Uma ilha chamada André escrita por My name is Winter


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas chegou! Capítulo novo com o ponto de vista do André.
Motivo do atraso: Escola e bloqueio criativo. Vocês sabem, me recuso a postar se não tiver realmente algo em mente!



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Meu mundo

Ponto de vista do personagem André

Oi. Acho que vocês já sabem meu nome. Eu gostaria de me apresentar de uma maneira mais elegante, mas acho que não conseguiria. O que falar sobre mim? Eu sou autista e tenho 14 anos. O que me incomoda? Em pleno século 21 e ainda existem pessoas que acham que autistas não podem conviver na sociedade. Ridículo. Minha maneira de pensar é diferente da dos outros, eu compreendo isso.

Eu compreendo que eu sou o patinho feio da turma, mas por dentro sou um lindo cisne. Eu me considero um gênio. Eu acho que sou, ou melhor, tenho certeza que sou. Meu Q.I ultrapassa 188 e isso é sinal que sou um superdotado. Muitos consideram o autismo um dom. Eu concordo com isso. Eu não sei de tudo, não sou dono da verdade, mas se tem uma coisa em que eu sei essa coisa é Filosofia. Filosofia sempre foi minha matéria favorita. Eu adoro jogos. Jogos de Filosofia! Já ouviram falar? Vamos jogar.

Imaginem o fim do mundo. Sim, o Apocalipse. Agora, imaginem que há uma casa no subterrâneo feita de ferro puro. Essa seria a casa de cinco pessoas por 365 dias. Uma casa anti-apocalipse. Há um grupo de pessoas querendo se salvar da radiação. Quantas pessoas? Dez. Cada uma delas tem um emprego ou um hobby em sua vida. A primeira pessoa é uma psiquiatra, a segunda pessoa é um poeta, a terceira é uma advogada, a quarta é um fazendeiro, a quinta um faxineiro, a sexta é eletricista, a sétima é uma cozinheira, a oitava é designer, a nona é um médico e a décima pessoa? Um autista.

Dessas dez pessoas, quais você escolheria para viver na casa e porquê? Não importa a sua resposta. A Filosofia é lógica e vida. Há duas respostas para essa pergunta. Há uma resposta coerente e uma resposta que você provavelmente acharia ridícula e essa é a minha resposta favorita. Dessas dez pessoas, as cinco que eu escolheria seriam: o poeta, fazendeiro, médico, cozinheira e claro, o autista. Porquê? Simplesmente porque se o mundo fosse acabar eu adoraria passar um ano ouvindo palavras de conforto e esperança de um poeta. O poeta não é racionalista, mas sim, envolvente sobre suas palavras de amor, justiça, esperança, paz. Seja o que for. Se eu fosse morrer eu adoraria morrer feliz. E se tem uma coisa que me deixa feliz é comer. Eu morreria feliz comendo a melhor comida que a cozinheira pudesse fazer. Passar 365 dias confinado em uma casa deve ser difícil e com certeza daria muita dor de cabeça ou coisa pior. Eu morreria aos cuidados do melhor médico. Mesmo que isso não faça lógica, eu não gostaria de morrer com dor. Agora, pensando positivo, se eu sobrevivesse ao apocalipse precisaria recomeçar. Plantar e colher. Quem faria isso? O fazendeiro. E por último sobro eu, o autista. No que eu seria útil? Eu sou ótimo em matemática, portanto posso lidar muito bem com engenharia e arquitetura. Isso seria útil. Mas sejamos francos, eu gostaria mesmo é de me manter a salvo.

É assim. A vida é uma filosofia e eu uso a filosofia para viver.

Enfim, isso já está me dando dor de cabeça.

Eu não sou professor, só absorvi tudo que me ensinaram. Só não sei se me ensinaram certo...

Vamos falar de amor. O que é amor? Para mim, é mais uma coisa que faz com que eu fique mal. Eu considero amor uma doença. Nunca tive essa doença chamada Amor, mas acho que sei os sintomas. Dores de cabeça, mudança de humor, embrulho no estômago, tremor no corpo, falta de ar, etc. O Amor pode ser fatal, mas na maioria das vezes tem cura. Tem gente que sabe conviver com Amor. Há pessoas que acham Amor uma maravilha e há outras como eu que acham uma desgraça. Eu já senti um embrulho no estômago, mas acho que não era Amor. Apenas a comida da minha mãe. Já senti dor de cabeça, mas foi na sala de aula com toda a minha turma berrando. Já senti falta de ar, mas isso aconteceu enquanto corria na Educação Física e já tive tremores no corpo quando fiquei com febre. Eu acho que nunca tive Amor. Eu posso inventar uma cura pra isso ou talvez já esteja infectado. Acho que descobri um sintoma novo: Medo de olhar para uma pessoa do sexo oposto. Ah, isso é comum em autistas, mas eu sei como é diferente quando olho para uma certa menina da escola. Eu não gosto dela, mas algo me diz que ela seria uma boa amiga ou qualquer coisa que uma pessoa pode ser pra você.


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Notas finais do capítulo

Sobre o jogo: Não sei se vocês já jogaram isso na aula de Filosofia de vocês, mas ok! É um jogo que da um pouco de dor de cabeça e é puro raciocínio. Eu tirei o jogo de um filme que eu vi. Me recomendaram. Era sobre filosofia e Jogos do Apocalipse.



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