Amor de Pai - RxHr escrita por Verônica Souza


Capítulo 2
Capítulo 2




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Rony não conseguiu dormir naquela noite. Ele olhava para a pequena dormindo em sua cama, e só conseguia imaginar como aquilo poderia estar acontecendo? Afinal, onde estava realmente a mãe daquela criança, louca a ponto de deixar uma menina de sete anos solta pelas ruas de Londres? E se fosse Hermione realmente a mãe daquela garota, por que a escondeu tanto tempo? E onde estaria ela? Harry e Rony tentaram fazer de tudo para ela contar sobre sua mãe, mas a garota resistiu todas às vezes. Ela era muito inteligente e teimosa, uma perfeita mistura de Rony e Hermione.

O medo bateu em Rony quando ele pensou o que poderia ter acontecido com Hermione. Ela não deixaria sua própria filha solta por aí. Rony imaginou o pior, e não conseguiu descansar enquanto não amanheceu, e Mia finalmente acordou.

– Bom dia. – Ela disse carinhosamente.

– Bom dia. – Rony respondeu um pouco amargo.

– Você não dormiu?

– Não.

– E por quê?

– Por que não.

– Mas minha mãe disse que isso faz mal e...

– Já que está falando de sua mãe... Precisamos conversar. – Ele foi direto e a garota ficou pálida. – Onde ela está?

– Eu já disse que não sei... Eu me perdi dela no meio do Beco Diagonal.

– E como conseguiu chegar aqui?

– Ela já tinha me falado sobre você... Eu apenas pesquisei onde era sua casa.

– Eu acho que você está mentindo. – Ele se agachou na frente dela.

– Não estou. – Ela cruzou os braços.

– Veremos. – Ele olhou no fundo dos seus olhos, e ela fez o mesmo. Ficaram sem piscar por longos segundos, até que Mia piscou primeiro. – Tá vendo? Você piscou primeiro. Está mentindo.

– Isso não tem nexo!

– Claro que tem. Quem pisca primeiro é porque está mentindo. Olhos de mentirosos piscam facilmente.

– Você diz isso por experiência? – Ela sorriu vitoriosa. Rony fechou a cara para ela.

– Muito bem... Isso está indo longe demais. Não posso ficar com você sem saber se você é realmente minha filha.

– Então faça um teste.

– Eu não vou fazer um teste! Isso vai acabar com minha carreira nos Chudley Cannons.

– Então acredite na minha palavra.

– Eu acreditaria se você me dissesse quem é sua mãe.

– Eu não vou dizer enquanto você não acreditar. – Ela cruzou os braços.

Rony respirou fundo. Não sabia mais o que fazer. Não poderia simplesmente largar a menina no meio da rua e sair fingindo que nada tinha acontecido, e com o pouco que ela falava obviamente Harry não acharia nunca a mãe dela. Ele decidiu então se entregar, e tratá-la bem... Assim ela diria quem era sua mãe.

– Tudo bem... Já que quer assim. Vá se arrumar. Vamos sair.

– Pra onde?

– Pra casa dos meus pais.




**



Rony apareceu na toca pela lareira. Seus pais se assustaram, pois ele sempre aparatava no jardim. Molly ia questioná-lo sobre isso, quando viu uma pequena garota de mãos dadas com Rony. Como se ela lesse pensamentos, colocou as mãos no coração no mesmo instante.

– Ronald Weasley, o que significa isso?

– Longa história mãe...

– Então se explique agora! – Ela disse autoritária.

– Calma querida. Tenho certeza que Rony tem uma boa explicação para isso. – Arthur abraçou a esposa.

– Na verdade... Eu tenho sim pai. – Rony respirou fundo. – Essa garota apareceu na porta do meu apartamento dizendo que era minha filha.

– O que? – Molly e Arthur perguntaram juntos. – E isso é verdade?

– Eu não sei mãe! Eu estou tão confuso quanto vocês.

– E ela não diz quem é a mãe dela? – Molly perguntou olhando para ela, que se escondeu atrás de Rony.

– Não... Ela não diz.

– Querida... Venha aqui. – Ela sorriu para a garota que se aproximou dela. Molly olhou bem para a garota e respirou fundo. – Não tem duvidas Rony. Ela é a sua cara quando você era pequeno.

– Mas mãe... Não é possível! Eu tenho certeza que não tenho nenhuma filha.

– Isso é pra você aprender a não sair namorando qualquer uma por aí! – Ela disse brava.

– Minha mãe não é qualquer uma. – Mia disse cruzando os braços.

– Claro que não meu bem... Eu não me referia à sua mãe. – Molly sorriu.

– Minha mãe é uma bruxa muito inteligente. Tirava sempre notas boas e é muito bem sucedida. Ela me ensinou muitas coisas, inclusive Francês e Runas.

– Quantos anos ela tem? – Arthur perguntou.

– Tenho sete e meio. – Ela respondeu educadamente.

– Rony... Será que ela não... – Molly olhou para Rony, e ele entendeu o que a mãe quis dizer.

– Eu não sei mãe. Eu não sei. É impossível isso. Faz tantos anos...

– Oito anos. – Molly afirmou.

Rony olhou para Mia e respirou fundo.

– Vamos deixar assim por enquanto, até ela se acostumar. E então ela vai me prometer que vai me contar, não é Amélia? – Ele olhou para ela.

– Sim. – Ela disse animada.

– Muito bem... Então... Venha... Vamos fazer alguns biscoitos. – Molly sorriu para ela e segurou sua mão, e as duas foram para a cozinha.



**



Mia estava se adaptando muito bem à família. Ela já tinha conquistado o carinho de Molly, Gina e Fleur, que não a deixavam sozinha um minuto se quer. Rony vendo Mia se divertindo tanto começou a achar que talvez precisasse realmente de uma surpresa daquela para mudar sua vida. Ele estava começando a se cansar dessa vida de celebridade, ter que aguentar várias mulheres dando em cima dele todo o tempo, e de não conseguir resistir à maioria delas.

– Rony! Eu estou falando com você! – Gina o cutucou.

– Que foi Gina?

– Mia é muito parecida com...

– Hermione. Eu sei. – Ele olhava para a menina que lia um livro no sofá ao invés de brincar como qualquer criança normal.

– Você acha que...?
– Eu não sei Gina. Hermione não seria capaz de deixar sua filha solta por aí. Não se parece com ela.

– E você não acha que pode ter acontecido alguma coisa?

– Já pensei nessa hipótese... – Ele disse com um aperto no coração. – Se ela ao menos falasse alguma coisa...

– Ela não vai dizer enquanto você não der atenção para ela.

– Isso não é fácil Gina. Não fui preparado para ter uma filha de sete anos batendo em minha porta.

– Então trate de se preparar, porque por enquanto ela só tem você. – Gina falou seria. – Ela é uma garota muito especial Rony, e precisa de toda a atenção. Se você não der isso a ela, ninguém vai dar. Ela já passou sete anos da sua vida sem um pai, não negue isso a ela.

Rony respirou fundo e continuou olhando para Mia. Sentia seu coração amolecer, e ao mesmo tempo sentia uma vontade imensa de protegê-la de tudo e de todos. Gina se levantou e voltou para a cozinha. Rony foi em direção à garota, e sentou-se ao seu lado.

– O que está lendo?

– Hogwarts, uma história. – Ela disse sem tirar os olhos dos livros.

– Hum... Conheço uma pessoa que adora esse livro. – Ele disse e ela não respondeu. – Sabe Amélia...

– Mia.

– O que?

– Gosto que me chamem de Mia.

– Muito bem... Mia. Eu não tenho ideia de como ser um... Pai pra você. – Ele engoliu seco. – Mas vou fazer o possível está bem?

– Você não está se saindo tão mal assim. – Ela olhou para ele e sorriu.




**



Rony chegou em casa exausto. Havia jogado uma partida de Quadribol com os homens da família, e só queria deitar em sua cama e dormir, como sempre fazia aos domingos, mas ele se lembrou de que não tinha apenas ele ali. Mia tinha se dado muito bem com todos da família, e Gina não largou ela um minuto. Ela chegou e se sentou no sofá, observando toda a casa. Rony se escorou na parede e ficou a observando. Sua mãe tinha razão... Ela era idêntica a ele.

Mia encostou-se ao sofá, abrindo um livro. Rony imaginou como uma garota daquela idade conseguia ler tanto. Em pouco tempo, Mia foi caindo para o lado, e Rony percebeu que ela estava dormindo. Ele olhou para ela, sorrindo inevitavelmente. Parecia um pequeno anjo. Ele pegou a mochila dela no chão, e a abriu. Pegou alguns papeis que tinham dentro, e olhou para os desenhos da pequena. Em alguns deles havia uma mulher e uma menina, em frente uma casa. Obviamente era ela e sua mãe. Mas em vários deles havia um homem e uma garota, ambos ruivos. Rony logo pensou quanto tempo ela sabia que ele era seu pai, e só agora tinha o encontrado. Ele pensou no que Gina disse, e percebeu como deveria ter sido difícil para ela viver tantos anos sem um pai.

Ele colocou os papéis de volta na mochila, e pegou a garota levando ela em direção ao quarto de hóspedes. Ele a deitou na cama, e percebeu o quanto ela era frágil. Em um ato espontâneo, ele acariciou seus cabelos, fazendo com que ela acordasse.

– Olá. – Ela disse sorrindo para ele.

– Oi. – Ele sorriu de volta. – Então... Gostou da minha família?

– Sim... Tia Gina é muito legal... E... A Senhora Weasley também. – Ela disse um pouco tímida.

– Pode chamá-la de Vó Molly... Se quiser... – Ele parou para pensar no que tinha acabado de dizer.

– Acho melhor ainda não chamá-la assim... Parece que você não está muito feliz comigo. – Ela disse com os olhos cheios de lágrimas. Rony sentiu uma pontada em seu peito.

– Não é isso... É que... É um pouco difícil para eu acostumar com tudo isso. Eu sou meio trasgo como você mesmo disse. Não estou acostumado com crianças. – Ela deu uma gargalhada, e Rony sentiu uma felicidade imensa em ouvi-la. – Mas prometo que vou tentar me acostumar. Você é uma ótima menina.

– Minha mãe sempre me educou muito bem.

– É, dá pra perceber. – Ele sorriu. – Agora vamos dormir. Amanhã preciso saber o que vou fazer... Afinal eu tenho que trabalhar.

– Posso ir ao treino? – Ela perguntou esperançosa.

– Hum... Acho que não terá problema nisso. Eu tenho mesmo que esclarecer algumas coisas ao técnico.

– Oba! – Ela comemorou.

– Agora, você tem que dormir. – Ele se levantou.

– Rony... Você pode ficar comigo até eu pegar no sono? Minha mãe sempre faz isso...

Ele respirou fundo e se deitou ao lado dela e ela se aninhou em seus braços. Rony estranhou no começo, mas depois se acostumou. Ele acariciou os cabelos dela, imaginando se ele conseguiria um dia lidar com tudo aquilo, e ser um bom pai. Pensando nisso, ele adormeceu ao lado de sua filha.


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