Nunca Perderei Você escrita por Mariii


Capítulo 6
Previstos e Imprevistos


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, talvez o capítulo não esteja 100%... Revisei só por cima... Trabalhei demais e estou muito cansada... hahahahahah
Relevem qualquer coisa... :P



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/484443/chapter/6

Molly e Mary se encontraram na academia depois que três dias haviam se passado e Molly já não exibia as profundas olheiras que tinham se formado abaixo de seus olhos. Elas pararam para conversar depois de uma exaustiva aula com chutes e socos para todos os lados. Onde descarregaram toda e qualquer raiva que pudessem sentir.

– Sente-se melhor?

– Sim, acho que sim. Consigo esperar a noite para chorar. Acho que é uma coisa boa, você não acha? – Molly deu um sorriso falso que fez Mary rir.

– Talvez. Eu preferia que você não chorasse, só isso. - Molly olhou-a com carinho. Ela sempre era tão protetora. Cuidava tanto de Molly.

– Vai passar, Mary. Acredite.

– Você conseguiu pegar o restante de suas coisas?

– Sim, passei lá ontem a tarde. – Uma tristeza se apoderou se seus olhos quando pensou sobre a tarde anterior. Não era fácil se despedir do lugar que passou os últimos dois anos e continha tantas lembranças.

– Você o viu?

– Não, ele não estava lá. Pedi para a Sra. Hudson me avisar quando ele saísse.

– Melhor assim.

– Sim, melhor assim.

Molly ficou em silêncio por alguns minutos, pensando no futuro.

– Vou passar uma temporada fora, Mary. Preciso voltar a me concentrar, não posso arriscar que aconteça igual foi com o John. Não posso.

Mary assente. É claro para todos eles que Molly ainda não se recuperou da falha que cometera, e ainda juntou a tristeza por Sherlock a ter deixado. Tudo tinha acontecido de uma só vez. Mesmo a pessoa mais fria do mundo teria sucumbido.

– Para onde pretende ir?

– Talvez uns dias em Paris, outros em Milão. Não decidi o roteiro completo ainda. Mas parto no fim dessa semana.

– Sabe o que eu acho?

– Hum?

– Acho que você deve ir e fazer muitas compras. Vai voltar curada de qualquer tristeza, acredite em mim. – Mary sorria e ficou feliz quando Molly sorriu de volta, parecendo estar verdadeiramente feliz, ainda que por poucos segundos.

– Não se anime, não ficarão sem mim por muito tempo.

– E nós estaremos aqui quando você voltar. Ah, venha cá!

Ela puxou Molly para um abraço. Gostava verdadeiramente da legista. Nunca imaginou que pudesse ter amigos e agora não suportava a ideia de ver Molly sofrendo tanto. Não conseguia imaginar o que faria quando visse Sherlock. Torturá-lo seria uma boa opção. Estava com muita raiva dele.

– Credo, Mary, você está suada! – Molly fingia uma expressão de nojo e ria.

– Você também, pequena idiota.

–-- --- ---

– Você tem que me ouvir, Lestrade. – Sherlock encarava o investigador friamente.

– Não posso fazer o que você está me pedindo. Não é meu departamento e não há nenhuma prova.

O detetive cerrou os punhos. Se tinha algo que odiava em Lestrade era quando ele ignorava fatos que estavam expostos à sua frente.

– Eu estou dizendo. Você precisa me ajudar com isso. – Sentia como se estivesse pedindo algum absurdo. Era essencial que o investigador o ajudasse. Apesar de achar a polícia um tanto quanto inútil, era melhor tê-los do que o contrário. Não era uma situação que poderia arriscar.

– E quando a Mycroft? Por que não recorrer a ele?

– Obviamente ele está envolvido. Mas preciso que todos os lados estejam cercados.

– Não existe a menor chance de eu me meter, Sherlock.

Sherlock suspirou exasperado. Como era difícil fazê-lo entender a gravidade da situação.

– Você vai se arrepender, Gavis. – Disse o nome errado de propósito, queria irritá-lo. E no fundo, se algo desse errado, o faria se arrepender de qualquer forma.

– É Greg!

– Eu não me importo. – E não se importava mesmo.

Levantou-se e segurou a vontade de bater com a cabeça de Lestrade na mesa. Avaliou que isso não o ajudaria nem um pouco e só por isso desistiu. Abriu a porta e teve a desagradável surpresa de encontrar Donovan.

– Agora seu novo hobby é ouvir atrás das portas, Donovan?

Uma pena que ela fosse uma mulher, caso contrário poderia descontar a raiva que sentia fazendo-a perder alguns dentes.

– E o seu continua sendo a mania de ser esquisito.

Sherlock saiu sem responder e não olhou para trás.

–-- --- ---

– Temos o apoio da imprestável polícia?

Mycroft estava sentado atrás da mesa de seu escritório. Esteve aguardando as notícias de Sherlock e foi a primeira pergunta que fez quando o irmão adentrou à sala.

– Não. Lestrade negou-se a ajudar.

– Sempre achei que ele fosse um idiota. Agora tenho certeza. – Vendo uma pequena expressão de derrota passar pelos olhos de seu irmão, ele completou: - Teremos que seguir sem eles. Não iriam ajudar muito de qualquer forma.

Sherlock assentiu lentamente. Mycroft não se lembrava da última vez que tinham trabalhado tão próximos. Nunca falaria em voz alta, mas gostava disso. Era o mais próximo que eles dois conseguiam ficar. Trabalhar juntos era quase como uma demonstração de sentimentos. Sabia que nesse momento Sherlock estava depositando muita confiança em suas mãos, e isso incomodava ambos. Qualquer falha quebraria a pequena relação que tinham construído.

– Preciso de previsões, Mycroft.

– Nós daremos conta. Tenho agentes trabalhando no caso e tudo correrá como o esperado. – Mycroft afirmou isso com uma confiança maior do que a que sentia de verdade. Tinha a incomoda sensação que algo não sairia como o planejado. – Precisamos de mais algum tempo para acabar com essa história. Molly parte amanhã e irá até minha casa hoje para se despedir.

– Eu sei. Obrigado pela informação, de qualquer forma. – Sherlock estava agradecendo?

– Como está o nosso probleminha? Ou melhor, o seu probleminha? – Mycroft reprimiu um sorriso ao ver Sherlock apertar os lábios. Gostava de constranger seu irmão.

– Caminhando. Por enquanto está dentro do que eu imagino.

– Que continue assim.

Sherlock levantou-se e partiu, deixando um Mycroft anormalmente preocupado para trás.

–-- --- ---

Molly caminhava pelas ruas de Paris. Seu coração ainda estava apertado por tudo que tinha acontecido, mas sua cabeça já estava surpreendentemente clara. Já estava há vários dias na França e sentia-se renovada.

Sentada em um parque ela fazia alguns exercícios de dedução enquanto observa as pessoas que passavam. Isso a lembrou de Sherlock e uma pontava penetrou em seu coração, mas ela afastou o pensamento. Precisava se concentrar. Precisava encontrar novamente o seu eixo para quando voltasse.

Levantou-se e começou a caminhar pelas ruas, olhando as vitrines de algumas lojas. Já tinha comprado muitas coisas, mas roupas nunca eram demais não é mesmo?

Entrou em algumas outras lojas e já estava carregando várias sacolas quando sentiu que seu celular vibrava insistentemente. Ela demorou para achá-lo na bolsa, suas mãos sendo ocupadas por diversas sacolas. E quando por fim o achou ele parara de vibrar. Viu que haviam sete ligações perdidas de John. Um calafrio percorreu sua coluna. Algo de grave tinha acontecido. Não teve tempo de retornar a ligação antes que o celular começasse a tocar. Dessa vez ela atendeu ao primeiro toque e ouviu a voz urgente de John do outro lado da linha.

– Molly! Graça a Deus! Você precisa voltar!

– John? O que? Não entendo. – Molly sentiu toda a clareza na sua cabeça sumir por alguns instantes.

– Sherlock, Molly. Sherlock foi pego e nós vamos resgatá-lo. Existe uma passagem em um voo para você. Sei que vocês estão separados, mas nós precisamos de você, Molly. Por favor.

Suas pernas fraquejaram e ela precisou sentar. Seus olhos ficaram nublados e ela fez um esforço para se concentrar, apertando-os.

– Quanto tempo eu tenho?

Sentiu que começava a controlar suas emoções. Suas mãos já não tremiam mais. Seria necessário todo o autocontrole que possuía para concluir essa missão. A missão mais importante de sua vida.

– Precisa estar no aeroporto em duas horas.

A resposta veio com toda a determinação que agora ela sentia correr em seu sangue e dominar cada parte do seu corpo.

– Estarei lá.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

;)