POV Jade West

Acordei com uma dor de cabeça insuportável. Abro lentamente os olhos. Como eu vim parar há minha cama? Eu lembro-me de estar com a Cat, beber muito, sair do clube, eu vomitei e a partir de esse momento está tudo escuro para mim…O que se passou ontem depois que sai do clube? Porquê eu não me consigo lembrar de nada? Não entendo nada…Eu lembro-me perfeitamente que ontem vomitei, mas porquê não cheiro a vómito e estou a usar uma das camisas de Beck? E por falar em Beck, onde ele está quando eu mais preciso de ele? Voltei a fechar os olhos há espera que esta dor de cabeça passasse, mas duvido que ela passe. Ouvi a porta ser aberta e fechada, calculei que foi o Beck a entrar no nosso quarto. Logo senti o colchão ao meu lado afundar, o Beck deitou-se ao meu lado. Senti Beck acariciar a minha bochecha e logo a seguir suspirar. Abri os olhos e ele sorriu.
– Estás bem? – Perguntou e eu fiz que não com a cabeça.
– Minha cabeça dói. – Falei pondo a mão na cabeça.
– É normal…Tu nem imaginas o susto que me deste ontem. – Falou. Ele esteve preocupado comigo?
– O que se passou ontem? – Perguntei.
– Tu não te lembras de nada? – Perguntou.
– Eu lembro-me de algumas coisas, mas essas coisas não respondem a maior parte das minhas perguntas. – Falei.
– Então pergunta-me o que queres… - Falou e eu sorri de canto.
– Certo…Porquê eu assustei-te? – Perguntei.
– Bom, não sei se tu te lembras, mas ontem foste com a Cat a um clube qualquer e perto das 2.30 da manhã a Cat ligou-me a dizer que estáveis há entrada do clube e que tu estavas desmaiada. – Falou calmamente.
– E por quê eu desmaiei? – Perguntei confusa.
– Pelo que a Cat disse tu bebeste muito, até ficares completamente bêbeda e não te aguentares em pé e ela decidiu levar-te embora, mas há entrada do clube tu desmaiaste e a Cat desesperada ligou-me para eu ajudar-vos. – Respondeu. Eu bebi demais? Há muito tempo que isso não acontece…
– E tu fostes ajudar a Cat, e depois o que fizeste comigo desmaiada? – Perguntei.
– Como eu não sabia o que podia ser, levei-te para o hospital, lá eles disseram-me que estavas em coma alcoólico e que precisavam de fazer uma desintoxicação no teu organismo porque tinhas muito álcool. – Falou, foi mais grave do que eu pensava.
– E quanto tempo estive no hospital? – Perguntei e ele deu de ombros.
– Umas duas ou três horas. – Falou pensativo.
– E esse tempo todo estiveste comigo no hospital? – Perguntei e ele fez que sim.
– O tempo todo. – Respondeu e eu sorri. Ele se preocupa comigo.
– E quando eu sai do hospital, eu estava desmaiada, não? – Perguntei e ele sorriu.
– Sim, tu estavas desmaiada. Eles disseram que se quisesse podia deixar-te no hospital, ou podia levar-te para casa. Eu escolhi levar-te para casa e por isso estas aqui. – Respondeu. Okay, mas isto não explica o fato de eu estar a usar uma camisa dele e não cheirar a vómito.
– E quando chegamos a casa o que tu fizeste? – Perguntei.
– Eu dei-te um banho porque, sem ofensa, cheiravas muito a vómito. – Respondeu fazendo careta…Espera! Ele deu-me um banho! Não acredito!
– Tu destes-me um banho? – Perguntei hesitante e ele riu.
– Sim, algum problema? – Perguntou confuso.
– Não…Claro que não… - Respondi. Não acredito! Ele viu-me nua…
– Eu tenho a certeza que não te dei permisso para me dares um banho…Por isso a quem pediste permisso idiota? – Perguntei.
– Eu não preciso pedir permisso a ninguém…Que eu saiba, eu vivo em um país livre. – Respondeu.
– Sim, mas tu não tinhas o direito de me ver nua! – Reclamei e ele riu.
– Então esse é o problema? Estás zangada comigo porque te vi nua? – Perguntou rindo. Que estúpido!
– Não é esse o problema idiota! Só que eu não te tinha dado permisso para fazeres isso. – Menti, como ele conseguiu perceber?
– Não te preocupes por isso…Não foste a primeira garota que vi nua. – Falou e eu me senti desapontada com isso.
– Tenho a certeza de isso. – Respondi. – Que horas são? – Perguntei suspirando.
– Agora mesmo são 16.27. – Respondeu olhando para o relógio.
– Eu devia estar na empresa há 7 horas atrás. – Falei e ele riu.
– Também sei de isso. O teu pai telefonou-me e eu contei-lhe tudo o que se passou. – Respondeu. Ele deve estar zangado comigo.
– Preciso de algum remédio. – Murmurei e Beck levantou-se indo até ao banheiro e depois saindo de lá com um remédio.
– Toma. – Falou sentando-se ao meu lado na cama e dando-me o remédio e depois entregando-me o copo de água que estava na mesinha ao lado da cama. Tomei o remédio e fiquei a encará-lo e ele fazia o mesmo.

POV Beck Oliver

Eu e a Jade já nos estávamos a encarar alguns minutos. Ela está a olhar-me com uma expressão indecifrável e eu só posso imaginar as coisas que estão a passar-lhe pela cabeça agora. Ontem ela assustou-me muito. Quando cheguei até ao tal clube, encontrei-a inconsciente no chão com a Cat ao seu lado a chorar totalmente desesperada. A Cat contou-me que a Jade bebeu demais e eu logo imaginei que ela estava em coma alcoólico. Mandei a Cat para casa em um táxi e levei a Jade para o hospital. Lá eles confirmaram a minha suposição e fizeram uma desintoxicação porque ela tinha demais álcool no organismo e se não fizessem nada ela poderia morrer. Depois de isso eu levei-a para casa. Ela tinha um joelho arranhado e cheio de sangue, isso foi de quando ela caiu há entrada do clube, e eu decidi dar-lhe um banho, mesmo sabendo que ela poderia acabar ficando zangada comigo.
– Estas melhor? – Perguntei referindo-me ao remédio que lhe dei.
– Um pouco. – Respondeu suspirando.
– Queres fazer alguma coisa? – Perguntei e ela deu de ombros indiferente.
– Não sei…Provavelmente quero tomar um banho. – Respondeu.
– O banheiro é todo teu. – Falei e ela riu.
– Okay, vou tomar um banho…Já volto. – Falou levantando-se, mas ela isso não lhe saiu muito bem. Ela perdeu o equilíbrio e caiu em cima de mim. Ela virou a cara e encarou-me de uma maneira estanha. Lentamente, muito lentamente ela foi aproximando a sua cara da minha. Senti o seu coração bater muito acelerado, igual ao meu. Ela juntos os nossos lábios lentamente em um beijo calmo e romântico. A sua língua pediu passagem que eu rapidamente concedi. As nossas línguas começaram a luta pelo domínio enquanto Jade me deitava na cama. O que está na cabeça dessa garota? Quando a falta de ar veio, Jade quebrou o beijo mas manteve as nossas testas juntas enquanto tentava fazer a sua respiração regular. Jade tinha as duas mãos nos meus ombros, enquanto uma das minhas mãos estava pousada na sua coxa e a outra estava nas suas costas. Ela sorriu para mim e voltou a beijar-me, mas desta vez foi um beijo cheio de desejo e luxúria e eu nem sequer queria pensar o que poderia acontecer se assim continuássemos.