Bem mais perto escrita por Mai


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá, espero que gostem ((:



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Capítulo 6

O sol já estava se pondo. Kat abriu os olhos e sentou-se na cama. Foi até a sua escrivaninha, pegou um papel e começou a desenhar. Rabiscava o papel muito concentrada. Utilizava cores fortes e escuras em seu desenho.
Kat! – Nana entrando no quarto – Quer comer alguma coisa?
– Não!
– Você não comeu nada a tarde toda. Vem fazer um lanchinho.
– Quero não!
– Nem um suco? Eu faço pra você.
– Não estou com vontade.
– Tudo bem. Não fica assim não.
– Eu quero ficar sozinha.
– Eu estou lá na cozinha. Qualquer coisa que você quiser me fala.
– Ok! Brigada! - Nana saiu do quarto e deixou mais uma vez Kat sozinha. A menina continuou em seu desenho e nem viu as horas passar.

≈★ ≈

– Boa noite Nana!
– Ainda bem que a senhora chegou, dona Rachel.
– O que aconteceu?
– A Kat está muito chateada. A senhora esqueceu-se do curso dela.
– Eu acabei me esquecendo mesmo.
– A menina está lá em cima.
– Depois falo com ela. - Rachel subiu e ia em direção ao seu quarto quando viu a filha saindo do quarto dela. Kat passou pela mãe sem dizer nada.

– Desculpa! Eu acabei esquecendo.
– Isso não é novidade nenhuma! – A menina fala irritada.
– Eu tinha algumas coisas para resolver.
– Tudo pra você é mais importante do que eu!!!
– Não é assim, Kat.
– É assim, sim!!! – já gritando – Você sempre me coloca em último lugar. Pra você eu não existo.
– Isso não é verdade!!
– Você não dá a mínima importância para o que eu faço, você não dá a mínima importância pra mim. Você só pensa na sua filhinha desaparecida na sua filhinha querida. – fala ironicamente.
– Não fale assim, Kat!!!
– Pra você eu não existo. Me pergunto se você não preferia se eu tivesse sumido ao invés dela. Se eu tivesse sumido, será que você ia ficar assim também? Acho que não. Ela é a sua preferida.
– Kat...
– Você nem ia ligar. Acho que se fosse pra escolher, você ia preferir que eu tivesse sumido. - A menina já não conseguia mais controlar as lágrimas. Rachel tão pouco. A dor que as duas sentiam era muito forte.

– Se você tivesse sumido, eu ia sofrer tanto quanto eu sofro pela sua irmã.
– Mentira!!!!
– O que é isso aqui? – Quinn aproximando-se das duas.
– Você não gosta de mim. A Megan sempre foi a sua preferida. Você sempre gostou mais dela do que de mim. Eu queria ter sumido. Queria mesmo!!! Preferia sumir a viver com você!
– Kat, pára! Filha, o que é isso? - Quinn perguntou sem entender nada
– Eu estou cansada, mami. Ela sempre se esquece de mim. Ela não dá importância pra minhas coisas. Ela só pensa nela.- As lágrimas já corriam desesperadas pela face da garota. Ela estava muito nervosa. Quinn foi até a filha e lhe deu um abraço.

– Isso não é verdade. Eu sempre amei as duas igualmente. – A morena fala limpando as lágrimas.
– Pode ter amado, mas não ama mais. Você não é mais a mesma. Eu não quero mais você. Cansei de ficar atrás de você e você não ligar pra mim.
– Me desculpa...
– Não desculpo não! Não desculpo.- A menina “enterrou” o rosto no tórax de Quinn e chorava copiosamente.
Rachel não sabia o que fazer. Estava atordoada. Saiu dali correndo e entrou em seu quarto, fechando a porta logo em seguida.

– Eu quero sair daqui. Não quero ficar com ela, mami.
– Não fica assim. – A loira passando as mãos pelos cabelos da filha.
– Vamos sair daqui, mami.
– Vamos dar uma volta e depois a gente volta.- Ela pegou na mão da menina e as duas desceram. Quinn a levou até o carro, entraram e ela saiu com a menina para dar uma volta. Ficaram rodando pela cidade, e depois Quinn levou a menina para a casa de Judy. Ficaram conversando e acabaram jantando lá mesmo. Quinn chamou a menina para voltar pra casa, mas esta não quis. Judy pediu a ela que deixasse Kat dormir lá. Ela consentiu e foi pegar as coisas da menina em casa. Ao chegar lá, encontrou Rachel no quarto de Megan.
– Cadê a Kat?
– Está na casa da minha mãe. Ela vai ficar lá hoje.
– Por quê? Traga ela pra casa.
– Pra quê,Rachel? Você não liga a mínima pra ela. Por isso que a minha filha quer ficar longe de você.
– Eu juro que eu tento...
– Eu não vejo você tentando nada.
– Eu queria...
– Se você quisesse mesmo, você mudaria. Eu também já estou cansado de tudo isso. E vou lhe dar um aviso. Se você continuar assim com a minha filha, eu saio dessa casa, e a levo junto comigo.
– Você não pode fazer isso! – levantando-se – Você não pode tirar a minha filha de mim!!
– Posso sim!
– Você não pode me tirar a minha outra filha!
– Agora você lembra que ela é sua filha. Eu vou pegar as coisas da Kat. Também não vou dormir em casa. Ficarei na casa da minha mãe. - Ela saiu e deixou Rachel sozinha novamente. Foi até o quarto da filha, pegou as coisas dela, pegou umas roupas para ela também e desceu. Avisou a Nana que elas não iriam dormir em casa, mas voltariam no dia seguinte. Nana ficou preocupada, mas Quinn a tranqüilizou. Foi até o seu carro e dirigiu até a casa de Judy.

Rachel saiu do quarto de Megan e foi para o de Kat. Ligou a luz e sentou-se na cama. Estava sentindo um buraco na alma. Pegou uma foto que estava em cima do criado-mudo da menina e passou os dedos pelo vidro do porta-retrato.

– Me perdoa! É mais forte do que eu. – fala limpando as lágrimas que caiam.

Levantou-se com a foto na mão e foi até a escrivaninha da menina. Viu uns papéis por ali e resolveu dar uma olhada. Naquele meio viu um desenho que lhe chamou atenção. Pegou o papel e o observou.
Kat havia desenhado a família. O desenho pareceu a Rachel muito triste. A menina havia desenhado ela de mãos dadas com Quinn. As duas com um semblante tristonho. A mãe ao lado chorando e no outro canto do papel uma criança feliz. A criança contrastava com as outras pessoas. Pois estas vestiam roupas escuras, enquanto a criança vestia roupas alegres e claras e estava sorrindo.
Era assim que Kat via a sua família. Todos tristes. Ela junto a Quinn e a mãe longe delas. E aquela criança deveria estar feliz por estar distante de tudo aquilo. Rachel sentou-se no chão, recostou-se na cama e não conseguiu mais segurar as lágrimas. Aquilo tudo só fazia ferir muito mais seu coração.
≈★ ≈

– Boa noite! – entrando em casa.
– Boa noite, mamãe! - Lilian foi até a filha e lhe deu um beijo na testa.
– Fez todas as suas tarefas?
– Já fiz sim. Já terminei tudinho.
– Eu vou tomar banho e daqui a pouco a gente toma café.
– Tá bom!
– Vai no mercadinho e pega 1kg de açúcar. Acho que o daqui acabou.
– Acabou mesmo. Eu vou lá e já volto. - Lilian foi até o seu quarto e depois ao banheiro. Enquanto Charlie ia ao mercadinho da esquina. Lá a menina encontrou a vizinha, Molly.

– Oi Charlie! - A menina foi até a prateleira do açúcar e pegou um pacote.- Como está a sua mãe?
– Está bem.
– Fala com ela pra aparecer na porta pra gente conversar.
– Falo sim. - Charlie foi até o caixa, pediu que o dono da venda anotasse na conta. Colocou o açúcar na sacola e voltou para casa. A mãe estava terminando de tomar banho. Colocou o pacote em cima da mesa e voltou para a sala. Lilian terminou de se arrumar e foi para a cozinha ajeitar o jantar.
Assim que terminou chamou a filha para comer. Charlie foi para a cozinha e sentou-se junto a mãe na mesa. A mulher serviu a filha e se serviu. Começaram a comer e Chalie estava muito calada.
– O que foi? - A mulher disse desconfiada.
– Nada...
– Você não me engana Charlotte. O que a senhorita aprontou?

– Nada, mamãe.
– E por que está assim tão caladinha?
– Não é nada não...
– Charlotte...
– Eu briguei na escola.
– Brigou com quem?
– Com a purgante da Lucy. Mas foi ela que começou.
– E pegou advertência?

– Não! A professora nem viu.
– E por que você e a menina brigaram?
– Porque ela é uma nojenta e fica me perturbando. Me chama de branquela, e um monte de coisa mais.
– Não liga pra essas meninas.
– Eu queria ter nascido negra igual a senhora.
– Menina!
– É verdade! Todo mundo fica falando que eu não sou sua filha.
– Quem disse isso? – fala levantando-se – Isso é mentira. Você é minha filha sim.
– Mas o povo diz que não.
– Eu já te falei que seu pai é gringo. Por isso que você é branquinha assim.
– Cadê ele?
– Está na terra dele. Lá nas Europa.
– Ele não vem mais aqui não é?
– Acho que não filha. Pra que você quer saber dele? – abre a geladeira e pega uma jarra d’água – Está feliz aqui comigo não, é?
– Estou sim, mamãe. Mas eu queria conhecer ele.
– Filha, acho que está meio difícil. Eu até já mandei carta pra ele e nada dele me responder. Acho que ele mudou de endereço. – fala sentando-se novamente.
– Eu queria conhecer ele. Nem foto a gente tem.
– Ele foi embora e nem deu sinal de vida. Sei se ele aparece mais aqui não.
– Que pena! – colocando os talheres no prato e apoiando os cotovelos na mesa – Eu queria conhecer ele e mostrar pra todo mundo que eu sou branca por causa dele.
– Você não tem que mostrar nada a ninguém.
– Mas ficam caçoando de mim.
– Não dê importância a essa gente minha filha.
– Se eu ficar no sol um tempão será que eu fico morena?
– A única coisa que você vai conseguir, é ficar vermelha igual um camarão. Deixe de besteira minha filha.
– Não é besteira.- Charlie ficou calada. Estava chateada com tudo o que acontecera. Odiava quando a chamavam de branquela ou coisas do tipo.
– Termina de comer vai. Senão a comida vai esfriar. - A garota voltou a comer. Lilian recolheu as coisas e foi lavar. Charlie terminou de comer, colocou o prato na pia e foi para a rua. Ficou na rua de casa conversando com as amigas que vieram lhe chamar pra brincar.

≈★ ≈

– Vou acordar a Kat.
– Deixa ela aqui em casa, filha. Deixa ela descansar. - A loira mais velha dizia
– Ela tem que ir pra escola, mamãe.
– A menina lá tem cabeça pra escola, Quinn.
– Se toda vez que a Kat brigar com a mãe e eu não a mandar pra escola, ela vai perder o ano.
– Também não é assim, Quinn. Você disse que ontem foi pior.
– Foi mesmo! Ontem passou dos limites.
– Então, minha filha. Deixa ela aqui. Eu cuido dela.
– Mãe... A Kat tem a casa dela. Eu não posso deixar ela aqui não.
– Levar ela pra casa pra que? Pra ficar lá sozinha? Não! Deixa a minha neta aqui.
– A Rachel pode não gostar.
– Ela não tem nada o que gostar ou não. Ela deixa minha neta lá jogada. Pelo menos aqui a Kat tem atenção.
– Não se mete, mamãe. – Frannie entrando na cozinha.
– Estou falando a verdade. - Judy fechou a cara e foi pegar uma jarra de suco na geladeira.

Quinn subiu as escadas e foi no quarto em que a filha estava. A menina dormia tranqüila. Ele ficou com pena de acordá-la, mas resolveu que era o melhor.

– Kat – acariciando os cabelos da filha – Acorda pequena.
– Deixa eu dormir, mami.
– Acorda! Vamos pra casa.
– Não quero ir não. – virando-se para o outro lado e se cobrindo.

– Acorda, filha. Vamos!
– Mami!!

–Levanta! Pega suas coisas e desce pra tomar café. Eu já estou atrasada para o trabalho. - Quinn desceu para onde estava a mãe. Kat foi até o banheiro, fez sua higiene matinal, trocou de roupa e desceu.
– Bom dia!
– Bom dia, minha princesa! – A loira mais velha foi até a neta e lhe deu um beijo na testa – Vovó fez um bolo especialmente pra você.
– Brigada, vó! – sentando-se a mesa.
– Toma café para nós irmos pra casa. Você vai acabar perdendo aula. - Quinn disse
– Não quero ir pra escola hoje.
– Quinn....
– Não tem porque você não ir para a escola, Kat.
– Mami...
– Toma o seu café, filha. - Kat se serviu de algumas coisas que tinha na mesa e tomou café da manhã. Depois despediu-se de Judy e Frannie e foi com Quinn para casa.

– Será que ela já foi?
– Não sei, Kat. Não vai arrumar confusão não.
– É só ela me deixar quieta em meu canto. - Quinn desligou o carro e desceu. A filha também desceu e as duas entraram em casa.

– Bom dia! – Nana aparecendo na sala para recebê-las – Oi minha menina! – dando um beijo em Kat.
– Oi Nana!
– Rachel ainda está em casa?

– Está lá em cima.
– Eu vou pro meu quarto, mami.
– Se arrumar para ir pra escola.
– Eu não quero ir pra escola não.
– Não tem porque faltar aula.
– Eu não estou com vontade. E eu já perdi uma aula. Daqui até você me levar lá, já perdi mais duas.
– Ta bom, filha. Mas nada de aprontar aqui em casa.
– Eu não vou fazer nada. Vou ficar no PC
– Nada de ficar o tempo todo na internet, mocinha. - Disse bagunçando o cabelo da menina- Deixa eu subir e trocar de roupa para poder trabalhar. - Quinn e Kat subiram. A menina ao entrar no seu quarto, encontrou a mãe dormindo em sua cama.

–Mami... Olha. – apontando para a mãe - O que ela está fazendo na minha cama?
– Não sei! Deixa ela dormir – fala baixo e aproxima-se da esposa – Provavelmente não dormiu a noite toda.
– Eu hein!
– Deixa ela quieta aí.

Kat desceu e Quinn foi para o seu quarto. Trocou de roupa, pegou suas coisas, deu outra passada no quarto da filha. Ficou parado contemplando a esposa. Sim! Provavelmente ela passou a noite toda em claro e só conseguira dormir pela manhã. Acariciou os cabelos dela e depois desceu. Encontrou a filha na sala de TV, deu um beijo nela e saiu. Nana veio logo atrás de Kat.

– Você quer comer alguma coisa? Já tomou café?
– Não. Comi lá na casa da minha vó.
– Eu estou lá na cozinha fazendo o almoço. Qualquer coisa fala.
– Nana! Por que minha mãe dormiu no meu quarto.
– Ela está no seu quarto?
– Está sim!
– Não sei. Ontem depois que vocês saíram, eu não falei mais com ela.
– Eu queria mexer no meu PC.
– Deixa sua mãe descansar. - Nana saiu e deixou a menina mais uma vez sozinha. A menina ficou assistindo TV, e ao ouvir o telefone tocar, levantou para atender.

– Alô!
– Gostaria de falar com Rachel Fabray.
– Quem gostaria?
– Tina, amiga dela.
– Sei... Ela está dormindo. Mami disse que não era pra acorda-la não.
– Tudo bem. Depois eu tento falar com ela. Você pode avisá-la que eu liguei?
– Ok! Eu aviso.
– Thau! - A menina desligou o telefone e sentou-se novamente em frente a TV. Não conseguiu ficar muito tempo ali e subiu para o seu quarto. Entrou sem fazer nenhum barulho e sentou-se no chão próximo a sua cama. Rachel dormia um sono pesado. Não sentira que a filha estava ali. Kat ficou parada só observando a mãe.
Rachel se mexeu na cama e acabou despertando. Quando abriu os olhos, encontrou os olhos da filha lhe mirando. Kat ficou sem graça e se levantou. Já ia saindo quando Rachel a chamou.

– Filha, vem cá.
– É melhor não. Não quero brigar.
– Eu também não quero brigar. Vem cá.
– Que foi? - Kat aproximou-se da mãe, e Rachel pediu a ela que se sentasse na cama. A menina assim o fez.

– Desculpa, filha
– Não quero falar mais disso.- A menina já ia se levantar, quando Rachel a impediu.

– Fica aqui comigo.
– Hã?
– Deita aqui comigo. Vem, por favor.
– É que...
– Só um pouquinho. - A menina estava sem jeito, mas acabou cedendo. Deitou-se junto a mãe na cama. Rachel a abraçou por trás e ficou acariciando os seus cabelos.


– Eu não quero te perder também. – fala enquanto abraça a filha mais forte. – Fica aqui comigo, tá?

Kat ficou quieta nos braços da mãe. Há quanto tempo as duas não ficavam daquele jeito? Nem ela se lembrava mais. Fechou os olhos e se deixou acarinhar pela mãe.

– Desculpa, filha. Eu não sei o que acontece comigo. Eu não quero te magoar.
– Por que você faz isso então?
– Não sei...
Rachel voltou a mexer nos cabelos da filha e lhe deu um beijo. Kat se aconchegou mais nos braços da mãe e se deixou ficar ali. As duas ficaram caladas, não tinham nada a dizer, não naquele momento. Talvez uma palavra ali fosse mal interpretada e poderia afastá-las. E naquele instante elas não queriam isso.
Ficaram ali por longas horas. Rachel abraçada à filha e acariciando os cabelos dela. Elas acabaram pegando no sono e nem viram a hora passar. Nana foi até o quarto ver se queriam algo e chamar Kat pra lanchar, mas ao ver as duas dormindo juntas, saiu sem fazer barulho nenhum. Desceu para a cozinha e foi terminar o almoço.

– Cadê elas? - Perguntou a outra empregada.
– Estão lá em cima dormindo. As duas abraçadas. Acho que fizeram as pazes.
– Eu tenho pena da Kat. A patroa nem liga pra menina. Nunca vi mãe assim.

– A dona Rachel sofre demais. Com o desaparecimento da Meg, ela mudou muito. Ela não era assim. Era uma mulher alegre, cuidava das filhas e da mulher. Essa casa era muito alegre, não é essa tristeza que se vê hoje. Eu nunca vi família mais feliz. Mas desde que a menininha sumiu, isso aqui se transformou.
– Será que ela vai encontrar a filha?
– Espero que um dia ela encontre e volte a ser a mulher que era antes.- Um tempo depois, Quinn chega em casa do trabalho e pergunta logo pela filha.

– Cadê a Kat, Nana?
– Está lá em cima com a mãe.
– Com a Rachel? As duas brigaram?
– Não senhora! Pelo contrário. As duas estão juntas. Estão lá no quarto da Kat.
– Juntas?
– Sim! É tão bom ver as duas juntas de novo.
– Vou subir.
– Arruma a mesa para o almoço?
– Arruma. Daqui a pouco descemos para almoçar.

Quinn subiu as escadas e foi para o quarto da filha. Ao parar na porta viu as duas juntas dormindo. Seus olhos ficaram marejados. Como queria que elas se dessem bem novamente. Pelo bem das duas, sabia como elas sofriam com aquela distância e indiferença.
Foi até as duas e fez um carinho nos cabelos da esposa. Rachel acabou despertando. Abriu os olhos e viu a mulher parada em frente a elas.

– Desculpa te acordar. Mas eu não me segurei.

– Tudo bem! Acho que dormi demais.
– É tão bom ver vocês duas assim.
– Eu tava precisando dela.
– Ela também estava precisando de você. Ela precisa de você.
– Eu sei.
– Me promete uma coisa?
– O que?
– Dá mais atenção a ela, Rach. Sai com ela, só vocês duas. A Kat precisa disso. Vocês nem conversam direito.
– Você já me pediu isso.
– Peço outra vez. Espero que depois de ontem, você possa mudar as suas atitudes em relação à Kat.
– Eu vou tentar.
– Eu não quero que você tente, Rach. Eu quero que você mude.
– É tão difícil...
– Rach... Pela Kat.
– Eu juro que vou tentar.

Kat se mexeu na cama e acabou acordando.

– Oi filha! - A loira fala dando um beijo no rosto dela.
– Oi mami! Que horas são?
– Já está na hora do almoço. Vim chamar vocês duas para almoçar.
– Eu estou com fome. Eu dormi muito aqui.
– Você dormiu com a sua mãe.
– Humrum – fala sem graça.

Rachel dá um beijo na cabeça dela e sorri para a menina.

– Eu acho que também estou com fome. Não comi nada hoje. - A morena diz
– Vamos almoçar então.
– Eu vou tomar um banho antes. – Rachel se levanta e sai do quarto da filha – Já desço pra almoçar com vocês.
– Ela pediu pra eu ficar aqui com ela. – sentando-se na cama.
– Ela também sente sua falta, filha.
– Ela está diferente.
– Vamos dar um tempo a ela.
– E se ela não mudar? Eu gosto da mamãe, mas sei lá...
– Vamos dar outra oportunidade a ela, tá?
– Tá! Mas...
– Vamos dar essa chance?
– Ok! – abraçando a loira.- Kat levantou-se e desceu com Quinn.

– Posso servir o almoço? - Nana perguntou.
– Vamos esperar a Rachel. Ela está no banho. Enquanto isso eu vou lavar as minhas mãos. - Ela foi até o banheiro que tinha no andar de baixo e lavou suas mãos.

– Eu tava com a minha mãe, Nana.
– Eu vi, minha linda. As duas estavam tão lindas juntas.
– Ela que me pediu pra ficar lá.
– Que bom! – abraçando a menina.

Quinn voltou e sentou-se a mesa junto com a filha. Logo Rachel desceu e juntou-se a elas. Nana trouxe a comida e todos começaram a se servir.

– Vocês vão fazer o que hoje à tarde? - A loira perguntou enquanto comia
– Eu vou ficar no PC. Eu não tenho curso hoje à tarde.
– Eu tenho que ir à ONG. A Tina deve está me esperando lá. Eu nem avisei que não iria.
– Hiii! – batendo a mão na testa – Ela ligou aqui pra casa. Eu esqueci de avisar.
– Ela falou o que?
– Só perguntou pela senhora e pedisse pra avisar que ela ligou. Desculpa.
– Tudo bem. Eu vou ligar pra ela avisando que irei hoje à tarde.- Rachel já ia se levantar quando Quinn a impediu.

– Depois você liga Rach. Termina de almoçar primeiro. Kat, já que você vai ficar aqui em casa sozinha, por que não vai com a sua mãe?
– Eu? – A menina olha assustada para Quinn.
– Sim! Ao invés de ficar aqui só, vai com ela.
– Não sei se vai dar, Quinn.
– O que tem, Rachel? - Quinn olhou para a morena, e esta ficou sem graça.

– Eu acho que vai ser bom você ir comigo, Kat. Você poderia me ajudar.
– Posso mesmo? – com os olhos brilhando.
– Pode sim!
– Se vocês quiserem, eu levo as duas. - A loira disse
– é melhor não. Eu acho que chegarei mais tarde. Tenho muita coisa pra resolver lá.
– Você vai chegar que horas?
– Não sei.
– Eu passo lá pra pegar as duas.- Terminaram de almoçar e Rachel e Kat se arrumaram para sair. Quinn levou as duas até a ONG. Despediu-se delas e foi trabalhar. As duas entraram na casa onde funcionava a ONG. A menina entrou com a mãe e logo foram recebidas por Mercedes.

– Rach, pensei que você não viria hoje.
– Eu não estava muito bem pela manhã, mas já estou melhor. Cadê a Tina?
– Está na sala de vocês. Essa é a Kat?
– É sim! Trouxe ela comigo hoje.
– Ela é muito bonita. Parece com você. Oi! Meu nome é Mercedes.
–Oi! – A menina disse envergonhada.
– Eu vou ver a Tina.
Rachel foi para a sua sala e Kat foi atrás.
– Boa tarde! – entrando na sala.
– Oi Rach! Pensei que não viria hoje.
– Eu tinha que vir pra resolver aquelas coisas com você.- Kat ficou parada na porta. Não sabia muito o que fazer.
– É a Kat? – vendo a menina encostada na porta – Oi Kat! – levantando-se – Como está linda! Há quanto tempo que não a vejo. – foi até a menina e lhe deu um beijo no rosto. – Que milagre por aqui hoje.
– Trouxe ela comigo. Quem sabe ela não nos ajuda? – sorrindo para Tina.
– O que mais precisamos aqui é de ajuda.
– Conseguiu falar com aquele fabricante de leite?
– Consegui. Foi por isso que te liguei! Ele vai nos ajudar, Rach!
– Eu não acredito, Tina! – ela vai até a amiga e a abraça – Ele vai mesmo colocar as fotos nas caixas de leite?
– Vai sim! A gente só precisa arrumar tudo e passar os dados e as fotos pra ele. Temos já uma boa parte arquivada, mas ele pediu para que fizéssemos com outro programa, pra ficar melhor e mais rápido. Eu estava te esperando porque não sou muito boa em computador. Você que sabe mexer nesse trem.
– Pode deixar que eu vou começar agora mesmo.

Rachel sentou-se na sua mesa e ligou o PC. Tina foi atrás dela, mostrar como o rapaz da empresa queria. As duas estavam muito animadas com aquela oportunidade.
Kat sentou numa cadeira e ficou observando as duas trabalharem. Olhou para a mesa da mãe e viu um porta-retrato com uma foto da sua irmã. Viu que na sala tinha um mural também com fotos de várias crianças. Algumas pequenas, outras já adolescentes. Aquelas eram as crianças desaparecidas que a sua mãe tanto se importava. Eram elas que tomavam todo o tempo da sua mãe. Era com elas que a sua mãe se importava. Mais uma vez viu uma foto da sua irmã lá. Ela sempre estava lá. Sempre “perto” de Rachel.
Tina e Rachel ficaram tão empolgadas com o novo projeto que nem perceberam a menina ali. Kat levantou-se e foi ficar na área sentada. Mercedes ficou conversando com ela e mostrando as coisas que Rachel fazia.

– Eu estou com fome. Vou falar com a minha mãe.
– Aqui na esquina tem uma lanchonete ótima! Se você quiser, posso te levar lá.
– Vou pedir dinheiro a ela.-

Kat voltou à sala da mãe e lhe pediu dinheiro.
– Eu estou com fome.
– Eu não posso sair daqui agora, Kat.
– Me dá o dinheiro que a Mercedes vai comigo.
– Pega aí na minha bolsa. – sem nem dar muita atenção – Olha Tina! A gente pode aumentar essa daqui. – mexendo no programa de fotos,
Kat foi até a bolsa da mãe e pegou o dinheiro para lanchar.

– Está ótimo! Kat, eu também estou com fome. A gente podia parar um pouquinho aqui e ir comer algo, Rachel.
– Mas a gente ainda tem tanta coisa pra fazer.
– Depois a gente continua. Não é, Kat? - A menina não falou nada. Tina pegou um dinheiro na bolsa e puxou Rachel da cadeira.- Vamos!!

Rachel viu que não ia ter jeito e levantou-se. Saiu com Tina e a filha. Mercedes também as acompanhou à lanchonete e fizeram um lanche. Conversaram um pouco na lanchonete e depois voltaram à ONG.
Rachel voltou sua atenção para o que estava fazendo e Kat ficou mexendo na internet. Depois de algum tempo cansou de ficar ali e ficou andando pela casa da ONG.

– Aqui deve ser chato pra ela. - A asiatica comentou
– Eu sabia disso. Mas ela quis vir.
– Não seria porque ela quer ficar mais tempo com a mãe dela?
– Eu estou ocupada!
– Sai daí vai, Rachel! Vai dar um pouco de atenção à sua filha. – puxando ela da cadeira
– Eu tenho que terminar isso, Tina.
– Depois você termina.
– Mas é importante.
– Sua filha também. Vai lá ver ela, depois você volta.
Rachel se levantou e foi até a área onde a filha estava. A menina estava sentada em um banco, olhando as pessoas que passavam na rua. A morena sentou-se ao lado dela e acariciou os seus cabelos.
– Daqui a pouco nós vamos. É que eu tenho que terminar aquelas fotos.
– Tudo bem!
– Quer alguma coisa?
– Não!
– Aqui não tem muita coisa pra você fazer.
– Você disse que eu poderia ajudar.
– Você quer mesmo ajudar?
– Melhor do que ficar sem fazer nada.
– Então vamos lá pra dentro, que eu vou te dar um trabalho pra fazer.
As duas se levantaram e voltaram para a sala de Rachel e Tina. Esta estava no computador organizando uns arquivos.
– Tina, arrumamos uma ajudante.
– Achei que ia ficar aqui a tarde toda sem fazer nada.

Rachel pegou uma pasta com o cadastro das pessoas que ainda não tinham sido passadas para o computador e entregou a filha.
– Coloca pra gente em ordem alfabética, pra ficar mais fácil de cadastrarmos? – entregando a pasta à filha. – Se tiver alguma foto solta, grampeia.
– Está bom!
A menina colocou uma cadeira em frente à mesa da mãe e começou a arrumar a pasta. Na curiosidade lia algumas coisas e conhecia a história de algumas famílias, histórias não muito diferentes da sua. Rachel continuava a trabalhar nas fotos e Tina com seus arquivos. Ora ou outra elas trocavam algumas palavras. Já passava das seis horas quando Tina se despediu das duas a fim de ir para sua casa.

– Foi um prazer tê-la aqui Kat. Volte mais vezes. Estamos sempre precisando de ajuda por aqui.
– Está certo. - Tina foi até a menina e lhe deu um beijo no rosto e saiu deixando as duas sozinhas. Logo Quinn chegou para buscá-las.

– Boa noite! – ela foi até a filha e lhe deu um beijo.
– Mami! Ainda bem que você chegou!
– Está tudo bem por aqui?
– Sim! Eu já estou terminando aqui. Vou salvar esses arquivos pra terminar em casa.

A morena salvou tudo e mandou pro seu e-mail. Ia terminar o restante em casa. Arrumou suas coisas pegou sua bolsa, fechou tudo com a ajuda de Quinn e saiu com o mulher e a filha.
– vamos no MC, mami?.
– Tudo bem, dona Kat! – abrindo a porta do carro.
– Será que vocês poderiam me deixar em casa primeiro? – A morena entrando no carro.
– Você não vai, mamãe? – sentando-se no banco de trás do carro.
– Vamos com a gente, Rach. É rapidinho.
– Tudo bem. Quinn deu a partida no carro e foi até um MC perto dali. Desceram e foram fazer os pedidos. Sentaram-se numa mesa para comer.
– Eu adoro MC. Se eu pudesse comia todo dia. - A menina disse rindo e logo em seguida dando uma mordida em seu Big Mc.
– Se fizéssemos sua vontade, né? – A loira riu – Todo dia não pode não. Como foi a tarde hoje, Rach?
– Nós conseguimos uma ajuda. Um empresário vai colocar as fotos das pessoas desaparecidas nas caixas de leite. Muito mais pessoas poderão ver e quem sabe encontraremos mais gente.
– Que bom, meu amor!
– Eu já estou organizando tudo. Creio que o mês que vem as novas caixas de leite já virá com as fotos.
– Muito bom isso! Tomara que vocês consigam mesmo.
– Nós vamos conseguir.

Elas terminaram de comer e foram para casa. A morena assim que chegou tomou um banho e depois foi para o escritório terminar o que estava fazendo. Quinn e Kat foram para sala de TV assistir um filme.

– Como foi hoje à tarde?.
– Mais ou menos.
– O que foi, filha?
– Nada.
As duas ficaram assistindo filme até dar a hora da menina ir dormir. Ela deu um beijo de boa noite na loira e subiu. Quinn também foi para o quarto dela. Ficou assistindo o canal de esportes enquanto Rachel não vinha.
A morena ficou terminando suas coisas e às onze subiu para dormir. Quinn ainda estava acordada. Rachel foi até o closet, vestiu uma camisola e foi para a cama.

– A TV te incomoda?
– Não! Pode continuar assistindo. - Rachel virou-se para o outro lado e Quinn continuou vendo a TV. Mas não conseguia se concentrar. Ficava olhando a sua mulher, a sua bela morena que estava ali ao seu lado. Há quanto tempo elas não tinham relações? Nem lembrava mais. Rachel se tornara tão fria, tinha vezes que nem a deixava encostar nela.
A loira desligou a TV e virou-se para o outro lado. Queria dormir, mas não conseguia. A morena ao seu lado, apesar da distância e da frieza, ainda mexia e muito com ela.
Virou-se para a mulher e começou a tocá-la. Afastou os seus cabelos e beijava-lhe a nuca. Rachel estremeceu, mas não se afastou da mulher. A loira aproximou-se mais dela colando os seus corpos.

– Não, Quinn. – sussurrando.
– Tenho saudades de você, tenho saudades do seu corpo.- Ela abaixou a alça da camisola da morena e começou a beijar o seu ombro. Passou a mão pela cintura dela enlaçando-a e virando-a pra que ficasse de frente. - Sinto muita falta de você. – fala aproximando-se sua boca da dela.

Rachel fecha os olhos e deixa que aquele beijo aconteça. Abre a sua boca, dando passagem à língua da mulher. Quinn acaricia o corpo da esposa, causando nela arrepios. A morena também tinha saudade do corpo da loira, das mãos dela, mas acabara construindo uma barreira que nem ela conseguia derrubar.
As mãos de Quinn passeavam pelo corpo dela, reconhecendo cada centímetro. Já não beijava mais a sua boca, descia os beijos pelo pescoço fazendo com que ela suspirasse. Queria tê-la pra si novamente, queria tê-la outra vez.
– Eu te quero!
– Não! – A morena ofegante.
– Por que não! – beijando o colo dela – Nós somos casadas, você é a minha mulher.
– Eu não quero.
–Tem certeza? – tocando nos seios dela, fazendo com que ela desse um gemido abafado.
– Isso é jogo baixo. – acariciando os cabelos da loira.


Quinn tirou a camisola dela deixando-a despida. Ficou a observar o corpo da esposa, o corpo que ela tanto desejava. Como ela poderia a cada dia que passava se tornar mais bonita? Aproximou os seus lábios da barriga dela e lhe dava selinhos fazendo com que ela gemesse.

– Eu te amo! Você sempre será a mulher da minha vida.
–Também te amo muito!

Rachel puxa a loira e dessa vez toma a iniciativa de lhe dar um beijo. Um beijo quente, cheio de paixão. Naquele momento as dores, a amargura, as desavenças eram suplantadas pela paixão e pelo desejo que uma sentia pela outra. Aos poucos Quinn ia conseguindo derrubar a muralha de gelo em que a mulher se rodeara. As mãos já não conseguiam ficar em um só ponto do corpo, elas passeavam livremente tentando saciar aquela vontade há muito tempo adormecida. Mais uma vez fizeram-se em um. Mais uma vez vez, descobriram que apesar de tudo o que passavam, ainda sentiam desejo e amor uma pela outra. Pois as duas juntas chegaram ao êxtase.

≈★ ≈


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Notas finais do capítulo

Aeeee, finalmente uma cena Faberry direita, não é mesmo? hahaha No próximo capítulo quem sabe não fala sobre o desaparecimento da Meg?? Comentem :**



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