Together escrita por Max


Capítulo 10
Capítulo 10 - Drunk in Love? No.


Notas iniciais do capítulo

Oi pra todo mundo, como vão?
Oh, sim! Por favor, se ajeite nesta cadeira e curta a história.



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Abri a porta do armário. Senti uma presença ao meu lado, a voz que seguiu me despertou. - Ei Anna.
– Prazer, como se chama?
– Para de falar assim comigo, sou sua melhor amiga.
– Você não é Bruna Andrade e eu não conheço você. - olhei pra ela.
– Por que está me tratando assim?
Respirei fundo. - Como soube que eu levei uma surra?
– Eu recebi uma mensagem.
– E o que ela dizia? 'Patroa, serviço feito'?
– Você acha... Oh! Não, eu não fiz aquilo. - ela disse colocando a mão na frente da boca.
– Não mesmo? Sério?
– Eu nunca te machucaria, Anna!
– Não? E como vou acreditar em você?
– Sou sua amiga!
– Deixa eu te contar um segredo, amiga. Eu fiquei duas horas impossibilitada de me mexer, porque algum babaca idiota mandou me darem uma surra por um motivo sem nexo.
– E por que pensou em mim?
– Eu cheguei até a suspeitar do Pedro, acredita? A pessoa que me ajudou.
– Então é por isso, acha que estou com ciúmes?
– E não está?
– Estou, mas não fiz isso. Eu tentei te proteger, só te afastei dele, é o seu coração.
– Você está saindo com um cara que eu estou gostando.
– Gosta dele?
– Não, droga! Eu estou confusa.
– Você saiu com ele, mesmo depois de eu ter dito que eu gostava dele.
– Moramos na mesma casa, eu vou esbarrar com ele até quando não quiser.
– Uma de nós vai ter que desistir.
– Desistir?
– Não! As duas! Deixe que ele escolha.
– Sem saber? Ele vai simplesmente escolher?
– Qual o problema?
– Espero que ele tenha uma bola de cristal.
– É justo.
– Você tá ficando maluca, pirada, louca. - fechei o armário. - Já tentou um psicólogo? Tem um ótimo, vou lembrar, como é que ele se chama... Oh! É o seu pai.
– Não tem graça.
– Você quer mandar em mim, Bruna. Eu sou uma pessoa, eu tenho um coração e vontades.
– Achei que com o papel você ía perceber que ele não é pra você.
Comecei a caminhar.
– Ele te contou? - ela apareceu do meu lado. - Que vamos sair amanhã?
Andei mais rápido. Oh, droga. Quis de todo coração que quando chamasse Pedro pra sair ele não recusasse dizendo que tinha outros planos.
– E quanto a você ainda ser uma cheerleader.
– Foda-se. - virei pra ela. - Não me importa, talvez depois eu encontre algo melhor, com companhias melhores.

[19:00]
Naquela noite saímos pra comer, um restaurante de frutos do mar. Perto do pier da cidade.
Era final de semana, então estava lotado e o parque funcionava a todo vapor.
Mas além de parecer o encontro perfeito eu tinha que ser compreensível em relação a mim e Bruna ou eu e Pedro.
– Acha que seu pai confia em mim? - ele disse pagando a conta.
Ri. - Eu acho que ele está te testando.
– Pensei a mesma coisa.
Me debrucei sobre a mesa. – Quer sair amanhã? - joguei a isca.
– Você gosta mesmo da minha companhia. - ele sorriu. - Desculpe, acho que não posso.
Meu coração bateu mais rápido, eu não sabia se estava surtando ou enlouquecendo. Se estava com raiva ou ciúmes.
– Bom, aproveite o resto da noite. - me levantei pegando minha bolsa.
– Não entendi. - ele se levantou depois.
– Procure nos seus compromissos.
– Eu que sou bipolar e é você que têm mais distúrbios do que eu.
– Você é bipolar?
– Não bipolar, mas algo parecido. Não é grave.
– Eu não sabia. - inclinei minha cabeça pro lado.
– Eu achei que essa era a hora que você dizia 'eu também'.
– Não, eu não sou bipolar, só guardo meus sentimentos dentro da minha boca.
– Talvez eu ache.
– Achar o que? - me virei com raiva.
No meio do restaurante, ele me puxou pelo braço e depois passou seus braços pelas minhas costas. Não demorou mais do que milésimos de segundos pra me beijar, não recuei, pelo contrário, algo me puxava com força pra ele, além dos braços fortes ao meu redor.
A música parou alguns segundos, os talheres caíram sobre os pratos e uma salva de palmas tomou o restaurante.
Não sei se posso descrever isso como mágico, mas foi supreendente. Quando me soltou eu já não queria mais ir embora, nunca mais.
– Precisamos conversar. - disse enquanto procurava ar.
Ele sorriu. - Sobre o que?
– Isso que você acabou de bagunçar, aqui dentro.
Depois disso, ele me levou para passear no pier.
Do lado de fora, próximo a praia e a rota de saída da cidade tinha um parque de diversões. Caminhamos por ele de mãos dadas, a sensação de algo borbulhando voltou, e diferente da outra vez eu não sabia se era bom.
– O que você vai fazer amanhã? - perguntei.
– Quer tanto assim sair comigo?
– Só responde, ta bom?
Ele me olhou nos olhos depois de franzir a testa. - Vou treinar.
– O que você treina?
– Muay thai.
– Você é lutador? Sério mesmo? - quase soltei uma gargalhada, isso nunca tinha passado pela minha cabeça.
Paramos na fila do algodão doce. - Você quer ir?
– Não convidou nenhuma garota pra ir?
– Eu nunca levo nenhuma, vou sozinho. - ao perceber o ponto de interrogação na minha cara ele sorriu. - É um perigo pra garotas, sabe quantos caras tem lá?
Eu sorri. - É mesmo?
– Sem esse sorriso, não vai ter caras pra você.
– Por que?
– Porque você tem a mim.
– Você é um cara?
– Não, meu nome é Paula.
– Eu não desconfiaria, sempre achei meninas espetaculares. - ele deixou o queixo cair. - Eu tô brincando.
– Você ainda fala coisas que me assustam. - corei e ele beijou meus lábios rapidamente.
– E ainda precisamos conversar.
– Pode começar.
– Você é esperto, então já deve ter percebido que gosto de você. - ele concordou e eu não pude segurar o sorriso. - Então ciúmes repentinos são aceitáveis, certo?
– Certo.
– Então posso fazer uma pergunta?
– Pode.
– Bruna disse que vocês iam sair amanhã.
– E você ficou com ciúmes, entendi.
– E também vi ela no seu colo no dia que eu levei a surra.
Ele suspirou. - Ela te entregou o papel?
– Entregou. - procurei dentro do bolso, ainda não tinha tirado de lá. - Está aqui.
– Leu atrás?
– Não. - virei o papel. - 'A'?
– Queria falar com você.
– Ainda não entendo.
– Sobre o que estamos conversando agora.
– Ela gosta de você, sabia?
Ele confirmou com a cabeça. - Ela estava me ajudando.
– E precisava se jogar em cima de você?
– Não, não precisava, por isso achei estranho.
– E então?
– Sobre isso, eu não quero namorar. E o problema não é você.
– Vai me dispensar, com o clássico 'não é você, sou eu'? - torci o nariz.
– O meu último namoro durou três anos.
– O meu durou duas horas, acredite, eu queria não ter dito 'aceito'.
Ele segurou minha mão com força. - Escute, ela se mudou e nem se despediu de mim, não sei se ainda gosto dela. E tenho quase certeza de que gosto mesmo de você, mas não sei se posso pisar em cima de três anos.
– Eu acho que não pode. - ele levantou a cabeça, olhou nos meus olhos. - Você não pode, Pedro. Você não quer pisar em cima disso, se você não quer, então não pode. E eu não estou te chamando de fraco ou coisa assim, é só que seu coração está em outro lugar ainda.
– Eu acho que entendo. Então, quer ser minha amiga?
Afirmei. - E se um dia achar que pode seguir em frente, bom, não demore muito, eu estarei aqui.
– Você é uma pessoa de ouro, Anna.
Deixei que ele me abraça-se. - Vá ao seu treino sozinho. - me levantei.
– Está com raiva?
– Não, só tenho que ir. Pensar.
– Tudo bem.
Caminhei até meu carro. O estacionamento estava deserto, o máximo de som que podia ouvir era meus tênis em poças minúsculas, a lâmpada que piscava e as árvores farfalhando uma com as outras.
– Gatinha, você demorou. - reconheci a voz, pois ela veio com vários flashs e dores que ressurgiram repentinamente.
Apertei a chave do carro na minha mão e desejei que não fossem as mesmas pessoas quando me virasse. Mas eram, os quatro.


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Notas finais do capítulo

E agora?
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