"Run, live to fly, fly to live, do or die, won't you. Run, live to fly, fly to live, aces high. — Iron Maiden, Aces High"

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Enfim a minha armadura estava pronta, só esperando para ser testada. Eu montei ela sozinha, meu pai me ajudou apenas com a fiação e o reator, ele estava muito orgulhoso de mim e do meu trabalho.

Acordei com o celular tocando Shoot To Thrill e eu resmunguei com o barulho repentino.

— Bom dia, senhorita Stark — Eu ouvi a voz com sotaque britânico de J.A.R.V.I.S ecoar pelo quarto.

— Bom dia, J.A.R.V.I.S.

— A senhorita Potts já saiu e lhe desejou um bom dia e o seu pai saiu e disse para você esperar ele para testarem a armadura.

— Ah sim, obrigada, J.A.R.V.I.S — Eu disse enquanto me levantava e me dirigia para o banheiro.

— Disponha, senhorita Stark.

Tomei um banho frio para acordar e cantei no chuveiro como sempre. Terminado o banho, me enrolei em um roupão e fui para o closet. Escolhi uma blusa da manga curta com o desenho da Mark VIII, short e all star de cano alto, penteei os meus cachos escuros e os prendi em um coque.

— J.A.R.V.I.S?

— Sim, senhorita Stark?

— Quero que coloque uma música para tocar, bem alto, tão alto que possa acordar os vizinhos, rachar as paredes e quebrar janelas.

— Qual música?

— Where We Wanna Be.

— É para já.

A música começou a tocar, bem alto como pedi, e eu comecei a cantar o mais alto que conseguia.

— The Sun is shining on the sea today, you're living your life, the easy way, you left behind the world again — Me remexi conforme a batida e continuei cantando. — So be a tourist, hear the call and you've been saving your money, you can spend it all and you can come away with me today — O refrão começou e eu me empolguei. — Free from all you're meant to be, come on baby, jump right in, cause tonight we can be right here, where we wanna be — Continuei cantando a plenos pulmões. A música terminou e eu desabei na minha poltrona para recuperar o fôlego.

Quando me senti melhor, fui tomar café da manhã. Fiz uns waffles de chocolate, tostei uns bacons e fiz um suco de laranja para acompanhar. Quando tudo estava pronto fui para a sala e liguei a TV, colocando rapidamente na HBO, a maratona de Game of Thrones iria começar e eu não poderia perder, afinal eu era uma Stark.

— Senhorita, Stark?

— Hm, que foi, J.A.R.V.I.S?

— O seu pai está subindo.

— Ok, obrigada por avisar.

— Disponha.

Meu pai entrou na sala, minutos depois, e me encontrou aos gritos.

— É ISSO AI ROBB, MANDA VER, MEU ORGULHO! — Eu gritava histericamente pois o meu segundo personagem favorito havia sido coroado Rei do Norte.

— Jesus, preciso chamar um exorcista para você?

— Oi pai — Falei com um sorriso. — Claro que não precisa, estou perfeitamente sã.

— Não parecia mas o que eu perdi? — Ele se sentou do meu lado e roubou um dos meus waffles.

— Robb Stark foi coroado Rei do Norte.

— Mentira! É ISSO ROBB, ORGULHE OS STARK — Meu pai berrou e eu revirei os olhos aos risos. Continuamos vendo a mini maratona e depois saímos para almoçar, ás 16hrs da tarde. Papai havia me levado ao seu restaurante italiano favorito.

— Pai, está todo mundo nos olhando — Falei entre uma garfada e outra de espaguete.

— Não ligue, logo você se acostuma, esse é o preço de ser uma Stark.

Resolvi seguir o conselho do meu pai e ignorei os olhares que nos lançavam.

— Quando vamos testar a minha armadura?

— Logo que chegarmos em casa.

Eu sorri animada e tratei de terminar o meu prato de espaguete. Quando chegamos em casa fomos direto para o laboratório. A minha gracinha, batizada de Star I, estava parada perto da Mark VII. Eu vesti uma roupa especial para eu não me machucar e os braços mecânicos do meu pai vestiram a armadura em mim. Meu pai vestiu a armadura dele e logo ele voou para longe.

— J.A.R.V.I.S?

— Sim, senhorita Stark?

— Você vai me avisar se algo estiver errado ou se eu for cair, não é?

— É claro.

— Valeu — Eu dei impulso e voei também. A sensação era incrível, minha armadura era perfeita e funcionava. Eu levei duas semanas para projetar ela nos mínimos detalhes e mais quatro para montar ela; suas cores eram vermelho com detalhes dourados e é claro, ela tinha contornos femininos. Com um pouco de dificuldade eu consegui fazer com que J.A.R.V.I.S funcionasse nela também e não só nas armaduras do meu pai.

— Pirralha? — Eu ouvi a voz do meu pai na minha máscara. Ele havia parado e eu estava na sua frente, estávamos em um local meio isolado.

— Que foi, lata velha?

— Me dê o seu melhor tiro — Ele me provocou e eu ri. Levantei as mãos e atirei na sua direção, por pouco eu não acertei ele. Meu pai deu um giro e atirou contra mim, eu dei uma pirueta e revidei o tiro. — Nada mal, pirralha, nada mal mesmo — Ele disse e eu sorri.

— Vamos continuar o treino — Eu disse. Treinamos tudo, desde tiros a esquivar de bombas.

— Pirralha eu devo admitir que você mandou muito bem, isso prova que você é minha filha mesmo — Papai disse antes de voarmos de volta para a Torre Stark. Já havia anoitecido e o céu estava pontilhado de estrelas diminutas e muito brilhantes, Pepper já nos esperava. Eu e papai pousamos no deck do laboratório e tiramos nossas armaduras. Star I, segundo o meu pai, havia merecido ganhar o seu lugar no meio das armaduras dele.

— Oi, Pepper — Falei com um sorriso enquanto a abraçava.

— Oi docinho, como passou o dia?

— Muito bem, papai e eu testamos a minha armadura.

— Sério? E como foi, a Star I funcionou direitinho?

— Sim, eu quase acertei o papai.

— Não se acostume com isso, pirralha, foi só desta vez — Meu pai resmungou enquanto roubava um selinho de Pepper.

— Tony, deixe ser resmungão — Pepper lhe deu um tapinha no braço. — Não ligue para ele, meu bem, ele não quer admitir que agora tem uma parceira.

— Parceira?

— Sim, a garota de ferro.