Cartas de Amor escrita por Palavras Incertas


Capítulo 8
Como constranger alguém


Notas iniciais do capítulo

Olá! Eu só queira agradecer por todos os comentários lindos e maravilhosos do capítulo passado, para todos vocês que me disseram o que estavam achando da fanfic e conversaram comigo: vocês são de mais, adoro vocês. Espero que gostem desse capítulo, ele tem um nome meio estúpido ( não consegui pensar em nada melhor) mas foi um dos que eu mais gostei de escrever.



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Com toda certeza ser pego de surpresa foi um erro meu, mas simplesmente não consegui não me assustar um pouco com aquele abraço repentino e sufocante que recebi antes mesmo de terminar de abrir a porta. Deveria ter esperado por isso, minha mãe às vezes consegue ser bem exagerada ao demonstrar sentimentos.

–Oh, meu querido! Senti tantas saudades! - Sally disse ainda me abraçando.

– Também senti sua falta mãe. - Afirmei, e era verdade, eu realmente estava com saudades da minha mãe. Fazia algumas semanas que eu não a via, desde que ela havia ido passar as férias no litoral. Sally não queria ir e deixar eu e Annabeth nessa situação , mas acabei a convencendo que iria ficar tudo bem e que ela merecia descansar, porém isso não ajudou tanto, já que ela ligou ao menos três vezes por dia para saber notícias de Annabeth.

A convidei para entrar e a guiei para a mesa de jantar, onde minha esposa já esperava por nós. Annabeth tentava de todas as maneiras disfarçar o nervosismos, mas eu percebia que ela estava ansiosa para esse momento e eu também estava, queria que ela gostasse da minha mãe. Mesmo sendo praticamente impossível não gostar de Sally Jackson, que tinha a seu favor os sorrisos doces e o olhar atencioso de mãe, ainda existia uma possibilidade de que minha esposa não se desse bem com a sogra, e eu não estava disposto a ter que lidar com isso. Seria horrível saber que as duas mulheres que eu mais amo não gostam uma da outra.

Além disso, outro motivo para que eu tenha convencido minha mãe a viajar é por eu ter achado que seria ruim para Annabeth conhecer minha mãe muito cedo, pois sabia que ela ficaria nervosa, como está agora, mas guardei essa razão somente para mim, por sorte não precisei usá-la.

– Bom, Annabeth, essa é a minha mãe, Sally Jackson. - Fiz a apresentação necessária, fazendo com que a loira se aproximasse mais de nós.

– É um prazer, senhora Jackson. - Annie ofereceu sua mão em um cumprimento formal, mas, como eu já disse, minha mãe é um pouco exagerada em demonstrar sentimentos, por isso ela recusou a mão estendida em sua direção e deu um longo abraço em Annabeth, o qual a mesma retribuiu após o susto inicial.

– Oh, minha querida, está tão linda! Eu estava tão preocupada. Percy cuidou bem de você? Eu sei que às vezes ele pode ser bem lerdo, mas ele é muito atencioso. Se ele não tiver te tratado bem você pode me avisar que isso não vai ficar assim.- Sally começou a falar rapidamente, provocando algumas risadas em Annabeth e certo constrangimento em mim. Qual é? Minha mãe não confia em mim?

– Pode ficar tranquila senhora Jackson,seu filho cuidou muito bem de mim. Ele não poderia ter sido mais atencioso. - A loira assegurou.

– Ah,que bom! Estava tão preocupada. Não sabia se Percy ia conseguir cuidar de você. - Sally continuou.

– Mãe, sabe que eu posso ouvir o que você diz, não sabe? - Perguntei um pouco irônico. Se há duas coisas que Sally Jackson faz é:1- me tratar como criança e 2- me envergonhar constantemente. Mas mesmo assim eu ainda a amo e sei que o sentimento era recíproco.

– Claro que sim, meu querido. - Ela falou simplesmente, sem nenhum " me desculpe" ou " estou orgulhosa de você". A atitude dela me fez lembrar dos velhos tempos,quando as duas, minha mãe e minha esposa, se juntavam contra Paul, meu padrasto , e eu. Era praticamente impossível ganhar delas.

– Por que Paul não veio? - Perguntei quando já estávamos todos sentados na mesa de jantar, nos servindo da comida que Annabeth havia preparado.

– Ele teve problemas no trabalho, algo relacionado com planejamento de aulas atrasado ou algo assim, ele tentou vir mas não pode, ele sente muito. -Minha mãe explicou.

– Não há problemas. Mande um abraço para ele. - Disse e recebi uma confirmação por parte de Sally, que estava do meu lado.

Eu já tinha contado para Annabeth sobre Paul, meu padrasto, e sobre como ele era uma boa pessoa, mas vivia sempre atarefado por trabalhar em uma escola, espero que ela entenda o motivo dele não ter vindo.

– O jantar está ótimo Annabeth. - Elogiei a comida depois de no mínimo uns 15 minutos desde que nós tínhamos começado a comer, e depois de 14 minutos desde que minha mãe começou a contar histórias vergonhosas de quando eu era pequeno. Não se esquecendo contar o quanto eu adorava tomar banho quando era bebê e tinha um patinho de borracha de estimação chamado pato, nem de relatar sobre como eu vivia pedindo ir pra praia, e muito menos de narrar o quanto eu era bonitinho quando meus dentes da frente tinham caído, mas que eu não deixava ela tirar nenhuma foto.

– Não que a comida não esteja boa Annabeth, mas Percy, por favor, pare de ser sem graça, não interrompa, ainda nem contei sobre aquela vez que você ganhou um peixinho dourado e... - Eu conhecia aquela história, do peixinho dourado chamado peixe, eu nunca fui muito criativo com nomes, ele morreu e eu chorei tanto que minha mãe teve que fazer um funeral pra ele no quintal, porque eu não aceitei que ela simplesmente jogasse ele fora.

A única coisa que fez aquele momento vergonhoso por qual eu passei valer a pena foi ver a alegria da minha mãe ao contar as histórias do seu garotinho e o sorriso divertido de Annabeth, além dos eventuais " oh" e " own" que ela direciona para mim quando ela escutava algo que achava fofo, sem contar nas vezes que ela me encarava com um olhar reconfortante e atencioso quando eu estava muito constrangido.

– Ah! Eu trouxe a sobremesa. - Minha mãe falou repentinamente, encerrando finalmente as histórias sobre o pequeno Percy. - Se você não se importar com isso, é claro. - Ela completou se dirigindo à Annabeth.

– Claro que não Sally, fique a vontade. - Minha esposa respondeu. Um fato interessante é que no tempo em que nós jantamos as duas já ficaram muito próximas novamente, queria ter essa mesma facilidade de conversar com as pessoas que a minha mãe tem, sempre tentei ser tão sociável quanto ela, mas nunca consegui.

– Trouxe algo que você vai gostar Percy. - Minha mãe falou tentando produzir algum suspense, mas eu já sabia o que era.

– Deixe-me adivinhar, algo doce e azul.

– Oh, como você descobriu? - Sally perguntou brincalhona.

– Tenho meus truques. - Respondi enquanto ela revelava justamente o que eu tinha imaginado e começava a nos servir.

– Por que azul? - Annabeth perguntou com uma expressão risonha e curiosa ao mesmo tempo.

– Percy ama azul. Tudo dele tinha que ser azul quando era pequeno. Então, como brincadeira, eu comecei a fazer comida azul pra ele, e hoje já é quase uma tradição. Se você desejar eu posso te ensinar um pouco sobre comida azul, se você quiser continuar com Percy vai precisar saber disso. - Minha mãe disse sorrindo, mas eu fiquei com medo do que ela falou, foi um ato inconsequente e uma fala mal planejada, mas mesmo assim, e se Annabeth negasse? Ela poderia não querer ficar comigo no futuro. Desejei profundamente que ela nunca tivesse dito isso.

– Eu adoraria. - Annabeth respondeu olhando não para Sally, mas para mim, e contendo em seus lábios um sorriso doce que me fez sorrir também, porém que me deixou confuso, será que ela queria aprender por mim? Será que ela queria continuar comigo no futuro? Essa era uma possibilidade? Ou será que ela só disse isso para ser educada? Mais uma vez eu estava confuso, justamente quando eu pensei que minhas dúvidas começavam a ir embora elas voltaram. Elas voltaram para mim rapidamente e intensamente, não me dando a opção de ignorá-las.

– Isso é ótimo minha querida, vamos marcar um dia então, mas agora tenho que ir. Foi bom ver vocês.- Minha mãe levantou-se e se dirigiu até a porta, ela se despediu de Annabeth com um abraço e fez o mesmo comigo,porém ao sair me lançou um último olhar, era um olhar cúmplice, ela sabia o que estava fazendo o tempo todo, desde o momento que começou a me envergonhar até o minuto que perguntou sobre o nosso futuro. Não pude conter uma risada fraca. Tudo o que pude pensar foi " obrigado mãe".

– Sua mãe é tão divertida. - Annabeth me revelou enquanto nós terminávamos de lavar a louça.

– Ela incrível, não é mesmo?

– Sim. Você acha que ela gostou de mim? Eu sei que você já me disse que ela gostava de mim, mas e agora, depois de tudo o que aconteceu, ela ainda gosta de mim? - Ela perguntou preocupada.

– Ela te adora. - Afirmei, lembrando do modo estranho que minha mãe achou para me ajudar, e tendo certeza de que isso revelou que ela aprova o nosso relacionamento, pois se ela não aprovasse ela teria encontrado modos de destruí-lo, sei que teria.

– Então azul é a sua cor favorita? - Ela indagou.

– Sim.

– Não sabia disso. - Annabeth comentou.

– Tem muitas coisas sobre mim que você não sabe. - Respondi um pouco triste, entretanto era a verdade e isso me magoava um pouco, não tinha como não magoar.

– Antes do acidente, eu sabia? - Afirmei com a cabeça. - Então eu vou ter que descobrir de novo.

– Não sou tão interessante quanto você imagina.

– Tem certeza? - Ela perguntou sugestivamente, mas não deu tempo pra responder, pois me surpreendeu com um abraço e com uma frase sussurrada. - Obrigada por cuidar de mim.

– Você merece. - Sussurrei em resposta e retribui seu abraço.


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Notas finais do capítulo

Então, por hoje é só. Obrigada por ler e não se esqueça de me contar o que está achando da fanfic.
Beijos da autora...



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