Together escrita por Max


Capítulo 24
Capítulo 24 - Quantos segredos você consegue guardar?


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, essa é Do I Wanna Know? - Arctic Monkeys. Gostava de outras músicas, mas essa agora é minha preferida. Vitória, obrigado de novo. Ótima melodia, letra melhor ainda. Aproveitem e ouçam lendo o capítulo.

Jesus do céu. Tô abarrotada de trabalho pra essa semana, duas provas por dia :c Tô estudando muito, é, já amaldiçoei todos os professores, parece mais uma formação de quadrilha.

Eaí, ninguém nem fala mais comigo! Ninguém mais comenta! Ninguém mais me ama! O que foi? É porque eu atrasei os capítulos? Desculpa, mas como eu disse, ta estudando, pensei em pedir ajuda mas aí lembrei que (droga) eu sou perfeccionista e olho todo o capítulo umas 20 vezes e sempre mudo alguma coisa, algo que ninguém nunca ía fazer com os meus capítulos melhor do que eu.

E acho que é só, vocês estarão perdoadas se me amarem nesse capítulo. Amo vocês, é verdade.



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Agora eu estava sozinha em casa, Babi, Rick e Bea haviam saído para algum fast food. Pedro ido ao treino e Abbi à aula de spinning.
Poderia dar uma festa louca estilo 'vamos ficar bêbados e pular nus na piscina'. Mas estava muito frio, não queria comprar bebida, nem dar uma festa e o lago... Ele estava congelado.
Mas podia fazer uma festa das garotas, poderia chamar Abbi piranha, Bonnie vagabunda e a Bruna vadia... Mas como pode ver, minha lista, só pelos nomes nem era animadora. E Ingrid, ela mal podia tocar os pés no chão agora, com toda a certeza estava com Ben.
No fim das contas, preferi me isolar no meu quarto, tinha tudo o que precisava lá, comida, internet, TV... E uma caixa, contendo sei lá o que.
Primeiro tive que achar a chave pequena de prata.
Coloquei a caixa de madeira talhada em minhas pernas, virei a chave como quem destrava o cofre de banco. Abri a caixa, que não era pequena nada. Era grande, da largura de um caderno e quatro dedos de altura/grossura.
Dentro, envelopes coloridos arrumados de forma perfeccionista, todos com dias na frente, contei as cartas, trinta e duas, e mais uma porção de fotos.
Coloquei a caixa em baixo da penteadeira do banheiro, tranquei a porta e li a primeira carta. O papel era de folha de caderno, toalmente cheio de borboletinhas.
"Querido diário,
Droga, voltei pra era do diário. Esses dias tem sido confusos. Passei por umas experiências estranhas e eu nem sei porque estou fazendo algo tolo como escrever aqui, mas assim eu me sentirei segura.
Na escola sugeriram um projeto anual bem idiota, mas eu quero fazer isso, guardar um pouco de cada dia. Viver cada dia único como é.
Hoje eu estou me sentindo presa, presa dentro de algo que não posso ver, mas posso sentir. Não consigo nem mesmo pedir ajuda
Escrever é minha saída, já que não posso contar à ninguém.
Pedro não se desgrudaria de mim, nem meus pais e Ingrid ficaria apavorada demais pra pensar na própria segurança.
Semana passada Abigail me levou à lagoa, Crystal Blue. Quase me afoguei e sinto que ela não estava brincando, não sei se devo ficar com medo ou até mesmo me distanciar.
E também teve Tanner, admitindo que na verdade estava me traindo com a Bruna, mesmo despois de tanto tempo eu me senti uma idiota. Não contei a Pedro sobre isso, porque... Bem, é óbvio que ele ficaria magoado e magoá-lo é de fato a última coisa que eu quero na minha vida inteira. Eu acho que o amo, ainda procuro entender, mas acho que é isso. O sentimento é grande demais pra mim."
Fechei a carta, a coloquei-a em cima das minhas roupas. Tirei as peças intímas e entrei na banheira.
Submergi para molhar o cabelo, mas não encontrei as bordas da banheira.
A água estava por todos os lados, eu precisava de ar. Levantei em um salto, estava me afogando, os dois braços foram ao ar. Abbi sorriu pra mim de uma forma psicopata quando subi à superfície.
Gritei, abri os olhos e demorei alguns segundos pra entender que ainda estava sentada na minha banheira.
Eu havia lembrado.

Fiz a curva com o carro alguns metros longe do lago. Entrei na estrada de cascalhos coberta parcialmente por folhas caídas nas árvores e neve. Os troncos desfolhados formavam um túnel até onde meus olhos podiam ver, avancei até o lago.
O lugar estava envolto em faixa zebrada, uma placa de aviso pichada com palavras de ordem. Aquilo me arrepiou a espinha.
Passei por baixo da faixa e corri para mais perto do lago. Como esperado, tudo estava meio congelado, algumas finas correntes de àgua serpenteavam de um lado à outro.
Pensei ouvir risadas e gritos do meu nome. Tudo estava voltando, pequenos fragmentos se libertando de um lado meu o qual eu não me lembrava.
Virei o rosto rapidamente, lembrei de Abbi correndo até a parte mais alta, lembro-me também dela saltando de cima de uma das árvores.
Não estávamos sozinhas, Tanner estava lá. Só não lembrava porque Tanner estava lá.
Voltei todo o caminho especulando todas as possibilidades.

Abri a porta de casa, Bárbara assitia TV, algum talk show.
– Onde esteve?
– Cristal Blue.
Ela levantou as sobrancelhas. - Com quem?
– Eu fui sozinha. - tirei o casaco, o dobrei e coloquei sobre uma cadeira. - Sabe porque o lugar está interditado?
– Baderna. - ela disse. - Muita gente, sabe como é.
– Alguém se afogou por lá?
– Eu acho que não, por que?
– Eu lembrei de ter saído com Abbi e quase ter morrido afogada.
– Lembrou? Vocês foram nadar em Crystal Blue?
– É, eu sei, lá tem muita correnteza. Mas eu lembrei de estar me afogando e quando cheguei lá eu lembrei de outras coisas também.
Ela sorriu e se levantou para me abraçar. - Isso é ótimo, já contou para o Pedro?
– Estou esperando ele chegar, não consegui ligar pra ele.
– Entendo.
– Então? O que trouxe pra mim?
– Milkshake, como pode alguém ser tão viciada em milkshake?
Ri e fui pra cozinha.

Sentada em uma cadeira, eu observava Abbi que lavava a louça, tomei quase todo o meu milkshake enquanto ela fazia isso. Tentei criar coragem o bastante para não fazer minha voz tremer.
– Quando fomos à Crystal Blue? Quanto tempo faz?
Ela se virou instantaneamente. - Lembra de Crystal Blue?
– Lembro de muita coisa, mas é como se fosse um sonho, algo parecido. Por que estávamos em Crystal Blue?
– Alguns meses atrás.
– Por que estávamos lá?
– Fomos juntas, você queria nadar.
– Eu não nadaria lá.
Ela cruzou os braços. - Não sabe como você mudou.
– É o que as pessoas fazem. - ataquei-a. - E Tanner?
Ela sorriu, mordeu os lábios. - Você estava ficando com o Tanner de novo.
Revirei os olhos. - Não foi isso, nós terminamos lá uma vez.
Ela bufou. - Certa, não foi isso.
– E Ingrid também sabe que não estava.
– Ah, você lembra dela.
Confirmei.
– Por que ele estava com a gente?
– Anna, está aqui?
A voz fez eu e Abbi virar ao mesmo tempo.
– Conversamos depois. - ela me olhou outra vez, limpou as mãos no guardanapo e saiu.
– Eu te procuro.
Abbi concordou.
– Recebi ótimas notícias. - Pedro sorriu.
– Não necessariamente ótimas, mas estamos segindo. - o beijei.
– Então eu tinha razão.
– Não lembrei de você, lembrei de Tanner e Abbi, talvez um pouco sobre Ingrid.
– Acha que vai lembrar?
– Não vou precisar, tenho em minhas mãos o que preciso agora. - segurei o rosto dele.
– Tão linda.
Sorri.

Quando fui dormir naquela noite, lembrei de quase todos os detalhes que eu havia deixado passar até então. Levantei da cama de supetão, procurei minha Instax dentro do guarda roupa. Os filmes não estavam mais ali, mas as fotos eram extamente do tamanho que a câmera revelava.
Abri a caixa e madeira e procurei por uma das fotos, todas marcadas em caneta permanete os dias. A foto correspondente ao dia da primeira carta era uma selfie tirada por mim, nela todos estavam com trajes de banho, Tanner abraçava Abbi.
Tanner e Abbi? Como não pensei nisso antes? Mas Abbi tinha beijado Pedro.
Definitivamente Abbi estava fazendo juz ao título de piranha.
Porém, estávamos sorrindo, o que mostrava que eu não estava lá à força.


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Notas finais do capítulo

A Bibi já sabia o que ía acontecer, o que posso dizer, né? Era previsível? Beijos Bibi.
Danih, estou triste. É. Vamos conversar mais tarde.
VitoriaDelenaSalvatore, seja muito bem vinda, receba abraços, beijos e fogos de artifício.