Eu não deveria, você tem idéia de quanto tempo eu estou te esperando? Uma lágrima cai.

– Meu pai teve um AVC na cadeia durante a visita para a Aline! Ele está na UTI do San Magno... - Félix não esperou Niko aceitar o abraço, ele se jogou nos ombros dele buscando apoio.

Niko não entendia o que havia acontecido, Félix estava descontrolado, quando ele consegue tirá-lo da porta e fazê-lo sentar, por fim esclarece-se tudo: o AVC, cirurgia, hospital, chance de sobrevivência, sequelas e as desculpas de Félix pelo jantar perdido, ele se desligou de tudo no hospital, não queria que seu pai morresse sem ao menos tentar fazer as pazes com ele...Algumas vezes havia pensado que já não havia mais jeito, porém durante aqueles dias ajudando a cuidar de César devido a cegueira, alguma coisa dentro dele lhe dava esperanças de mudar a situação, agora tudo poderia estar perdido...

– Félix, eu sinto muito.

– Desculpe o horário, Carneirinho, eu precisava te ver, quando saí do hospital, daquele branco todo, foi aí que lembrei do que havíamos combinado, olhei o relógio e não tive coragem de te ligar, achei melhor vir aqui te explicar, agora posso ir.

– Não! - Niko quase grita - Desculpe, quero dizer, não, você não sai assim agora, come alguma coisa pelo menos, você parece que não come nada desde o casamento, por favor, é até perigoso sair assim, nesse estado, você precisa se acalmar.

Félix concorda e eles jantam, foi um jantar silencioso, Niko não sabia muito bem como confortar o amado, afinal qual seria a perspectiva se César sobrevivesse, nem o AVC poderia fazê-lo aceitar o filho como ele realmente era.

– Niko, mesmo frio, sua comida estava ótima. Mas olha o transtorno que eu te causei... amanhã você vai passar o dia cortando peixe com sono, vai sair cada pedaço torto...

– Só você mesmo pra me fazer rir uma hora dessas...Posso te pedir uma coisa?

– Claro, não sei como consigo te ajudar mas pode pedir. – Félix bocejava de tão cansado, a tarde e noite não haviam sido fáceis...se dirigia a porta para ir embora.

– Fica aqui? Você está tão cansado...Dorme aqui, amanhã você vai pra sua mãe cedo, troca de roupa e vai pro hospital, você mesmo disse que o Luthero explicou que na UTI as visitas são controladas, que o melhor era ir pra casa descansar. Aqui também é sua casa, bom pelo menos eu quero que seja a nossa casa. – Niko nem sabe como aquilo saiu, mas começou a olhar pro chão; toda a insegurança havia ido embora, o que ele mais queria era confortar Félix, sabia que ele precisava disso.

– Ei, olha pra mim? Obrigado. Eu nem vou tentar ser educado, eu quero ficar. Eu preciso desse abraço. – Os dois já estavam abraçados.

Niko leva Félix para o seu quarto, lhe empresta um pijama e todos os apetrechos do banho.

– Niko? Acho que está um pouco grande, não?

– Uma piada e você vai dormir no quarto de hóspedes, sozinho! Que implicância com meu peso? Tem quem goste, viu? E sem o pijama ainda é melhor.

– Carneirinho, estava brincando, eu já te disse que não perco a piada, criatura?

– Tá bom, tá bom, vamos deixar isso pra lá, até que eu não estou tão acima do peso, deita aqui logo...

Niko pegou na mão de Félix e diferente da última vez que eles estiveram naquela cama, Niko o abraçou e o confortou, sabia que aquela noite não seria nada além daquilo, o mais importante era estar ali pra apoia-lo...não conseguia imaginar como reagiria se acontecesse algo semelhante com seus pais....Os dois não demoram muito a adormecer.

O sono de Félix estava agitado, acabou sonhando com a cirurgia, equipamentos da UTI, sonhava com o dia que atentou contra a vida de Paulinha no hospital. Por fim acordou assustado pensando se realmente merecia uma segunda chance com o pai, quase havia acabado com a chance da irmã de ser mãe...

Ele havia se afastado um pouco de Niko, voltou a posição original, sentiu que Niko mesmo dormindo deveria estar pensando nele, não haveria outra explicação pra tamanha surpresa. Félix havia imaginado horas antes tudo tão diferente e mais uma vez nada havia dado certo.

Por fim vira-se, a penumbra não o assusta, uma das mãos ele acaraciava a face de Niko, com a outra aquilo que viria a ser seu definitivamente algum dia, Niko acaba despertando com os carinhos:

– Félix? Olha o que você está fazendo?

– Eu nao Carneirinho, você que me acordou com isso aí e que isso!

– Ainda acho que você precisa descansar, mesmo que essa massagem esteja me descontrolando, sério, vamos fazer disso algo especial? Com calma... Você não deve estar no clima hoje...ops..não, não está mesmo.

– Ah Carneirinho, assim eu fico sem graça, mas você está certo, mas se você quiser eu estou aqui.

A voz de Félix vira quase um susurro...um selinho marca a presença do moreno.

– Não Félix, eu sei esperar, mesmo que não pareça eu sei esperar... - uma risada tênue é ouvida.

Eles se abraçavam forte, Niko sempre surpreendia Félix a cada momento, como ele queria fazer o mesmo por ele, havia um começo bem verdade, mas não queria falar nada naquela hora, só precisava que aquele carinho não acabasse. Era muito bom saber que alguém gostava apenas da sua presença

Por fim, Niko novamente embala o sono de Félix.

O relógio despertou. 6:30h. Félix exausto nem se mexera, Niko preferiu deixá-lo dormir um pouco mais como o moreno fizera por ele outro dia, e foi se arrumar para tomar café com Jayminho e Adriana, a van do filho passava 7:30h. Depois que ele saisse acordaria Félix. Uma coisa de cada vez, seria melhor que Jayminho não visse o tio naquele estado.

– Adriana, bom dia.

– Bom dia seu Niko. – Adriana como sempre no pique total.

– Querida, o Félix dormiu aqui, ele não está muito bem.

Adriana sorri, torcia pelos dois. Imaginou que eles estivessem juntos

– O pai dele teve um AVC ontem..

– Ah meu Deus...!

– Eu ainda não entendi o que aconteceu, mas se ele acordar enquanto eu espero a van com o Jayminho, por favor, você poderia ajudá-lo com o café se o Fabricio estiver tranquilo.

– Claro, não se preocupe.

– Bom dia, papai! – Um grande abraço de Jayminho para começar o dia.

O café da manhã tem início.

– Ei papai, tem um telefone aqui na sala tocando, posso atender?

– Deixa isso aqui comigo, vai lá pegar sua bolsa. A van já está buzinando, olha como estamos atrasado.

Era Pilar, mas Niko não tem coragem de atender.

Para sua surpresa, o seu telefone toca logo em seguida, também era Pilar.

– Oi Niko, bom dia, é a Pilar.

– Oi Dona Pilar, bom dia. – Niko engole seco, o que ele ia explicar? Fechou os olhos tentando pensar em algo, não ia conseguir mentir que não sabia do paradeiro de Félix.

– Querido, eu não sei se você já soube que o César teve um AVC, ele está na UTI.

– Sim, eu soube, eu sinto muito.

– Obrigada, meu bem, na verdade eu estou te ligando por causa do Félix, ele nunca atende minhas ligações, por acaso ele te ligou? Ele disse onde estava? Não quero te preocupar, mas ele saiu muito nervoso do hospital ontem, eu nem queria deixá-lo sair sozinho, mas você o conhece.

Niko respira fundo, fecha os olhos novamte e solta de uma vez:

– Dona Pilar, ele veio pra cá, estava muito nervoso, disse pra ele ficar aqui, não achei prudente dirigir tão tarde da noite e cansado como ele estava.

– Ah Niko, que bom! Eu estava tão preocupada, já disse e repito que você seria a nora que eu pedi a Deus! Ah, meu Deus, me desculpe!

Silêncio. Niko ri, agradece o elogio e respira aliviado, fora melhor do que ele imaginava explicar isso.

– Quer que eu o chame?

– Na verdade, não; bom se ele não estiver incomodando, posso te pedir um favor?

– Claro! – Niko ganha confiança na sua voz.

– Deixa ele dormir até acordar? Na UTI só sua permitidas 2 pessoas por vez, 2 de manhã e 2 a tarde. Combinei com a Paloma de nós duas sermos as primeiras a ver o César, até para preparar o Félix se for o caso...Se ele está dormindo, é bom, depois ele vê o pai durante a tarde.

– Não tem problema nenhum, o Félix não incomoda aqui. Mas acho que ele vai ficar bravo comigo quando acordar...

– Não, ele não vai, pode dizer que foi eu que pedi isso. Pode confiar em mim – Pilar era uma mulher decidida, por fim havia convencido Niko.

Eles se despedem.

Niko resolve preparar um café da manhã na cama para Félix, não seria fácil explicar a conversa com Pilar.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelos leitores que ainda acompanham e quem consegue comentar!
Espero que gostem!



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