– Senhora Volturi, me concede a honra desta dança?

– Claro que sim senhor Volturi, tudo para o meu marido.

Eu disse e não pude deixar de sorrir, quem diria que eu, Isabella Swan, a garota simples de Forks, desastrada e abandonada duas vezes seria hoje Isabella Volturi, rainha dos vampiros. Era demais para acreditar e olha que eu vivo num mundo onde vampiros existem sendo eu mesma um deles. Mas o tempo passa, as pessoas mudam, eu mesma não sou mais aquela garotinha desastrada e ingênua, eu cresci, eu amadureci e aprendi com meus erros e meus acertos, aprendi com a vida que se ela te der limões, faça a melhor torta de limão imaginável, entre em um concurso gourmet e ainda ganhe um prêmio por isso. Faça o melhor que você puder com aquilo que a vida te der.

Temos que viver assim, o mundo não é um lugar fácil, se você der sorte e encontrar um amor, agarre-o e nunca mais o solte, se aparecer uma oportunidade abrace-a e aproveite, pois nunca se sabe o dia de amanhã, qualquer chance que tivermos de sermos felizes temos que aproveitar, porque talvez nunca mais teremos outra chance novamente.

Eu sempre aproveitei as chances que a vida me deu, eu sempre amei os amores que ela me ofereceu, mas eu sempre amei sozinha, lutei sozinha. E quando eu achava que não havia mais esperanças a vida me presenteou novamente e eu conheci Aro, não tive mais que lutar sozinha, não amei sozinha, porque ele me amou de volta e nós lutamos juntos para construir uma relação saudável e cada dia melhor. Eu só tenho que agradecer por isso e hoje eu digo com todas as letras que eu sou muito feliz.

A pista de dança estava agitadíssima, o salão de festas estava belíssimo, todo decorado com vermelho e branco. Garçons carregando taças de sangue passam a cada 5 minutos, eu corri o mundo inteiro para conseguir tantas bolsas de sangue para não deixar os estoques do país em baixa. A cerimônia de coroação já passou, eu sou oficialmente uma rainha. E eu acho que nunca me acostumarei com isso.

Nunca vi um castelo tão animado, nunca vi as pessoas tão felizes, parece que meu sentimento era contagiante. O DJ está tocando música eletrônica agora e eu estou sentada na mesa observando meu pai tentando fazer o 'moonwalk', eu acho, sinceramente eu não faço ideia do que ele está fazendo.

– O que o meu velho amigo Santiago está tentando fazer?

Eu ri, Aro e eu tínhamos a mesma linha de pensamento, apesar de que todos aqui devem estar pensando a mesma coisa.

– Honestamente? Eu não faço a mínima ideia, mas estou muito contente por todos estarem tão felizes.

– E você meu amor, está feliz?

– Eu? Eu sou a pessoa mais feliz nesse ambiente.

– Que bom, fico satisfeito, você perde apenas para mim.

– Acho improvável, mas é melhor eu subi e trocar de roupa, já está amanhecendo e temos que partir. Já guardou minhas malas no carro?

– Sim, eu já guardei suas malas.

– Tudo bem então, já volto.

Dei-lhe um selinho e fui em direção as minhas irmãs que dançavam como nunca no meio do salão, junto com todos os meus amigos.

– Se divertindo?

– Bellinha! Demais, demais. Foi tão lindo. Tudo lindo e a festa está maravilhosa. – disse Helena.

– Pois é, olha ali, até os mestres e as rainhas estão dançando.

Serena disse e apontou o dedo em uma direção, onde se encontrava Caius e Marcus, Athenodora e Didyme, dançando agarradinho no ritmo da música.

– Ok, tá aí uma coisa que eu nunca pensei que iria ver em toda aminha vida. – eu disse.

– Então aproveitem porque eu vivo aqui há 2.000 anos e nunca vi eles dançando assim. – Jane falou.

– Nunca houve uma festa aqui antes? – Eu lhe perguntei.

– Sim já teve, mas bailes, eram outras épocas. Nós da guarda ainda frequentamos a cidade e vamos a boates, mas os reis nunca saem, nem sabia que eles dançavam.

– Bom então talvez devêssemos ter mais festas.

– Esse será seu primeiro dever como rainha, maninha?

– Não né Helena, deixe de besteira, meu primeiro dever será subir e me arrumar para a lua de mel. Vocês vão me ajudar?

– Mas você já vai? Tão cedo? Nãaao.

– Helena já amanheceu, você que está dançando há mais de 10 horas.

– Ainda não acredito que você vai viajar sem mim.

– E você queria ir junto na minha lua de mel?

– Argh! Não né, vamos logo pra você se arrumar.

Assim nós subimos em direção ao meu antigo quarto, onde eu deixei separada a roupa da viagem. Um vestido de seda vermelho, marcado na cintura. Troquei de roupa e me despedi das meninas:

– Andem me abracem, porque quando eu descer não teremos tempo de nos despedir apropriadamente.

– Ain Bella eu vou sentir saudades, aproveite bastante a viagem e volte logo para gente.

– Tudo bem, eu amo vocês, e antes mesmo que vocês percebam minha falta eu já estarei de volta.

– Tirem muitas fotos, aproveite bastante, pegou tudo? Não esqueceu de nada?

– Não S, está tudo pronto. Pode deixar que eu vou curtir bastante.

– Pegou os lingeries?

– Acho que eu tenho uma mala só para eles Helena.

– Ah, estão você está preparadíssima.

Nós rimos e nos abraçamos. E juntas, uma abraçada na outra nós descemos em direção ao salão de festas.

Todos já estavam reunidos para se despedir de mim e de Aro, abracei todo mundo e finalmente encontrei meus pais:

– Filha eu vou morrer de saudades.

– Você nem irá sentir minha falta mãe, antes mesmo do que você imagina eu estarei de volta.

– Filha muito juízo em?! Não quebrem nada por lá.

– Pai! Eu sempre tenho juízo e eu não tenho culpa se as paredes deste castelo são fracas e velhas. Mas não se preocupem, logo eu estarei de volta. Vou sentir saudades de vocês.

Okey, as paredes não são fracas, mas é que elas não suportam certas “brincadeiras”, as paredes do meu quarto foram quebradas e construídas umas três vezes. Como se não bastasse tudo isso, Aro e eu quebramos uma parede da torre central, a parede inteira, isso foi há quatro dias, mas não deu para arrumar porque todos estavam envolvidos com os preparativos do casamento e tínhamos um cronograma a seguir e se fugíssemos dele Helena ameaçava pedir a Alec usar seu poder em quem tentasse, então já viu que ninguém se manifestou a arrumar aquilo. E agora tem uma parede faltando na torre, dá para ver a quilômetros, alguém deve até pensar que atacaram o castelo ou algo assim e nós ganhamos fama, ou melhor eu ganhei fama de danada, porque os meninos da guarda sempre que acham uma coisa quebrada dizem que é porque eu fiz sexo ali, mas de Aro ninguém fala, ninguém o chama de danado ou coisa parecida, eu acho isso uma injustiça. Nunca mais eu brinco de pega-pega sempre acaba em desastre. Só espero que essa festa não dure uma semana, quando eu chegar não vou querer ter uma parede faltando no meu quarto.

– Félix vem cá.

Eu chamei o homem alto e musculoso que estava um pouquinho atrás dos meus pais, o peguei pela camisa e o levei para um canto.

– Que foi minha rainha Bellinha?

– Será que dá para vocês arrumarem a parede da torre antes de nós voltarmos?

– Claro Bella, mestre Aro já havia nos feito o mesmo pedido, a festa aqui deve durar mais uns dois dias, não se preocupe que antes de você voltar nós consertaremos.

– Obrigada Félix, de verdade.

– Não sei pra que você quer consertar, daqui a pouco tu vai quebrar de novo, mas fazer o que? Tem que obedecer a nova rainha.

Ele me deu um sorriso zombeteiro e eu dei um murro no seu ombro.

– Deixa de ser idiota Félix, cadê o respeito? Sou sua rainha agora.

– Eu sei, você é minha rainha Bellinha, mas não significa que eu não possa te zoar um pouco e você sabe que é apenas uma brincadeira nossa.

– Eu sei, vem cá me da um abraço, vou sentir saudades de você grandão.

– Eu também, volte logo para os seus súditos, todos estamos ansiando a volta de vocês. O castelo não será o mesmo até a volta dos meus reis.

Lancei-lhe um sorriso e segui meu caminho, Aro estava me esperando nas escadas, demos tchau para todos e caminhamos em direção a garagem. Quando eu ia entrando na garagem ele me parou. Olhei confusa para ele e perguntei:

– O que foi? Algo errado?

– Não, apenas você que está indo pelo caminho errado, nosso veiculo é aquele ali.

Eu olhei para onde ele apontou e tinha um jato de pequeno porte com um grande “V” gravado nos esperando.

– Nós vamos com o nosso avião? Por quê?

– Porque é muito mais prático, agora nós podemos ir pra onde nós quisermos, a hora que quisermos sem ter que enfrentar aeroportos, filas, hospedagem em hotel e todas essas coisas chatas, nosso tempo é muito curto para gastá-lo com besteiras. E também porque eu amo pilotar e não podia perder essa oportunidade.

– Como é que é? Você ama pilotar? Você que vai dirigir isso ai, comigo dentro?

– Sim amo, mas quase nunca eu tenho oportunidade, mas se você não quiser entrar comigo nós podemos ir para o aeroporto agora, eu irei entender. Eu arranjo outro jeito de pilotar, um dia quem sabe, daqui a dezenas de ano. – então ele fez a cara de cachorro pidão que Helena sempre faz e mesmo se eu quisesse não poderia dizer não para aquela carinha.

– Seu dramático, nunca imaginei isso de você, eu não estava com medo por você está pilotando ou algo do tipo, eu confio em você, só estava pensando em como vamos aproveitar se você estiver pilotando essa coisa. Não precisava fazer chantagem emocional.

Ele fez uma cara de ofendido e disse:

– Eu não estava fazendo chantagem nenhuma, não sei de onde você tirou isso.

Eu bufei.

– Arram sei, sabe você está parecendo a Helena, falando igualzinho a ela, fez até a ..., perai, tem dedo dela nessa história não é? Aposto que foi ela que te ensinou essa carinha, aquela pestinha, ela me paga.

– Eu não sei do que você está falando, agora relaxa, nós vamos aproveitar muito cada segundo da viagem, além do mais existe o piloto automático.

Ele disse e me agarrou pela cintura, segurou meu cabelo com força e me deu um beijo de tirar o fôlego, eu sei que ele estava me distraindo para não brigar com os dois por estarem tramando contra mim, mas isso não importa mais, ele é ótimo em me distrair e agora a única coisa que tem na minha cabeça é que eu estou em lua de mel, só me resta aproveitar bastante essa semana, brigaria com Helena quando eu voltasse. Agora só existia eu e Aro, nós dois juntos no ar.