Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 10
Cap. 10


Notas iniciais do capítulo

Antes de chegar a casa de Pilar, Félix e Niko ficam presos em um congestionamento e Niko resolve descongestionar o que está dentro dele...Esse capítulo é para mostrar que não é só Félix que precisa desabafar às vezes.
Espero que gostem



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A caminho da casa de Pilar, já com devida caixa da papelada do restaurante, Niko estava de uma certa maneira orgulhoso por Félix não ter desistido do jantar ou insistir que eles não deveriam ir...por outro lado sabia que devia muito de tudo aquilo a Pilar que devia estar encorajando Félix a todo o momento.

Afinal, pensava que para ele era tudo mais difícil, assumir sua sexualidade sem mais devaneios e ter alguém como companheiro a seu lado abertamente. Niko, já havia passado por todos esses pequenos desafios ao ter Eron como seu companheiro...Mas sabia que usar o Eron como exemplo ao lembrar como ele foi apresentado pra sua família poderia provocar a ira de Félix, os ciúmes de Félix eram a única coisa paupável que Niko sabia, era tão difícil o moreno dizer algo claramente pra Niko, às vezes lhe incomodava um pouco isso, pois era tão bom ouvir que era querido, mas talvez isso ainda fosse pedir muito para Félix.

O trânsito estava infernalmente habitual para desespero do filho de Pilar, eles estavam um pouco atrasados e o congestionamento não ia ajudar em nada...vendo o nervosismo de Félix, a mão do loiro vai de encontro a de Félix que está sob a marcha do carro. Félix somente olha e sorri:

– Félix...sua mãe está sendo muito legal comigo, com a gente...

– Eu sei carneirinho, mas é tudo tão novo...nunca me imaginei levando você pra jantar assim...mas no final acho que isso vai me fazer um bem enorme...

O farol abre e as mãos de Félix voltam para o volante. A de Niko vai para a perna de Félix.

– Carneirinho?! Desse jeito não chego na casa de mami..

– Quer que eu tire a mão? Niko olha malicioso...

– Não, não agora...mas isso significa que depois temos que continuar isso...sem desculpas hoje, que acha?

– Ué, imaginei, que você não me deixaria ir de taxi pra casa...

– Isso é um convite?

– Não, é uma intimação! - Niko sorri novamente, satisfeito.

O telefone de Félix toca. Mami Poderosa:

– Ah, não vou atender...que adianta eu dizer que estou preso no trânsito, como ela está ansiosa!

– Deixa de ser, pode ser algo importante!

– Não, não vou, estressado por estressado já estou, olha quanto carro!

– Eu te desestresso...

– Isso..hummm, só mais tarde...pra falar a verdade nem sei como você tem coragem de me intimar pra sua casa, nos últimos dias eu não fui uma pessoa legal com você... Eu até que tento ser legal, mas sempre estrago tudo, pensando bem; realmente preciso de um cartão escrito "Desculpa Niko". Eu desapareci, apareci, quase bati na lacraia dentro do shopping, e ainda espantei todos seus candidatos a gerente...só falta vender sardinha por preço de atum já que sou seu mais novo funcionário...Se eu fosse você já teria me dispensado...até tentar não te levar no jantar eu tentei...talvez seja eu querendo você só pra mim, sem dividir com ninguém...

– Mas todas essas idas e vindas foram porque você acha que vai me machucar e queria que eu caisse na real pra me afastar de você, não? – Olhando pra Félix, Niko percebe que ele até que poderia olhar pra ele, mas evitava ao máximo:

– Eu não sei muio bem quando tudo isso começou, eu só tenho certeza do dia que eu em que eu entendi que estava apaixonado... - Já que Félix não falava nada, Niko resolveu se abrir...

– Niko...eu... – Félix estava surpreso, nem sabia o que dizer...mas é interrompido...

– Agora é a minha vez de te pedir pra ficar quieto...vamos aproveitar o congestionamento? Você que sempre me procurava pra desabafar... Posso te pedir pra hoje ser a minha vez?

Félix não entendia muito bem onde aquela conversa chegaria, mas concordou em continuar. Que outra opção tinha afinal?

– Lembra o dia que o Anjinho saiu da cadeia?

– Lembro Niko, a lacraia me paga um dia! Ter te levado lá pra ver a gente... Ele fez de propósito pra te afastar!

– Félix, eu não fui obrigado a ir. Eu quis!

– Até hoje eu não entendi porque Niko. Você poderia ter falado comigo; ia ter evitado tantas brigas depois...no final se a mami não tivesse conversado com você acho que nem estariamos aqui agora - o carro parara novamente e Félix agora era quem segurava com força a mão de Niko.

– Eu quis ir pra tentar entender porque a gente não poderia dar certo. Até aquele dia eu não entendia o motivo pelo qual você fugia das minhas investidas...E eu acabei entendo algumas coisas: que eu precisava saber em que a nós eramos diferentes pra você nunca aceitar ficar comigo, que no fundo eu acreditava que você não estaria lá, esperando por ele... e por último, eu não estava preparado pra ver um cara tão bonito quanto ele...

– Niko! Como o Eron pôde! Por favor não fale assim, você não faz idéia de como eu quero matar a lacraia furta-cor!!!

– Onde está a parte que você não quer entender? Eu quis ir! E quando vi vocês entrando no flat.. Bom...- Niko respira fundo - ah eu pedi pro Eron me levar em casa e me deixar lá. Estava tão decepcionado comigo, com tudo...Eu queria sumir...apaixonado por alguém que me achava uma coruja gorda...

– Carneirinho, ei, para com isso, não tive mais nada com ele, fui embora naquele dia... - e mesmo com o anda-para do trânsito paulista, Félix buscava a mão de Niko em sua perna...se pudesse largava o volante, tudo, para confortá-lo.

– Ei, você não precisa me explicar, o que me importa é a partir de agora; mas naquele momento era a dor de nunca ter sido...já tinha tentado te convencer outras vezes e imaginava que nenhuma daquelas suas desculpas fracas era verdade... que havia algo maior pra você me evitar...Depois a gente já sabe o que aconteceu com a ajuda da sua mãe. - O loiro meio vermelho tenta organizar o rosto com as mãos. – Eu já te disse uma vez que nem sempre fui um cara extrovertido...no fundo ainda sou aquele rapaz inseguro, só que aprendi a lidar com isso.

– Mas por quê tudo isso agora?

– Não sei, mas precisava te dizer, talvez seja porque se você tem seus medos, eu também tenho os meus...quando você foi embora e demorou alguns dias pra aparecer sem dar notícia, acho que voltei a ser um pouco do que eu já fui no passado. Eu te disse isso. Uma das primeiras idéias que tive é que você me via como um novo anjinho na sua vida. Depois...bom depois começamos esse gato e rato novamente que acho que a sua mãe está tentando nos ajudar a sair...

Silêncio. Estavam numa avenida movimentada, ainda alguns quilômetros para a casa de Pilar, mas Félix não resistiu...no primeiro farol que ficou vermelho, ele se soltou do cinto e beijou Niko...

– Acabou Niko, acabou, jamais fale assim de novo...por favor... depois do jantar...eu quero te levar...eu quero...

Uma buzinada os interrompe.

Félix vê que todos os carros das outras filas estão andando e acelera tentando colocar o cinto novamente...por um momento pensou em sequestrar Niko para tirá-lo daquele mar de dúvidas, mas havia o jantar, e parece que esse jantar havia mexido com seu carneirinho e talvez o jantar os ajudasse mesmo. Félix ainda não tinha pensando muito bem como agir, como apresentar o Niko, afinal todos já o conheciam e gostavam muito dele, até o Jonathan parecia torcer pelos dois, lembrava das palavras do filho:

“Poxa pai, que legal! Agora sou eu quem vai te dar umas dicas!, Finalmente chega de ficar morrendo de ciúmes dele no meu ouvido”

Félix fazia o possível pra estar sempre de mãos dadas com Niko enquanto dirigia, não falaram mais depois da buzinada.

Finalmente, chegaram.

– Mas o que é que o carro da Edith está fazendo aqui? Félix esbraveja ao sair do carro...


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Notas finais do capítulo

Para o próximo capítulo: depois do jantar com Edith, como foi levar Niko para casa?
Espero que continuem acompanhando!
Até breve!



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