Together escrita por Max


Capítulo 13
Capítulo 13 - Estamos em chamas


Notas iniciais do capítulo

Oi, tudo bom?
Desculpa por não ter postado ontem.
Se ajeita aí na cadeira.



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– E então? Seu pai está de saída? Outra vez? - Bruna me estendeu o copo plástico de café.
Bebi um pouco e depois afirmei.
– Como você se sente? Lembro da última vez que ele foi.
– Estou arrasada, mas em compensação a área onde ele vai não é de alto risco.
Ela concordou e esfregou a mão no meu ombro. - Eu sinto muito.
– Tudo bem.
– Meu pai ficou chateado por você sair tão rápido.
– Desculpe por isso, eu realmente tinha que ir pra casa, foi quando ele me deu a notícia.
Vi Bonnie entrando no refeitório, saltos e um vestido. Me arrependi instantaneamente de ter usado uma roupa daquele tipo no dia anterior.
Bru se levantou e abraçou ela.
– Oi meninas. - a voz dela me fez viajar pro mundo do ódio.
– Anna, essa é minha amiga, Bonnie.
Devo ter a cortado em pedacinhos centenas de vezes com os lasers que saiam dos meus olhos, na minha mente, é claro. - Um prazer, Bonnie.
Ela sorriu. - Nós nos conhecemos, a namorada do Pedro.
– É? - Bru se virou pra mim.
– Faz um tempo, você não estava falando comigo.
Mas é claro que eu não ía falar que nós não estávamos namorando oficialmente, eu tinha minha amiga de volta, mas não era burra. Bruna estava realmente estranha e Bonnie apareceu do nada, de repente resolveu voltar a cidade.
Me limitei a só concordar, negar, sorrir e rir na conversa; sem querer ser grossa, mas já sendo.
O sinal de saída tocou, saí de lá antes de mais alguma palavra sobre o blush da MAC. Caminhei rapidamente, esbarrei em alguém, pelo impacto a pessoa era maior que eu, fui ao chão instantaneamente.
– Você está bem?
Fiquei de pé. - Se você não fosse uma parede.
Ele riu. - Ainda lembra de mim?
– Tanner. - levantei o rosto. - Oi.
– Oi, você está bem?
– Você já perguntou isso. - sorri.
– É. - ele colocou as mãos no bolso. - Ta indo pro estacionamento?
Ajuntei minha mochila - Tô.
– Vamos juntos então. - ele levantou as duas mãos quando franzi o cenho. - Não, eu sei que você tá namorando, ele é tão inseguro?
Tentei encontrar a piada pela qual ele estava sorrindo, não achei então fiquei séria. - Sem gracinhas.
Ele concordou e levou uma das mãos às minhas costas, acontece que o movimento já me era familiar, mas com outra mão, a do Pedro.
– Lembra quando íamos ao lago?
– Lembra que foi lá que você terminou comigo?
Ele ficou envergonhado. - Desculpe por isso.
– Eu quase já esqueci.
Cruzamos a porta que ía pro estacionamento, avistei Pedro de longe, apoiado com uma das pernas flexionadas no carro. - Ta bom.
– Eu tenho que ir. - sorri e estendi minha mão.
Ele a apertou e me puxou pela mão, beijou minha bochecha.
Quando me virei outra vez, Pedro já não estava na posição de antes; agora ele estava de pé, olhando diretamente pra mim, ao chegar mais perto fingi não ter percebido seu punho cerrado. O abracei.
– Vamos?
Pedro balançou a cabeça rapidamente, não quis perguntar se era um movimento afirmativo ou não. Aí ele entrou no carro, entrei depois. Ele não falou comigo direito no carro, sempre passando a mão dentro do bolso do moletom, me perguntei porquê, mas não abri a boca um segundo também.

[12h00m]
Paramos no estacionamento, ele olhou pra mim e acariciou meu ombro.
– Lembra do que eu disse sobre o que eu tinha pra você?
Olhei pra ele, sorri. - Ainda não recebi.
– Eu sei, só quero saber uma coisa.
– Vai perguntar algo pra mim?
– Você gosta realmente de mim?
Eu não sei se fiquei triste com a pergunta, aliás que raio de pergunta era aquela? Segurei a trava da porta com força, afrouxei o aperto aos poucos.
– O que você acha?
Ele não respondeu.
– Tudo bem, quer uma resposta?
Me sentei direito e peguei meu caderno e abri na última folha do caderno.
– O que está fazendo?
– Olha. - entreguei a ele.
Ele olhou atentamente, os trechos de músicas e uma foto nossa.
– Quando bateu essa foto? - ele sorriu.
– Não lembra? - apontei. - Nossa noite comendo tacos.
– Sei, algo pra me falar sobre o Tanner?
Encostei a cabeça na porta do carro.
– Algo pra me falar sobre a Bonnie?
– Você primeiro.
Concordei. - Tanner quis me acompanhar até o estacionamento.
– É isso?
– É, é isso. Agora é sua vez.
– O que quer saber?
– Se ela foi embora do nada, vocês ainda são namorados?
Ele riu. - Claro que não, ela foi embora sem se despedir e não antes de eu terminar com ela.
– Você terminou com ela? Por quê?
– Porquê ela me traiu.
– Eu sinto muito.
– Não importa mais.
Concordei de novo.
– Gosto de você.
– Eu também gosto de você.
– Ótimo.
– Por que?
– Desce do carro. - ele desceu e eu obedeci.
Caminhei com ele até dentro do aeroporto, seus braços me apertavam de uma forma afetuosa.

[12h15m]
Abracei meu pai tempo o bastante pra quase nos unimos em um, meus olhos estavam vermelhos e já não suportava mais chorar.
– E agora? - murmurei.
Papai pegou meu rosto com as duas mãos, beijou minha testa. - Agora você vai se cuidar, mocinha.
– Você promete que vai se cuidar também?
– Claro que eu vou, não vou me arriscar se não for preciso.
– Amo você.
– Também amo você.
Ele beijou meu rosto.
– Por falar em 'amo você'...
– O que foi? - me afastei dele sorrindo.
– Pedro. - papai disse.
Ele concordou e colocou a mão no moletom, se virou pra mim e estendeu uma caixinha aveludada pra mim.
– Anna Júlia.
– Não diga o nome todo. - sussurrei.
– Quer namorar comigo?
Levei as mãos até a boca.
– Meu Deus, assim eu não sei se é um 'aceito' ou um 'claro que não'.
– Ajoelha. - mamãe provocou.
Ele se ajoelhou. - Anna?
– É claro que sim. - sorri.
Ele levantou e me beijou depois de colocar o anel no meu dedo anelar.
O abracei. - Estão todos olhando pra você.
– Para nós.
– Rapaz. - papai disse e deu mais um daqueles tapinhas nas costas do Pedro.
– Senhor, devemos perguntar se isso ainda é constrangedor.
Todos nós rimos.

[16h56m]
Havia me despedido do meu pai a pouco tempo, entre todos os lugares que eu poderia ir pra me sentir bem, preferi ficar na cama abraçada com Pedro. Algo meio burro porque eu estava nervosa, muito, cabíamos na cama perfeitamente, tão perfeitamente que fiquei com medo de não querer mais dormir na minha depois daquilo.
Um dos braços e parte do dorso dele estavam sobre mim, o seu cheiro estava tão próximo, Pedro estava tão perto.
Ele riu, eu sorri e abri os olhos.
– Anna. - ele sorriu, o cabelo estava desarrumado e parte da camisa desabotoada. - Já parou de chorar?
– Sim e você é pesado. - sussurrei sorrindo.
– É que você é magrela. - ele me deu espaço pra respirar enquanto se apoiava nos braços, que estavam paralelos em cada lado da minha cabeça. - Escuta, seu ex namorado é mesmo o Tanner?
– Por que eu mentiria?
– Não disse que você mentiu.
Olhei nos seu olhos. - Isso é por que você me viu com o Tanner?
Ele engoliu a seco. - É só que não te vejo junto, sabe, futuramente com ninguém parecido com Tanner.
Fiz uma careta, ele riu da minha expressão. - Isso é muito bom.
– Bom?
– Você é um Running Back?
– Não.
– Você se parece com o Tanner?
– Não.
Sorri. - Exatamente.
Ele fechou os olhos, depois abriu mais um sorriso enorme. Ele tentou fechá-lo diversas vezes, mas o sorriso sempre voltada a se estampar em seu rosto.
– O que foi? - arremessei o travesseiro nele.
Ele segurou o travesseiro.
– É que você ainda me deixa nervoso. - disse abaixando minhas mãos.
– Você também, mesmo depois de dois meses.
– Você me deixa nervoso mesmo depois de três anos.
Fiquei em silêncio, o que eu podia dizer? Talvez eu não tivesse raciocinado certo, mas ele acabara de dizer que gosta de mim a três anos. E isso era no mínimo desconcertante. O sorriso torto no meu rosto revelou tudo o que conturbava a minha cabeça naquela hora. - Três anos? Você implicou comigo desde que eu me entendo por gente.
– Você nunca olhou pra mim, acho que te encher foi o único jeito que achei.
Abaixei a cabeça, eu queria rir, nem pra namorado eu arranjava alguém normal. - E eu fui bem cavala com você, ainda é tarde pra pedir desculpas?
– Era engraçado, você mudou muito nesses três anos.
– Em todos os sentidos. - adicionei e ele sorriu maliciosamente.
– Cresceu.
O empurrei de leve. - Idiota.
– Verdade. - ele me empurrou de volta.
– Você é que tem que crescer.
– É? - me puxou pra mais perto.
– Não posso usar salto do seu lado.
– Então não use, gosto de te ter embaixo do queixo.
Ri. - Idiota.
– Tudo bem, vamos lá. - ele ficou de joelhos na cama.
– O que?
– Troque de roupa, vamos sair um pouco, ainda tenho algo pra você.
– Mais do que um pedido de namoro?
Levantei, ele segurou meu ombro, no entanto seus dedos engancharam na alça do meu vestido, que veio a arrebentar e revelou parte do meu sutiã 46, ao mesmo tempo que bateram na porta.
Abbi entrou no quarto, carregava algumas roupas, imagino eu pra guardar no closet.
Ela arregalou os olhos olhando pra nós. - Desculpa.
Bárbara veio atrás delas com mais roupas. - Atrapalhamos? - seu sorriso deixou passar algo a mais pra mim.
– Não. - Pedro dividiu o olhar entre as três mulheres no quarto.
Envergonhada, peguei parte do meu vestido com as duas mãos e saí do quarto.
Minha cabeça estava um turbilhão, uma corrente quente e elétrica subia e descia por todo o meu corpo. Definitivamente estava enlouquecendo, nunca havia sentindo tanto calor em toda a minha vida.
Tomei um banho, troquei de roupa centenas de vezes e acabei optando pelo clássico: calça jeans, camiseta polo preta e uma sapatilha.
Houveram três batidas na porta, abri antes de acabar de arrumar o cabelo.
– Está pronta?
– Sim.
– Posso entrar?
Dei espaço para ele entrar, ele passou lentamente. Fiquei frustrada em saber que o calor voltou junto com quem causara a pouco tempo atrás.
Coloquei as mãos na cintura. - Diga.
– Quero me desculpar.
Dei dois passos para trás, minhas costas encostaram-se na porta. - Por?
– Desculpe por... - ele meneou a cabeça.
Mordi o lábio inferior, ele arqueou as sobrancelhas. - Por deixar minha lingerie à amostra?
Ele confirmou.
Coloquei as mãos atrás das costas, as chamas queimaram em seus olhos quando ouviu o som da chave travando a porta. - Eu não me desculparia.
Pedro avançou a passos largos, me puxou junto ao corpo ferozmente, suspirei enquanto ficava na pontas dos pés e o beijava na mesma intensidade. Seus olhos ardiam em chamas, meu corpo também.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo gente.
E aí? O que estão achando?
Ps: Estou feliz demais, o contador diz que tem 9 pessoas acompanhando ♥
Um beijo pra vocês que não falam comigo, ok? Os amo da mesma forma.