Together escrita por Max


Capítulo 12
Capítulo 12 - Mudança?


Notas iniciais do capítulo

Hi, guys!
Tudo bem?
Como sempre peço, se ajeite nessa cadeira e curta a história.



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– E então. – parei na frente da porta da casa dela.

Ela levou a mão até o colar, o puxou e entregou pra mim. Acontece que se eu não conhecesse Bruna como conhecia, não saberia que aquele colar era o único presente que ela tinha da mãe. Morta em um acidente de carro no último semestre.

– Eu quero que fique com isto.

– Por quê? Bruna, não. – disse observando o colar e o estendendo à ela. Uma peça de prata e um pingente circular com um brasão gravado.

– É a última lembrança dela e depois do meu pai, você é a minha única família.

Avancei e a abracei. - Desculpe se te fiz pensar coisas assim.

– Você me perdoa? – ela perguntou e eu concordei sorrindo.

Ela abriu a porta pra mim, o interior da casa estava tomado pelo amora de comida sendo feita; temperos, óleo fritando, música clássica tocando baixo.

– Oi papai. – Bru correu e beijou seu rosto.

– O que está fazendo aqui tão cedo, minha querid... – ele a soltou e olhou pra mim na porta. - Anna.

– Oi Senhor Andrade.

– O que faz aqui? – ele alternou o olhar entre mim e Bruna.

– Eu a convidei, pai. – ela pareceu se defender de uma acusação grave.

Ele contorceu o rosto pra ela e depois olhou pra mim de novo. – Claro, me chame de Robert. – sorriu de novo. – Vai ficar para o jantar?

– Preciso avisar meu pai. – me afastei da porta.

– Avise. – estendeu um dos indicadores. – Diga que eu mandei um abraço.

Saí da cozinha, senti um incomodo nas palavras dele, assim como senti nas palavras da Bruna nas semanas passadas. Peguei o meu celular, disquei o número do Pedro primeiro.

– Oi Anna.

– Está em casa?

– Não, eu estou no treino agora.

Caminhei mais alguns metros, entrei na sala de jantar, ela estava escura e era parcialmente iluminada pela luz do corredor.

– Ah, você mencionou isso.

– Onde você está?

Uma chamada caiu na caixa postal na hora, meu celular apitou. - Indo pra casa.

– Tenho uma coisa pra você hoje.

– Jura?

– Eu juro que quando chegar nós conversamos, fique acordada e deixe a porta aberta.

Sorri. – Tudo bem, tchau.

Desliguei, chequei a chamada e era do meu pai. Liguei duas vezes e ele não atendeu, no quarto toque da segunda chamada ele atendeu.

– Onde você está? – ele perguntou.

– Oi, na casa da Bruna.

– Está tudo bem? Por que me ligou?

Suspirei. – Acho que não sou bem vinda aqui por algum motivo, estou indo para casa, aí?

– Claro, está com o seu carro?

– Sim, eu estou indo agora, amo você.

– Também amo você, filha. – ele soltou uma risada baixa e rouca. – O que está havendo?

– Estou triste e o pai da Bruna te mandou lembranças.

– Venha pra casa agora, temos que conversar e depois tomamos uma xícara de chocolate quente, o que acha? – seu tom de voz mudou.

– Eu acho ótimo.

– Venha logo.

Segurei o celular com as duas mãos e o desliguei, me virei pra ir embora, Bruna estava a centímetros da coleção de facas que reluziam a luz do corredor.

– Você me assustou. – levei a mão ao coração.

Bruna se aproximou. - Já está indo?

– Sim, preciso ir pra casa.

– É uma pena, estava esperando mais alguém para o jantar.

– Fica pra próxima.

Ela inclinou a cabeça de um lado pro outro. – Claro.

Me senti mal por sair sem me despedir de Robert, mas algo me dizia que foi a melhor decisão que fiz.

Entrei no carro e dirigi pra casa em alta velocidade, as ruas estavam desertas, pois era um dia normal da semana e nada de barcos de pesca ou crianças querendo ir ao parque de diversões. Só ruas vazias e semáforos abertos.

Reduzi a velocidade só ao entrar no condomínio, liguei as luzes internas do carro e me identifiquei.

Desci do carro, o ar estava como uma fina camada de água. Meu rosto estava ficando gelado e eu sorri quando uma gotinha deslizou pelo meu nariz.

Tive dificuldade em abrir a porta, mas abri depois da segunda tentativa. Tudo estava calmo, Rick e Bea dormiam abraçados no sofá da sala; andei até a cozinha e Abbi usava fones enquanto lavava a louça.

– Abigail. – a chamei.

– Você chegou. – ela limpou as mãos e me ajudou a tirar o casaco.

– Está frio lá fora.

– E a árvore cheia de orvalhos. – Abbi me deu um abraço.

– Onde meu pai está?

Ela pensou um pouco e colocou minha roupa em um cabide. - Na biblioteca.

Agradecei e tirei os saltos antes de ir até lá, que além de fazerem barulho no chão de porcelanato, estavam me machucando.

Entrei na biblioteca e meu pai estava olhando pela janela, o que indicava que ele me vira sair do carro. O saudei entrando no cômodo, ele me encarou com olhos vazios.

– Sente-se. – ele disse colocando minha caneca na mesa.

– Aconteceu alguma coisa. – afirmei.

Ele confirmou e se sentou onde havia me oferecido antes.

– Eu fui ao trabalho a algum tempo, você deve saber.

Estremeci. - Eu lembro disso, o que tem haver?

– Acontece que eu estou indo para o Afeganistão.

– Você? – abri um sorriso, mas não era de felicidade, era algo mais pra surpresa. – Você está me dizendo que vai para o Afeganistão, está me dizendo que está voltando a agir no exército?

– Sim, Anna. – ele relaxou os ombros.

Me virei de costas pra ele, encostei a cabeça na porta. Concentrei-me e fechei os olhos.

– Quando te chamaram pra ir?

Ele suspirou. – Três meses.

Bati com força da porta, fez um barulho assustador. Voltei a olhá-lo, estava com raiva e magoada demais pra pensar em algo que fosse aceitável nos padrões dele de comportamento.

– Sério? – sussurrei.

Ele se levantou. – Achei que você ía entender.

– Ainda não entendo. – estendi as mãos quando ele avançou alguns passos. – Fique aí.

– Eu preciso.

– Precisa o que? Se arriscar? Morrer? – eu já estava sufocando com o nó que estava em minha garganta. – Me trouxe pra cá por quê ía aceitar isso?

Ele fechou os olhos, as duas mãos foram parar na cintura outra vez. – Eu sinto muito.

– Então não estamos nos mudando, você está... E vai sozinho.

Ele ficou em silêncio, ele nunca brigava comigo, ficava uma fera, mas nunca levantou um dedo sequer pra me fazer calar a boca. Se eu fosse ele, eu já teria me mandado ir pro inferno a muito tempo.

– Quando começou a ser egoísta e só pensar em você?

– Eu não estou pensando só em mim. – jogou as palavras na minha cara. – Vou te deixar um pouco aqui porque sei que todos eles vão cuidar de você, sua mãe, Bárbara, Henrique, Abigail, Pedro... Não é assim? Não está sendo bem tratada?

Abri a porta com as mãos pra trás. – Vou pro meu quarto.

– Vou partir amanhã, espero que possamos nos despedir sem ressentimentos.

– Não estou com ressentimentos. – saí de lá e corri pro meu quarto.

Me joguei na cama, eu sabia que papai não viria atrás de mim, ele nunca vinha. Sempre me deu um tempo pra pensar antes de tomar ou absorver decisões difíceis, e não seria diferente dessa vez.

Meus olhos viraram cachoeiras, jogando tudo pra fora, no entanto, parecia que meu coração é que estava se afogando nelas, em mágoas.

Ouvi minha porta rangendo ao ser aberta. Abri os olhos, tinha adormecido.

– Desculpa, não queria assustar você. – Pedro se ajoelhou e beijou minha testa.

– Tudo bem. – me levantei.

– Não gosto de te ver assim. – ele acariciou minha bochecha. - Seu pai acabou de conversar comigo, pediu pra ver como você está.

– Eu estou bem, não se preocupe.

– Seus olhos dizem o contrário. – ele passou os braços pelas minhas costas e me abraçou. – Eu sinto muito.

– Eu não sei o que pensar, sabe... É como se eu estivesse deixando ele pra sempre. Eu não sei se ele vai voltar.

– E se ele não voltar?

– Eu não quero nem pensar nisso. – solucei, não queria chorar de novo.

– Não chore. – ele me distanciou, seu sorriso me apaziguou. - Ele vai voltar.

– Acredita nisso?

– Eu acredito, você não? - ele ajeitou minha franja. - Ele vai voltar, posso repetir isso quanto tempo for preciso.


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Notas finais do capítulo

Gente, se eu demorar a postar, é porque estou muito viciada em The Secret Circle e eu por um instante esqueci que existia um mundo fora das minhas séries.
Bom, comentem.