Um Romance Impossível escrita por TalesFernandes


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Não seja um leitor fantasma, deixe reviews se gostaram da história. É uma das minhas primeiras histórias, então deve ter ficado não muito bom.
Agradecimentos á : Vivian Araujo



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Júlia Point of View:

Estava eu, sentada no meu quarto com meu foninho de ouvido escutando a música Not Afraid - Eminem, e observando a linda reforma que fiz. Sem nem perceber, já estava afundada no pensamento da noite anterior com Gary, momentos antes de minha avó chegar do encontro com Frederico.

Flashback On:

Após algum tempo parada ali sentada apenas olhando o filme, arrisquei fazer uma pergunta um tanto quanto idiota e precipitada.

– Então Gary, você tem namorada? - disse e logo após desejei me enfiar num buraco.

– Ahn, bem eu.. - ele abaixou a cabeça e tive vontade de sair correndo e me xingar eternamente. - Eu não tenho sorte com garotas, sempre fui aquele cara desajeitado que nunca pega ninguém.

Isso parece ser errado, mas quando ele falou isso até que senti um pouco de alívio. Eu decidi para mim mesma, que aquele garoto era algo especial para mim, mesmo nos conhecendo a poucas horas. Fiquei feliz em saber eu talvez eu tenha alguma chance com ele.

– Bem, eu também digo o mesmo. Nunca tive sorte com essas coisas. - observei desejando que ele não me achasse estúpida, a verdade era que eu nunca tinha tido amigos, mesmo indo para a escola aqui perto em um local precário, os amigos que eu tinha lá era só meu caderno e o lápis.

– O fato é que meu melhor amigo James, está se afastando de mim por causa de garotas. Ontem mesmo ele se virou para mim e disse que não quer mais saber de minha amizade, pois segundo ele eu atrapalho sua imagem na escola. - as últimas palavras de Gary saíram como um soluço, e vi uma lágrima caindo no rosto dele.

– Desculpa tocar neste assunto delicado. - ele me olhou com a cara um pouco vermelho e os olhos cheios de água, e não pude deixar de observar como ele era lindo. Mas então ele fez uma coisa que me surpreendeu, me abraçou.

As únicas vezes que tinha abraçado alguém, era umas raras vezes em que eu me sentia triste por algo que houve na escola e minha avó me consolava. Mas este abraço era diferente, os braços de Gary estavam em voltas do meu, e pude sentir o calor de seu corpo se pressionando contra mim.

Respirei levemente seu cabelo, e pude sentir o cheio de brisa de mar. Céus, como ele era cheiroso! Pude sentir ele respirando meu cabelo com cheiro de morango por causa de meu xampu que tinha usado.

Então, ele se afastou bruscamente como se percebesse a burrada que fez, e seu rosto ficou vermelho igual um pimentão de vergonha. Tive que admitir que ele era um tanto quanto fofo.

– Desculpe, eu.. não queria fazer isso. - olhei para ele com um sorriso bobo no rosto, o que apenas o deixou mais corado. - É agora que você vai me dar um tapa na cara não é?

– Oque? Claro que não seu bobo! - disse e ele levantou a sobrancelha assustado. - Você estava num momento frágil, além do mais quem disse que não pode me abraçar? - essas últimas palavras saíram com confiança, mesmo eu tendo um grande medo de fazer merda.

– Você não me deu um tapa. - ele passou a mão no rosto como se não estivesse acreditando nisso, e presumi que ele já levou muitos foras na vida para estar tão traumatizado assim. - Eu, eu, desculpe se estiver agindo como um idiota, é que nunca tive uma amiga.

– Tudo bem Gary, nunca vou te fazer mal, além do mais gostei do abraço. - observei isso e nós dois coramos fortemente. Céus, porque ficava com tanta vergonha perto dele? Estaria eu apaixonada por um garoto que conheci a um dia?

– Obrigado Júlia, sinto que seremos grandes amigos principalmente pelo fato de você morar a apenas 100 metros da minha casa, e estudarmos na mesma classe. - ele observou isso e desviou o olhar para o filme que nem havia percebido que continuava passando desde então.

Quando ele falou isso, senti uma pontada de culpa por nunca ter percebido ele. Por isso quando eu vi ele, o seu rosto não me era muito estranho. Isso! Ele era um garoto que sentava na fila do canto, no último lugar da carteira. Eu como sou esforçada nos estudos, sempre sentava na frente por isso nunca encontrei ele direito.

– Desculpe se eu nunca te vi, é porque sentamos em lados opostos da sala. - observei e percebi que ele me olhou com uma expressão irreconhecível.

– Não precisa de desculpar Júlia, mas eu sempre lhe percebi. Sempre achei meninas com cabelo cor de fogo bonitas, ainda mais você que quando está no fim da tarde o sol bate em seus cabelos deixando eles dourados.

Como ele sabia tantos detalhes assim? Sempre tive um admirador secreto que nunca percebi? Isso era uma ironia e tanto do destino.

– Mas como você é bonita, presumo que tenha vários amigos. E seu namorado é de sorte. - ele disse a palavra namorado como uma navalha.

– Eu não sou popular, além do mais não tenho namorado. - corei fortemente quando lembrei ele me chamando de bonita. - E também não sou uma menina das mais bonitas.

Por incrível que pareça, quando pronunciei essa frase seus olhos olharam para mim brilhando de empolgação, e vi que pintou um clima na sala, mesmo não entendendo dessas coisas direito.

– Enfim, me desculpe por qualquer incomodo, Júlia. E também obrigado por tudo, por receber bem meu abraço, e acima de tudo conseguir me aturar. - ele riu com essa afirmação mesmo estando corado.

– Que nada, eu quem agradeço por dar atenção a este ser. - mexi a mão sobre meu corpo.

– Está louca? Você é linda, e pessoas malucas são legais, assim como você. - corei fortemente, como de praxe. Perto dele corava tanto que estava parecendo que tomei bronzeado forte. Eu estava achando que ele também sentia o mesmo por mim, além de amizade, mas esse pensamento era estúpido visto que era eu, Júlia Chase Alexandra.

Então, ele chegou mais perto para vermos o filme, e finalmente ouvimos a porta bater anunciando a chegada de minha avó.

FlashBack Off:

Triim, triim, o celular toca e me leva de volta á vida.

Pego meu antigo celular Nokia 5000 que com muito custo consegui ir até a cidade ao lado e comprar, e vejo que na chamada era Gary. Eu tinha dado meu número a ele ontem, e ele o meu. Anotei na agenda para que sempre que quisermos nos ver teria como.

Ligação On:

– Júlia?

– Sim sou eu, Gary.

– Estava pensando, não quer ir dar uma volta? Posso te encontrar na sua casa.

– Porque não? Pode vir.

Ligação Off:

Mesmo tentando não parecer animada no telefone, meu corpo todo queria saltar 100 vezes de empolgação. Era um Sábado de manhã, as 10 horas da manhã e minha avó estava na horta colhendo verduras para fazer o almoço, que mal teria uma caminhada com Gary?

Decidi vestir algo apresentável, então fui ao meu pequeno armário no canto do quarto, e vesti um short jeans surrado que ia um pouco acima do joelho, e peguei uma regata branca típica de verão. Vesti uma sapatilha vermelha que tinha uma estampa de um morango, e deixei meus cabelos ruivos presos num cóque.

Mesmo não sendo o tipo de garota que se acha, meu cabelo ficou bonito com a luz do sol da manhã refletindo nele deixando uma coloração de fogo. Após algum tempo, ouço a porta bater em casa, e desço as escadas.

Quando abro a porta, meu coração salta 100 vezes novamente. Gary estava com os cabelos rebeldes como sempre, seus olhos pretos brilhando refletindo o sol da manhã. Com uma camiseta verde de manga, e um short que ia até o joelho de jeans preto ele estava simplesmente demais. Usava um colar escrito Gary de prata. Usava também um tênis branco de caminhada.

Ele olhou para mim de cima abaixo, e fez um O com a boca. Corei na mesma hora que ele, quando ele também percebeu que fiz o mesmo olhando para sua cara.

– Está linda, Chase. - ele disse soltando uma risada.

– Você também está bonito, e como sabe meu sobrenome? - indaguei soltando um risinho.

– Eu sei de muitas coisas, Júlia Chase Alexandra. - ele riu mais uma vez.

Cheguei perto dele e dei um soquinho amigável em seu ombro.

– E qual o seu? Tenho direito de saber! - fingi irritação fazendo um biquinho.

– Prazer, Gary Jackson Ugliano.

– Ok, então vamos Jackson. - disse isso e soltei uma risadinha.

– Desde quando nos chamamos por sobrenomes? Não estou gostando nada disso! - ele riu mais uma vez expondo seus perfeitos e brancos dentes. Como ele era uma pessoa que não tinha namorada?

– Você quem começou, e vamos andando logo! - disse e parei um pouco. - Antes tenho que falar com minha vó.

– Não se preocupe, já fiz isso. - ele disse e apenas assenti, queria sair o mais rápido dali e ficar perto de Gary a sós.

– Sabe, posso fazer uma observação? - ele falou um pouco corado.

– Eu sei, você vai falar o quanto estou feia e ridícula nesta roupa, não é? - completei dando um riso o que aliviou ele um pouco.

– Sim, mas ao contrário disso. - ele corou de novo, parecia um pimentão e sorri de canto.

– Pare de ser mentiroso Gary! - deu um soquinho amigável nele mais uma vez, e ele fingiu dor fazendo biquinho.

Seguimos o caminho conversando coisas banais, como sobre a nossa vida, os nossos pais, e descobri várias coisas interessantes dele.

Gary Jackson Ugliano, é um garoto que nasceu em Nova York mas se mudou quando sua mãe Giovanna morreu de infarto no coração. Seu pai, Túlio Martins, fugiu quando soube que ele nasceu e era filho dele. Sua mãe o criou num apartamento nada luxuoso, numa área pobre da cidade.

Também contei minha história toda para ele, Júlia Chase Alexandra, nasci em Los Angeles e minha mãe morreu uns 2 anos depois de mim nascer, e quando tentei saber das coisas, minha avó não quis falar. Meu pai, Hugo Torret, morreu antes de mim nascer, em um acidente de caminhão. Minha avó cuida de mim desde então, nesta pequena floresta e nesta pequena casa.

Sem nem perceber, chegamos ao nosso destino. Após passar algum tempo numa trilha feita de folhas secas mortas que caíram das árvores ao lado, numa mata fechada, chegamos a um grande espaço aberto que era perto de um penhasco de uma colina. Olhei para o local com a boca aberta, e Gary me observava com feições divertidas no rosto.

– Nem preciso observar que você gostou, não é? - disse ele me tirando do devaneio.

– Mas, esse lugar é lindo. Como nunca soube dele antes? - indaguei.

– É porque você não explora bem as coisas, Júlia. Pode ter certeza, que a partir de agora irei apresentar a você lugares incríveis, este é só o começo. - ele estendeu sua mão para mim pegá-la e fiquei feito boba corada e olhando para ela, quando após algum tempo caio para a realidade e pego a mão de Gary, que solta um sorriso tímido.

Fomos para bem perto do penhasco, numa colina e deitamos lá vendo o sol que semicerrava minha visão, e de vez em quando discretamente olhava para Gary e seus lindos cabelos e feições lindas. Numa hora, vi que ele estava observando meu cabelo com efeito de fogo.


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