Almas Obscuras - Despertar escrita por Angie Ellyon


Capítulo 9
Capítulo 8 - Perigo Invisível


Notas iniciais do capítulo

Miiiill desculpas pela demora, amores. Espero que gostem :D



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– Não – foi tudo o que consegui dizer. – Não, não! – agarrei o papel e li as palavras soltas. – Eu não quero e não vou morar com ele!

– Calma. Por enquanto, é apenas uns dias - ela disse, pesarosa. – Sua mãe me deu a sua guarda, mas eles são a sua única família...não é definitivo. E pense por esse lado – ela afagou meu cabelo. – Pode não gostar do Henry, mas ele é seu pai. Mais cedo ou mais tarde, terá que encará-los.

– Ninguém pode me obrigar – falei. – Eu não vou. E eles não são a minha família!

Corri para o quarto sentindo uma dor terrível no peito. Henry iria me levar para a luxuosa mansão dos Lancaster e eu não poderia fazer nada. Teria que aturá-los. Por um lado, não seria definitivamente. Mamãe havia pensado nisso porque sabia que seria horrível para mim viver com eles. Nunca frequentei por muito tempo o mesmo ambiente com eles porque estava sempre ao lado dela. Eu estaria completamente perdida entre eles.

No colégio, eu estava caminhando para o refeitório quando Mary passou por mim e pregou alguns papéis no mural. Parei e apontei com o queixo.

– O que é?

– O grande Baile Anual de Inverno do colégio – disse ela, suspirando e se virando pra mim. – E aí? Já tem seu par, Pom-Pom?

– Lauren está juntando assinaturas para me eleger rainha do baile. E você? – me virei pra ela.

Mary fez muxoxo.

– Sem grandes expectativas. Não fique surpresa. – ela olhou no canto de olhos. – Aliás, parece que alguns já estão na temporada de caça aos parceiros.

Ela se retirou ao mesmo tempo que Matt saiu do grupo com o qual conversava e veio até o mural.

– Vi seu nome no baile – ele sorriu. – Lauren tá pegando pesado, né?

– Nem tanto – falei.

– Vai ser uma grande noite – ele se encostou no mural, cruzando os braços, se virando totalmente pra mim. – E eu queria saber se...bem, se você quiser, é claro... – ele respirou fundo e senti um frio na barriga. – Se você aceitaria ser meu par e ir ao baile comigo.

Abri a boca e fechei. Fui pega totalmente de surpresa. Tentei pensar rápido em uma resposta. Eu queria ir com ele? Imediatamente me veio à mente a imagem de Logan e eu juntos, dançando, no meio do salão; a música seguindo o nosso ritmo, como se nada ao nosso redor pudesse nos afastar.

– Ah...na verdade, não sei bem... – as palavras saíam soltas. – Lauren me candidatou a rainha e...não seria legal não ir...então, talvez sim...

– Ótimo – ele se satisfez com a resposta. – Então a gente se vê lá.

Ele seguiu no corredor enquanto eu fui para o refeitório, e vi Lauren acompanhada de um rapaz em uma das mesas. Ele era bem semelhante a Logan: alto, bonito, diferente dos outros caras. Vestia preto da cabeça aos pés, tinha cabelo e olhos castanho-escuro, mas ele me causava um arrepio.

– Mely! Este é o Enzo. Nós nos conhecemos ontem à noite. Esta é a minha melhor amiga, Melaine. - Lauren sorriu ao se aproximar e nos apresentou.

O tal de Enzo me deu um sorriso perigoso, que arrepiou todos os pelos do meu corpo.

– Lauren fala muito de você.

– Ah, eu aposto que sim. – tentei ser simpática, mas a frase acabou saindo mais como uma indireta.

Ele semicerrou os olhos, prestando atenção em alguma coisa.

– Bonito esse colar. Onde conseguiu? – quis saber, cínico.

Pus a mão no colar como se ele fosse pegá-lo.

– Ganhei de presente.

Ficamos uns segundos em silêncio até que Lauren me olhou.

– O que você tem? Parece chocada com alguma coisa.

– Acabei de ser convidada para o baile por Matt Conners.

– Ah, mas isso é ótimo! – disse animada. – Vocês vão ser o rei a rainha do baile! E é claro que nós vamos, não é? – ela se virou apressada para Enzo.

– É só me chamar – disse ele. – Estou ansioso para conhecer melhor a cidade – havia algo sombrio na maneira como ele disse aquilo. – Agora tenho que ir. Até breve, Melaine. – ele deu um selinho em Lauren e saiu. Observei-o sumir entre as pessoas.

– Ele não é perfeito? – Lauren chamou minha atenção.

Arqueei as sobrancelhas.

– Se você diz...

– E o que estamos fazendo aqui? – ela se levantou. – Temos que encontrar alguns vestidos para o baile.

...[...]...

Ziguezagueando pelas lojas mais badaladas (segundo critérios de Lauren), saímos à procura de vestidos para o baile, mas terminei nossa jornada sem nenhum. Lauren comprou um vestido vermelho bonito de cetim com um bordado elegante no decote, além de acessórios. Tudo para ela era questão de ter tudo novo. Quanto a mim, comprei diversas brigas com ela ao longo do dia sem encontrar nada que me agradasse. Aquele momento só me fez pensar em mamãe.

Não fazíamos o tipo de mãe e filha que sai juntas e faz compras de roupas e sapatos no shopping, e nem ela era o tipo de mãe que gostava de me enfeitar com joias. Nunca fomos assim. Desde que me lembro, ela me carregava em suas viagens, me ensinando desde cedo o verdadeiro valor que a vida tinha. Éramos duas grandes molecas que uma vez ficaram atoladas num grande lamaçal no meio de uma floresta fechada, e ficaram escorregando e rindo na lama enquanto chovia até que uma carona apareceu. Me lembrei exatamente de como ficamos abraçadas na traseira da caminhonete e ela me disse carinhosamente: “você é minha grande companheira”.

Lauren notou meu olhar triste.

– Tá lembrando da sua mãe, não é? Sinto muito. Não queria causar isso.

Dei um sorrio triste.

– Tudo bem.

– Mudando de assunto – ela disse. – Vi o seu boy na biblioteca. Não sei o que estava fazendo, mas não parecia interessado em livros. Vi Mary e ele conversando e ela falou algo sobre Comrspritt´s.

Comrspritt´s era considerado um bairro um tanto perigoso da cidade.

– Se quiser saber algo sobre o boy e não quiser perde-lo pra aquela baranga, sugiro que vá lá. – concluiu.

– Baranga? Mary? – quase ri.

Lauren me olhou como se fosse óbvio.

– Qual é! Vi o jeito que ela ficou olhando pra ele. Se quiser, vamos juntas. Vou me encontrar com Enzo por lá mais tarde. É sua chance. - ela me deixou em casa e se despediu.

Tia Diana me recebeu sorridente na sala.

– Como foi o dia de garotas?

– Lauren é uma figura – tirei o casaco e joguei-o no sofá, desabando no mesmo.

– E acharam o vestido para o baile?

– Ela sim. Eu não.

Ela deu a volta e sentou ao meu lado, pensando em alguma coisa. De repente, balançou a cabeça.

– Como pude esquecer...? – ela disse para si mesma, olhando para o nada. – Acho que tenho o vestido perfeito pra você.

Ela subiu a escada e voltou à sala em cinco segundos carregando uma caixa marrom e tirou a poeira com um sopro, colocando-a no colo com as mãos sobre ela.

– O que é isso? – quis saber.

– Acho que a sua mãe não teve tempo de contar à você...

– Me contar o quê?

– Bem, ela queria fazer sua festa de 15 anos e queria que usasse esse vestido, o que não aconteceu porque vocês duas estavam viajando – disse ela. – Acho que o desejo dela na verdade era que você usasse esse vestido em um momento muito especial pra você. – ela suspirou. – Por isso...aqui está. Esse vai ser o vestido que você vai usar no baile.

Ela me estendeu a caixa e senti um frio na barriga. Fiquei imaginando minha mãe - que odiava moda – ter escolhido uma roupa, fazendo aquilo por mim. Ansiosa, abri a caixa. Lá dentro, havia um lindo vestido; peculiar e incomum. Ele tinha um corte no colo no formato de um par de asas abertas, que chegava a combinar com o colar de Logan. Além de ser um tomara-que-caia de cor âmbar com um tom dourado no decote de forma dégradé. Era simples, único e perfeito.

– É lindo! – simplesmente não havia outra forma de classificá-lo. Minha garganta se fechou. Quantas coisas mais ela tinha feito por mim? – Não acredito que mamãe...

– Ela queria que fosse especial. Ela sempre sentia como se estivesse tomando a sua juventude e queria compensar. Quando nós fomos ao baile do colégio na nossa turma, ela mesma fez o vestido dela. Sua mãe sempre soube se virar muito bem sozinha quando precisava. – disse tia Diana. – E esse vestido estava mofando aí dentro! Ele merece uma festa.

Sorri, ajeitando a caixa novamente.

– Tudo bem. Eu vou ao baile. E vou me divertir.

Era bem tarde quando Lauren apareceu e seguimos juntas para algum lugar em Comrspritt´s. Ela parecia bem empolgada e ligou o rádio enquanto arrancava.

– E aí? Pronta pra caça ao boy dos boys?

Balancei a cabeça.

– Então segure-se, baby.

Demoramos cerca de 15 minutos para chegar ao tal lugar; uma boate isolada e escura, com o letreiro caído e mal iluminado, mas as pessoas estavam afoitas e excitadas. Além de parecer afastado e perigoso, não haviam muitas residências. Tudo o que havia por ali eram bares e jogatina, e os frequentadores não pareciam ser pessoas muito amigáveis. A boate à nossa frente se chamava Fallen Angel´s Bar e era guardada por homens mal encarados muito tatuados, que fumavam e bebiam.

– Essa é uma das boates mais badaladas da cidade – disse Lauren. – Aí vamos nós.

– Vamos dar uma checada – caminhei até a entrada. – Se não achar nada, vou embora.

Nos misturamos às pessoas que entravam na boate. Os tais seguranças olharam feio para nós, mas conseguimos passar. As vozes foram se calando, luzes coloridas e hipnóticas ofuscaram nossa visão, e uma música alta e ensurdecedora encheu nossos ouvidos. Houve um tilintar de copos. A primeira sala era uma espécie de bar com poucas mulheres; algumas garçonetes. Os homens nas mesas bebiam, gritavam, fumavam e jogavam pôquer e sinuca.

Lauren tomou minha mão e passamos do bar para a boate em si. E lá é que estava cheio de verdade. Fomos empurradas e espremidas pelos corpos em êxtase. Ao olhar para cima, vi que haviam uma espécie de grades em círculo onde mais pessoas dançavam eufóricas. O ar cheirava a álcool. Tudo dava a impressão de que ali o tempo não passava e a sensação de nunca querer sair.

– Incrível, né? – Lauren gritou mais alto que a música. – Vamos arrasar, querida!

– Estamos em uma missão, esqueceu? – dei risada.

Alguém passou com uma bandeja cheia de copos e Lauren pegou um, dando um gole.

– Hm – ela murmurou. – Vou no banheiro e já volto. – ela saiu erguendo o copo até desaparecer na multidão.

– Te encontro no bar! – gritei, mas ela não ouviu. Suspirando, caminhei até o balcão de bebidas e cruzei os braços. As luzes ofuscavam minha visão, de forma que eu não podia ver com muita clareza. Fiquei observando os corpos dançantes e imaginando Logan ali, se bem que parecia ser mesmo o tipo de lugar que ele gostava de frequentar. Sorri ao pensar naquilo. Nós dois parecíamos tão completamente diferentes um do outro que era possível de se imaginar como ele poderia estar envolvido em tudo aquilo.

Lauren estava atrasada, então resolvi ir procura-la quando me virei, assustada, ao sentir me segurarem pelo cotovelo.

– Você.

– Oi, lindinha – o tal de Enzo estava parado atrás de mim, sorrindo cinicamente.

– O que está fazendo aqui? – recuei um pouco. – Lauren deve estar procurando você.

Ele riu.

– A loirinha não me interessa. Ela é só...uma diversão momentânea. – e voltou a me fisgar com os olhos afiados. – Você é quem me interessa.

Meu coração deu um salto.

– Aposto que Kal contou tudo sobre mim... – ele sorriu com a mão no queixo.

– Não conheço nenhum Kal – engoli em seco.

Minha resposta pareceu surpreendê-lo e ele relaxou visivelmente a postura.

– Ah, não conhece – ele se aproximou. – Foi muito descuido dele não avisá-la a meu respeito – sua respiração soprou no meu rosto, e ele pegou uma mecha de cabelo. - Não sabe do que sou capaz. Não tem ideia.

Ele era louco!

– Me deixe em paz – avisei. – E fique longe da Lauren!

Ele deu uma risada sinistra como resposta.

– Achei vocês!

Lauren veio saltitante até nós.

– Você nem me esperou depois... – ela disse à ele.

– Vi que tinha deixado sua amiga aqui sozinha – ele se fez de rogado e se atreveu a me dar um “abraço” de lado, o qual tentei evitar. – Quis conversar.

– Você tinha razão. Esse lugar é ótimo – disse ela.

– Aproveite – eles se beijaram. – Tenho que ir.

Lauren se virou pra mim.

– Tenho que te contar uma coisa...

É, eu também...

– Desculpe se deixei você sozinha. É que nos esbarramos e...bem, você sabe – ela deu risada.

Agarrei os ombros dela.

– Lauren, não pode sair com esse cara. Sinto que ele é perigoso. E você mal conhece ele!

– Conheço o suficiente para dizer que estou apaixonada.

Revirei os olhos.

– Ele está usando você.

Aquilo a enfureceu.

– E por que diz isso?

– Lauren, ele deu em cima de mim – abri o jogo, mas ela apenas semicerrou os olhos e cruzou os braços. – Sim, é isso. Ele finge que gosta de você. Por algum motivo ele só está rondando você por minha causa. Na nossa “conversa”, ele me confessou na maior cara de pau. E ele me ameaçou.

Ela trincou o maxilar.

– Quer saber, srta.Lancaster? Tudo sempre tem que girar em torno de você, não é? Todos os caras têm que correr atrás de você. Sempre tentei te ajudar com os garotos, mas você perde tempo demais se lamentando pela morte da sua mamãezinha em vez de seguir em frente. Aí, quando eu encontro alguém, você inventa tudo isso? Por que não corre atrás do seu boy esquisitão e me deixa em paz?

– Lauren, não tem nada a ver...

– Tem, sim! – constatou, alterada. – Agora, vê se larga do meu pé e me deixa com o meu namorado!

– Lauren! Lauren! – grite enquanto ela me deixava, enfurecida.

Suspirei e olhei ao redor. Tudo o que eu queria era sair dali.

– Você é uma menina muito mal-educada, sabia?

Eu quase caí no truque.

– Idiota! – me afastei enquanto Enzo ria, se divertindo. – Não vai se sair bem nesse seu joguinho de jogar Lauren contra mim, ouviu?

Ele voltou a me analisar.

– Agora sim entendi tudo perfeitamente.

Não fazia ideia do que ele estava falando.

– Você não me engana. Eu sei o que você é.

Ele balançou a cabeça, cheio de malícia nos olhos.

– Não faz ideia do que eu realmente sou, garota. – disse a centímetros do meu rosto, causando-me calafrios.

– Fique bem longe de mim – recuei.

Ele fez pouco caso, fingindo inocência.

– Tudo bem. Tenho certeza de que sua amiguinha me receberá de braços abertos. Depois não diga que não avisei. – ele se afastou, mas não sem antes me lançar uma piscadela provocativa no ar e quase tive o impulso de mostra-lhe o dedo do meio.

No empurra-empurra da multidão, acabei subindo em uma daquelas grades, tentando sair dali. Então logo tive outra surpresa.

Logan.

Ele estava uma grade acima de mim achando muito engraçado algo que uma garota estava contando. Virei o rosto, observando a cena apenas de canto de olho. Subi o lance de escadas, olhando lá embaixo o enxame humano que dançava. A batida da música reverberava no metal. Logan seguiu para o que parecia ser um salão de sinuca e decidi segui-lo. Passei por nuvens de cigarro até vê-lo em uma jogada.

– Não esperava ver você aqui, pequena – ele disse, de costas pra mim e parei.

– Você sumiu – foi tudo o que eu disse. Meu coração batia forte.

– Tive de resolver uns assuntos – ele se apoiou na mesa.

– É, deu para notar.

Ele sorriu – e, por Deus, como aquele sorriso me afetava! – e se aproximou mais.

– Pelo visto, sentiu minha falta, pequena.

– Por que voltou?

– Por que não consegui mais ficar longe de você, não sabia?

– Não é o que parece.

– Ah, não? – ele bancou o brincalhão. – E você, o que está fazendo aqui? Esse lugar é perigoso. Não devia estar aqui.

– Lauren e eu saímos à tarde e depois viemos nos divertir. E você? – cruzei os braços. Era impressão minha, ou ele estava dando uma de superprotetor?

Ele largou o taco, pegou minha mão e me levou de volta.

– Então, não devia estar com ela? – sorriu, irônico.

Balancei a cabeça, agarrando com força a grade de metal.

– Nós meio que brigamos. Ela...tá saindo com um cara estranho.

– Defina estranho.

– Não fui com a cara dele.

Ele me imitou, se apoiando na grade de um jeito preguiçoso.

– Você disse que saíram...qual a ocasião?

– Ah, agora está interessado na minha vida? – eu ri.

– O que posso fazer? Você me fascina – ele me provocou.

Balancei a cabeça.

– Baile do colégio. Nada com o que se preocupar.

– Nesse tipo de ocasião as pessoas costumam ir acompanhadas – soou como uma afirmação, e não uma pergunta.

Tamborilei os dedos no metal, mordendo o lábio.

– Está se auto convidando pra ser o meu par?

– Palavras suas, não minhas.

– Sinto decepcionar, mas já fui convidada – eu me virei para ele. – E eu aceitei.

Ele deu um sorriso arrogante.

– Então você jamais saberá como eu me saio na pista.

Ele também se virou, me encarando com aqueles olhos profundos que guardavam inúmeros mistérios. Quando olhava para eles, a primeira imagem que vinha à minha mente era de um profundo oceano. Como os flashes que via em meus pesadelos com o acidente.

– De onde conheço você? – falei.

– Dos seus sonhos – sua voz saiu num sussurro.

– Você esconde algo de mim e não quer me contar – falei. – É muita coincidência. O arquivo da minha mãe, e depois você aparece...

– Sua amiga a deixou na mão? – ele mudou de assunto, sem se abalar. – Posso deixá-la em casa.

– Então é assim que vai ser? – dei-lhe um empurrão, mas ele nem sequer se moveu. – Sempre foge do assunto quando pressionam você? Quer saber? Não confio em você. Pra mim, você não passa de um cara estranho que aparentemente está interessado em alguma coisa que minha mãe deixou naquele maldito arquivo.

E, pelo que parecia, os Lancaster também.

Ele ergueu uma sobrancelha e me olhou de um jeito sombrio.

– É isso mesmo que você acha? Tem certeza de que quer continuar com isso? Então saiba que também tenho uma sugestão à você: esqueça essa história e siga com a sua vida. Isso vai acabar mal se insistir nisso.

Engoli em seco, tentando camuflar meu orgulho, mas decidi permanecer irredutível e dei de ombros.

– Que seja.

Eu não iria desistir. Mamãe sabia que, me deixando aquele arquivo, eu iria tentar desvendá-lo. Não seria ele a me deter, mesmo que eu suspeitasse dele. Eu iria até o fim.

– Me deixe pelo menos levá-la para casa. – Logan segurou meu cotovelo.

– Não se preocupe, vou de táxi.

– A essa hora? Eu acho difícil.

– Eu sei me virar.

Saí quase correndo, sentindo Logan em meu encalço. Sem pensar direito, fui entrando pela primeira porta que encontrei, me deparando com a total escuridão.

Que ótimo. Eu estava completamente perdida.


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Notas finais do capítulo

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