Together escrita por Max
Notas iniciais do capítulo
Oi, gente!
Como vão? Eu tô muito mal, tive um problema psico-corporal hoje.
Não, eu não sou doida haha
Curtam a história.
Nas semanas seguintes, senti os dias passarem arrastados, me sentia presa e constantemente comecei a andar sempre olhando para trás. O medo tomava conta de mim, se alguém esbarrasse em mim - mesmo que por acidente, o pânico ficava estampado em meu rosto como um pedido de socorro.
– O que foi Anna? - perguntou assim que já estávamos no mesmo lado do carro.
– Estou com medo. - larguei os dois braços ao longo do corpo. - Já fazem dois dias que eu vejo pessoas me espreitando, na cafeteria, no pier, na escola... O único lugar seguro é em casa.
– Relaxa, como pode saber que são as mesmas pessoas?
Fechei os olhos enquanto apoiava a testa nas mãos. - Eu os reconheceria em qualquer lugar.
O punho sendo apertado com força não me deu a coragem que eu precisava pra falar. - Agora que você diz isso?
Engoli a seco. - São meninos e meninas, não são homens e mulheres. Tenta entender.
– Tentar entender? - ele riu, ironia palpável. - Você foi espancada, Anna.
– Eu reconheceria seus perfis, não seus rostos, desculpe se eu estava ocupada demais sendo saco de pancadas pra olhar para os rostos.
Me virei de costas, dei de ombros, o que o fez arregalar os olhos.
– Está dizendo que eu não tenho o direito de estar com raiva?
– Estou dizendo que eu não estou com raiva, então por que você está?
Colocou uma das mãos em meu ombro. - Você tem um coração muito bom, eu não, é por isso.
– Como é que é? - levei as mãos até o quadril.
– Sempre querendo ver o melhor lado das coisas, e se eles forem maníacos? Eu sei lá.
Me distanciei. - Eles foram pagos.
– Pagos? Por que não contou ao seu pai? À polícia?
– O que eles iriam fazer? Uma escolta? Eu já tenho você pra isso.
– Está fazendo piada com algo sério, isso já não tem graça, nunca teve.
– Não é piada. - rebati. - Você não poderia me defender, eram muitos deles, você também iria se machucar.
– Você está me fazendo parecer um fraco.
– Não, você não é fraco! Eu sou fraca, eu estou com medo e agora estou pedindo pra você não se arriscar por mim.
– Anna. - ele apertou os punhos outra vez, se virou, iria surtar.
Pulei nos seus braços, o abracei com toda a força.
– Não grite. - sussurrei.
Ele assumiu uma postura séria, no entanto, claramente ele não havia entendido tal pedido.
– Meu pai dizia que quando gritamos uns com os outros é porque os corações estão distantes, por isso gritamos, para a voz chegar ao outro lado. E quando estamos juntos e sussurramos é porque os corações estão próximos.
Seus braços me envolveram. - Desculpe.
– Eu não consigo lembrar dos rostos, eu queria muito, mas não consigo.
– Ninguém nunca vai machucar você, em nenhum sentido. - beijando minha testa, ele sussurrou. - Vou te proteger até quando não me restarem forças.
Sorri, o abracei com os dos braços envolvendo sua cintura.
Decidi que queria comer pipoca; eu sofro de uma coisa chamada 'não estou grávida, mas tenho desejos', e esse era um dos casos. Pedi para o Pedro a me esperar no cais, onde era meu lugar preferido para a atração da noite. Fogos de artifício, todo os anos, na mesma data a feira da cidade era completamente enfeitada de estrelas com lâmpadas dentro.
Entreguei o dinheiro ao pipoqueiro, meu estômago roncou ao sentir o cheiro da pipoca derretendo, deixei algumas moeda caírem no chão.
Me agachei e comecei a reunir todas em uma só mão.
– Quer ajuda? - virei o rosto ainda sorrindo.
Sabe quando parece que você vai ter um dejá vu?
O saco de pipocas foi ao chão. - Não encoste em mim.
– Calma aí, princesa.
Tropecei nos próprios pés à medida que caminhava de costas, estava assustada. Um dos meus agressores havia estado a poucos centímetros de mim outra vez. Talvez se eu gritasse e pedisse ajuda, mas aí ele já se misturaria com a multidão, já que o parque estava lotado.
Andei em círculos algumas vezes até minha bússola imunológica voltar a funcionar, passei pelo pier, haviam dezenas de pessoas no cais.
Logo avistei o casaco vermelho do Pedro de longe.
– Pedro. - peguei no braço dele.
– Cadê a pipoca?
Respirei fundo. - Vamos embora.
– Por que a pressa?
Eu não sabia de onde a voz estava vindo, nem mesmo sabia como tinha conseguido chegar lá. As unhas grandes pintadas de azul celeste nos braços dele não eram as minhas, levantei a cabeça, quase pulei naquele pedaço de biscate.
– Bonnie? - inclinei a cabeça pro lado, agora tinha ferrado minha cabeça de vez, só podia estar alucinando.
– O que houve? - o sorriso dele se fechou quando segurou meu rosto. - Está pálida, o que houve?
– Vamos embora.
– Mas já vão começar os fogos. - Bonnie fez um beicinho, eu arrancaria com as unhas se pudesse.
Pedro sorriu e virou-se pra mim.
– Embora, agora.
– Então a gente se vê na próxima. - Bonnie se inclinou, o sutiã push-up já estava aparecendo de tanto de foi apertado.
Puxei Pedro pela mão muito sutilmente... Sutilmente no meu ponto de vista.
– O que foi? - ele acariciou meu braço.
– Sabe quanto custa um esmalte azul celeste?
Ele franziu a testa.
– Eu também não, é só pra ter certeza de que ela não conversou sobre o próprio corpo com você.
Ele sorriu. - Ciumenta.
– Tanto quanto você é com o Tanner.
– Ela disse que você foi grossa com ela na escola.
Bufei. - Grossa vai ser a minha mão descendo pela garganta dela.
Sua testa veio até meu ombro, seu corpo se chacoalhou enquanto ele ria.
– Você é muito ciumenta. - beijou meu pescoço.
O afastei rapidamente. As chamas não podia se acender.
– Não tenho ciúmes de você.
– Claro que tem, e muito.
Seu sorriso que abriu no canto da boca fez minhas pernas vacilaram. Um ar gelado eriçou os pêlos do meu braço.
Peguei–o pela mão, o puxei com os dedos pela nuca, ele usou as mãos pra me manter colada ao corpo.
– Entre no carro. - disse e o puxei pelo pulso até o carro.
Pedro não perguntou nada, deve ter estranhado eu correndo pelo estacionamento. Desta vez uma viatura estava por lá, todos os postes estavam ligados, as árvores pareciam inofensivas e o ar era calmo. Desta vez eu não estava sozinha, uma mão se apertava contra a minha.
Sentei-me ainda com receio, olhei para todos os lados e não encontrei nada. Pedro ligou o carro, saiu da vaga e dirigiu vagarosamente pelo acostamento.
Respirei fundo e finalmente falei.
– Vi um deles hoje.
– E porque não me disse? - intercalou a atenção entre mim e o trânsito, que agora começava a apartar-se dos pedestres.
– Talvez eu te dissesse, se não estivesse com a Bonnie.
– Ciumenta.
– Sou egoísta na verdade, não divido nada que é meu.
– E eu sou seu?
– Acho que não percebeu, coloquei algemas em você, no seu dedo. - chacoalhei a mão, mostrei o anel de compromisso.
– Então sou seu.
– Diga isso baixo o bastante pra que só eu possa ouvir. - pisquei um dos olhos.
Olhou pra mim e beijou meus lábios devagar. - Acho que amo você.
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Conversem comigo, está chato por aqui.