Na Guerra e No Amor.... escrita por SmarshyOlita


Capítulo 2
Tentado Ser Otimista No Meio de Uma Guerra e Uma Doença...




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Acordar a luz fraca do sol e ao belo canto dos pássaros era uma das qualidades de morar em um campo aberto ao sul dos EUA... Mas hoje não tinha luz do sol, o céu estava nublado e canto dos pássaros estava desafinado, até parecia que o mal tempo e a natureza sabiam oque estava se passando...

Ontem à noite fora anunciado que a “Terceira Guerra Mundial” começara,uma rixa entre a Rússia e a França se expandiu pela Alemanha,Estados Unidos, logo foi parar no Japão e na Ásia, em seguida Brasil e África, até estarem todos os países um contra o outro, Motivo??? Política, economia, e como sempre, o dinheiro... ah ! o dinheiro investidos nos países, dinheiro sempre e uma coisa que dá brigas, hoje estamos numa guerra por falta de dinheiro, e no futuro, por causa da guerra, estaríamos mais sem dinheiro ainda...

Depois da noticia ser transmitida, logo em seguida, como se fosse obrigatório, todos os canais de TV e todos os jornais já estavam comentando sobre o alistamento, para que todos os homens entre 17 e 45 anos procurassem o exercito mais próximo de seu pais, e com a carta, ou mandato, de alistamento em mãos, e se alistassem.

E mais uma ótima noticia passou no radio pela manhã assim que acordei, “As famílias que não alistarem pelo menos um homem em seu nome, estas serão condenadas a prisão perpetua e a uma indenização de um milhão de dólares!”.

–Ah ! que ótimo, eu já temos bastante dinheiro mesmo!- eu disse para mim mesma.

Joguei as cobertas de lado e me levantei, pisei novamente naquele chão gelado de madeira velha, e parecia mesmo que tudo tinha o clima pesado, até o chão que já era gelado, agora era uma pedra de gelo que fazia barulho a cada passo.

Andei ate o corredor e, devagar, a abri uma fresta da porta do quarto do meu irmão, ele parecia bem mais pálido do que ontem a noite, ele tinha olhos semicerrados, tinha dificuldade em respirar e parecia lutar para se mexer, sim ele estava fraco.

Eu vendo meu irmão nesse estado, nem precisava dizer nada, bastava olha-lo e lágrimas automáticas brotavam em meus olhos.

Era difícil pra mim dizer que meu irmão, a única pessoa que realmente me amava na vida estava doente, ainda mais vindo da parte dele, Rafael sempre foi forte e saudável, bem mais do que eu, para falar a verdade, eu era aquilo que ele não era.

Rafael tinha mais experiências com coisas de moda, e me ajudava a arrumar meu cabelo sempre, ele tinha um jeito bem mais feminino que o meu, já cheguei a pensar que ele era gay, mas, no fim das contas ele arrumou uma noiva, que agora, com a guerra, deve estar presa na Alemanha, por ser uma americana, mas acho que ela não tinha culpa, só estava lá estudando e fazendo um curso extra para entrar na sua tão desejada faculdade... enquanto a mim, nunca liguei muito pra beleza ou qualquer tipo de moda eu gostava de ler o tempo todo, jogar vídeo game era um dos meus passatempos, lutar e mexer com armas, que era para ser tudo isso trabalho do Rafael, eu acabei me dando melhor que ele em tudo, enfim, tudo que eu tenho Rafael não tem e assim também ao contrario, ou, tudo Rafael é bom eu não sou e assim por diante....

A única coisa em que somos parecidos, e na própria aparência, eu tenho olhos azuis claro como crystal, ele também, tenho cabelos bem,mas bem preto, ele também....tenho cabelos longos, liso em cima e enrolados do pescoço para baixo, ele tem cabelos curtos e extremamente lisos....

Mas isso nem é importante, o importante é que eu e meu irmão temos um afeto muito grande, um pelo outro, ele cresceu cuidando de mim, já que nossos pais trabalhavam, ou melhor, trabalham sem parar, ele me ama e eu o amo, vivemos muitas coisas juntos, ele é a minha única família, não considero nem meus pais minha família, no meu mundo e somente eu e ele, e.... ah esquece, eu juro que tentei, não consigo explicar o amor que sinto pelo meu irmão!

Entrei silenciosamente no quarto dele, me dirigi a sua cama e sentei na ponta dela.

–Você está bem?- perguntei acariciando-lhe o rosto e lhe dando um olhar de preocupação.

–Não! – isso soou como uma facada no meu peito, sua voz estava fraca e rouca, isso me partiu ao meio, foi pior do que quando minha mãe, a mulher que nem me conhece direito, disse que eu não prestava para nada.

–Rafael você vai melhorar eu juro e tamb...-eu tentava ao menos ser otimista ao Maximo que podia.

–Julieta você ouviu as noticias?- ele me cortou,ah! Rafael e o seu jeito sábio, como alguém que já tinha um século de vida, de falar, era por isso que eu prestava atenção em cada detalhe seu e em cada palavra que saia de sua boca.

–Sim!

–Eu sou o único que posso representar não é?-ele disse, queria eu ter gritado com ele, batido o pé e ter dito um “NÃO” bem grande, mas nas condições que ele se encontrava ficava difícil para mim.

–Não Rafael, será que não basta ter que sofrer todos os dias com sua doença? Do jeito que você está, você ira morrer no primeiro “treinamento” que houver!- disse o “treinamento” bem forte para enfatizar o quão ele estava doente.

–Julieta eu sei, mas, eu vou morrer de qualquer jeito se ao menos pudesse parar de sofrer e morrer de uma vez indo para o exercito eu....- eu podia ver que ele estava aguardando a morte.

–Rafael não diga isso, você vai melhorar, eu sei que vai!-disse não prestando muita atenção à sua frase anterior e me chorando muito para não chorar.

–Julieta, por favor, vamos conversar sobre isso mais tarde quando papai estiver em casa, não estou muito bem, e não quero falar sobre isso!- ele disse calmo para a situação.

–Tudo bem! – disse tristonha de cabeça baixa.- quer alguma coisa?

–Não! Ainda não, se precisar eu chamarei! – ele disse voltando a dormir.

–ok ! –disse e sai de seu quarto sem fazer barulho para que pudesse dormir mais uma vez.

A cada passo meu eu transmitia tristeza, meu irmãzinho morrendo? Eu não podia deixar isso acontecer, tinha que ter outra saída, devia ter outra saída.

Fechei a porta de seu quarto atrás de mim e fui andando devagar, me escorando pelas paredes do corredor, desci as escadas e atravessei a cozinha correndo, abri a porta e corri a até a caixa do correio, como se fosse receber uma carta de uma faculdade famosa me dizendo se tinha passado ou não.

O abri a caixa de correio devagar, torcendo para que ela não estivesse lá, mas quando abri por completo, lá estava ela, intacta, cheirava à destruição, só de olha-la eu estremeci dos pés a cabeço de pavor, ao pegar senti um choque percorrer meu corpo, ali estava nosso futuro, ou pelo menos, mais tarde, o MEU futuro, ali estava ela e parecia chover sangue ao lê-la, ali estava o mandato de alistamento da família County...


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