Together escrita por Max


Capítulo 22
Capítulo 22 - Você é o meu reflexo e tudo o que vejo é você


Notas iniciais do capítulo

E essa é Mirrors do Justin Timberlake!
Como vocês estão? Estão bem? Eu estou ótima pra falar a verdade.
Hum, muitas visualizações por aqui, mas cadê vocês que não falam comigo? Sério, você não vão me dar sugestões? Tô implorando.
Capítulo narrado novamente pela Anna.



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Saia do banheiro fechando meu zíper quando mamãe pulou na minha fente.
– Sim, ela iria adorar te ver mamãe. - mamãe disse ao telefone.
– Porque ela não vem aqui? - sussurrei.
– Estamos indo, vou deixá-la aí, uma semana está bom? Dois dias tlavez, não queremos te atrapalhar fervosa.
Ri, minha família era maluca.
A dois dias atrás eu faria uma tempestade de argumentos atingir minha mãe, a dois atrás.
Agora eu estava triste de novo, até eu estava preocupada comigo.
Concordei com os dois polegares para cima.
– Estamos indo então, faça um bolo pra mim.
Karen desligou o telefone.
– Vou buscar suas coisas. - avisou.
Me deitei no sofá. Voltei a meditar sobre tudo, minhas pálpebras pesaram.


Acordei com o barulho de chuta na porta, mamãe entrava como um furacão, ela cruzou a porta, bateu no relógio algumas vezes.
– Estamos atrasadas.
Levantei.
– Pedro estava lá?
– É a casa dele, não é?
Assenti.
– Amor, ele está arrasado, se é o que quer saber.
– Não é o que parece.
– Não é o que o seu celular diz, isso sim. Não quer atender ele por quê?
Torci o nariz e enquanto colocava meu casaco. - Porque não.
– Você está sendo bem mimada.
Parei o movimento e a encarei.
– Oh, desculpe, meu bem. Fui dura?
– Não, mãe.


Me sentei no banco do passageiro e inclinei a cadeira para trás, uma chuva leve
– Comprei uma coisa pra você.
Ela me entregou um saco com profiteroles.
Três horas de viagem, esse era o tempo que eu iria ficar naquele carro.
Eu e mamãe conversamos sobre tudo, tudo mesmo, até sobre o tempo.

Ouvimos um barulho alto, algo havia estourado e pela cara de pânico da minha mãe, não foi coisa boa não.
– Isso deveria ter acontecido? – projetei meu corpo pra frente, ela balançou a cabeça negativamente. - O que aconteceu?
– Espera, vou ver.
Ela saiu do carro, foi direto à frente o carro, levantou o capô.
Analisou o motor por algum tempo.
– Não é nada aqui. - disse fechando, rodeou o carro. - Pneu estourado. - chutou a roda.
– Você confunfiu o som de um pneu estourando com sei lá o que?
– Nem todo mundo é perfeito. - zombou rindo.
Ela me pediu uma maleta de ferramentas.
Não se passaram mais de vinte minutos, e por mais que eu a subestimasse pelas unhas vermelhas, mamãe trocou o pneu habilidosamente, mais rápido do que qualquer coisa que eu me lembre de ela ter feito.
Estava encostada com as costas no carro. Acho que não tinha o direito de estar brava com ela, ela, assim como os outros, só quiseram que proteger.
– Ei. - chamei sua atenção.
– O que foi? - respondeu limpando a testa com as costas da mão.
– Eu sei sobre a amnésia.
Ela levantou o rosto. - Anna.
– Eu não estou com raiva de você, ou de qualquer outra pessoa. Só não entendo porque estamos seguindo a mesma linha que eu fiz naquele ano, você sabe, a separação, o Pedro...
– Achamos que você lembraria e me desculpe por mentir.
– E eu vou lembrar?
– Todos nós queremos que lembre.
Alguns carros passaram ao lado do nosso, ainda estávamos caladas.
– Eu te amo.
Ela sorriu. - Meu bem, eu também amo você.


Ela parou o carro na frente da casa com uma varanda enorme, coloquei a mão na trava da porta, ela travou do lado dela do carro.
– Se comporte.
– Eu sei.
– Obedeça sua avó.
– Eu sei.
– Se cuida.
– Eu sei, mãe. Pode ficar tranquila.
Ela beijou meu rosto. - Eu te amo.
Devolvi o beijo enquanto saia do carro.
Quando meus pés tocaram no chão, senti-me em casa outra vez. Longe de casa, mas em casa.
Minha vó, Anastasia, regava o chão com uma mangueria, a desligou assim que me viu.
– Meu bem, como você está? - vovó me abraçou, os braços fracos dela me envolveram com um afeto incrível.
– Estou ótima. - sorri.
– Já se lembra de alguma coisa?
Quase ri, minha vó era supreendente, não escondia segredos de mim, nem se quisesse.
– Você vai me contar exatamente o que aconteceu.
Ela sorriu e me onduziu para dentro de casa.


Primeiramente subi para o meu quarto, as paredes cobertas com papel de parede antigo de flores, o cheiro de lavanda e sal marinho. A cama com colcha leve branca. Tudo era a mesma coisa, até mesmo meu pote cheio de pedaços de pedras de vidro lapidadas pelo mar.
Coloquei minha maleta em cima da cama, cheguei até a me sentar na cama. Parece que nada havia mudado.
Abri as cortinas e as janelas, a brisa entrou como quem se dança.
Deci as escadas e vovó já me esperava ao pé da escada
– Eu e minha boca grande né?
Eu sorri. - Não se preocupe, eu já sabia.
Ela me contou tudo oque se lembrava, até mesmo quando recebeu a notícia, não muita coisa mais do que eu já tinha entendido.
Vovó disse que tinha algo especial pra mim, voltou algum tempo depois com um DVD nas mãos.
Esperamos carregar, e logo de primeira uma foto de todos que estavam na festa.
Eu e Pedro aparecíamos abraçados, os braços dele rodeavam minha cintura.
Depois algumas cenas do aniversário e Pedro aparecia algumas vezes, os cabelos ondulados estavam grandes e as ondas eram largas, cobriam parte da testa dele. Como o meu Pedro era lindo.
A câmera cortou algumas vezes entre o público e o casal no piano, quando o homem levantou a cabeça, levei um susto, Pedro estava cantando e tinha uma voz linda.
Eu cantava alguma música que eu não lembro nem a letra e nem o motivo de ela parecer especial no video. Estava sentada ao seu lado e ele tocava tão lindamente que os dedos pareciam dançar nas teclas do piano.
Era impossível odiá-lo quando eu sabia que a culpa não era dele, era impossível até mesmo acreditar que eu o amava tanto.
Vovô beijou vovó de uma forma apaixonada.
– Vovó, como você conheceu o vovô?
Ela inflou o peito e se ajeitou no sofá.
– Nós nos conhecemos no colegial, seu avô foi servir o exército, eu achei que ele tivesse morrido, já que todos retornaram e ele não. - ela respirou fundo. - E quando ele finalmente voltou, descobrimos que ele era estéreo. Eu só me relacionei com ele a vida inteira.
Ela olhava atentamente uma das fotos dele na parede.
– Eu amo esse velho. - isso me fez rir, ela me acompanhou com um sorriso.
– Mas e aí? O que aconteceu?
– Você e sua mãe estão vivas, não é?
Sorri. - É uma bela história, linda mesmo.
– Você disse a mesma coisa da última vez.
– Última vez? Eu já perguntei isso?
– Sim, contei do mesmo jeitinho.
Abaixei e levantei a cabeça rapidamente.
– Seus olhos brilham quando você fala do vovô.
– E quando você fala do Pedro seus olhos queimam como duas tochas.
Fiquei feliz por aquilo, ela não poderia ter dito coisa melhor.
– E por falar nele.
Meu celular vibrava como uma britadeira. - Atenda-o.
– Ele me magoou.
– Eu já te magoei e sua mãe, seu pai, suas amigas, todos se magoam querida, agora faça o que eu digo.
– É diferente.
– Se eu pegar esse celular vou fazer ele vir te buscar e te dar uns amassos.
– Vovó! - gargalhei. - Você é igualzinha a mamãe.
– Atenda o príncipe.
Ele atendeu no primeiro toque.
– Alô, Anna.
Sorri, a voz dele era tão doce ao mesmo tempo que era grave. - Ei.
– Como você está?
Expliquei a situação e que minha vó quase apontava uma arma de culpa para minha cabeça.
Até pedi desculpas, que ele fez questão de não aceitar, justificando que não sabia do que eu estava falando.
Trouxe uma das pernas para cima do sofá.
– Posso fazer uma pergunta?
– Você faz muitas perguntas.
Sorri, estendi a mão em frente ao rosto.
– O anel que eu estou agora é o mesmo de quando nós namoramos pela primeira vez?
– Sim, é.
– E porque eu não estava com ele?
– Eu tirei de você, seria um impecílio. E eu queria te ver aceitar outra vez.
– Quando você tirou?
– Quando fui te visitar na UTI, mas deixa isso pra lá, você está com ele agora não é?
– Estou.
Vovó cutucou meu braço e depois apontou para a TV, me vi dançando e Pedro tentando me acompanhar.
Parecíamos tão felizes juntos.
Ele sempre ria e depois beijava meu rosto, eu estava amando aquilo. Estava amando ser cuidada e paparicada.
Ver aquilo foi como se uma luz se acendesse dentro de mim, minha garganta se apertou e minha voz saiu baixa, quase que uma súplica.
– Não desista de mim.
Ele ficou calado por alguns segundos, não sei se queria absorver o que eu tinha dito ou se estava sorrindo feito um maluco. - Você sabe que não vou desistir.
É, eu sabia daquilo, sabia mais do que ninguém. Em algum lugar eu sabia que ele nunca desistiria.


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