Together escrita por Max


Capítulo 20
Capítulo 20 - Por um amor que transforme meus erros em acertos


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 20, com 20 acompanhantes e 5 pessoas favoritaram aqui. Uhu!

Gente, ainda tô esperando sugestões, tenho medo que vocês não gostem dos capítulos :c
De verdade, tô triste. Tô até escutando músicas da Adele.



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"A tristeza é um livro sábio que se tem no coração e que nos diz centenas de coisas - impede-nos de apodrecer como um cogumelo debaixo de uma árvore; pouco a pouco vai fabricando uma provisão de ensinamentos para a vida."
– Juliusz Slowacki

Quando finalmente consegui dormir, eram quase cinco horas da manhã, dormir é demais, apenas fechei os olhos alguns segundos.
Meu despertador me fez arregalar os olhos.

Caminhei pela casa como se eu estivesse em outro lugar, me sentia como aquela manhã com meus pais, um corpo sem alma.
Procurei alguma palavra que definisse o que eu estava sentindo, nada poderia descrever uma sala onde minha voz ecoava, ou um espaço onde só meu corpo produzia calor. Vazio. Essa foi a palavra que chegou mais perto.
Eu me sentia vazia, a velha lógica do 'copo meio cheio ou meio vazio'.
Balancei meus pés, Tio Rick espalmou a mão em minha testa e depois meu pescoço, era como se eu estivesse com febre. Mas eu não estava.
Mexi com o garfo nos ovos em meu prato, em algum lugar na minha cabeça era como se fosse alguma coisa viva.
Não estava raciocinando direito, nem mesmo conseguia comer. Meu estômago, assim como eu, não se sentia vivo aquela manhã.
Passei a ver tudo a minha volta diferente. Quem sabe eu já não tenha vindo aqui mais vezes do que me lembro, e se nessas vezes fossem coisas importantes. Coisas que eram importantes, necessárias e eu simplesmente esqueci.
Não sabia como tinha caído do pier, já que lá não havia pedras e nem outra coisa que eu pudesse bater a cabeça com violência e caído.
Meus fones estavam pendurados em meu pescoço.
– Anna, está doente? - tia Bárbara perguntou enquanto tirava o prato com todo o meu café da manhã da minha frente.
– Não, só estou sem fome. - abri um sorriso amarelo.
Não me despedi, nem mesmo acenei. Acho que nem me lembrava como se andava.
Eu estava com ideias desconexas em minha cabeça, tudo estava caótico, todos eram cínicos comigo, meus pais, as pessoas que dividiam o teto comigo e até mesmo minha melhor amiga. E pensar por esse lado, que eles me enganaram por quase um ano inteiro, isso era como uma punhalada pelas costas.
Meus princípios estavam atônitos e eu não conseguia respirar no meu mar de desespero.

[12h00]
Agora eu estava sentada em uma cadeira, meus dois pés fazem apoio para que eu me incline em duas pernas da cadeira.
Mexo no meu celular como se ele fosse meu único amigo e confidente. Já que o Pedro não acordou a tempo essa manhã e não veio à escola.
Meus fones estão muito altos e a música preenche o meu vazio por alguns segundos, minha música é interrompida de uma forma bruta.
– Eu já estou cansada de perguntar como você está. - Bruna jogou a mochila na mesa do refeitório.
– Bom dia, eu acho.
Ela sentou-se ao meu lado e apoiou o queixo na mão. - Estou sentindo cheiro de queimado, você está pensando a quanto tempo?
Pus as pernas para o lado.
– Desculpe, tenho que ir pra sala.
Limpei o rosto e coloquei a mochila nas costas. - Ei! Não tem aula, já acabou e sério, você está estranha.
Continuei andando, ignorei até mesmo as pessoas nos corredores.
Eu estava com raiva e chateada ao mesmo tempo e tinha prometido não contar a ninguém o porquê.
Estou andando tão rápido que quase estou marchando e se aumentar o ritmo mais um pouco, vou estar correndo para casa.
Que é exatamente o que eu quero neste segundo.
A neve começou a cair do céu em um ritmo acelerado, corri pelo estacionamento, guerreando para chegar ao carro e sair de lá antes de uma nevasca.

[13h30m]
Deixei o carro no estacionamento do salão de festas do condomínio, três quarteirões abaixo de casa.
Caminhei a ladeira tortuosa e quando cheguei próximo do pertão de casa, faltando alguns passos, já não sentia minhas pernas.
Cruzei o gramado, meus tênis ficaram cobertos de neve e grama.
A porta de entrada estava destrancada, a abri com facilidade. Primeiro chequei se tinha alguém em casa.
Como ninguém respondeu, tive a impressão que estava sozinha. Finalmente não haveria ninguém para sussurrar e cochichar enquanto eu andava pelos corredores.
Subi a escada, precisava me deitar, possivelmente eu choraria com a cabeça enfiada no travesseiro, as portas estariam fechadas e não abriria para ninguém até me sentir melhor.
Coloquei minha chave na fechadura, abri a porta do quarto. No mesmo instante Pedro estava saindo do quarto dele, usava uma calça de moletom e um suéter preto. - Que cara é essa?
Tirei os tênis com o pés e joguei-os para dentro do quarto.
Pedro colocou as mãos em meu rosto. - Ah, Anna, me desculpe.
Assenti e ele abriu os braços.
Me abracei a ele. - Não deveria ter te contado.
– Mentiria pra mim?
– Faria de tudo pra não te ver assim, olhe-se Anna. - seus dedos acariciavam os meus. - O que houve com você? Sempre tão brilhante e agora está se escondendo pelos cantos.
– Sinto como se todos me olhassem como se eu fosse uma coitada.
Ele sorriu. - Você acha que é uma coitada, quando você se achar normal todos vão te olhar como se você fosse normal.
– Lembra o que eu disse sobre coisas que adolescentes fazem?
Ele concordou.
– Eu disse aquilo porque fiquei com muito medo.
– Medo?
– Eu me sinto como uma alma em um corpo estranho, você nunca vai entender, mas é a pior sensação que alguém pode sentir.
– Não quero nunca sentir. - sussurrou. - Já basta lutar por você.
Soltei um gemido fofo, coloquei minhas mãos em seus ombros.
– Eu amo você.
– Eu amo você também.
Pedro beijou minha testa.
– Pedro? - dessa vez Abbi apareceu no começo do corredor, ela não tinha uma cara muito boa agora, os olhos estavam fundos e vermelhos. Estava curvada, o que lhe dava uma aparência de cansada. - Precisamos conversar.
E foda-se oque ela queria conversar, ela não era a mesma e parecia feliz por ter Pedro pra ela por alguns segundos. O beijei demoradamente. - Desculpe por isso.
– Não se preocupe. - ele sorriu. - Eu e você, estamos bem?
– Sempre estamos.


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Notas finais do capítulo

Nada de importante aqui, mas você quer ler até o fim.



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