Together escrita por Max


Capítulo 15
Capítulo 15 - Cabeça vazia, oficina dos invejosos


Notas iniciais do capítulo

EEEEEEEEEEi! Sentiram minha falta? :c



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[10h00]
– Acha que eu estou dando em cima dele?
Me fiz de surda e olhei pro outro lado da biblioteca.
– Talvez você nem devesse estar com ele, nem confiam um no outro.
Afastei minha cadeira com os pés, a biblioteca inteira ouviu o ruído. - Vai se ferrar, Bonnie.
Coloquei a mochila em um dos ombros e corri pra fora do lugar.

[14h00]
– Você está estranha. - Bru passou uma das mãos em meu braço.
– Quem sabe você não me diz?
– Ei Anna. - Tanner sacudiu a mão pra mim, não foi um aceno.
– Sério? Tanner e Bonnie? Ao mesmo tempo? O que estão tramando?
Destravei a porta do carro na distancia em que estava.

[16h30m]
– Porque ainda estão juntos? - ela colocou um dos pratos na minha frente. - Não vejo sentido.
– Abi?
– O que eu disse?
Bloqueei a tela do celular. - Acha mesmo que não podemos ficar juntos?
– Pertencem a universos de interesses diferentes.
Levantei e fui pro meu quarto.

[2h00]
– Acho que descobri porque te achava um babaca.
Ele torceu o nariz. - Estava me divertindo.
– Aposto que sim. - abri a porta do carro. - A ressaca disso tudo vai ser bem inofensiva.
– Mas você vai estar do meu lado, deitadinha.
– Vai sonhando. - brinquei com meus dedos, fazendo pequenos circulos no ombro dele.
Ele colocou o cinto e segurou minha mão antes que eu desse partida. Tentei entender o movimento. - Cuidado com o meu carro. - ele resmungou.
Gargalhei, pisei no acelerador e no freio, troquei a marcha. O carro deslizou na pista, um pequeno cavalo de pau. - Como cuido da minha vida. - zombei.
– Então meu carro já era.
Fingi que não escutei.
– Posso saber o que estava fazendo?
– Em uma festa.
– Jura?
– Está com raiva?
– Sim, eu estava estudando e tive que vir aqui pra te buscar.
– Me desculpe.
Bati com as dias mãos no volante, estava realmente com raiva. Não era porque eu estava estudando. Era porque eu estava estudando e! E ele tinha ido pra uma festa, ficado bêbado e ainda me liga pedindo pra eu ir buscá-lo. Eu paguei o táxi de ida, eu tive que pagar uma entrada e provavelmente ía pagar o pato.
– Eu não bebi mais de dois copos.
Concordei sarcasticamente. - É claro que não bebeu.
– Copos pequenos. - reforçou. - Eu tomo até uma garrafa se eu quiser e o efeito é exatamente como eu estou agora. - Acredita em mim?
– Eu acredito em você.
– Está mentindo.
Ficamos em silêncio, depois ele começou a batucar. Pedi pra ele parar, duas vezes.
– Anna, cara de banana, vamos para uma cabana. - ele cantarolou e eu ri. - Vamos ser feliz, lá tem um chafariz...
– Pedro!
– É o nosso esconderijo, onde eu te dou um beijo...
– Cala a boca, Pedro. - sorri.
– Você não é doce, mas eu gosto muito de você.
Balancei a cabeça de um lado pro outro, um movimento afirmativo. - Eu também gosto de você, demais.
Ele sorriu.
– E você nunca será capaz... - apontei um dedo na direção dele.
Ele gesticulou. - Continua.
– Não sou boa nisso.
– 'Não sou boa nisso' não rima. - gargalhou. - De entender, meu rapaz.
– São coisas confidenciais. - completei.
Seus lábios vieram até a minha bochecha.

[3h40m]

Dei mais um passos, ele me rodou e me prensou contra a parede.
Suspirei.
– Seu pai está em casa, pra ser precisa, atrás desta porta. Comporte-se.
Ele apoiou totalmente o seu peso sobre mim. - Não me deixe nesse estado.
– É claro que não. - o ajudei a caminhar mais alguns passos até o quarto.
Ele arrastava os pés e tropeçava no vento. Tentei não rir da cena, mas era quase impossível.
Entramos no banheiro, liguei o chuveiro e quando me virei para ajudá-lo a entrar no box, ele já tinha tirado a calça e os tênis.
– O que foi?
Apertei fortemente os olhos. - Nada.
– Está com medo?
– Entra ali, agora.
Ele negou com a cabeça. - Vou precisar de ajuda. - fez um beicinho e estendeu os braços.
Passei meus braços pela sua cintura.
O coloquei no box, o cheiro de álcool me deixava enjoada. Liguei o chuveiro e ele grunhiu quando a corrente de água despencou sobre a sua cabeça.
– Eu vou congelar. – se queixou.
– Pra você aprender.
O ajudei a tirar a camisa e ele riu das minhas bochechas vermelhas. Peguei o sabonete e entreguei na mão dele, que logo começou a se ensaboar.
Passei minhas mãos cheias de sabão na sua boca e ele me mordeu, sim eu fiz só pra me aproveitar de ele estar vulnerável. Ele pegou meus pulsos e passou na sua barriga.
– Cuidado, mocinha.
– Para Pedro! – puxei minhas mãos.
– Você fica irresistível com essas bochechas coradas.
– Cala a boca.
Ficamos sérios por um tempo, mas depois caímos na risada. Começamos uma pequena guerra de água (lê-se: molhamos o banheiro todo.), o banho durou quase meia hora porque ele insistiu em só sair com uma toalha verde, eu nunca vi uma toalha verde no quarto dele. Bom, eu achei, no closet da tia Bárbara, e não era qualquer toalha... Era uma que parecia ser de uma marca famosa que... Por Deus! Alguém vai ouvir reclamações amanhã.
O enrolei na toalha e ele colocou uma cueca enquanto eu estava de costas. Depois tentei vestir um pijama nele, ele não quis, se jogou na cama e se cobriu com um edredom.
Deitei do lado dele, ele me fez cantar 'jingle bell rock' até ele sentir vontade de dormir, ainda conversamos por um tempo que foi quando ele me pediu desculpas. Ele dormiu, finalmente, depois de muito esforço. Levantei e comecei a arrumar o quarto. Como um garoto consegue desarrumar um quarto, tanto assim?
– Pedro? - tia Bárbara abriu a porta. - Anna? Como está?
Sorri. - Estou bem, Pedro é que não vai lembrar de muita coisa.
– Desci pra tomar alguma coisa e depois chequei os quartos...
– Eu fui buscá-lo. - respondi. - Fiz mal?
Ele sorriu. - Você nunca faz mal, querida.
A abracei. - Falou com o meu pai?
– Sim, ele te mandou um beijo e um tapa nas costas do Pedro.
– Tia Bárbara, acho que eu amo o seu filho.
Ela arqueou as sobrancelhas e depois abriu um sorriso. - Isso é a coisa mais bonita que alguém já fez pelo meu filho, depois de mim.
– Não sei se eu devo dizer, ele ainda parece distante.
– Então não diga. - ela repousou uma das mãos em meu ombro. - Diga quando sentir que ele vai responder a mesma coisa.
– Espero que não demore muito.


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Notas finais do capítulo

E aí? E agora?