Mess. escrita por bangerz


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, enfim.



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Eu assisti a três longas aulas no modo automático, era simplesmente cansativo demais pra prestar atenção em tudo e interagir com o professor, eu preferi só copiar todo o conteúdo e fazer o que me pediam. Apesar dos pesares eu sempre fui boa sobre estudos, eu posso não suportar o colégio e não fazer muita coisa mas eu tenho o dom de tirar boas notas, meu pai me deu os genes da família dele cheia com seis homens velhos e inteligentes.

– Um doce pelos seus pensamentos. - Reviro os olhos e viro para encarar Josh, meu ex namorado.

– Josh pra você eu não diria nem sob tortura. - Ele ri e eu ignoro enquanto saiu da sala e ando pelo corredor com ele ao meu lado.

– Você vai almoçar no refeitório ou vai sair? - Josh me pergunta quando eu ando até o meu armário e jogo minhas coisas dentro trocando os livros de história e inglês pelo de física para a ultima aula do dia.

– Eu vou almoçar no refeitório e você não está convidado. - Aviso e deixo ele parado ao lado do meu armário. Josh foi o pior namorado que eu tive em anos, ele é manipulador e ele me traiu mais vezes do que eu finjo saber.

Quando eu abro as portas do refeitório eu sei que as coisas vão ser um pé no saco, é como se tivesse um letreiro em neon bem no meio da sala avisando que a ordem natural das coisas estava toda bagunçada e me bastou um olhar pra saber o porque de tudo isso, Travis estava sentado na mesa que eu costumo sentar com Lizzie e Emy, as duas estavam com ele juntamente com Madoc e Caleb. Ótimo, era tudo que eu precisava mesmo. Eu levo cerca de cinco minutos na fila, pego uma fatia de pizza e uma caixinha de suco, coloco na minha bandeja e vou para o caixa só pra encontrar LisAnne a moça do caixa, me dizendo que "O senhor Becker já deixou tudo pago!" com um sorriso no rosto.

– Quem te disse que você pode pagar meu almoço e sentar na minha mesa? - Eu pergunto assim que coloco minha bandeja na mesa.

– Ele pagou seu almoço?

– Eu posso pagar. - Travis e Emy falam ao mesmo tempo e eu ignoro emy que parece verde, eu não tenho tempo pro ciúmes dela.

– Eu não quero que você pague, eu tenho meu próprio dinheiro mas de qualquer forma tanto faz, são cinco dólares economizados.- Eu digo irritada.

– E eu sou o acusado de arrogância. - Travis diz como se estivesse ofendido mas nos seus olhos o olhar é divertido. Idiota, como se eu fosse divertida.

– Cale a boca. Oi Caleb, vá embora daqui Madoc. - Eu cumprimento os rapazes do meu modo de sempre, eu não gosto muito de Madoc mas eu adoro Caleb, ele é divertido e fofo.

– Oi Mel. - Caleb me responde com um sorriso e Travis fecha a cara, eu dou risada porque eu sei que ele odeia que os amigos estão dando atenção para mim.

– Oi Mess, seja mais doce estamos entre amigos aqui. - Madoc diz e passa o braço pelas costas de uma muito irritada Lizzie.

– Tire o seu braço daqui, seu gigante idiota. - Lizzie resmunga e nós todos rimos porque é engraçado de qualquer forma doentia.

– Mess você está dirigindo hoje? - Travis pergunta quando eu dou uma mordida na minha fatia de pizza. Maldito estraga prazeres, eu resmungo por dentro quando engulo a pizza.

– Não, eu vim com a minha mãe. - Eu resmungo não querendo dar satisfações a ele.

– Ótimo, você pode me esperar depois da ultima aula e eu deixo você em casa. - Ele fala como se tudo estivesse resolvido mesmo que eu não tenha pedido uma carona ou dito que aceito.

– Eu não vou pra casa com você, que parte de "Não vou andar por aí com você, Becker." você não entendeu? - Eu tomo um gole do meu suco e ele ainda está me encarando assim como o restante presente na mesa. Emy está com uma carranca irritada, Lizzie olha pra mim e para Travis repetidas vezes, Madoc me olha como se eu estivesse recusando uma viagem no avião particular do presidente e Caleb só nos olha curioso como sempre.

– O ponto aqui é que você não entendeu que eu não estou te convidando, eu estou avisando que você vai me esperar depois da ultima aula e eu vou deixar você em casa. - O ruivo maldito diz enquanto levanta da mesa agarrando a bandeja vazia. Sem a menor chance de que eu vá pra casa com esse arrogante.

– Vai sonhando. - Eu digo enquanto termino de comer a minha fatia de pizza que agora esfriou. Idiota, é tudo culpa desse idiota.

– Veremos. - Travis diz antes de me mandar um beijinho e sair em direção as lixeiras. Eu odeio esse cara.

Quando a ultima aula termina eu estou correndo pra rua como se a minha vida dependesse disso, eu alcanço o ponto de ônibus ao mesmo tempo que o carro do imbecil para na minha frente, a janela é abaixada lentamente e Travis me encara de dentro do carro como se eu fosse uma pirralha de quatro anos que fez alguma coisa errada.

– Entra.

– Eu não vou andar por aí com você, Travis. - Eu ganho uma bufada e um revirar de olhos como resposta.

– Você não vai andar por aí, nós estamos indo pra sua casa que fica umas trinta ruas distante daqui e nós poderíamos estar no meio do caminho se você parasse com a sua infantilidade, agora anda, entra no carro que eu não posso me atrasar pro treino. - Ele não me pede, ele manda e eu resmungo uma serie de palavrões antes de considerar que talvez eu deva aceitar a carona levando em conta que enquanto nós discutíamos o meu ônibus passou. Eu acho que odeio Travis um pouco mais agora. Enquanto eu traço meu debate interior, Travis abre a porta do carro e me manda entrar logo. Xingo ele mentalmente e entro no carro, eu só quero esbofetear o moleque repetidas vezes.

– Viu, foi fácil. - Ele diz antes de pôr o carro na estrada e acelerar pela rua recém limpa. A neve tinha sido consideravelmente retirada e só restava uma fina camada que quebrava facilmente.

– Eu detesto você. - Eu reclamo enquanto fecho meu casaco mais apertado.

– Quer que eu aumente o aquecedor? - Ele pergunta enquanto liga o rádio e The 1975 explode pra fora.

– Não.

A viagem é silenciosa e dura exatos 15 minutos que eu ansiosamente contei no relógio que eu carregava no pulso. Eu dei a ele o meu enderenço que ele curiosamente já sabia e ele estacionou na frente da minha casa, eu alcancei a maçaneta pronta pra sair quando ele travou as portas.

– Que porra é essa? Abre a porta, Becker.

– Eu vou abrir, só vamos combinar uma coisa antes disso. - Ele diz calmamente enquanto olha o seu próprio relógio e faz uma careta. - Se você não tivesse perdido tempo discutindo eu não estaria atrasado pro treino agora, que droga. Enfim, é melhor você estar em casa quando eu vier hoje a noite porque eu não vou ficar perdendo tempo, Mess.

– Travis porque você não vai se... - Eu não completo porque quando eu estou realmente prestes a fazer isso minha mãe sai de casa olhando torto para o carro estacionado na frente, eu tento me esconder e lembro que o vidro é escuro e ela não pode me ver então relaxo. Mas esse é Travis e é obvio que ele viu meu desconforto e ia usar isso ao seu próprio favor.

– Aquela é sua mãe? Bem na hora. - O filho da puta do Becker baixa o vidro e grita um olá, minha mãe vira para encarar o carro e franze a testa quando me vê no banco da frente do lado do querido e amado filho da melhor amiga dela, Katherine.

– Oh, olá Travis! Obrigado por trazer a Mel até aqui. - Minha mãe sorri enquanto se aproxima do carro e para ao lado da minha porta.

– Oi senhora Carter, como vão as coisas? - Ele sorri e minha mãe está encantada como sempre, ele sorri e ela o coloca na lista dos adorados

– Vão bem, vocês são amigos agora? Melissa parou com toda aquela birra? - Minha própria mãe contra mim, que vergonha.

– Nós vamos tentar, não vamos, Mel? - Ele me dá um dos sorrisos fofos que ele direciona para as nerds do colégio e eu engulo de volta a bile que sobe a minha garganta. É claro que não antes de usufruir uma sensação deliciosa ouvindo ele ser obrigado a usar o apelido Mel e não Mess.

– Não nós não vamos, você só me obrigou a aceitar sua carona me fazendo perder o ônibus, agora se me dão licença eu preciso entrar antes de congelar até meus ossos. - Eu resmungo e desço do carro, fecho a porta com um pouco mais de força do que o necessário e escuto ele xingar baixinho. Ótimo.

– Mel, não esqueça que nós temos trabalho a fazer hoje ok? Sra Carter será que poderia lembrar a Mel que eu chegarei as sete? - Filho da puta, maldito, ele sabia como jogar.

– Claro querido, vá tranquilo, eu vou lembrar. Mande lembranças a sua mãe, diga a ela que ligo mais tarde para marcarmos algo. - Minha mãe diz sorrindo e dá um tchauzinho quando ele se despede dela e acelera pela rua voltando pro colégio.

– A senhorita não vai sair e deixar o pobre garoto esperando, está me ouvindo não é Melissa? - Ela avisa quando anda para o seu próprio carro.

– Sim mãe, eu ouvi, onde você está indo? - Eu pergunto, e ela me dá o olhar de "Você esqueceu que eu sou adulta?" que quer dizer que ela está voltando pro escritório.

– Vou trabalhar, não me espere até depois das nove e faça o favor de não furar com Travis, é algo da escola. - Ela diz enquanto coloca suas luvas e desliza pra dentro do carro com toda a elegância que só ela tem. Droga, eu não tenho chances de fuga.


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