Uma ilha chamada André escrita por My name is Winter


Capítulo 2
Capítulo 2




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Minha coragem de nada serviu

Sabe aquela sensação de borboletas na barriga? Aquela sensação mágica, como se todos fossem seus amigos e que o sol sorria lindamente para você? Eu senti isso quando ele falou comigo.

Droga, eu realmente estava me apaixonando.

No outro dia, o céu abriu e sol sorria para mim. Passarinhos cantavam e faziam a trilha sonora da minha vida. Não estava nem tão calor nem tão frio. Era o dia perfeito.

A aula seguiu-se tediosa, como sempre. Não dava para esperar muito de uma professora que falava quase dormindo.

Quando o sinal do recreio tocou, eu comecei a ficar sem ar, fiquei tonta. Sentei-me no meu velho banquinho. A ansiedade passou logo em seguida. Uma coisa que você não sabe: Eu tenho uma maldita crise de ansiedade.

Mas o que seria Crise de Ansiedade? Eu respondo. É a terrível sensação de perder o ar, ficar tonta. É como esquecer de respirar. Sentir que o tempo parou e que todos estão lhe pressionando. E onde a ansiedade se encaixa nisso tudo? Bem, ficamos ansiosos com alguma coisa, às vezes. Embora, tenha vezes que a crise aconteça do nada.

Meu pequeno André de olhos azuis sentou-se no lugar de sempre. Ficamos nos encarando. Pude imaginar uma conversa entre olhares. Pela primeira vez consegui enxergar algo naqueles olhos vazios.

Se conversássemos lendo nossos pensamentos, seria assim:– Eu te amo.

– Eu acho que também te amo.

Naquela tarde, antes de irmos embora eu escrevi um bilhete.

“Olha, não sou boa com palavras, mas acho que escrevendo me expresso melhor.
Eu te observo todos os dias. Eu sou louca, eu sei. Enfim, eu te amo. Desculpa por isso, não pude evitar.
Bye!”.

Na saída eu esperei ele passar pelo corredor, então o chamei.

– André! Hey!
– Oi?
– Hum, pegue isso, mas não leia agora!– aí eu saí correndo toda contente.

Eu não olhei para trás. Não queria ver a reação dele. Imaginei que ele estivesse fazendo uma cara incrédula, de quem não consegue acreditar no que acabou de ver.

Quando voltava para casa, avistei na parada de ônibus um casal de idosos.

Era tão fofo ver que o amor poderia durar para sempre.

Mas infelizmente, a maioria não tem essa sorte.

Peguei o ônibus e sentei-me no último banco, quieta. Peguei meu celular e meus fones. Pus uma música para tocar enquanto observava as pessoas, novamente.

Algumas pessoas felizes. Imagino o porquê de tanta felicidade. Talvez sejam recebidas com flores em casa? Ou recebem um abraço todo dia de manhã? Algumas pessoas têm sorte, outras nem tanto.

A vida se resume em “bem me quer ou mal me quer?” ·
Eu não entendo. Qual é a razão de viver? Qual é o sentido em amar já que um dia vamos morrer ou simplesmente ir embora sem deixar recado?

Estamos propensos a nos machucar por amor e também machucar outra pessoa.
Será que no fim das contas, haverá alguém que chorará por nós?

* * *

Chegando em casa, pensei em cair na cama, mas uma idéia veio à minha cabeça.
Decidi estudar. Estudar André.


André e suas qualidades:
– Ele tem sorriso tão brilhante que tiraria o fôlego de qualquer astrônomo.
– Tem olhos tão perfeitos que dão inveja a qualquer um.
– É fofo por natureza.
– Tem um olhar expressivo. Mente vazia. Às vezes.
– É lerdo.


Não sei mais nada.

André é um enigma que não consigo decifrar. É um quebra-cabeça que não consigo montar. Mas eu gosto de desafios.

Ele é uma ilha. Eu sou uma exploradora. Não explorei o suficiente na Ilha André.
Preciso explorar mais e saber se nessa ilha vou me ferir ou descobrir coisas maravilhosas. Preciso explorar para saber se nessa ilha há areias movediças em que eu vou cair e chorar. Tenho que correr o risco.


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