Isso não tem nada Cancerígeno! escrita por Docinho Malvado


Capítulo 3
Coisas de menina


Notas iniciais do capítulo

Oie! Õ/



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Digamos que eu tinha uma vida relativamente normal até os dez anos. Eu ia à escola, tinha um bom relacionamento com meus pais e todas essas coisas.

Eu tinha basicamente três amigas na escola... Minhas melhores amigas desde que me lembro. Bean Jeff, Ted Hutler e Charlie Duchannes.

Bean e Ted me esqueceram quando souberam da minha doença, tipo, nosso grupo meio que se dissipou quando eu saí da escola para o tratamento (maldito tratamento).

A primeira a se “esquecer” da amiga morrendo foi Bean (maldita Bean), que logo virou líder de torcida e começou a andar com a galera popular. Segundo Charlie, a menina está irreconhecível, Bean agora está com os cabelos loiros cumpridos e sempre soltos, anda com saias dois números menores e aposentou os óculos e o aparelho que usou até onde me lembro.

A segunda a “abandonar” tudo foi Ted. Ela não abandonou a gente literalmente, ela só meio que entrou num luto precoce. Charlie me disse que ela não aguentava me ver daquele jeito, que estava fazendo mal para ela ficar perto de mim e de Charlie. Eu não a culpo. Andar com Charlie só a fazia lembra-se da amiga morrendo e da “amiga” que agora passava por ela fingindo que nunca a conheceu. Ted mudou de escola e de cidade.

Charlie é a única que continua comigo até agora. Ela sempre ia me ver no hospital durante o meu tratamento. Ela realmente me alegrava muito. Ficava fazendo piadas de tudo e de todos, dela mesma e até de mim. Ela não era falsa, ela era a única que me tratava como se eu não estivesse doente e quando eu estava com ela eu realmente me sentia uma garota normal de novo.

Um detalhe que realmente vale ser ressaltado: Ela nunca me olhou com aquela cara de pena que vocês devem ter imaginado!

Charlie ia me visitar toda sexta-feira e no sábado a tarde também. Nós ficávamos sempre tagarelando sobre fofocas da escola, coisas que estavam acontecendo, quem ficou gato e quem não ficou dos meninos que nós conhecíamos nas primeiras séries, conversávamos sobre coisas de meninas normais e tal. Eu realmente me iluminava com a companhia dela.

Charlie foi à única que realmente me apoiou quando eu comuniquei minha decisão de parar o tratamento. Meus pais fingiram que estavam apoiando a minha decisão, mas eu sabia que estava os ferindo como nunca feri ninguém na vida.

Minha mãe se afastou de mim o máximo que pode. Sabe o lance da Ted com o “luto precoce” e tal, então, foi mais ou menos assim. Só que em vez de se mudar de casa e de cidade, ela se afundava em trabalho e só vinha para casa dormir. Ela evitava o máximo me ver. Eu não podia culpa-la, esse foi o jeito que ela achou de amenizar a dor e se preparar para quando eu partisse dessa para melhor. Realmente deve ser uma droga ter uma filha que vai bater as botas em breve.

Meu pai tinha arrumado um jeito diferente de lhe dar com a dor. Ele simplesmente estava agindo como um pai normal de uma adolescente normal e eu estava amando isso.


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Notas finais do capítulo

Fiquei super feliz com os comentários do capítulo anterior! *-*
Reviews?
XoXo



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