Pov. James

Ela resmungou, mas foi para o aro central. Eu não conseguia parar de pensar no que eu ia perguntar, afinal, era óbvio que eu ia fazer muitos gols nela. E bem, eu não podia sair por aí perguntando o que ela achava de mim, se ela me beijaria nesse exato momento, ou coisas do gênero , porque ela estava sob efeito de veritaserum e isso não seria justo.

Depois que ela já havia se equilibrado na vassoura, ela fez um sinal afirmativo com a cabeça em minha direção. Eu subi na vassoura e dei um impulso, dando uma volta no campo. E se você está pensando que eu só fiz isso para me exibir para ela, você está completamente certo.

Não vamos fugir do ponto principal. Eu parei em frente os aros onde havia uma ruiva de braços cruzados com uma expressão irritadiça, acho melhor não enrolar.

– Pronta?

– Já faz algum tempo, não acha?

– Okay, desculpe. Aí vai! – Ela se preparou e eu arremessei, direto no aro central. Pobre Lily... Ela já fechou a cara e se virou para mim cruzando os braços.

– O que você quer? – Mais bufou que falou. Eu meio que entrei em pânico, eu poderia me aproveitar dessa situação, mas isso não seria justo mesmo. Então resolvi usá-la para descobrir os pequenos mistérios que Lily Evans esconde.

– Ahm... Que tal começar por qual a sua cor favorita? Afinal, qualquer coisa serve, eu não sei nada sobre você.

– Engraçadinho. Minha cor favorita é verde ou branco.

– Verde? Mas verde é a cor da Sonserina!

– E...?

– E que você não pode gostar da cor da Sonserina. É a Sonserina!

– Não é por causa da Sonserina que eu gosto dessa cor, seu tonto. É porque combina com os meus olhos. – Acho que eu estava encarando ela. – O que?

– Não é por que meus olhos são marrons que eu saio por aí sujo de lama! E verde não está nem perto de ser a única cor que combina com seus olhos! – Opa, essa última parte saiu sem querer. Eu senti meu rosto queimar. A Ruiva riu.

– Ai, Merlim. Como você é fofo! – Ela tapou a boca com as mãos e agora era a vez dela de ficar vermelhinha. Eu fui buscar a bola e entreguei na mão dela, depois já me ajeitei na posição de goleiro.

– Okay, Veritaserum é perigoso. – Disse rindo até de mim mesmo por ter achado fofo ela me achando fofo.

– Sim... – Respondeu ela ainda um pouco envergonhada

– Tem certeza que quer continuar com isso? – Eu realmente queria, mas eu não iria forçá-la a nada.

– Tudo bem, vamos em frente. Minha vez de jogar essa coisa? - Ela perguntou jogando a bola para o alto.

– Aham! – Ela voou até o lugar onde eu havia arremessado.

POV Lily

Eu posso não ser muito boa em quadribol, mas eu sei arquitetar um plano. Eu tinha muita coisa para saber sobre James. Como ele mesmo disse, não sabemos quase nada um do outro. Por mais que eu estivesse com medo de que ele perguntasse coisas como “Quem é o garoto mais gostoso da escola?” e eu acabasse dizendo o que não devia, (na verdade nesse caso qualquer resposta seria constrangedora, porque a pergunta é constrangedora.) se ele jogasse sujo, eu também jogaria. Achei melhor começar leve, até porque ele começou. Então... Por que não repetir a pergunta?

Arremessei a bola (goles), e bem, meus planos não adiantaram nada. Minha bola nem chegou a passar perto do gol. Ela andou um metro e caiu em queda livre até o gramado. James estava morrendo de rir em frente aos aros. Ele olhou pra mim e quando viu que minha expressão não estava “agradável” ele conteve seu sorriso, mas também não adiantou muita coisa. Sabe quando a pessoa para de rir, mas aquele sorrisinho idiota continua aparecendo no rosto, e por educação a pessoa tenta de novo, e assim vai? Então... Isso aconteceu, e o pior era que eu estava achando uma graça.

– Okay, vamos tentar de novo. - disse ele. – Essa não valeu!

Depois de vááárias tentativas de James me ajudar, de eu ir mais perto dos aros e tudo mais o que você consegue imaginar, James estava começando a perder a paciência comigo.

– Lily, você é melhor que isso! Qualé!

– Eu não consigo!

– Você consegue. Força, você só tem que treinar a mira... – Ele disse aproximando-se de onde eu estava.

– Olha, não sei como você faz isso, mas eu não consigo fazer igual, okay? Eu quero ir embora! - Eu disse já descendo em direção ao campo. Joguei a vassoura no chão e sai pisando duro.

– Hey! Lily! – Ouvia James gritar em alguma parte descartável da minha mente. – Lily! – Ele segurou meu ombro, virando-me em sua direção. – Calma, okay? Você é capaz...

– Não, eu não... – Cortei-o. Porém não por muito tempo.

– Eu sinto isso! – Completou ele olhando diretamente para meus olhos. – Só mais uma vez e eu juro que a gente para. – Depois disso eu não podia dizer não.

– Okay. – Ele pegou minha vassoura do chão e entregou para mim. Pegou a dele e subiu aos ares.

Seus cabelos já naturalmente bagunçados brincavam no vento,era uma visão maravilhosa...

– Uau, como ele é lindo... – Sim, eu disse isso em voz alta, eu tenho que ter mais cuidado com essa poção.

Peguei minha vassoura e fui em sua direção. Posicionei-me ao seu lado. Ele me entregou a goles e pediu para que me segurasse na vassoura. Adivinha o que ele fez depois... Ele pulou para minha vassoura. Acho que eu nem preciso dizer que quase caímos, mas em todo caso... Nós quase caímos.

– Seu maluco, por que fez isso? – eu praticamente berrei com ele

– Agora você vai acertar esse gol... – Ele passou as mãos pela minha cintura e segurou no cabo da vassoura. Eu olhei para ele, ele parecia extremamente familiarizado com essa situação. Ele nos levou até em frente aos aros. – Segura essa bola direito! – ajeitei a bola na minha mão. Preparei-me para jogá-la quando ouvi ele murmurar “ seu cheiro é maravilhoso”, obviamente isso me desarmou e eu resolvi que seria melhor só ignorar. Posicionei-me novamente quando ele pôs sua mão sobre a minha que segurava a goles.

– Pronta?

– Pronta.

– No três. – Eu balancei a cabeça afirmativamente. – Um, Dois, Três! – A goles passou diretamente pelo aro central.

– Uhuullll!!! – Eu comemorei

– Eu disse que você conseguiria! – Disse ele sorridente.

– Obrigada James, você é maravilhoso. – Eu disse me jogando em cima dele.

A vassoura não conseguiu segurar todo meu impulso e nós caímos. Mas James segurou com uma das mãos na vassoura, e com a outra a minha cintura, o que nos deixava perigosamente perto um do outro.