Together escrita por Max


Capítulo 28
Capítulo 28 - Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim


Notas iniciais do capítulo

Nome: The Scientist
Artista: Coldplay


156 acessos no índice lol
Isso é importate? Pra quem começou a postar achando que ninguém ía ler, que ninguém ía gostar e até mesmo que a escrita e a história não eram interessantes... Sim, isso é muito. Pra mim, é muito até mesmo um simples comentário, seja ele qual for.

Vitória, não me abandone! Volte aqui!

Eu estou escrevendo no dia 06/05, não sei quando vai ser postado, então. Não faltei com o compromisso.

Outra, eu me esforcei. Mas minha vizinha não para de escutar a merda da música nova da Avril Lavigne. Que é ridiculamente irritante.

CAPÍTULO GRANDÃAAAO!



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Ponto de vista: Anna Júlia

O baile de primavera estava a apenas um mês de distancia, cortar as árvores era apenas uma das coisas que teríamos que fazer.
Era o que eu estava fazendo agora.
Subi na ponta de um dos pés, a cadeira vacilou.
– Tudo bem? - mãos seguraram a cadeira, me equilibrei de novo.
A voz veio de baixo, sorri ao ver Tanner com uma tesoura estendidos.
– Obrigado.
– O que está tentando fazer?
Fiquei na ponta dos pés outra vez.
Puxei a ponta da cortina.
Meu pé foi para trás, tentei me segurar, puxei um galho junto, que quebrou e fui ao chão.
Caí por cima no meu ombro, a dor veio como um corte agudo.
– Você está bem?
– Meu braço está doendo.
Respirei fundo, de repente todos já estavam formando uma roda, tentando ver o que estava acontecendo.
– Foi rápido demais. - alguém gritou.
– Ela pode ter se machucado.
Tanner tentou me carregar, gritei de dor. - Não toque nesse braço.
Ele fez um movimento afirmativo.
Me carregou.
Entrei no carro dele, não queria reclamar. Mas o cheiro daquela máquina me trazia algumas lembranças que eu preferia não lembrar, como o dia em que apresentei Abbi à Tanner. Eu lembrei, simplesmente lembrei.

[Uma hora mais tarde]
Mamãe logo apareceu com uma prancheta na mão.
– Anna, o que pensou que estava fazendo? - indagou.
– Desculpe.
– Vamos conversar, mais tarde. - avisou apontando um dos dedos pra mim. - E você.
Tanner passou as mãos no cabelo - Eu juro que não fiz nada de mau.
– Fez bem em trazê-la.
– Onde Pedro está?
Tanner respondeu. - Ele disse que não poderia vir, tinha umas coisas pra fazer.
Devo ter feito a pior cara do mundo, mamãe passou as mãos pelas minhas costas, parecia um prêmio de consolação.
– Consegue se levantar sem usar os dois braços?
Respondi que sim, mas Tanner se inclinou e ficou na minha frente, me 'ajudou' a levantar.

Ponto de vista: Pedro Prado

Corri o mais rápido de pude.
Queria saber se havia acontecido algo muito grave, se estava tudo bem com ela ou se simplesmente foi só um susto.
Passei pela sala de espera, as portas mostravam que o lugar estava ocupado.
Olhei pelos vidro, Anna estava sentada enquanto Tanner a segurava pela cintura.
Coloquei as duas mãos no espelho. Minha Anna.
Aquilo me deixou terrivelmente abalado.

[flash back on]
A chuva estava forte, esperava que afinasse logo.
Eu apertava incessantemente o botão da caneta.
– Pare com essa coisa idiota. - ela rosnou sem virar o rosto.
– Você tem problemas. - infelizmente falei alto demais.
– Eu tenho, estar aqui presa na chuva com você, por exemplo. É o maior deles.
– Menina idiota.
– Você chamou de que?
– Idiota! Acha que eu queria estar aqui com você?
Sorri pra ela. - Está achando que você é a melhor companhia que alguém pode ter? Preferia estar aqui sozinho.
Ela bufou.
– Por que seu pai não vem te buscar?
– Não interessa.
– Se a chuva passar, vai ser perigoso você ficar aqui.
Ela batia o pé no chão. - Ele não pode, ele saiu.
– Você mora perto, por que não vai a pé?
– É perigoso ir sozinha também.
Concordei.
– Ei.
– O que você quer?
– Você está com frio?
Ela me olhou de lado. - Não.
– Mas você está tremendo.
– É o medo.
Virei o rosto, aquela garota era a garota que estava na mesma sala que eu desde a sexta série. Ela poderia ter sido mais gentil todo esse tempo, poderia, mas não foi.
Porém, por ironia do destino, eu comecei a gostar dela.
Gostar do jeito como ela mordia os lábios quando estava envergonhada. Como assoprava a franja nas manhãs em que chegava atrasada, até mesmo quando me pedia por hábito um lápis emprestado, ela sempre pegava com as mãos atrás das costas, sempre sabia que era eu, o cara de cabelo espetado que estava atrás dela, sempre pronto para estender um lápis quando precisasse.
As vezes eu até fingia que não tinha ouvido ela pedir, só pra ela se virar e cutucar meu ombro de forma tímida, pedir o lápis em voz baixa e agradecer com um sorriso.
Maldito coração. Praguejei contra mim mesmo e contra o jeito angelical que aquela menina tinha.
Tirei meu casaco, o entreguei à ela.
Ela o pegou mesmo contra o orgulho.
– Por que está fazendo isso?
– Apenas... Pegue logo.
Anna fechou o zíper.
– Eu tenho um guarda chuva, podemos ir até o meu carro, aí eu te dou uma carona.
Os olhos astutos me observaram.
– Não vou fazer nada, mas acha que sua mãe não vai querer me matar?
Ela sorriu. - Me leve pra casa.
E foi aí que nossa história começou.
[flash back off]

Os vi passando pelo corredor e então o carro dele. Ela poderia pegar um táxi e ir pra casa. Ela parecia estar bem, pra dizer a verdade.
O que estava acontecendo com ela?
Entrei no carro, as entradas para o cinema no meu bolso de trás já não tinham valor.
Mandei uma mensagem, ela visualizou, não respondeu.

Ponto de vista: Anna Júlia

Tanner ofereceu o braço, passei meu braço do meio do espaço.
Andávamos juntos, logo via a mãe dele. Tão cheia de vida, nem parecia a mesma de quando eu me lembrava.
Passávamos por entre as mesas.

Uma mensagem chegou, vi o visor Pedro. 'Precisamos conversar', ela dizia.
Estar com Pedro era com ter um peixe de estimação.
'Nada de brincadeiras', eles diziam. 'Anninha, peixes não podem ir lá fora', eles contestaram.
Passando os dedos pequenos pela franjinha, bufava e observava aquele pequeno bichinho alaranjado. 'E então? O que eles fazem?', me debrucei em meus braços cruzados em cima da mesa.
'Nada', foi a resposta.
Dei de ombros, nada empolgante. Desanimador até.
Pra mim não havia diferença. Era a mesma coisa 'nada' do verbo nadar, e 'nada' de coisa alguma.
Estar com Pedro em uma hora dessas era como ser a mesma criança, com o mesmo peixe. Observar o animalzinho fazer 'glub glub' com as bolhas de ar, observar Pedro preso nas suas perspectivas de expectativa.
Entretanto, Pedro também era como o céu.
Tinha suas fases, era sempre monotonamente lindo. E conseguia ser mais lindo ainda quando surpreendia. Sempre tão vivo, lindo até mesmo quando todos fugiam dele, como a chuva.

Tanner me puxou para mais perto.
Mary, ela se levantou assim que nos viu.
Seu vestido justo azul escuro a fez ser impossível de não notar.
– Você está linda.- falou para mim.
Suas mãos desceram pelos meus braços. - Obrigada.
– É uma pena o que aconteceu com você, lindinha.
Me encolhi e lhe mostrei um sorriso desconfortável, até mesmo levei uma das mãos até a nuca.
– Mãe, acho que a Anna não quer falar sobre isso.
– Me desculpe, então. - entendeu uma das mãos.
Dei de ombros e sorri mais uma vez. - Não se preocupe com isso.
Comemos juntos, preferi com falar muito. Mary Phillips era como uma típica fofoqueira de janela, quase podia ver o veneno escorrendo de sua boca.
Coloquei uma das minhas últimas colheres de comida na boca.
– Aquele menino, Pedro, não é?
Levantei as sobrancelhas.
– Eu tentei pegar vocês lá no hospital, aí eu vi ele. Estava tão preocupado com você, chegou assim que vocês saíram.
Tanner levo uma das mãos até o rosto, o som dos talheres caindo sobre o prato me forçaram a olhá-lo. - Mamãe, eu já disse.
Fechei os olhos.
'Eu sou burra', foi o que pensei.
– Desculpe, preciso ir. - levei o guardanapo à boca.
– O que houve?
Levantei, minha cadeira arrastou no chão.
Eu estava com tanto ódio do Tanner, tanta raiva de mim. Como podia ser sido tão influenciável.
Passei pela porta giratória.
Cheguei à rua,
– Espera, Anna. - Tanner pegou meu braço.
Virei minha mão em seu rosto, um tapa forte demais. - Você disse que ele não tinha ido me ver.
Ele colocou a mão no maxilar.
– Eu odeio você, Tanner Andrew Phillips. - trouxe a minha mão para perto de mim. - Qual é o seu problema? Sabe o que você fez?
– Desculpe.
– Se desculpar não vai fazer apagar tudo o que eu escrevi nas mensagens, no que pensei... Oh, meu Deus. - coloquei as duas mãos na cabeça.
– Eu quero falar com você.
– Bom, que pena, porque eu não quero.
– Eu tentei não mentir, Anna.
O empurrei, ele deu alguns passos pra trás. - Então eu vou falar a verdade, Tanner. Eu não posso lembrar o quão bruto você foi comigo, o quão idiota você tem sido nesse um ano borrado da minha vida. Mas quer saber? Eu não preciso da sua pena, eu não preciso de você, pra ser bem sincera.
Ele colocou as mãos no quadril. - Você está sendo egoísta, sabia?
Fiz o mesmo movimento, o encarei por alguns segundos.
– Engraçado você dizer isso. Porque você me enganou, pensou só em você, quis se beneficiar, mentiu, foi falso.
– Engraçado é você, acha que foi santinha esse ano que você esqueceu? Está é muito enganada, seu namoradinho deveria agradecer a mim!
Fiz uma cara de nojo e cuspi em seu rosto. - Ele não é como você foi, Tanner. Pedro é diferente.
Tanner largou meu braço com brutalidade. - Eu gostava de você, Anna.
– Mas não me amava. – nossos olhares se encontraram. – Eu queria alguém que me amasse, não alguém que simplesmente gostasse de mim.
Ele limpou o rosto. - Poderíamos ter chegado lá.
– Eu não quero tentar outra vez, não tentaria outra vez com você. Posso não lembrar de grande parte de tudo que vivi nesse um ano, mas grave o que eu digo Tanner, quando eu lembrar, você vai se arrepender, vai se arrepender de tudo aquilo que você me fez passar, não só você, mas todos a sua volta, todos que te deram cobertura.
– Do que você está falando?
– Eu lembro parcialmente do dia em que perdi a memória, eu vou lembrar totalmente, aí então, aí será o dia em que você vai querer ter andado na linha.
Saí pisando forte, peguei o primeiro táxi que parou.
Como sempre eu fui idiota, sempre sendo idiota.
Eu me daria um soco se pudesse, como podia duvidar se Pedro realmente me amava? É claro que sim, eu ja sabia disso, eu sempre soube disso. Mas mesmo assim insistir em não aceitar o amor que ele estava entregando.
Peguei carta do bolso.
"Sobre hoje?
Acho que eu sou o peixe da vida do Pedro.
Se você nãos e lembrar sobre os peixes, vovó.
Lembre-se daquela vez que eu ganhei um peixinho dourado da tia Brigitte? Lembra-se de que pedi um aquário maior porque achei que assim o peixe faria algo melhor?
Acontece que uma semana depois um daqueles bichos que limpavam o aquário mataram o meu peixinho.
Acho que eu não quero ser solta, não quero que ele me solte. Quero permanecer segura."
Eu queria me sentir segura.

Desci do carro.
Não demorou muito para eu perceber Pedro sentado sobre o capô do carro.
Seu rosto estava em uma das mãos, ele não parecia nada amigável agora, uma mistura de solitário, misterioso e furioso.
– Pedro. - o chamei.
Ele levantou a cabeça. Ficamos nos olhando, parecíamos dois desconhecidos agora. - Seu braço está enfaixado, o que aconteceu realmente?
Reclinei a cabeça. - Não está bravo?
– Eu estou, magoado, na verdade. - ele descansou os ombros. - Vamos deixar isso pra lá, por enquanto, quero saber se você está bem.
Não esperei ele dizer mais nada, o abracei, um movimento impulsivo, mas muito significativo. - O que está fazendo? - perguntou.
– Procurando uma boa desculpa, além da verdade vergonhosa.
Ele me envolveu em seus braços. - Vergonhosa?
Coloquei a franja pra trás.
Seus olhos refletiam-me, refletiam um lado de mim que eu não podia ver.
Atrás de sua cabeça, a árvore balançava seus galhos com o vento forte.
A carta em minha bolsa, que li aquela manhã.
Ela sussurrava em minha cabeça agora, fragmentos daquela carta se misturavam a fragmentos de imagens, figuras, fotos e diálogos. Tudo como se fosse um filme que eu tinha assistido.
Minha cabeça girou, girou muitas vezes. Eu via como se estivesse olhando em um caleidoscópio. Muitas imagens, todas de uma vez.
A foto queimava em meu bolso de forma que tirava meu ar. A mesma imagem, Pedro beijando meu pescoço, aquela foto, piscando como uma lâmpada com mau contato.
Depois um grito, um choro.
Abri os olhos, puxei o ar.
Engasguei-me com o nó em minha garganta.
– Por que eu tenho sonhos onde você está chorando? - minhas lágrimas caíam. - Por que você grita tão alto que meu coração salta e por que a minha dor não passa? Por que continuo sentindo as mesmas emoções com a mesma intensidade?
Ele me agarrou com mais força. - Eu sinto muito.
– Eu preciso de respostas.
– Eu queria ter todas elas, acredite.
Encaixei meu rosto na curva de seu pescoço.


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Notas finais do capítulo

UUUUUh. Alguém aí? Já leu tudo? Que tal um comentário?

Mais uma coisa! Oito pessoas favoritando essa história é a melhor coisa best ever of the world. Parei.
Um beijo pra cada uma, até aquelas que não favoritaram, mas sei que amam isso aqui tanto quanto eu!

Para: jazmynemel
Como te chamo? Jazmyne? Mel? Jaz?
Enfim, seja como for, seja muito bem vinda, obrigada por esse voto de confiança que é o seu 'favoritar essa história', espero ainda te ver por aqui.

Danih, acho que desisti, mas antes falei umas verdades, é.