Together escrita por Max


Capítulo 19
Capítulo 19 - As lindas mentiras, a verdade feia


Notas iniciais do capítulo

Escutem essa música, Teen Idle - Marina And The Diamonds. É a cara desse capítulo e só.
Só mesmo.



Mentira, leiam as notas finais.
Beijos para as novas leitoras :*



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Faziam duas semanas que Pedro me enrolava para contar sobre o que ele mantia segredo.
Eu já havia remoído todas as minhas suposições, mentiras gigantescas, que eu era um ser sobrenatural, traições... Eu estava maluca.
Mas esta noite ele havia me chamado para ir à um lugar especial.
Ele disse que era um lugar especial.
Quando ele tirou minha venda, quase o soquei. Era mentira e aquilo era tão idiota que chegava a ser engraçado.
– O parque?
Agora tudo estava escuro, o frio ainda era extremo e eu podia sentir o ar gelado pairar em meus lábios enquanto saia da minha boca.
– Não judia. - ele sorriu.
A luz da lua refletia no lago, era uma das minhas paisagens favoritas, sempre encantadora.
– Você sempre me dizia uma coisa, meio que uma história. - ele sussurrou.
Me abraçou lateralmente e eu me deixei aconchegar.
– A lua se apaixonadava pelo mar, mas era impossível.
– Por que eles eram diferentes.
– Mas mesmo assim o amor não morreu.
– O amor permanece para sempre, independente de tudo e de qualquer coisa. - ele entrelaçou nossos dedos quando completei.
– E agora eles se encontram, quando a lua reflete no mar, ela pode estar perto de quem tanto ama.
– Eu conheço essa história.
– Você disse que contaria à pessoa certa, fico feliz de ter contado pra mim.
Era uma velha promessa. - Eu não lembro de ter contado isso.
Pedro concordou e pegou minhas mãos. - Chegamos onde eu queria, escute. Preciso te contar uma coisa.
– Certo, mas eu estou assustada. - puxei minhas mãos.
Ele meneou a cabeça e se sentou ao meu lado em um banquinho mais a frente.
– À dois anos atrás nós começamos um namoro.
– Nós namoramos à dois meses.
– Não. - ele afirmou. - Você foi ao pier, nadar com a Bruna. E você caiu, machucou a cabeça e esqueceu tudo naquele ano, menos as coisas da escola. Esqueceu do divórcio dos seus pais, sim eles já tinham se divorciado antes, esqueceu de nós e das nossas promessas. Eu pensei que você lembrasse, porque na primeira vez que você acordou da UTI, você disse que queria que eu encontrasse alguém que me amasse tanto quanto eu mostrei que te amava.
Minha cabeça dava voltas e parecia muito mais um daqueles filmes clichês que todo mundo ama.


[Flash back on - Casa dos meus pais, aproximadamente um ano atrás]
Naquela manhã meus pés não encostavam no chão. Eu não estava no chão.
Minha mente vagava para bem longe e só meu corpo entrava na cozinha naquele momento.
Mamãe andava de um lado pro outro na cozinha, parecia feliz e eu pai estava inclinado na cadeira, bebia sua caneca de café e lia seu jornal. Nada mais normal.
Porém, senti falta de algo, dessa vez ela não brigou com ele por estar sentado parecendo um adolescente, palavras dela, não minhas.
– Bom dia, filha.
Me assustei com a voz alegre.
Mamãe estava de costas pra mim, quase não a reconheci, as madeixas escuras agora tinham uma californiana vermelha.
– Mãe, quando você pintou o cabelo?
Ela sorriu. - Saí assim que você dormiu.
Concordei e me sentei na mesa. - Está bonita.
Mamãe e papai sentaram de lados opostos da mesa, chegaram mais perto de mim e eu tinha certeza que não era meu aniversário. Então não era uma surpresa.
Sentia-me como um quebra cabeça, mas com peças erradas, ou peças faltando.
Dentro de mim eu sentia a falta de algo que eu nunca iria ter de volta.
Já era tarde, o sol parecia estar quente.
– Que dia estamos? - perguntei.
Papai cuspiu o suco na mesa, mamãe levantou e limpo tudo rapidamente.
Olhei em meu celular, parecia que o tempo tinha voado. Segundo o meu calendário, hoje era dois de fevereiro, mal me lembrava da virada do ano. Talvez tivesse ficado bêbada e pego coma alcoólico. Mas claro que não.
Mas ao que parecia pouco tempo, ainda era dezoito de abril... Do ano passado. Dormi um dia e acordei em dois de fevereiro.
[Flash back off]


Agora que tinha tentado digerir tudo aquilo, minha cabeça já estava girando como um carrossel maluco.
– Eu pedi isso? Pedi pra você procurar por outra pessoa?
– Sim, porque eles disseram que era impossível você se lembrar.
Abaixei a cabeça, lágrimas queriam sair e tudo estava confuso.
– Então, isso quer dizer que nós já namorávamos, eu esqueci você... E você não desistiu, por quê? - arranhei a minha meia calça enquanto a trazia as minhas mãos para o peito.
– Porquê eu amo você, mais do que eu posso suportar, me desculpe por nunca ter te contado sobre o passado. Eles disseram que você lembraria, eu não podia te deixar ir.
– Porque você está se desculpando por me amar? Eu deveria me desculpar por esquecer de você.
– Você lembra quando fizemos bonecos de neve? Bom, a dois anos atrás eu te pedi em namoro, coloquei a caixa com o anel perto dentro do boneco, pedi pra você quebrá-lo.
– Eu aceitei?
– Não.
Ri. - Não?
– Eu tive que implorar, sério.
– Eu te amava?
– Muito.
– Como sabe?
– Sabe quanto tempo você demorou pra dizer que me amava?
– Quanto?
– Horas antes de você sair com a Bruna, foi quando você me disse, demoraram meses.
– E você?
– Eu disse depois de você, queria ter certeza.
– Acha que eu te amo mais agora?
Ele riu. - Você me ama como sempre amou, infinitamente.
Fiquei em silêncio, era muito para mim. Não conseguia ligar as coisas.
– Não conte a ninguém que eu te falei.
– Por que?
– Anna. - ele insistiu.
– Eu prometo.
Balancei as suas pernas, estava realmente agoniada.
Havia pensado em todas as opções de mentiras, mas nada.
– E então?
– Eu queria ter sido uma adolescente normal.
– Você é normal. - levantei o indicador rapidamente.
– Vou te contar o que adolescentes normais fazem, adolescentes normais estragam a vida, é isso que fazem! Não tem perdas de memória e nem pessoas querendo te dar uma surra em cada esquina.
Ele ficou calado, olhava em meus olhos. - Adolescentes normais também se arrependem.
Concordei. - Eu sei.
– Quando nós brigamos naquela noite, você me fez prometer que estaríamos sempre juntos.
O abracei. - Não quebre sua promessa.
Tive a pior sensação de todas, eu estava presa dentro de mim mesma. Quase podia ouvir os gritos ensurdecedores e os socos nas paredes de vidro de minha própria mente.
Coloquei as mãos na barriga, me joguei pra frente. - Eu estou desmoronando.
Chorei silenciosamente.
As mãos quentes deslizaram para minhas costas. - Não se eu estiver aqui.


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Notas finais do capítulo

Cara, vocês tem que me amar. Dois capítulos seguidos, mereço palmas. Não? Ok :c
Mas sim, viram a tradução? A música da Anna. LOL

O que mais? Não lembro de mais nada pra pedir. Você já sabem a obrigação de vocês né? Me amar e_e