Together escrita por Max


Capítulo 21
Capítulo 21 - Não vou desistir de nós


Notas iniciais do capítulo

1. Eeeeh, um capítulo narrado pelo Pedro! É o primeiro e último, mentira, ainda têm mais um ou quantos vocês quiserem, vocês que mandam.

2. Vou esclarecer, não tenho criatividade pra títulos, então agora vão ser músicas, pronto, cabô! Essa é I Won't Give Up - Jason Mraz. Já falei que um dos meus cantores preferidos é ele? Não, então tomem nota disso.

3. Tem gente me pressionando pra saber o que a Abbi tem na história, calma, gente, calma! Tudo no seu tempo. Vou contar uma parte do que a Abbi é nesse capítulo.


ps: Dona Danih, você tinha razão, acho que estou mesmo apaixonada D:



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Desci as escadas com Abbi colada em minhas costas, entramos no corredor que ía até a dispensa.
Ela escontou as costas na parede e cruzou os braços.
– O que você quer? - perguntei logo.
– Você contou pra ela.
– Advinhou sozinha?
Ela sorriu. - Não seja grosso, Pedro. Seria uma pena se os pais dela soubessem.
– Não se atreva.
O sorriso que ela estampava no rosto não era nem um pouco amigável.
– Pedro, vamos ser sinceros, seria melhor se você desistisse.
– Desistir?
– Desista dela.
– Por que eu faria isso?
– Olha só, Pedro. Eu te apoiei, sempre te apoiei, mas agora ja não posso.
– Você sabe tudo que eu fiz por essa menina, Abbi. Sabe tudo que eu passei, e agora eu tenho a chance de ter ela de volta, se vai ser pra sempre, eu não sei. Mas eu quero ela agora, sei que agora eu posso fazer ela feliz.
– Você é um idiota.
– Idiota? Idiota por que?
– Ela nunca via se lembrar de você, ela nunca vai te amar como antes.
– Como antes?
– Acha que ela vai voltar a ser totalmente cega de amor por você? Que vai sempre pular nos seus braços e abrir mão de sair com as amigas pra ficar com você? É claro que não.
– Você nem mesmo está se ouvindo falar.
– Deixe a garota ir, deixe-a em paz. Essa não é mais a 'sua' Anna. Essa é outra, deixe ela construir uma vida nova. Lembra o quanto você também a fez chorar? Acha que ela quer lembrar disso? É claro que não. Quando ela veio morar aqui na primeira vez você foi totalmente grosso com ela, até mesmo fingia que ela não existia. Agora ela é o seu reflexo, está agindo como você.
E era verdade, Anna havia esquecido como eu era antes, mas no começo estava agindo como eu, me ignorando.
– Pedro, ela já não pode fazer isso, mas...
– Mas?
– Mas eu posso. - Abbi anvançou, me escontou da parede oposta onde ela estava.
Seus lábios foram precionados ferozmente contra os meus.
A afastei, foi um empurrão - Tá maluca?
– Pedro? - virei meu rosto, meu coração batia tão forte que quase saía do meu peito.
Anna agora corria para fora de minha vista.
– Oh, droga!
Tentei alcançá-la, quando finalmente segurei o braço dela.
– O que você quer, Pedro? - esbravejou.
– Não grite.
Ela mordeu os lábios, as lágrimas rolavam pelas suas bochechas, meu coração foi esmagado ao saber que eu era a causa daquelas lágrimas.
– Juro por Deus que não é o que você está pensando.
– O que foi então?
– Abigail me beijou a força.
– Por tanto tempo? Quer que eu acredite nisso?
– É verdade.
– Tem certeza que é verdade? Tudo o que você me contou até agora?
– Ah, cara. - coloquei as mãos no rosto.
– Eu estou saindo agora, por favor não segure meu braço de novo.
Como ela pediu, não fiz. A deixei ir.
Meu coração foi junto.

Subi pro meu quarto, tinha prometido nunca mais chorar, mas chorei, fui fraco. Prometi que seria forte e aguentaria tudo, me enganei.
Eu entendia como Anna se sentia, e eu queria estar ao lado dela, até mesmo quando achasse que queria fazer algo errado e precisasse de ajuda para não fazer.
Eu não contei à ela com um pensamento egoísta, não queria que ela se agarrasse somente a mim. Queria apenas não mentir mais para ela, era difícil para mim, esperei que ela entendesse.
Estar magoada era esperado, e me senti horrível por ter feito ela se sentir assim, nem ao menos podia pedir para ela ficar.
Eu sempre soube que Abbi gostava de mim, mas depois que Anna perdeu a memória achei que ela tinha desescanado disto.
Outra coisa que não entendia era o porquê da Bruna estar se jogando pra cima de mim de repente, pedi ajuda para ela fazer Anna lembrar do que havia esquecido e não foi o que ela fez. Pelo contrário, até mesmo pediu para Anna se afastar de mim.


Passaram-se algumas horas, o celular dela sempre dava desligado, eu praticamente já era amigo íntimo do correio de voz.
Saí do quarto com o celular na orelha, me dei me frente com a mãe dela.
Karen puxava uma mala de dentro do quarto da Anna.
– Karen?
Ela sorriu ao meu ver, levou uma das mãos até minha bochecha.
– Meu bem, você está péssimo.
– Desculpe. - limpei o rosto.
– Por que Anna foi pra casa?
– Nós brigamos, quer dizer, ela brigou comigo.
– O que você fez? - Karen parou de andar.
– Abbi me beijou, ela entendeu tudo errado.
– Pedro. - Karen me abraçou. - Eu sinto muito.
– Não sei mais o que fazer.
Karen sorriu. - Queria tanto te dizer, mas eu não fui capaz de salvar meu casamento, então, é você que está me ensinando como eu deveria ter feito. Pedro, olhe para mim.
Obedeci.
– Eu sei que você a ama, não ama?
– Sim.
– Sabe de uma coisa? O amor nunca morre, nunca. Vai desistir? Então você não a ama, se isso acontecer, por favor se distancie da minha filha. Ela merece alguém que a ame.
– Eu a amo.
– Faça ela ver isto, mas não hoje, não agora. Ela está indo visitar a avó, deixe-a entender o que está acontecendo, depois vocês se resolvem.
Concordei.
– Fiquei longe da Abbi e de olho na Bruna.
– Karen, eu contei à ela sobre a amnésia.
– Você contou? - arregalou os olhos.
– Como ela reagiu?
– Está tentando se lembrar. O que é possível, digo, lembrar de tudo.
– Lembrar de tudo?
A ideia inicialmente me perturbou, mas se ela se lembrasse seria capaz de saber que eu não estava mentindo. Lembraria das brigas com a Buna naquelas semanas, na discussão com a Abbi e até mesmo quando estapeou Tanner.
Ela seria a minha Anna, mas não sei se estava mais perturbado agora do que antes. Eu amava as duas Anna, ou não, não existiam duas Anna, minha Anna era única. E sempre seria, primeira e única.

Quando já ía completar setenta e duas chamadas, fui interrompido por outra chamada, Anna estava retornando.
– Alô, Anna.
– Ei. - ela parecia animada.
– Como você está?
– Eu estou bem, estou aqui com a minha avó, ela disse que se eu não atendesse o celular, ela mesmo ía ligar e contar tudo o que eu disse sobre você.
Sorri. - E o que você disse sobre mim?
Ela riu. - Não se preocupe, disse coisas boas.
Ficamos em silêncio, a ouvir respirar já era tudo pra mim.
– Ela me mostrou um video.
– Que video?
– Do aniversário dela, você estava aqui e tinha cabelo grande ondulado.
– Que vergonha. - realmente era uma época embaraçosa minha, literalmente.
– Você está lindo como sempre.
– Ligou pra me dizer que eu sou lindo.
– Liguei pra pedir desculpas.
– Desculpas porque? Não fez nada de errado.
– Eu gritei com você...
– Quando?
Ela riu outra vez. - Não sabia que você tocava piano.
– Você estava aprendendo.
– Jura? Puxa, você toca mesmo, ainda estamos vendo se você quer saber.
– E como você está se sentindo? Vendo algo de que não se lembra?
– Agora me sinto bem.
– Isso é ótimo.
– Posso fazer uma pergunta?
– Você faz muitas perguntas.
– O anel que eu estou agora é o mesmo de quando nós namoramos pela primeira vez?
– Sim, é.
– E porque eu não estava com ele?
– Eu tirei de você, seria um impecílio. E eu queria te ver aceitar outra vez.
– Quando você tirou?
– Quando fui te visitar na UTI, mas deixa isso pra lá, você está com ele agora não é?
– Estou.
Houve uma sequência de risadas, no video e depois dela e da avó.
– Pedro? - ela ainda ria.
– O que foi?
Ela respirou fundo e disse com toda a sinceridade.
– Não desista de mim.
Era um pedido que eu não quebraria nunca. - Você sabe que não vou desistir.
– Estou vendo você dançando agora e querido, você não sabe rebolar.


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Notas finais do capítulo

Cadê vocês? Ainda estão vivos?