Together escrita por Max


Capítulo 26
Capítulo 26 - Você está pensando em mim?


Notas iniciais do capítulo

Awn, músicas fofas é com eles mesmo, The Maine. E essa é I Must Be Dreaming.


Pelo amor de Jesus da bicicletinha, do caminhão ou seja lá o que for, esse capítulo é narrado 'metade' pelo Pedro! PEDRO! E a outra pela Anna, ok?


Galera, sou uma procrastinadora. Desculpem-me por isso.


Pra quem é lindo e atencioso, percebeu que eu mudei a foto da fanfic, por que? Porque eu achei que ía ficar lindo, mas pelo visto vou ter que criar uma melhor haha
Atualizei o capítulo 1, então corram lá e vejam as 'novas caras' dos personagens e as caras que vocês ainda não viram.



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Ponto de Vista: Pedro Prado
Observei a cafeteria, uma placa improvisada dizia 'Rosquinhas pela metade do preço'.
Me curvei sobre a mesa, colocando as duas mãos na cabeça.
Meu celular vibrou no bolso do meu sobretudo. O identificador de chamadas mostrava 'Minha Menina'.
Atendi e fui respondido com uma salva de palmas e um gritos de 'êh'!
– O que você está fazendo? - perguntei.
Ela suspirou do outro lado. - Sentindo sua falta.
– Algo importante.
– Sim, é. Pedro, você ainda vai demorar?
– Calma, Anna. - a atendente colocou meu pedido na minha frente. - Agora estou indo pra casa.
– Ainda não te vejo.
– Eu nem mesmo saí daqui, quem manda você pedir coisas impossíveis de se encontrar em um feriado?
– Não é difícil, tem um lugar certo.
– Um lugar? Eu já fui em pelo menos cinco! Rosquinhas, hambúrgueres com batatas fritas, bolo de chocolate, pizza, sorvetes...
– Joga na cara mesmo, é assim que se faz.
– Me diz, pra onde vai tanta comida vai?
– Não queira saber, pequeno gafanhoto.
Ri. - Estou indo pra casa, não uso o telefone enquanto dirijo, espere só alguns minutos e eu estarei aí.
– Tarefa difícil, agora vou ter que falar sozinha.
Rimos juntos.

Destranquei a porta, que se abriu com um rangido baixo.
– Alguém aqui?
Como não houve resposta, passei da sala pra cozinha.
Assim que coloquei as sacolas na mesa, Anna pulou em meu colo. - Olá.
– Você bebeu ou coisa assim?
Ela desceu devagar. - Engraçado você dizer isso, quem costumar gostar de ouvir 'jingle bells rock' é você.
Coloquei o dedo indiciador nos lábios dela. - Ninguém precisa saber.
– Sou ninguém então, porque ninguém é perfeito.
– Isso se chama 'abstinência', de que é? Comida? Bebida?
– Abstinência de Pedro Lucas Belarc Prado, que tal?
A abracei. - Sei, o que você aprontou?
– Eu não sou uma santinha?
– Nem de longe. - passei uma das mãos em cima da cabeça dela. - Sem auréola aqui.
– Talvez você encontre um chifre.
Sorri. - Vai comer vai.
Ela me puxou pela mão, peguei as sacolas de novo e decidimos ir comer na sala.

Depois de muito conversarmos, Anna se deitou de uma forma confortável ao meu lado.
– Por que seu nome é Pedro?
A puxei pra mais perto, os cabelos dela estavam pro lado, o que fazia parte do rosto dela tocar o meu pescoço. - Por que quer dizer 'o mais lindo do mundo'.
Ela sorriu. - Bem que podia ser, mas não é.
– É porque minha mãe achava que algo relacionado a 'forte' ia ser produtivo para o filho dela.
Anna enfiou uma das últimas batatas na boca. - Que legal.
– Te conto a coisa mais empolgante da minha vida e você diz 'que legal'? Sério?
Anna levantou as duas mãos. - É que a minha história é mais bonita.
– É mesmo? Você nunca me contou.
– Certo, quando meus pais foram fazer uma viagem de faculdade no Brasil, eles foram assistir uma concerto.
– E o que? Anna era o nome de uma cantora? Atriz? Dançarina?
– Não. - ela sorriu. - Na verdade, de lá eles foram à um ponto turístico e lá tinha um show de uma banda, 'Anna Júlia' era o nome de uma música que tocava no dia em que ele disse que amava minha mãe. Eles ainda estavam na faculdade, resolveram se casar assim que se formassem, o que aconteceu. Depois mamãe me teve.
– Ainda bem.
Ela riu. - É, mocinho. Ainda bem mesmo.
– Já pensou se você não existisse?
– Eu não, você já?
– Já, meu mundo seria preto e branco.
Ela sorriu, sorriu de um jeito que eu nunca mais a tinha visto sorrir.

[Flash back on - Meu quarto, 22 de janeiro]
– Eu não quero que você vá. - repeti outra vez.
Ela penteava os cabelos cor de ébano, estava linda como sempre, ela abriu um sorriso. - Não posso ficar aqui, meu pai vai querer minha cabeça e eu já falei que ía sair com a Bru.
– Sabe porquê não gosto dela?
Eu achava Bru uma piranha, nem preciso citar exemplos. Bruna era uma piranha e ponto.
Anna parou de escovar o cabelo. - Eu sei, não se preocupe, volto antes que você pisque.
A puxei pela cintura, estava com um mau pressentimento. - Vou buscá-la.
– Bobinho, eu sei me cuidar. - mordeu os lábios.
Não respondi, a olhei nos olhos, ela abriu um sorriso cheio de ternura, os dedos acariciavam minha testa e
– Claro que sabe.
Sorri e a beijei, não sei se fiz a coisa certa. Senti ela me abraçar com força. - Agora não sei se devo ir.
Ri. - Desculpe, não quis estragar sua diversão.
[Flash back off]

Se eu ao menos soubesse o que ia acontecer, eu não a teria deixado ir, nunca teria deixado ir.
– Preciso dormir. - ela se levantou.
– Sério?
– Amanhã eu vou correr, quero ter um bom preparo físico.
Dito isso, ela pegou uma das caixas com metade de uma pizza quatro queijos, arrumou espaço para pôr um hambúrguer e ainda sim pegou uma das garrafas com refrigerante.
Concordei. - Aposto cinco pratas que você não vai.
Ela colocou uma das mãos na cintura, a livre, é claro. - Não que eu precise das suas cinco pratas, mas quero provar que eu vou.
– Você não precisa ir, vou te achar linda mesmo se ficar gorda.
– Mentiroso. - ela me beijou antes de começar a se afastar, chamei-a pelo nome. Ela se virou. - O que foi?
– Não esquece.
Anna deu um passo pro lado, se debruçou no corrimão. - Esquecer o que?
– Que eu amo você.
– Nem enquanto eu durmo. - respondeu e depois foi para o quarto.
Eu me sentia culpado pelo estado em que Anna estava agora, se eu não a tivesse deixado ir, ela ainda estaria como sempre esteve. Mas se eu não a tivesse deixado ir, talvez ainda não estaríamos juntos.
Começamos as coisas com um tombo, nem mesmo com o pé esquerdo conseguimos. Brigas na escola, gritos e ela sempre pedindo pra morrer quando eu a trazia pra casa depois da escola.
Nunca esquecerei como ela me chamava antes, 'Mister Mistake'. Como ela me tratava antes, como eu a tratava antes. Nem mesmo como ela costumava acordar ao meu lado depois de uma noite conversando sobre coisas aleatórias, livros, zumbis, caminhões, música, literatura, estrelas... Anna era a menina completa, completamente idiota, completamente desengonçada, atrapalhada, sem medo de falar o que pensa. Mesmo nos piores momentos. Mas eu a amo, e pra mim a Anna é completa... Completamente perfeita.

Ponto de Vista: Anna Júlia

Entrei em meu quarto, deixei a comida em minha mesa, peguei o hambúrguer e andei pelo quarto até acabá-lo.
Depois peguei uma das fatias de pizza, a comi enquanto tirava parte da minha roupa.
Fui até o banheiro quando tomei um gole de coca-cola.
Me agachei e peguei a caixa com as duas mãos.
Abri a caixa outra vez, tirei de dentro dela um bolo de cartas coloridas, 18 delas, todas amarradas por um barbante, no barbante uma etiqueta 'meu coração'.
Abri a primeira, um envelope verde. Dentro dela uma foto 7x10. Um lugar, uma árvore enorme com o sol fazendo com que houvesse um sombreado.

"Como eu me sinto essa manhã?
Me sinto como o carvalho da propriedade dos Sullivan.
Todos que chegam lá veem o quanto ele é bonito, todos que vão lá brincam no balanço de pneu. Assim que eu me sinto essa manhã.
Assim que eu me senti quando Bruna me mandou aquela mensagem aquela manhã.
'É uma pena que Abbi vadia tenha perdido o filhote de cruz credo, mas não entendo é o que você estava fazendo no hospital. XO.', ela escreveu.
Me senti como o carvalho, que todos olham a aparência por fora, todos brincam com o lado de fora, todos conhecem o lado de fora.
Ninguém nem sabe que o carvalho na verdade está condenado, que por dentro do carvalho tudo está apodrecendo e que logo, logo as folhas iram cair, e não não será porque o outono se aproxima e logo depois o inverno. Será porque ele vai se deteriorar, e o máximo que sobrará dele são fotos, a lembrança. O que sobrará do carvalho serão apenas histórias contadas.
O que sobrará de mim serão apenas histórias escritas.
Como eu me sinto essa manhã? Essa manhã eu me sinto como uma frase sendo apagada com uma borracha. Sinto somente minha essência."

Fiquei com a carta na mão alguns segundos.
Eu não sabia onde eu estava procurando agora, mas lembro de vários flashs de mim sendo balançada no pneu.
Mamãe estava lá quando eu era ainda uma criança. Papai estava lá quando eu decidi parar de usar sapatos com fecho de velcro. Tanner estava lá, quando a escola inteira decidiu por música alta e beber algumas cervejas 'inofensivas'. Pedro estava lá, me balançando com um sorriso no rosto. Abbi estava lá, sentada no chão, os cabelos agora grandes, chegando a arrastar na grama. Bruna estava lá, ela rodava com as duas mãos para o alto feito uma criança.
A última me lembro de olhar para o balanço, folhas alaranjadas caindo dos galhos. Ainda era verão.
Levantei-me, peguei uma caneta permanente, coloquei as datas que estavam atrás das fotos nas margens brancas. Organizei-as em ordem cronológica na parede entre meu closet e o banheiro,
Demorei alguns minutos, nada muito difícil. Difícil mesmo era não fazer barulho.
Cuidadosamente cobri as fotos com a cortina blecaute. Conferi trinta e quatro fotos, trinta e duas cartas. Duas fotos faziam um tipo de 'começo e fim'. A primeira, o nascer do sol, a segunda o pôr do sol.
Analisei e tentei montar alguma coisa coerente com a ordem, haviam lugares, comidas, pessoas, animais, flores, rodas gigantes, CDs de bandas que eu não lembrava o porquê.
Tomei um banho e fui tentar dormir.
Fui até minha cama. Tirei as almofadas e colchas de cama desnecessárias, uma das colchas lançou a caixa pra longe.
O barulho ao se chocar no chão foi oco, a caixa se despedaçou. Me joguei no chão e catei as cartas rapidamente.
O fundo falso estava no chão. Engatinhei até a caixa, a virei. Uma carta solitária, o envelope era preto.
"Leia quando terminar as outras"
Meu coração disparou.
Eram trinta e três cartas.


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Notas finais do capítulo

Por que não mandar um beijo? Mas, pra quem?
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Beijos pra todo mundo, peoples.