Together escrita por Max


Capítulo 29
Capítulo 29 - Procurando coisas especiais dentro de mim


Notas iniciais do capítulo

COME BACK HOME! NYAAAAAAH. :3


Superman (It's Not Easy) do Five For Fighting, conheci pelo cover do boyce.

Devo dizer que! Eu não tenho uma base de quantos capitulos ainda serão escritos, então, comecem a chorar, dói mais em mim do que em vocês.

Que saudades daquiiiii! Nyah me dando susto todos esses dias :c



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Ponto de vista: Pedro Prado

[Flashback on - corredor, espaço entre as duas portas de seus respectivos quartos. Dois anos atrás]

Ele observou enquanto a maluca arrastava o pé no carpete de veludo, formando uma linha de outra cor, levantando as fibras no sentido contrário.
– Temos uma linha bem aqui.
Ele estufou o peito. - Fico feliz.
– Espera, tem a melhor parte.
– É mesmo? - cruzou os braços em frente ao peito.
– Imagine que o seu lado é seu e o meu lado é meu, portanto, fique do seu lado.
– É a melhor parte, mas sabe qual é a pior?
– Qual?
– A parte que você diz que quer distância porque está se apaixonando por mim.
– O que? - ela gargalhou com um sarcasmo palpável.
– Peguei seu caderno outro dia, tinha um nome lindo nele 'Pedro Prado', cheio de coraçõeszinhos.
O rosto da magrela congelou, foi o bastante pra ele se divertir.
– Você fez o que?
– Eu não sabia o que podia encontrar.
Deslizou acima da linha e a encostou na porta.
– Você tem uma letra bonitinha.
Ela não respondeu. Continuou olhando-o nos olhos. Ele sentiu algo nela, afastou a sua franja, ela era bonita. Linda.
Ele recuoou.
– O que foi? - perguntou.
Ele engoliu a seco.
Deu mais um passo pra trás.
– Fique longe de mim e você não terá problemas.
Ela colocou as mãos no quadril. - Você já é um problema ambulante.
Ele sorriu, abriu a porta do quarto. Se retirou.

[Flashback off]

Beijei o topo da cabela dela enquanto entrávamos no carro.
Anna sorriu.

Ponto de vista: Anna Júlia

Naquela manhã eu havia colocado uma carta dentro da minha bolsa, eu queria ler todas de uma vez e acabar logo com todo o mistério, mas minha cabeça sempre parecia ser esmagada por marretas quando eu lembrava de algo, fosse uma frase, música ou cena inteira.

[Flashback on]

Bruna colocou as mãos nos ombros do Pedro.
– Que bobinho. - disse em um tom brincalhão.
Pedro sorriu pra ela, depois se virou para Anna.
– Você vai demorar?
Sendo puxada dos devaneios, Anna semicerrou os olhos.
– Não vai me matar no caminho?
– É, eu e os meninos pensamos nisso.
Por mais que ele estivesse brincando, ela sentiu a espinha arrepiar-se.
Balançou a cabeça negativamente e Pedro pegou sua mochilha, colocou nas costas.

Ela não se sentia envergonhada fora da casa que tinha que dividir com 'Pedro delicious', mas estava se sentindo agora. Principalmente por Pedro estar agindo como um irmão mais velho, um pai ou simplesmente querendo irritá-la.
– Se importa se eu bater com a cabeça forte em uma parede? Só pra desmaiar mesmo, depois você me leva pra casa.
Ele olhou pra ela de cima, escondeu um sorriso.
– Pode bater até quebrar, se quiser. Só que infelizmente eu tenho que te levar inteira, viva e acordada pra casa.
– Valeu a tentativa.
– É uma proposta tentadora.

[Flashback off]

Desdobrei outra carta, esta verde e cheia de corações, ela só continha algumas linhas.

"Você me ensinou a ser mais paciente, sim, eu reconheço isso agora. E sim, sempre pedirei desculpas por ser uma pé no saco com você, sem você eu não sei onde estaria.
Sinto muito se transformei isso em algo forte demais pra guardar dentro do meu coraçãozinho. Pequeno como eu. Haha
Ps: não sei se amo ou odeia quando você me chama de pernalonga."

[Flashback on]

– O que você come quando está triste?
– Comer?
– É isso que garotas fazem, não?
Vi uma oportunidade de me divertir. - Ah é? E o que garotos fazem?
– Garotos não tem coração. - brincou enquanto fazia beicinho e sacudia um saco de m&m pra mim.
– Sempre soube, por isso o cérebro não funciona.
– Tola.
– Idiota. - ri pra mim mesmo.
Ele tentou passar uma imagem de bravo, mas a sua boca ganhou um sorriso.
– Tudo bem, eu fiz você sorrir. Algo mais que um 'obrigado'?
– Acha mesmo que vou agradecer? Foi algo infantil.
Ele passou a mão no queixo onde havia uma barba a alguns dias. Estava rindo sem um som, mas seu corpo chachoalhava.
– Quantos anos você tem? Onze? - minha voz gruniu.
– Quantos anos você tem, Dona Anna? Noventa e três? Pare de ser ranzinza.
– Ainda é algo infantil, não gosto de coisas infantis.
– Que pena que você não tem amor próprio.
Bufei.

[Flashback off]

Descemos do carro e caminhamos até uma loja de conveniência de posto de gasolina.
Queríamos comer alguma coisa antes de chegar ao nosso destino, passar alguns dias de feriado na casa da cidade. Uma casa em algum recanto familiar e quieto da cidade, estaríamos a sós, eu tentaria entender mais sobre mim. Pedro estaria lá porque eu ja não sei como é viver sem ele por perto.

Ponto de vista: Pedro Prado

Meus braços davam a volta completa pelos ombros dela, ela sorriu pra mim.
Passou a ponta dos dedos pela minha bochecha.
– Feche os olhos. - ela sussurrou.
Fechei, seus lábios beijaram os meus.
– Me diga, o que sente?
Abri os olhos e me deparei com Anna mordendo o lábio inferior.
– Medo.
Ela levantou uma das sobrancelhas.
– De perder você.
Peguei suas duas mãos e trouxe junto ao peito.
– Eu sei que isso é cafona, mas é o que eu sinto, e é cada vez mais intenso quando você está longe.
– E quando eu estou perto?
Suspirei. - É o momento em que eu tenho certeza do 'porque' desse medo realmente existr.
– E isso é bom?
– Minha vida ganha um sentido.
– Você e essas frases que me derretem.

Estávamos de saída quando um cara chegou com uma turminha, gangue, na verdade; fato é que quando todos saíram de perto dele para ir até o final da loja escolher bebidas, percebi a raiva e ódio tomaram conta de mim, já que Anna apertou meu antebraço e disse.
– Aquele cara, é o mesmo que eu vi perto do carrinho de pipocas.
Quase voei pra cima do cara.
No entanto, ele deixou a carteira cair quando colocava-a dentro da mochila, sem olhar.
A carteira deslizou até perto do meu meu pé, pisei em cima.
Trouxe Anna pra perto pela nuca, sua respiração fora de ritmo queimava meu pescoço.
Sussurrei. - Saia daqui.
Seus olhos procuraram os meus. - Venha comigo.
– Estarei logo atrás de você.
Tirei meu boné, coloquei na cabeça dela e cobri seu rosto.
– Faça o que fizer, não chame atenção.
Ela começou a andar um pouco mais rápido.
– Continue andando até o carro, não olhe para trás e não levante a cabeça.
– Estou com medo.
– Entre no carro, tranque as portas.
Vi os pêlos de seu braço se se eriçarem, mas Anna continuou andando, quando ela passou pela porta da mercearia, eu abaixei.
Ajuntei a carteira surrada cheia de tatuagens de chiclete.
Abri as abas de divisão, algum dinheiro e moedas, carteira de motorista.
Repeti aquele nome, 'Ethan Bickel'.
– Ei, cara.
O garoto se virou.
– Sua carteira.
Ele apalpou a calça, soltou um sorriso de gratidão. Salafrário. - Obrigado.
Afastei parte do cabelo do rosto. - De nada cara, é isso que as pessoas fazem.
– Eu conheço você.
Levantei a cabeça. - É, provavelmente.
Os olhos dele tremiam, suspendi ele alguns poucos centímetros do chão. - Eu realmente tenho que levar Anna pra casa, então eu acho melhor você fingir que não nos viu.
– Espera.
– O que foi?
– Minha carteira.
Balancei a carteira no ar. - Isso?
Lancei a carteira por cima dos ombros.
– Mais uma coisa. - me virei, o segurei pela gola da camisa. - Fique bem longe da minha Anna.
Ele apertou os punhos.
– Eu sou bom de reflexo, então cuidado com essas mãos.
O cara se debateu levemente pra chegar no chão.

Corri e entrei no carro.
– Por que demorou?
Pisei no acelerador. - Desviei o caminho.

Ponto de vista: Anna Júlia

Por fora, a casa era coberta por trepadeiras e muitas flores.
A casa por dentro, na verdade, tinha comodos com paredes brancas e cheios de decorações aconchegantes e convidativas.
Pedro passou as mãos pela minha cintura.
– Meus pais moravam aqui.
Sorri olhando pra frente, tentei imaginar como era a vida deles, a cozinha era pequena e quase impossível transitar por ela sem se esbarrar. O quarto era o mais espaçoso, sem necessidade, na minha opnião, ja que era o lugar onde o contato era... Indispensável?
– É um lugar lindo.
Pedro concordou, me virei e segurei seu rosto enquanto o beijava. - Preciso de um banho.
Dito isso, subi.
Eu menti quando disse trazer somente duas cartas, eu havia trago a caixa inteira.
Ajoelhada no chão, joguei um monte de envelopes no chão, tentei abri-los, praticamente metade de todos aqueles envelopes estava vazio. E tudo o que eu tinha deles eram fotos, o que praticamente não ajudava em nada, vociferei, pessoas e lugares, objetos e animais, nada daquilo me lembrava coisa alguma.
Arrumei todas dentro da caixa de novo.
Me despi e caminhei até a ducha, fechei os olhos e massageei a cabeça enquanto o creme de pentear escorria pelo meu corpo e depois formava um redemoinho até o ralo.
Tomei banho como normalmente tomava, em algum momento minha cabeça começou a latejar e um grito prendeu em minha garganta.
Eu não gritava pelo meu pai, ou pela minha mãe. Polícia nem nos meus planos, gritei o nome do Pedro de forma gutural.
Abri os olhos, respirei e entalei com a água que caia como chuva, me curvei e minha visão trapaceou contra mim.
Havia sangue em minhas mãos. Meu sangue. Gritei.
Engatinhei pra fora do box, estava coberta de sangue, sussurros e meu próprio grito me deixaram em hiperativismo.
Eu queria correr pra bem longe, mas eu estava sem roupa.
Então peguei uma toalha enquanto me arrastava pelo chão.
Pedro abriu a porta com um chute, me procurou de forma desesperada. - O que aconteceu?
Encolhida em uma dos cantos do banheiro, somente uma toalha cobria meu corpo de uma forma quase falha.
Apontei pra banheira, a água cristalina caia da torneira.
Engoli a seco. - Me tire daqui.
Ele me ajudou a levantar, pegou outra toalha e me cobriu.
Caminhei para fora do banheiro de forma débil.


Vesti um roupão e enrolei meu cabelo em uma toalha.
Pedro estava de costas pra mim agora, preparava algo para comermos.
Com as mãos dentro da bolsa, acomodei de uma forma menos suspeita o envelope, o abri e pude ver suas primeiras palavras 'Até mesmo agora, quando já terminamos...'
Franzi o cenho, virei a carta de um lado pro outro, depois comecei a lê-la.
'Princesa, eu sei que já não estou na condição de chamá-la assim.
Mas apenas de tudo, você sempre ser´minha pequena, meu coração sempre será seu. Até o fim da eternidade.
Eu ainda amo você,
Tanner.'
Com a força de todo o meu ódio, amassei a folha.
Uma fisgada em minha cabeça e mais uma lembrança, dessa vez, Tanner tentava me beijar e eu o estapeei e lembrei também da vez em que cuspi em Tanner, essa última mais recente.
– O que foi? - Pedro segurou meu pulso.
Meu coração palpitou mais forte. - De volta à estaca zero.
Ele não entendeu minha resposta.


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Notas finais do capítulo

Se vocês me perdoarem, eu juro não fazer mais. Sem atrasos, desculpem-me :c