Um Romance Impossível escrita por TalesFernandes


Capítulo 1
Capítulo 1




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Em uma casa não muito distante da cidade, vivia uma pequena menina chamada Júlia. Ela morava com sua avó em uma floresta fechada no meio da mata, mas a cidade GertynTown ficava a poucos dias dali.

Avó de Júlia, que se chamava Nastácia, vivia de plantar os alimentos para alimentar a sua neta, que após a morte da mãe de Júlia, Alexandra, ela quem ficou encarregada de cuidar de tudo por ali.

A casa que eles moravam era uma típica casa daqueles filmes americanos, com uma varanda na frente e a casa cor beje. A única diferença, é pelo fato da casa estar rodeada de vinhas e trepadeiras. Elas nunca passavam fome, pois a plantação era grande e só sustentavam elas duas.

Júlia é uma menina comum, com seus 13 anos, vive alegremente com sua avó na floresta. O que ela não sabe, é que isto não é apenas uma simples floresta. Nela, esconde segredos que nem mesmo as mentes complexas dos seres humanos normais pode compreender isso.

Júlia Point of View:

- Listas de materiais para a reforma. - Estendi a caneta para minha avó sentada ao lado oposto da nossa pequena mesinha de jantar. - Madeira, Vidro, Tinta Rosa e Pregos.

- Mas Júlia, não acho que temos dinheiro o suficiente. - Observou minha avó olhando para o papel.

- Não se preocupe quanto a isso, vó. Tenho minhas ecônomias e meu quarto está precisando de uma reforma urgênte. - Observei olhando firme para seus olhos cor de café da minha avó.

- E onde você conseguiu essas ecônomias, mocinha? - O ar de surpresa da minha avó era vidente.

- Desde que eu era pequena minha mãe me dava dinheiro de mês em mês, antes dela ser.. presa. - Essas palavras ainda desciam como uma navalha.

Minha avó por incrível que pareça não disse nada, apenas continuou dando uma rápida analisada na lista. Ela se levantou da cadeira quando o bule de chá apitou lá na cozinha.

&&&&&&&&

- Muito bem, está ficando ótimo. - Observei vendo minha avó terminando a reforma do meu quarto após alguns dias. - Agora só falta pintar os ladrilhos do chão e pronto.

- A tinta vai dar? Não estou vendo muita. - Observou ela.

- Não se preocupe vó, eu contei tudo e nada poderá faltar. Meus 500 reais foram gastos bem.

- Ainda acho muito estranho você ter 500 reais no bolso Júlia! - Ela olhou para mim com seus olhos cor de café brilhando de dúvida. - Mas enfim, não posso discutir. Vamos logo com isso.

Deu para perceber o esforço que minha avó havia fazendo desde que começamos a reforma, e finalmente me propus para terminar o serviço. Ela tentou protestar, mas suas costas estralaram atrás e ela apenas saiu do quarto reclamando de dor.

Não sou uma das melhores pintoras, mas tinha que reconhecer que estava fazendo um trabalho bem feito. Deixando respingar apenas algumas gotas rosas do ladrilho, consegui terminar tudo em menos de 30 minutos.

Estava parecendo uma escultura de tanta tinta rosa espalhada por minha roupa, mas antes de tomar banho peguei algumas luvas e levei todo o material para fora de casa. Aquilo me custou caro, e um dia talvez possa vir a servir aquela sobra de material.

- Terminou? - Minha avó estava preparando café quando me viu entrando de novo na casa toda suja de rosa.

- Sim avó, obrigado pela ajuda. E ficou lindo! - Dei um pulinho de excitação.

- Tudo bem, agora tome um pouco de café, e também tem alguns pães novinhos na mesa. - Ela disse isso e saiu da cozinha subindo as escadas.

- Para onde vai avó? Não está com fome? - Observei.

- Terei de sair Júlia.

- Para onde vó?

- Espere eu me arrumar que lhe falarei, ok? - Suas velhas costas protestando enquanto subias aquelas duras escadas.

Eu realmente precisava de um banho, mas a minha fome era tanta que quando meu estômago viu aqueles pães novinhos que acabaram de sair do forno, ele deu um 360° na minha barriga.

Comi 3 pães com ferocidade, e nem reparei quando meu estômago estava doendo por causa da grande quantidade que comi de uma só vez.

- Vai se engasgar Júlia. - Pulei da cadeira de susto, odiava quando minha avó chegava de fininho nos locais em que eu estava.

- Como consegue ser tão silenciosa? - observei mais uma vez olhando para trás de mim.

- Não sou silenciosa, apenas não faço barulho. - Ela disse isso e depois foi para mais adentro da cozinha e voltou com uma rosa.

Minha avó estava mais linda que o normal, com um vestido preto que ia até os joelhos, e sua cara com toneladas de maquiagem. Seus lábios com batom laranja, e seus cabelos louros presos num cóque arranjado com algumas buchinhas.

- Aonde vai vó? - Observei mas a resposta era óbvia.

- Vou para um encontro, filha. - Ela disse isso e se virou de vergonha como se esperasse que eu dasse um ataque de espelanca.

- Que bom vó, mas acho que está meio velha para se preocupar em arranjar alguém, não acha? - Observei. - Além do mais quem é que mora aqui perto?

- Um cara que encontrei enquanto plantava trigo, o nome dele é James. Ele tem um filho de sua idade, chamado Stevan.

Quando ela disse que um menino da minha idade morava aqui perto, meu coração deu um pulo. Não sei porque, mas até hoje eu nunca tinha sido amigo de ninguém, principalmente alguém do sexo oposto.

Não sei se é porque ela falou a palavra menino, mas na mesma hora me senti totalmente desarrumada toda suja de tinta, e meus cabelos ruivos que desciam pela minha cabeça todos bagunçados.

- Ele vai vir aqui também? - disse.

- Júlia, o menino vai ficar aqui com você até eu voltar. - ela disse.

Meu coração começou a bater mais rápido, e minhas pernas bambearam. Quase joguei fora os pães que comi.

- Como? - Disse pensando ouvir coisas.

- Olhe, eu sei que é difícil para você que nunca teve amigos, ainda mais ele sendo menino. - Ela pronunciou a palavra menino com cautela.

Sem falar nada, apenas levantei da cadeira e segui para o meu quarto.

- Aonde vai?

- Vou tomar banho vó, estou um lixo. - Disse tremendo.

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Dingdong, a campainha de casa bateu, e meu coração mais uma vez insistiu em dar um pulo.

Quem foi atender é minha avó, mas tomei a educação e iniciativa de ficar ao lado dela na porta. Estava checando minha aparência, camiseta branca, shorte jeans rasgado na ponta, e uma chinela cor vermelha. Meus cachos ruivos estavam soltos pelo meu cabelo, e meus olhos verdes estavam brilhando de empolgação.

Minha avó com passos lentos fora andando lentamente até a porta.

Quando a porta se abriu, a primeira coisa que observei foi um Senhor de idade com uma barba velha e branca vestindo um terno preto. Ele tinha feições cansadas, e várias espinhas no rosto.

Meu coração parou de repente, ao lado dele tinha um menino da minha altura, com o cabelo preto rebelde pela cabeça, e vestia uma camiseta azul e short jeans como o meu, mas esses iam até o joelho. Seus olhos pretos igual carvão olhou para mim brilhando, e ele parou nos meus olhos.

Quando percebi que me encarava, desviei o olhar e começei a corar fortemente. Ele se aproximou de mim, e vi ao lado minha avó acenando com a mão e fechando a porta atrás dele, deixando a gente sozinho.

O garoto, que tinha que admitir era lindo, chegou perto de mim e estendeu sua mão.

- Prazer, Gary.

- Prazer, Júlia. - Peguei sua mão tomando cuidado para não tremer, e ele viu minhas unhas pintadas de um branco bem claro.

Ele deu mais uma rápida olhada para mim, e respirou fundo, falando:

- Acho ruivo a melhor cor de cabelo. - Observou isso e corei fortemente. - Além do mais, seus olhos são lindos.

Nunca fui elogiada na vida, e pude perceber que estava com uma expressão boba e corada no rosto, pois ele soltou uma risadinha discreta.

- Quer ver um filme? - Disse mostrando uma pequena sala no canto com uma televisão de 20 polegadas.

- Sim claro. - Ele disse e tomou a dianteira.

O filme que vemos era um de romance, e por incrível que pareça ele era um garoto e adorava esses filmes. Nem prestei muita atenção, só ficava olhando para o outro sofá ao lado onde ele estava deitado.

Ele era um pouco tímido também no começo, mas depois demonstrou que era bem confortável na minha casa, o que me deixou feliz. Decidi que também não é preciso nervosismo, a final ele é apenas um garoto qualquer. Um que mecheu comigo.

- Calaboca Júlia - Disse e percebi que pensei alto demais, e Gary me olhou com seus olhos negros brilhando por causa do reflexo da TV.

- Oi? - Sua voz fina ao mesmo tempo grave fez meu estômago criar borboletas, e eu não sei o que estava sentindo. Quando estava perto dele meu coração batia mais rápido, não conseguia raciocinar, e parecia que tinha bichos voadores no meu estômago.

- Nada. - Disse após uma longa pausa e Gary apenas levantou do sofá e se colocou ao meu lado.

- Posso sentar aqui, Júlia? - ele disse e assenti com a cabeça, quando ele viu que eu admirava ele quase babando, nós dois coramos fortemente.

Voltei a assistir o filme, e vi que os créditos estava passando na TV.

- Quer ver outro? - Disse. - Você escolhe e vou preparar uma pipoca para nós dois. - Disse nós dois com certa cautela, mas ele apenas assentiu e pegou o controle numa mesinha de vidro ao lado.

E o resto da noite foi assim, vemos filme até 10 horas, quando minha avó chegou junto com o avô do Gary, Frederico, e sim ele me contou esse detalhe.


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