Together escrita por Max


Capítulo 9
Capítulo 9 - Pseudos


Notas iniciais do capítulo

Olá meu bem? Como vai?
Ajeite-se nessa cadeira.
Curta a história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/485381/chapter/9

Peguei minha bolsa e encontrei Pedro no corredor.
– Mãe, estamos saindo.
– Saindo? Os dois? - Babi enxugou as mãos. - Sentem.
Eu fiquei com um pouco de medo, não medo, vergonha. Me sentei, minhas mãos delizaram e ficaram entrelaçadas em cima das minhas pernas.
Pedro sentou no meu lado, um dos pés totalmente tocando o chão.
– Alguma coisa pra me dizer?
– Vamos comprar um celular novo.
– 'Vamos'? - Babi se sentou, me olhou e levantou as sobrancelhas.
Aquela áurea de desconforto e vergonha devia ser de família, encarei Pedro, Babi seguiu meu movimento.
– Eu quebrei o celular dela.
– Me conte mais. - Babi se virou pra pegar a bolsa.
– Eu deixei cair da minha cama.
– O que o celular estava fazendo na sua cama?
– Estávamos fazendo trabalho.
– Sei. - Babi olhou pra mim e deu uma daquelas piscadas de mãe que sabe de tudo. - Então não voltem tarde.
Eu tive vontade de beliscá-lo e dizer o quanto ele era burro. Não fiz isso.
Ela me entregou um cartão de crédito, não entendi também, mas aceitei.
No shopping, compramos meu celular e depois comemos sorvete com marshmallow. Era muito bom.
Tiramos até algumas fotos em uma cabine fotográfica.
Sentados em uma mesa qualquer na praça de alimentação ele chegou ao pé do meu ouvido,
– O que você acha?
– O que?
– Que eles estão pensando?
Olhei em volta.
– Que somos namorados?
– E somos namorados?
– Não somos namorados.
– Quer ser minha pseudo-namorada?
– Pseudo?
– Eles vão pensar que somos namorados, mas não somos.
– Tudo bem, eu quero ser sua pseudo-namorada.
Sorri. - Existe pseudo-beijo?
– Não sei disso.
– Então acho que não posso te beijar.
– Não custa tentar.
Ele chegou mais perto, bem perto. Fechei os olhos, ele fechou também, senti isso.
– Você vai querer lembrar disso?
– Eu posso dizer que fiquei bêbada com coca-cola diet?
Ele riu. - Não pode.
– Vou fazer mesmo assim. - sussurrei e encerrei a distância. Ele colocou a mão entre meus cabelos, puxei ele pela camisa.


[21h34m]
Chegamos em casa e eu gritei um 'chegamos', liguei a luz da sala. A combinação de pais de duas pessoas diferentes bebendo vinho e comendo queijo não era exatamente o que eu achei que encontraria. Eles nos saudaram levantando as taças.
– Você demorou. - papai veio até mim, depois deu dois tapinhas no ombro do Pedro.
– Uh! Pai, isso é constrangedor. - me virei pra ele. - Não deveria fazer isso.
– Tudo bem, desculpe. - ele sorriu. - Tenho um presente pra você.
– Roupas? Livros? - suspirei. - Meias? De novo?
– Um transporte.
– Eu não ando de bicicleta. - apontei o indicador pra ele.
– Não é uma bicicleta.
– Nem patins, nem patinete? Jura?
– Eu juro.
– Vou confiar em você.
Andei mega ansiosa até lá fora.
O Kia Sorento preto do Pedro estava na garagem. Me virei para eles. - Ok, é muito legal me fazer de boba, agora eu preciso mesmo saber que raios é a surpresa.
– Não disse que estava na garagem, está atrás da casa.
Eu rodeei a mangueira e vi um carro com as traseira virada pra mim.
– É meu? - papai deslizou sua mão na minha.
– As chaves estão na sua mão.
Corri até minha nova máquina, me joguei delicadamente sobre o capô e o 'abracei'.
– Um carro! Meu carrinho. - pra ser mais específica, um Fiat Punto 2014 branco.
– Como se sente?
– Atrasada. - digo. - Já estava na hora.
Papai sorriu. - Sempre tão sincera.
– Você que fez. - me balancei de um lado pro outro. - Oh, meu Deus! Olha esses bancos.
– Acho que ela gostou. - Pedro abriu a boca.
– Olha só. - girei o chaveiro no meu dedo. - Que tal um racha?
Papai arregalou os olhos e eu ri.
– Brincadeirinha, papai.
Encostei minha cabeça no travesseiro, meus dedos foram rapidamente a boca. Como eu fui lerda. Eu o beijei, e é claro que isso não ía dar certo.
Mas foi tão irresistível. Eu estava mesmo gostando? Ou era algo falso? Será? Um pseudo-amor?
Na manhã seguinte eu estava mais disposta, o braço não doía tanto. Estava me sentindo forte e potente, sim potente.
Coloquei a melhor calça, o tênis sneaker e peguei minha mochila preferida. Até configurei uma nova playlist pra escutar a caminho da escola.
– Quem chegar primeiro? - Pedro perguntou.
Sorri, ele estava lindo, vestia uma jaqueta de couro e uma calça escura.
– O que pretende?
– Te levar pra contar estrelas.
– Mentiroso. - abri a porta.
– É, vou te levar pra comer mesmo, alguém já te disse que está magra demais?
– Você, muitas vezes.
– Certo, vai ou não?
– Se eu perder.
– Ta bom.
– Vou com minha calça de couro.
– Gosto dela.
– Mas você disse que minhas pernas ficam chamando atenção.
– Como eu disse, eu gosto.
Entrei no carro.
Escutar 30 Seconds To Mars no caminho da escola era uma sensação boa, eu gostava dessa sensação.
Virei a esquina, só mais um quarteirão pra chegar na escola. Estava na frente, mas então eu a vi.
Bruna estava de costas pra mim. Conversava com algum garoto que eu não me lembrava o nome, mas já tinha visto na escola.
Buzinei atrás dela, rapidamente se virou e abriu um sorriso enorme.
– Oi gatinha. - ele disse.
– Anna. - ela gritou.
– Oi amiga. - acenei dois dedos.
– Você tem um carro?
– E dignidade. - sorri olhando pra ela por cima dos óculos.
Ela revirou os olhos e se inclinou pra olhar por dentro do carro. - É semi novo?
– Agora é, já que ontem eu rodei à beça. - disse passando a mão pelo banco de couro branco. - Lindo né?
– Nem me chamou pra dar uma voltinha. - ela fez biquinho.
– Eu sinto muito, estava curtindo ser livre longe de gente chata. - soltei sorrindo e levantando os ombros.
– Você está tão engraçada.
– Eu sei, é sempre bom pensar pelo lado positivo depois de levar uma surra e não conseguir me levantar por algumas horas.
Ela sorriu. - Quem te deu?
– A surra ou o carro?
– O carro.
– Eu não sei. Agora se quiser saber da surra, eu também não sei.
Ela concordou com a cabeça. - Escola?
– Sim! Acho melhor eu me apressar, ou vou perder outra aposta. - coloquei os óculos e acelerei o carro.
Quando estacionei, Pedro já estava apoiado no carro, com aquele sorriso idiota. Cheguei perto dele.
– Eu perdi, então me leve em um bom restaurante.
– Sinto que perdeu de propósito.
– Você está enganado, só tinha que fazer uma coisa pra me sentir bem.
– Tipo perder? - revirei os olhos.
Ele me estendeu a mão, eu cedi e ele entrelaçou os nossos dedos.
Não tinha andando com ninguém assim antes na escola. Quer dizer, sim, a um tempo, mas era como se não tivesse. Eu não sentia borboletas no estômago, era mais algo borbulhando, no bom sentido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Alguém acha que a Anna ta desconfiando de algo?
E o beijo?
E as apostas?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Together" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.