Together escrita por Max


Capítulo 25
Capítulo 25 - Se eu pudesse reviver aqueles dias


Notas iniciais do capítulo

Hello, vamos de Photograph hoje, Nickelback.

Status: Tentando escrever o próximo capítulo já, vai ser narrado pelo Pedro, então sejam generosas e façam SU-GES-TÕES!

Mensagem privada não arranca pedaço, nem cobra nada. Então né.



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Acordei-me, esfreguei os olhos e bocejei algumas vezes.
Não me sentia cansada nem com sono, como normalmente me sentia nos fins de tarde, nos finais de semana.
Tirei as meias dos pés, com os próprios pés. A preguiça me dominava.
Eu desceria, mas Pedro com toda a certeza estava treinando agora. Babi e Rick deveriam estar limpando o jardim, Bea deveria estar dormindo também.
Mexia os pés de um lado pro outro. Queria realmente esperar e não ler todas as cartas de uma vez.
No fim, me levantei e caminhei até o banheiro.
A caixa ainda estava no mesmo lugar, um alívio, é claro. Com as pontas do dedos, procurei primeiro uma foto.
Eu e Abbi nos abraçavamos lateralmente, vestidas iguais com vestidos listrados em preto e branco. O que mudava além da forma física era a cor do batom, o meu vermelho e o dela laranja.
Abri o envelope amarelo.
O papel era amarelado, as letras escritas apressadamente mal tinham forma.
"Querido diário,
Essa manhã acordei com os gritos da Abbi.
Desci as escadas tão rápida que quase tropecei em meus próprios pés. Entrei no banheiro e me deparei com Abbi ajoelhada, ela estava apavorada, um liquido vermelho escorria das mãos dela. O rosto lavado por lágrimas entregava o que eu mais temia.
Perguntei o que tinha acontecido, recebi a resposta em forma de um urro gutural.
Ajudei-a a se levantar do chão. Levei ao hospital."
Procurei o resto do relato do outro lado da folha, porém, a folha parecia rasgada e amassada, parte dela não estava ali.
A dúvida tomou conta de mim e então desci, procurei por Abbi.
Quando cheguei à sala, a encontrei deitada, ela lia um livro entitulado "O guardião", de algum best seller.
– Abbi? Podemos conversar?
– Claro. - ela abaixou o livro. - Não chegou em uma parte realmente importante.
Sorri e me sentei no braço do sofá.
– Sobre o que quer conversar? - tirou os óculos de grau, os colocou em cima do livro de uma forma organizada.
– Lembrei de uma coisa. - logo disse. - Você e Tanner.
Ela relaxou os ombros e lançou as mãos ao ar.
– Tanner é um cachorro.
Eu sorri do ato.
– Mas Anna, quando eu perdi aquela criaturinha, quando eu a perdi em minhas mãos... Não queira nunca saber qual a sensação.
– Perder?
Deixei meu queixo cair. - Vocês estava grávida? Do Tanner?
Ela confirmou com os olhos já marejados.
– Eu sinto muito.
Ela limpou os olhos. - Estou sendo tola, desculpe. Mude de assunto, sim?
– Abbi, por que beijou o Pedro?
As bochechas dela coraram, mesmo estando pacífica agora eu a esganaria se falasse algo íntimo demais sobre o Pedro. - Nós crescemos juntos, digamos que eu tenha uma quedinha pelo seu namorado.
– Tem?
– Bom, sobre a lagoa, achei que se você sumisse acidentalmente, Pedro seria um perfeito pai para o meu filho.
A ironia no meu sorriso quase a esmagava. - Se eu sumisse?
– Se te consola, não matei. Não podia fazer isso, dar ao meu filho uma mãe na cadeia.
– Só por isso que não me matou?
– Não, você me apoiou quando ninguém mais entenderia, sou humana, ainda tenho sensatez dentro de mim.
– Acha que Pedro assumiria a criança?
Abbi se debruçou. - Você o conhece, sabe que não me negaria ajuda. A menos é claro, se ele estivesse com você.
O que era devidamente verdade, Pedro, por mais que não assumisse, tinha um coração enorme, estava sempre disposto a ajudar se isso estivesse ao seu alcance.
Agradeci as respostas, agora algumas coisas se encaixavam.
Eu poderia lembrar de tudo, ou pelo menos saber o que houve, mas nem todos estavam dispostos à falar sobre o passado. Não sei se porque estavam machucados ou porque me machucaram.
Voltei ao meu quarto, me sentei no chão do banheiro e peguei a caixa, a carta seguinte era rosa, ao abrir o envelope, uma chuva de corações vermelhos e rosas caíram.
A folha dessa vez era totalmente branca, uma caneta preta moldava as letras caprichadas.
"Querido Pedro,
Estou com saudades.
Sim, ainda não fazem nem trinta minutos que você saiu e já sinto sua falta. Isso é normal?
Diga que não e venha correndo para casa ver se eu estou bem, escale as escadas do jardim horizontal se não conseguir entrar pela porta da frente. Então, finja que está preocupado, deite-se ao meu lado, me abrace, me beije e diga que me ama.
Quem sabe eu melhoro.
Conte-me uma de suas piadas e eu prometo rir, te chamar de idiota. Beije-me como se fosse a última coisa que você quisesse fazer em toda a sua vida.
Me faça um cafuné e me chame de sua, amor, pequena. Faça o que quiser para se sentir feliz ao meu lado, mas por favor, meu bem, não chore outra vez. Não chore de tristeza, da próxima vez que você chorar por mim, que seja de orgulho. Assim como sempre choro por você, meu meninão.
Estou tentando entender o que estou sentindo aqui dentro, mas saiba que o que quer que seja, eu sinto da forma mais pura e cálida que existe."
Dobrei a carta e a abracei, quase pude sentir ela me abraçar de volta.
Se eu não o amava antes... É claro que eu o amava antes. E pelo visto, muito.
A foto que acompanhava era uma em que nós dois nos beijávamos em frente à acasa da minha avó. Ele me levantava pela cintura, as duas mãos em lados paralelos.

Mais tarde, quando Pedro voltou do treino, o recebi com um pequeno banquete.
Sucos, sorvete, bolos, pães. De tudo um pouco.
A mesa estava arrumada de tal forma que ele se sentaria ao meu lado, o que eu esperava que facilitasse a conversa.
Pedro me abraçou, passou os braços em meu pescoço.
– Ocasião especial?
– Espero que sim. - sorri.
Ele beijou-me. - Algo bom ou algo ruim?
Pedro mexia em meu cabelo, balançava as pontas de um lado pro outro. - Não sei.
Ele se sentou, ficou ereto na cadeira. Assumindo uma postura séria.
– O que está acontecendo? - ele me puxou para mais perto.
Sorri enquanto mexia o suco de morango com o canudo. - Estou tentando entender o que realmente aconteceu.
– Aconteceu com o que?
– Meu acidente.
– Disseram que você caiu e bateu a cabeça em uma rocha.
– Essa parte eu entedi.
– E então?
Me ajeitei na cadeira, usei as mãos para gesticular.
– Se eu bloqueei tudo aquilo que foi traumatico, por que eu esqueci de você?
Pedro balançou a cabeça negativamente. - Talvez eu não tenha sido o melhor namorado do mundo.
Acariciei o rosto dele, as pontas de meus dedos contornaram parte de sua bochecha agora corada, depois, finalmente a palma da minha mão encontrou um lugar confortável entre a bochecha e a sua orelha. - Você fala como se tivesse feito uma coisa terrivelmente horrenda.
– E fiz. - ele respondeu, eu arqueei as sobrancelha. - Decidi que esqueceria você.
– Não, não fez, você não consegiu. Mas por que isso? Você não foi feliz o bastante comigo?
Pedro soltou um rosnado baixo. - Eu fui feliz demais, mas quanto a você, acho que te fiz chorar demais.
– E isso seria um trauma?
Ele não respondeu desta vez, parecia analisar.
– Quem sabe, de repente eu soubesse de algo que não podia te contar.
– Faz sentido. - ele segurou minha mão, a tirou delicadamente do rosto e beijou as costas delas.
– Posso te contar um segredo?
Ele afirmou.
– Depois de tudo isso, com você, meus pais, minhas amigas. Eu não mudaria nada.
Pedro se acomodou mais confortavelmente. - Nada?
– É duro admitir, mas papai e mamãe se dão melhor agora do que nunca se derão antes, você não desistir de mim foi a maior prova de amor que eu já recebi e quantos as amigas, não consigo nem contar em uma mão, não sei se isso é bom, mas estou feliz assim.
Pedro descansou a cabeça em meu ombro. - Anna Júlia, como eu amo você, amo muito você.
– Por que disse isso do nada? - sorri.
– Quero ter certeza que vai estar pensando nisso o tempo todo.
Mordi o lábio inferior, ele colocou a mão no coração. - Eu te amo também, não esqueça nunca.
– Deve amar mesmo, me amou por duas vezes.
Gargalhei. - Você é um convencido.
– Convencido? Eu sou sincero.
– Você é um milkshake.
Ele gargalhou. - Oh, essa é a coisa mais amorosa que você já me disse.
– Te chamei de gostoso.
Ele concordou e me abraçou. - Taco mexicano.
– Taco mexicano?
– Céu. Você é como um pedaço do céu.
O abracei de volta.


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Notas finais do capítulo

HOHOHO! Como eu estou? Eu estou bem, me sentindo mais forte e mais bonita(mentira, só a auto estima que tá grande mesmo), pronta pra mais uma semana! Mentira, de novo, é que quinta não tem aula.
Lari Somerhalder, welcome! Muitos Damon's na sua vida, talvez um Stefan não faça mal. Então, o que tá achando daqui?
poxadani, bem vinda (sim, de novo)! Obrigada pelos elogios, eles são muito significativos pra mim.