Neste momento, estou a observar da minha sacada, muitas moças atravessarem as ruas próximas a meu prédio, de longe, todas parecem sem graça, sem classe, sem vida... Todas iguais. Perdoe-me se generalizei, mas como disse: vistas de longe.

Mas, Áda é inconfundível desde os últimos três meses, para ser mais precisa. Não consigo entender essa mudança repentina de sentimentos, sem um ponto de partida justificativo. Isso me faz pensar que fui enfeitiçada por ela, mesmo que involuntariamente, já que a mesma não mudou a forma de tratamento perante a mim. Ou, pode ser uma tática de guerrear com meu psicológico, me fazendo curiosa e enlouquecida, e se fazendo leiga da situação, no fundo, se divertindo, pois estou caindo direitinho, mas a pergunta é: O que houve comigo? – dizendo em voz alta.

Fecho a janela aos espirros, lá fora esta fazendo frio, e não acredito que esses 20 minutos aqui já me resfriaram. Deito-me na cama de bruços, e continuo.

Caracterizando situações e emoções passadas, fazem me pensar que estou apaixonada... Mas, não sei se esse adjetivo define o que estou a sentir por Áda, para falar a verdade, não sei nem se o que sinto é real. Não me lembro de ter ficado assim por algum garoto, gostei muito de um em particular, mas nada que se compare a essa fissura por ela. Pode parecer confuso, mas é como tudo está para mim também.

Desço meu short, sem sair da cama. Ligo o aquecedor, que em um disparo para de funcionar, lanço um olhar decepcionado, por fim, aconchego-me e durmo ali mesmo, a espera que na mesma frequência, tenha a bela morena desejada em meus sonhos.