Together escrita por Max


Capítulo 14
Capítulo 14 - Unhas azul celeste e sutiã push up


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Como vão? Eu tô muito mal, tive um problema psico-corporal hoje.
Não, eu não sou doida haha
Curtam a história.



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Nas semanas seguintes, senti os dias passarem arrastados, me sentia presa e constantemente comecei a andar sempre olhando para trás. O medo tomava conta de mim, se alguém esbarrasse em mim - mesmo que por acidente, o pânico ficava estampado em meu rosto como um pedido de socorro.

– O que foi Anna? - perguntou assim que já estávamos no mesmo lado do carro.

– Estou com medo. - larguei os dois braços ao longo do corpo. - Já fazem dois dias que eu vejo pessoas me espreitando, na cafeteria, no pier, na escola... O único lugar seguro é em casa.

– Relaxa, como pode saber que são as mesmas pessoas?

Fechei os olhos enquanto apoiava a testa nas mãos. - Eu os reconheceria em qualquer lugar.

O punho sendo apertado com força não me deu a coragem que eu precisava pra falar. - Agora que você diz isso?

Engoli a seco. - São meninos e meninas, não são homens e mulheres. Tenta entender.

– Tentar entender? - ele riu, ironia palpável. - Você foi espancada, Anna.

– Eu reconheceria seus perfis, não seus rostos, desculpe se eu estava ocupada demais sendo saco de pancadas pra olhar para os rostos.

Me virei de costas, dei de ombros, o que o fez arregalar os olhos.

– Está dizendo que eu não tenho o direito de estar com raiva?

– Estou dizendo que eu não estou com raiva, então por que você está?

Colocou uma das mãos em meu ombro. - Você tem um coração muito bom, eu não, é por isso.

– Como é que é? - levei as mãos até o quadril.

– Sempre querendo ver o melhor lado das coisas, e se eles forem maníacos? Eu sei lá.

Me distanciei. - Eles foram pagos.

– Pagos? Por que não contou ao seu pai? À polícia?

– O que eles iriam fazer? Uma escolta? Eu já tenho você pra isso.

– Está fazendo piada com algo sério, isso já não tem graça, nunca teve.

– Não é piada. - rebati. - Você não poderia me defender, eram muitos deles, você também iria se machucar.

– Você está me fazendo parecer um fraco.

– Não, você não é fraco! Eu sou fraca, eu estou com medo e agora estou pedindo pra você não se arriscar por mim.

– Anna. - ele apertou os punhos outra vez, se virou, iria surtar.

Pulei nos seus braços, o abracei com toda a força.

– Não grite. - sussurrei.

Ele assumiu uma postura séria, no entanto, claramente ele não havia entendido tal pedido.

– Meu pai dizia que quando gritamos uns com os outros é porque os corações estão distantes, por isso gritamos, para a voz chegar ao outro lado. E quando estamos juntos e sussurramos é porque os corações estão próximos.

Seus braços me envolveram. - Desculpe.

– Eu não consigo lembrar dos rostos, eu queria muito, mas não consigo.

– Ninguém nunca vai machucar você, em nenhum sentido. - beijando minha testa, ele sussurrou. - Vou te proteger até quando não me restarem forças.

Sorri, o abracei com os dos braços envolvendo sua cintura.

Decidi que queria comer pipoca; eu sofro de uma coisa chamada 'não estou grávida, mas tenho desejos', e esse era um dos casos. Pedi para o Pedro a me esperar no cais, onde era meu lugar preferido para a atração da noite. Fogos de artifício, todo os anos, na mesma data a feira da cidade era completamente enfeitada de estrelas com lâmpadas dentro.

Entreguei o dinheiro ao pipoqueiro, meu estômago roncou ao sentir o cheiro da pipoca derretendo, deixei algumas moeda caírem no chão.

Me agachei e comecei a reunir todas em uma só mão.

– Quer ajuda? - virei o rosto ainda sorrindo.

Sabe quando parece que você vai ter um dejá vu?

O saco de pipocas foi ao chão. - Não encoste em mim.

– Calma aí, princesa.

Tropecei nos próprios pés à medida que caminhava de costas, estava assustada. Um dos meus agressores havia estado a poucos centímetros de mim outra vez. Talvez se eu gritasse e pedisse ajuda, mas aí ele já se misturaria com a multidão, já que o parque estava lotado.

Andei em círculos algumas vezes até minha bússola imunológica voltar a funcionar, passei pelo pier, haviam dezenas de pessoas no cais.

Logo avistei o casaco vermelho do Pedro de longe.

– Pedro. - peguei no braço dele.

– Cadê a pipoca?

Respirei fundo. - Vamos embora.

– Por que a pressa?

Eu não sabia de onde a voz estava vindo, nem mesmo sabia como tinha conseguido chegar lá. As unhas grandes pintadas de azul celeste nos braços dele não eram as minhas, levantei a cabeça, quase pulei naquele pedaço de biscate.

– Bonnie? - inclinei a cabeça pro lado, agora tinha ferrado minha cabeça de vez, só podia estar alucinando.

– O que houve? - o sorriso dele se fechou quando segurou meu rosto. - Está pálida, o que houve?

– Vamos embora.

– Mas já vão começar os fogos. - Bonnie fez um beicinho, eu arrancaria com as unhas se pudesse.

Pedro sorriu e virou-se pra mim.

– Embora, agora.

– Então a gente se vê na próxima. - Bonnie se inclinou, o sutiã push-up já estava aparecendo de tanto de foi apertado.

Puxei Pedro pela mão muito sutilmente... Sutilmente no meu ponto de vista.

– O que foi? - ele acariciou meu braço.

– Sabe quanto custa um esmalte azul celeste?

Ele franziu a testa.

– Eu também não, é só pra ter certeza de que ela não conversou sobre o próprio corpo com você.

Ele sorriu. - Ciumenta.

– Tanto quanto você é com o Tanner.

– Ela disse que você foi grossa com ela na escola.

Bufei. - Grossa vai ser a minha mão descendo pela garganta dela.

Sua testa veio até meu ombro, seu corpo se chacoalhou enquanto ele ria.

– Você é muito ciumenta. - beijou meu pescoço.

O afastei rapidamente. As chamas não podia se acender.

– Não tenho ciúmes de você.

– Claro que tem, e muito.

Seu sorriso que abriu no canto da boca fez minhas pernas vacilaram. Um ar gelado eriçou os pêlos do meu braço.

Peguei–o pela mão, o puxei com os dedos pela nuca, ele usou as mãos pra me manter colada ao corpo.

– Entre no carro. - disse e o puxei pelo pulso até o carro.

Pedro não perguntou nada, deve ter estranhado eu correndo pelo estacionamento. Desta vez uma viatura estava por lá, todos os postes estavam ligados, as árvores pareciam inofensivas e o ar era calmo. Desta vez eu não estava sozinha, uma mão se apertava contra a minha.

Sentei-me ainda com receio, olhei para todos os lados e não encontrei nada. Pedro ligou o carro, saiu da vaga e dirigiu vagarosamente pelo acostamento.

Respirei fundo e finalmente falei.

– Vi um deles hoje.

– E porque não me disse? - intercalou a atenção entre mim e o trânsito, que agora começava a apartar-se dos pedestres.

– Talvez eu te dissesse, se não estivesse com a Bonnie.

– Ciumenta.

– Sou egoísta na verdade, não divido nada que é meu.

– E eu sou seu?

– Acho que não percebeu, coloquei algemas em você, no seu dedo. - chacoalhei a mão, mostrei o anel de compromisso.

– Então sou seu.

Diga isso baixo o bastante pra que só eu possa ouvir. - pisquei um dos olhos.

Olhou pra mim e beijou meus lábios devagar. - Acho que amo você.


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Notas finais do capítulo

Conversem comigo, está chato por aqui.



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