Amor de Pai - RxHr escrita por Verônica Souza


Capítulo 1
Capítulo 1




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Rony lia o profeta diário tranquilamente na varanda de seu apartamento. Adorava fazer isso durante as tardes de sábado. Fugia um pouco de sua rotina de treinamentos, agora que ele fazia parte dosChudley Cannons, e ainda por cima era o capitão. Rony passava a maior parte do tempo nos treinos e nas reuniões, não tinha tempo para muita coisa, e nem precisava. Morava sozinho em um apartamento não muito grande, mas bem luxuoso, não era casado, mas também não ficava sempre sozinho. Vez ou outra aparecia com uma namorada, o que irritava bastante seus amigos, principalmente Harry, que achava que ele não tinha mais idade para “namoricos” e precisava arrumar alguém sério.
Ele se referia a alguém como Hermione Granger, que foi a única garota que Rony realmente gostou na vida, mas tiveram apenas um relacionamento adolescente. Alguns meses depois de Hogwarts as brigas ficaram mais frequentes, e eles não conseguiram manter o relacionamento. Hermione se mudou para a França com sua família, e ninguém mais teve notícias dela durante todos esses anos.

Rony foi despertado de seus pensamentos quando ouviu batidas fracas e lentas, reconhecendo imediatamente que era Harry.

– Oi Harry. – Ele abriu a porta e deu espaço para que Harry entrasse.

– Desculpe aparecer assim Rony. – Ele entrou e se sentou no sofá. – Mas eu estou em tempo de ficar louco. Pirado. Sua irmã vai me enlouquecer Rony.

– Hey, calma aí. – Rony se sentou ao lado dele. – O que tá acontecendo?

– Hoje ela deu um ataque de ciúmes no Ministério, só porque eu estava conversando com minha secretária, QUE É CASADA!

– Harry você sabe como Gina é...

– Eu sei, mas ultimamente ela está pior... Nós estamos brigando muito ultimamente Rony. Acho que ela sente falta de Hermione. Foi muito difícil para ela se acostumar.

– Para todos nós Harry.

– É sim... Mas para Gina é pior. Gina se espelhava em Hermione, e ela ter sumido assim sem dar notícias, deixou Gina muito abalada. E como ela não tem ninguém para desabafar, ela desconta tudo em mim.

– Eu realmente não sei o que falar Harry... O jeito é acostumar e esperar que o melhor aconteça. Você descobriu alguma coisa?
– Nada. Tentamos de tudo, mas devíamos esperar isso de uma bruxa como Hermione... Deve ter feito feitiços ainda desconhecidos pelos aurores para se esconder. Vocês realmente tiveram uma briga feia hein?

– Nem me fale...

*FLASHBACK*

– Rony... Não sei por que você está tão bravo por uma coisa que aconteceu há tanto tempo.

– Não faz tanto tempo assim Hermione. Não acredito que você fez isso.

– Mas você estava com Lilá... Não tem que achar ruim. – Hermione começava a ficar nervosa.

– E daí? É diferente.

– Ah sim, é diferente porque é o seu lado da história não é? Foi só um beijo Ronald, eu já disse, e mesmo assim me arrependi depois.

– Não interessa Hermione. Você beijou o Mclaggen, pra mim isso já basta.

– Você é muito infantil Ronald. Não aconteceu nada de mais.

– Sei, e como posso confiar em você agora? Como vou saber que você deixou de gostar dele?

– Mas eu nunca gostei. – Hermione tentava manter a calma.

– Hermione, eu estou muito magoado com você... Não esperava isso, sinceramente.

– Ronald que briga idiota estamos tendo. Não percebe?

– Idiota só se for para você. Não vou conseguir olhar para você com os mesmos olhos.

– RONY, CÓRMACO ESTAVA APENAS CONVERSANDO COMIGO! VOCÊS ESTAVAM FAZENDO TESTES JUNTOS, ELE VEIO APENAS ME CUMPRIMENTAR.

– CÓRMACO? JÁ ESTÁ COM ESSA INTIMIDADE?

– RONALD, VOCÊ É UM IDIOTA!

– E VOCÊ É UMA... UMA...

– UMA O QUE? VAI... DIZ! – Ela falava com raiva.

– HERMIONE, VAI EMBORA!

– SE EU FOR EU NUNCA MAIS VOLTO.

– ÓTIMO! NUNCA MAIS AINDA NÃO VAI SER TEMPO SUFICIENTE. – Ele disse durante o ataque de fúria. Hermione o olhou com os olhos cheios de lágrimas, sem acreditar que ele tinha realmente dito aquilo. Ela se virou, ainda na esperança que ele pedisse desculpas, mas o orgulho falava mais alto. Então pela ultima vez, Rony viu Hermione...

*FIM DO FLASHBACK*

– Bom... Vou voltar para o ministério. Estou mais calmo agora. – Harry se levantou. – Obrigado pela conversa... – Ele apertou a mão de Rony.

– Boa sorte com a fera. – Rony brincou e Harry riu.

– Vou precisar mesmo.

**

Naquela mesma tarde, Rony resolveu revirar a caixa de lembranças que tinha no alto do seu guarda roupa. Ele abriu a caixa, e dentro havia várias fotos e cartas. Ele pegou as primeiras fotos, e sentiu seu coração doer. Ele e Hermione riam um para o outro, enquanto Harry aparecia atrás fazendo careta. Rony riu inevitavelmente relembrando desse dia. A segunda foto era ele e Hermione sentados no jardim da toca, de costas para a câmera e abraçados. Provavelmente Gina teria tirado a foto.

Rony sentiu um vazio no peito. Não havia nenhum dia que ele não se arrependia de ter dito o que disse para Hermione. Harry tentava todos os dias encontrar pistas de onde ela estava, mas sem sucesso. Rony queria ter ao menos uma chance de dizer para ela o quanto sentia muito.

A campainha tocou e Rony se assustou, estava perdido em seus pensamentos. Ele achou que era Harry de novo, mas se lembrou que Harry não tocava a campainha. Ele olhou pelo olho mágico, e não conseguiu ver ninguém. Pensou ter sido uma criança fazendo travessuras, e então voltou para o quarto. Novamente a campainha bateu. Rony voltou para a porta e olhou pelo olho mágico de novo, e continuou sem ver nada.

– Crianças... – Antes que ele pudesse se virar, a campainha tocou de novo. E dessa vez histericamente. Rony pegou sua varinha, pronto para ameaçar quem quer que fosse. Talvez alguém com uma capa de invisibilidade. Ele abriu a porta de uma vez e apontou a varinha. Uma criança assustada e de olhos arregalados olhava para ele. Rony rapidamente abaixou a varinha e olhou para a criança.

– Posso ajudar? – Ele perguntou para a pequenina.

– Sim... Eu queria...

– Um autógrafo? – Ele sorriu. Não seria a primeira vez que uma criança batia em sua porta pedindo um autógrafo.

– Não... – Ela disse decepcionada.

– Uma foto?

– Não.

– Então o que quer? – Rony perguntou meio frio. Não se dava muito bem com crianças.

– É que eu estou procurando o meu pai. – A pequenina de cabelos ruivos e olhos castanhos abriu um largo sorriso.

– E quem é seu pai? Ele não está aqui... Já tentou procurar lá em baixo?

– Não...

– Então... Procure lá. Posso garantir que aqui ele não está.

– Está sim...

– Onde?

– Eu estou olhando para ele.

Rony ficou digerindo aquela história por longos segundos, antes de cair na gargalhada.

– Eu? Seu pai? Acho que não pequena... Nem casado eu sou.

– Mas você é meu pai.

– Desde quando?

– Oras... Desde quando eu nasci.

– Ah claro... Porque eu teria sim uma filha perdida por aí. – Ele continuou rindo.

– Está achando graça de que Senhor Weasley? – Ela perguntou séria e Rony rapidamente se lembrou de Hermione. Ele olhou bem para a pequena garotinha e ergueu as sobrancelhas.

– Isso é impossível.

– Não, não é. Você é meu pai. – Ela disse séria.

– Vem aqui. – Rony a pegou no colo e fechou a porta, logo depois a colocou sentada no sofá, e cruzou os braços. – Isso é alguma pegadinha? Sua mãe mandou você vim aqui e dizer isso só para conseguir alguns galeões? Porque se for isso...

– Eu não quero seus galeões. Nem minha mãe. Não precisamos disso. – Ela disse brava.

– Quantos anos você tem?

– Sete.

– Sete anos? E desde quando sabe tantas coisas?

– Desde quando minha mãe me ensinou. Minha mãe é uma bruxa muito inteligente e sempre me ensinou várias coisas, inclusive Francês.

– Francês? Sua mãe é da França? Impossível você ser minha filha. A única francesa que conheço é minha cunhada, e posso te dizer com toda certeza que não tive nada com ela e...

– Eu não sou Francesa, nem minha mãe. Nós moramos por lá até eu fazer três anos, e depois nos mudamos para cá.

– E como sua mãe chama?
– Eu... Eu não vou dizer.

– Não vai dizer? Hum, muito bem. – Rony foi até seu armário e pegou um pequeno vidrinho. – Você sabe o que é isso? – Ele sorriu para a garotinha.

– Veritaserum, e se pensa que vai me fazer falar a verdade com isso, fique sabendo que eu posso ir ao Ministério e dizer que você usou isso contra a minha vontade, e isso é contra a lei, se bem sabe...

Rony fechou o sorriso e olhou para ela. Ela se parecia muito com Hermione... Mas era impossível.

– Ótimo. – Ele pegou a menina no colo. – Vamos dar um passeio.

– O que? Pra onde?

– Vamos fazer uma visitinha ao seu “Tio Harry”. – Ele riu de si mesmo por falar aquela bobagem.

– Harry Potter? Você vai me levar para conhecer Harry Potter? Que legal!

– É... Muito legal. – Rony entrou na lareira e colocou a garotinha no chão. Ele pegou o pó de Flu e entrou, ficando ao lado dela. – Ministério da Magia. – Ele jogou o pó no chão, desaparecendo em poucos segundos.

**

– Eu ainda não entendo por que está me levando para ver Harry Potter.

– Você quer parar de falar um pouco? – Ele disse sem paciência.

– Minha mãe diz que eu sou um pouco hiperativa.

– Pelo menos em uma coisa concordamos. – Rony andava pelos corredores do ministério sem dar muita atenção para a garota.

– Ela disse que puxei isso de você.

Rony parou, mas não a olhou. Respirou fundo e se virou para ela.

– É aqui. – Ele apontou para uma porta. Bateu três vezes, ouvindo um breve “entre”. Ele abriu a porta e Harry estava em sua mesa, provavelmente com muito trabalho, agora que era chefe dos aurores.

– Rony. Aconteceu alguma coisa?

– Um problema. Um grande problema. Quer dizer... Pequeno grande problema.

– Como assim? – Harry se levantou, notando a cara de preocupação do amigo. Rony saiu da sala, e Harry olhou sem entender, até Rony entrar com uma garota idêntica a ele em seu colo. – Rony, o que é isso?

**

Depois de contar toda a história, Harry olhou bem para a pequena garotinha que até então tinha permanecido calada. Ele olhou bem para os olhos dela, e imediatamente veio alguém em seus pensamentos.

– Quantos anos você tem? – Harry perguntou carinhosamente para ela.

– Eu tenho sete e meio, vou fazer oito dia 17 de Setembro. – Ela disse sorrindo.

– Hum... Entendi. Rony... Quando foi mesmo que você viu Hermione pela ultima vez?

– Há oito anos, mas o que isso tem haver Harry? Temos um problema pior do que Hermione aqui e... – Rony parou de falar e olhou para a garotinha. - Harry... Você não está pensando que...

– Como você se chama? – Harry ignorou Rony, sorrindo para a garota.

– Amélia... Mas minha mãe me chama de Mia.

– Mia... Você gosta de Quadribol?

– Gosto muito... Mas minha mãe não me deixa voar em uma vassoura. Eu pedi uma de aniversário, mas ela me deu um livro.

– Você consegue ler Runas?

– Minha mãe está me ensinando... Mas só sei algumas coisas ainda.

– E o que você acha do Rony?

– Minha mãe diz que a fama subiu a cabeça dele, e que ele não passa de um insensível. Ela diz que ele parece mais um trasgo do que um goleiro. Eu o acho um ótimo goleiro...

Rony sorriu satisfeito.

– Mas depois de conhecer ele percebi que ele é também metade trasgo.

Harry caiu na gargalhada e Rony fechou a cara para a menina.

– Rony... – Harry ainda falava rindo. – Você ainda tem dúvidas de que ela é sua filha?

Rony parou para pensar um instante. Cabelo ruivo, olhos castanhos, era inteligente demais para as garotas da idade dela. Rony conheceu apenas uma pessoa daquele jeito...


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