Nunca Perderei Você escrita por Mariii


Capítulo 7
Inimigo Perfeito


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá! Vamos descobrir onde está Sherlock e o que está sendo feito dele... Algumas coisas começam a ficar delineadas a partir daqui... ;)

Não liguem para o título, tenho problemas com eles e estava ouvindo uma música que tinha um trecho que dizia "I'm sure of your ability to become my perfect enemy". Enfim, vamos ao capítulo...rs



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Sherlock acordou desorientado. Abriu lentamente os olhos e sentiu uma incomoda dor em sua cabeça. Estava deitado no chão duro e frio e seus olhos encararam um teto que continha infiltrações. Começou a se lembrar vagamente de que pela segunda vez entrou no carro que o levaria até A mulher. Quando chegou ao seu destino e começou a caminhar até ela, o cheiro adocicado do clorofórmio o invadiu. Tentou lutar, mas de nada adiantou. O resultado foi só escuridão.

Ainda sentia sua cabeça estranhamente desfocada. Tentou se mexer e seu corpo estava pesado. Reconheceu os sintomas. Estava drogado. Alguma substância o manteria consciente o suficiente para saber o que estava acontecendo, mas não forte o bastante para poder lutar. Sherlock reconheceu que estava em uma situação complicada.

Com dificuldades conseguiu sentar-se. Observou melhor o lugar onde estava prisioneiro e viu que não havia nada, exceto um pequeno banheiro sem porta em um canto. Tudo havia sido tirado dele, só restando a calça e a camisa. Sherlock encontrava-se vulnerável.

Algo tinha saído errado. Isso não estava nos planos. Mas agora, Sherlock não conseguia clareza suficiente para descobrir onde estava o erro.

A porta se abriu vagarosamente com um ranger. E ele viu um par de sapatos de saltos altíssimos que só podiam pertencer a uma pessoa. Irene Adler.

Escorado na parede, Sherlock levantou-se aos poucos, conseguindo se manter em pé. Percebeu quando a olhou que ela tinha entendido tudo. As coisas começavam ficar mais complicadas a cada minuto.

– O que quer de mim, Irene? – Sua voz saiu menos enrolada do que ele imaginava.

– Você sabe o que eu quero. – De novo aquela voz aveludada, sensual. Sherlock tentava imaginar o que o tinha atraído para essa mulher no passado. Agora não via nada. Nada.

– Teve o que queria.

– Você sabe que não. Não tive nenhuma das coisas que quis até agora.

E nem vai ter, pensou Sherlock.

– Isso é insensato. Deixe-me ir.

– Não tão cedo.

Sherlock viu dois capangas de Irene entrarem na sala.

– Quando estiver pronto para mim é só me avisar, querido.

E então seu pequeno inferno começou.

O primeiro soco atingiu sua mandíbula e o derrubou. Sabia que não poderia ter caído. Agora tudo tendia a piorar. Os chutes não demoraram a vir. Acertando todas as partes do seu corpo. Tentou proteger o rosto com as mãos e um chute acertou seu braço. Ouviu quando o osso trincou e a dor quase o fez desmaiar. Ótimo, agora tinha um braço inutilizado.

Após minutos, que pareceram horas, de dores intensas tudo parou. Os dois capangas de Irene saíram da sala deixando Sherlock caído no chão. Ele quase não conseguia enxergar. Seus olhos pouco abriam, já começavam a inchar. Sentia uma dor impiedosa no braço que havia trincado e suas costelas pareciam feitas de geleia. Gosto de sangue estava em sua boca e pode perceber que escorria também do seu nariz e isso causava dificuldades para respirar.

Estava caído de bruços e tentava se erguer apoiando no braço que ainda estava inteiro, mas não conseguia. Deixou o corpo cair e apoiou o rosto no chão. Sua mente ainda estava confusa e não conseguia imaginar como iria fazer para sair daquela situação.

Ouviu o barulho de sapatos de salto se aproximando novamente. Irene mais uma vez.

– Vai ceder, Sherlock? Isso pode continuar, você sabe.

Ele não respondeu. Nem saberia dizer se conseguiria fazê-lo. Quando nenhum som veio dele, Irene abaixou-se e ele sentiu uma pequena picada em seu braço, onde a agulha entrou sob sua pele. E a escuridão veio novamente.

Sherlock não saberia precisar quanto tempo se passou. Mas quase todas as vezes em que acordava, era espancado até a exaustão, sentia que seu rosto devia estar como carne moída. Seu braço doía cada vez mais. Os capangas de Irene não demoraram a perceber que estava quebrado e algumas vezes chegaram a pisar nele, fazendo com que Sherlock perdesse a consciência.

Quando não apanhava, Irene aparecia somente para torturá-lo psicologicamente, dizendo coisas que ele não acreditava. Não podia acreditar. Acreditar seria o mesmo que aceitar morrer.

– Se você não aceitar, Sherlock querido, irá morrer. Pense que nesse exato momento John pode estar morto. Mary pode estar morta. Você nunca saberá se isso é verdade ou não. A não ser que concorde com o que eu proponho.

Nunca aceitaria. Mesmo que isso custasse um novo castigo físico, como sempre acontecia.

Em algum momento trouxeram uma cadeira e o sentaram, amarrando suas mãos atrás das costas. Isso fez com que seu braço latejasse. Ele gritaria se pudesse, mas não tinha forças para isso. Naquela posição todo seu corpo doía e eles pareciam saber disso. Já não o drogavam, não era mais necessário. A fraqueza que sentia fazia esse papel. Sua boca estava seca. Quando fora a última vez que bebera ou comera alguma coisa?

Jogou a cabeça para trás com um pequeno gemido de dor. Os pés estavam descalços no chão frio. Nosso cérebro agia de forma tão estranha no momento de desespero. Na iminência da morte, com todas as dores que sentia, Sherlock se preocupava que estava descalço e isso dificultaria uma fuga. Fuga. Como se houvesse essa chance.

Ele sabia o que Irene queria. Eram duas coisas que ela nunca conseguiria. A primeira principalmente. E a segunda, só depois de matá-lo. Começava a desconfiar que Irene também já sabia disso e suas horas estavam contadas. Restava confiar em Mycroft. Sabia que podia contar com ele.

Sua cabeça pendeu para frente, mal sendo sustentada por seu pescoço. Sangue pingava de seus lábios cortados em suas roupas já manchadas. Talvez seja o cheiro do sangue que parece estar por todos os lados que ainda o mantem consciente. Seu cérebro briga para se desligar, mas Sherlock não quer que isso aconteça. Caso isso venha a ocorrer, ele tem poucas chances de voltar. Ouve passos novamente e pela primeira vez sente medo. Não vai aguentar outra sessão de espancamento e sabe disso. Mas então ouve sons do que parece ser uma luta e o talvez o som de um disparo com silenciador. Sua consciência teima em querer ir embora, parece que a sala está rodando.

Pela pequena fresta que resta em seus olhos ele vê a porta se abrir. E a última pessoa que ele esperava ver passa pela porta.

Molly Hooper.

–-- --- ---

Molly voltou para o hotel em que estava hospedada e rapidamente juntou suas coisas. Já tinha largado no banco onde esteve sentada todas as sacolas de compras. Não precisava disso agora. Não precisava de nada, só de tempo.

Correu pelas ruas de Paris para pegar um táxi. Estava frenética.

Quando estava quase alcançando um táxi, algo a derrubou no chão.

– Corra, Molly! – Reconheceu um dos agentes de Mycroft. O que estava acontecendo? – Eles querem matar você! Corra!

Então, Molly correu o mais rápido que pode. Ouviu disparos atrás de si. Enfiou-se no primeiro táxi que viu antes mesmo que ele parasse totalmente. Quando o motorista viu o seu desespero, não precisou que ela dissesse para ele acelerar. Já corriam pelas ruas de Paris direto para o aeroporto.

Chegaram ao aeroporto e Molly pode verificar no relógio que estava dentro do horário. Precisava pegar o avião. Cada minuto seria vital. E agora alguém queria matá-la. Esperou impaciente pelo horário do seu voo. Olhava ansiosa por cima dos ombros, analisava cada pessoa que passava. Nada poderia sair errado e não poderia se arriscar. Agarrava-se firmemente a mochila que carregava contendo as poucas coisas que pegara. Sentia falta de uma arma, mas não podia portar uma em um aeroporto e em um avião.

Nem mesmo quando entrou no avião ela relaxou. Ficou atenta às pessoas que sentavam a sua volta. Qualquer um poderia ser suspeito. Só voltou a respirar normalmente quando encontrou John no aeroporto.

– Vamos! – Foi a única coisa que ele falou antes de saírem correndo pelo aeroporto.

Molly ainda olhava algumas vezes para trás enquanto corria atrás de John. Viu que o braço dele não estava mais enfaixado, mas não poderia estar totalmente curado. John se sacrificaria.

Foi só no carro, dirigido por outro dos homens de Mycroft que John a atualizou do que estava acontecendo. Ela não o interrompeu, precisava de todas as informações que pudesse obter.

– Nós não sabemos muito. Sherlock desapareceu faz dois dias. – Molly sentiu o sangue sumir de seu rosto. – E apenas hoje cedo, um pouco antes de ligar para você, foi quando soube. Mycroft recebeu uma mensagem. – Ele respirou fundo. – Prometiam soltar Sherlock se nós entregássemos você. Ele conseguiu rastrear e nós vamos invadir. Estão nos levando ao seu apartamento, será só o tempo de nos arrumarmos.

– Mas tentaram me matar... – Molly começou a refletir. Sim, fazia sentido. – Nunca me quiseram, John. Eles iriam me matar e matariam Sherlock em seguida. A ideia era que vocês nunca tivessem a moeda de troca. Vocês perderiam o prazo. Céus.

– Sim. Há algo acontecendo. Algo que envolve vocês dois. – John parecia preocupado. Molly somente assentiu.

– Molly? Sobre o que aconteceu entre você e Sherlock... Nós precisamos de você agora. Desculpe falar isso, mas... Ele é meu melhor amigo. Eu preciso salvá-lo. E não quero que a raiva que você sente dele atrapalhe isso.

Ela o encarou com os olhos tristes. John estava com medo. Medo de perder Sherlock de novo e definitivamente. Num impulso segurou suas mãos.

– Nada vai me atrapalhar, John. Confie em mim.

Molly percebeu que a expressão dele suavizou-se quando ela disse essas palavras. John daria a vida por Sherlock. E nesse momento, ela também.

– Outra coisa. Mycroft conversou com Lestrade e aparentemente ele sabe de nós agora. Precisaremos da polícia nesse caso. Acredito que Mycroft tenha intimidado o suficiente para que Lestrade não se negasse.

– Isso não me surpreende. – John deu um leve sorriso para ela.

Chegaram ao apartamento e subiram correndo. Mal teve tempo de abraçar rapidamente Mary, que já estava pronta, e correr para se trocar e escolher suas melhores armas.

Sabia qual seria seu papel mesmo que ninguém tivesse dito. Ela seria a que entraria rapidamente e o mais camuflada possível. Teria que ser invisível.

Ela seria a pessoa que encontraria Sherlock.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Particularmente eu gostei muito de escrever a primeira parte do capítulo... :P

Aguardo reviews, me façam feliz para eu ser mais boazinha nos próximos capítulos! hahahahahah