Na Guerra e No Amor.... escrita por SmarshyOlita


Capítulo 3
Pai, a Carta de Alistamento Chegou!




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Levei a carta para dentro, analisei-a, abracei-a, chorei por cima dela e até cheirei, Não podia ser verdade, pelo menos eu não queria acreditar, o Alistamento chegará em nome da nossa família, e pelo que esta escrito nas regras, meu irmão, à beira da morte, e o único que pode representar nossa família na guerra!

Joguei a carta em cima da mesa da cozinha esperando que quando minha mãe chegasse, ou pai, pegasse-a e decidisse o futuro da nossa família, seja qual for, nenhum dos dois será bom.

Passei o dia deitada no sofá assistindo a TV que tínhamos, ela era pequena e sem cores, mas era a que minha família podia pagar, as vezes me levantava pegava um livro e ia para debaixo da arvore que fica ao lado da minha casa, uma linda macieira que já está aqui desde que eu tinha 3 anos, mas a maior parte do meu tempo eu passava olhando para a carta e indo observar meu irmão, que por acaso dormiu o dia todo.

Para me garantir que ele estava bem eu o acordava dando beijinhos em sua testa de uma em uma hora. Quando a noite invadiu céu, pude ouvir a porta da frente se abrir e as leve passadas dos meu pais entrando em casa.

–Rafael, acorde!- eu o chamei, passando minha mão levemente em volta de sua bochecha. –Mamãe e papai chegaram!

–Hm....-ele se espreguiçou de um jeito muito diferente, antigamente costumava abrir os braços de uma forma que cobria a parede do quarto inteiro, hoje ele somente moveu os cotovelos para trás e mal abriu a boca para bocejar, aquilo me partia o coração, cada vez mais e mais fraco.

–Você consegue descer? Ou quer jantar aqui?- perguntei.

–Hoje eu quero descer, faz tanto tempo que não vejo a cozinha, ou melhor, a casa, que já nem me lembro mais onde moro!- ele brincou com um sorriso demonstrando cansaço.- Mas vou precisar da cadeira de rodas!- ele continuou agora num tom de ironia.

–Tudo bem eu vou pegar para você.-eu disse indo em direção a sua cadeira de rodas que ficava perto de sua janela.

Ele quase não conseguiu se sentar sozinho em sua cadeira rodas, ele ate precisou de minha ajuda, oque antes ele faziam questão de evitar, e cada dia eu via ele ficar pior, cada vez mais, mesmo que ele fosse para a guerra, aonde arrumaria forças para sequer bater continência? Ele mal podia ficar em pé, isso se ele ainda conseguia ficar de pé.

Ajudei-o descer pela rampa do lado de fora da casa, ela dava na porta dos fundos perto da lavanderia, entramos e vimos minha mãe e meu, que ao notarem que meu irmão não estava nada bem, tiraram os sorrisos do rosto.

–Olá queridos! –disse mamãe vindo nós abraçar.- como está Rafael?- ela veio direto acariciar ele, e então desviou seu olhar para mim.- e você Julieta? – ela me olhou com seu famoso olhar de pena, meu olhou do jeito “Nossa, Rafael te deu muito trabalha? Ta sendo muito empregada? Coitadinha! Trabalha tanto”, tenho tanta raiva desses olhares da minha mãe, se ela soubesse não os faria jamais.

Meu pai me ignorou por completo, nem um “Oi Filha!” ou um “Tudo bem querida?”, ele conversou com Rafael, o máximo que ele podia falar, nos dirigimos todos a mesa para o jantar, e nosso cardápio??? Como sempre “Sopa de Frango” a única comida que eu acho que minha mãe fazia sem estragar.

–Alguma novidade?- perguntou meu pai, finalmente lembrando que eu existo.

–Err...Bem...E-Eu....-eu realmente não queria dizer sobre a carta de alistamento.

–Ora Julieta! Diga logo de uma vez menina!- ele disse aumentando o tom de voz.

–Mas e que eu....-tentava dizer, mas parecia que algo estava preso em minha garganta.

–Julieta ouça o seu pai!- disse minha mãe, ai que vontade que deu de dizer “Não se intrometa velha aparecida!”.

Não queria dizer, mas quando olhei para o meu irmão, ele me jogou um de seus famosos olhares, um olhar de “Por favor Julieta, Por mim, Oque houve?”, pude ate ouvir o tom calmo de sua voz soar em meus ouvidos, então me endireitei na cadeira e disse em uma voz firme:

–a Carta...a Carta de mandato para alistamento chegou!


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