Cartas de Amor escrita por Palavras Incertas


Capítulo 13
Momentos como esse


Notas iniciais do capítulo

Olá meus leitores queridos. Então desculpa a demora, mas a fic estava passando por uma "crise de identidade", ou seja, eu não sabia mais o que escrever, é que na minha mente eu tinha uma direção que eu ia seguir, mas ela me pareceu muito entediante e meio chata, então eu criei essa aqui, mas ela demorou mais do que eu imaginava.
Ah, eu queria agradecer por todo o apoio de vocês nos comentários e pelas favoritações, vocês são demais. E leitores novos, sintam-se bem-vindos, vocês também são demais.



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Seria muito egoísmo da minha parte querer que esse momento durasse para sempre? Ou querer que situações assim nunca acabassem? Que fossem frequentes? Sabe, esses pequenos momentos de felicidade que todo mundo têm, que fazem nossa existência valer a pena, não poderiam deixar de ser só momentos e se transformarem em eternidades?

De acordo com os meus 29 anos de experiência, acho que não é possível. Esses momentos serão apenas isso, momentos, nada mais. Então eu decidi aproveitar esse momento com Annabeth ao meu lado abrindo seu coração para mim, estando mais perto do que jamais esteve desde o acidente. Bom, esse era o plano inicial, o problema? O sono não queria seguir o roteiro. Típico.

– Leia, mais uma, por favor. – Ela pediu suplicante, mas bocejando logo após.

–São três horas da manhã, eu trabalho amanhã.

– Só mais duas e eu te deixo dormir. – A loira negociou.

– Annabeth. – A repreendi, estava cansado demais para dizer qualquer coisa, o dia anterior tinha sido estressante.

– Só mais uma então.

Eu realmente não estava entendo a necessidade dela de ler cartas às três horas da manhã. Tudo bem, talvez eu entendesse a importância das cartas para ela, já que continham boa parte do passado dela, de nós, então resolvi ceder, só mais uma não mataria ninguém, não é? Ao menos eu esperava que não.

– Você venceu. - Resolvi prolongar aquele momento.

A reação dela foi no mínimo engraçada. Annabeth emitiu um som parecido com um “uhul”, ou algo assim, e foi correndo para a caixa pegar mais uma carta, provavelmente a que ela julgava ser a segunda. Ela parecia muito animada, seu rosto não conseguia esconder um sorriso e seus olhos de tempestade pareciam brilhar.

Ela me entregou a carta, ainda segurando como se fosse algo precioso e pudesse desaparecer em um piscar de olhos, e sentou-se ao meu lado esperando.

“ Querida Annabeth,

Ontem você me perdoou, o que provavelmente faz de você a pessoa mais gentil que eu conheço, mas delimitou condições, e aqui estou eu cumprindo uma delas, a das cartas, mas o que me leva à uma grande dúvida: sobre o que escrever?

Confesso que esse questionamento me trouxe grandes preocupações o dia todo, já que eu ainda estou correndo perigo, certo? Conhecendo você do jeito que eu conheço, tenho noção de que é melhor andar na linha, ou você corta a minha cabeça, ou nesse caso, escrever na linha. Trocadilho idiota.

Então depois de muito pensar, decidi que vou andar por caminhos seguros, vou contar a nossa história, e talvez um dia nós a contemos para os nossos filhos, seria bom, não seria?

Acho que eu comecei a contá-la na carta passada, então espero que você não se incomode se eu começar pela segunda vez que nos vimos.

[ ...] “

– Por que você parou? – Ela questionou preocupada. A verdade é que eu tinha achado um jeito de prolongar esse momento muito mais enquanto eu lia a carta, parecia tão simples agora que eu não sei por que não mostrei as cartas antes e por que não pensei nisso. Modéstia a parte, parecia genial. Pelo menos eu queria que fosse.

– Tive uma ideia! – Exclamei mal contendo a animação.

– Que ideia? – Annabeth parecia contaminada pela minha repentina empolgação.

– Não vamos mais ler as cartas.

– O quê? Por que não? – A loira perguntou indignada, me dando mais forças pra continuar com o meu novo plano.

– Nós vamos ler sim, mas não desse jeito, de uma forma melhor.

– O que você tem em mente? – Ela perguntou com um sorriso cúmplice.

– Annabeth Chase, você aceita reviver esses momentos das cartas comigo? –Indaguei solene.

Ela ficou um tempo encarando o teto com uma cara pensativa, propositalmente eu aposto, só para me deixar apreensivo. Quando ela julgou já ter me torturado o suficiente, respondeu olhando nos meus olhos.

– Eu aceito.

...

– Pronta para reviver a nossa segunda carta? – Perguntei para Annabeth, que estava sentada do meu lado assistindo o noticiário noturno comigo. Era uma sexta-feira e esse me parecia o momento ideal para colocar meu plano em prática.

– Segunda? O que foi feito da primeira?

– Bom, eu pensei que como a gente já tinha lido ela não precisaríamos revivê-la. – Expliquei tomando cuidado, já comecei mal? Parabéns Jackson.

– Percy Jackson! – Não disse? Annabeth exclamou raivosa.

– Desculpa, se você quiser... -Eu ia tentar concertar meu erro, porém ela me interrompeu.

– Eu te perdôo, mas só porque eu sou a pessoa mais gentil que você conhece. – A loira disse rindo.

Então era isso? Ela tinha feito toda essa cena para poder rir de mim? Aparentemente sim. Entretanto isso não me ofendeu, eu já estava acostumado. Essa era a Annabeth que eu conhecia. A única que pode rir de mim sem que eu me importe.

– Muito engraçado. – Declarei irônico.

– Eu achei. – A dona dos olhos tempestade retrucou ainda achando graça.

– Claro que achou. Agora vá se trocar porque nós vamos sair.

– Onde nós vamos? – Ela perguntou curiosa.

– É uma surpresa. Ah, coloque uma blusa azul.

– Azul? Por quê?

– Você vai saber. – Foi tudo o que eu disse.

Nós demoramos aproximadamente uma hora para chegarmos ao nosso destino, Annabeth perguntou tanto aonde íamos que eu não tive como não responder, nós iríamos a uma festa de faculdade, qualquer uma que estivesse rolando, pois foi em uma dessas que nós nos vimos pela segunda vez.

– E como nós vamos entrar em uma festa de faculdade? Se você não reparou nós não temos mais cara de universitários. – Annabeth disse racionalmente.

– Tenha um pouco de fé e confie que nessa hora todos os jovens já devem estar bêbados. E se você não reparou, eu ainda pareço um universitário jovem e sexy. – declarei com meu melhor sorriso sedutor, que não deve ter funcionado tão bem assim, porque ela começou a rir compulsivamente. – Confesse Annie, eu sei que você me acha lindo.

– Você é sempre tão convencido? – Ela tentou desconversar.

– Você sempre foge das perguntas?

– Só às vezes.

– Igualmente. Mas eu sei que você me acha lindo e maravilhoso.

Ela me mandou calar a boca, mas estava rindo e estava completamente vermelha. É, eu causo esse efeito nas mulheres.

Nós estávamos há um bom tempo dando voltas ao redor do campus e dos setores perto da universidade até que achamos um lugar que definitivamente parecia com uma festa. Um monte de jovens bêbados e música bem alta.

– O que nós fazemos agora? – A loira perguntou.

– Nós entramos.

Nessa hora ela fez algo que me surpreendeu um pouco, ela pegou minha mão e me puxou para frente com um sorriso no rosto, o que me fez sorrir também.

Tenho que admitir que entrar tinha sido realmente fácil, ninguém ligou para a nossa presença lá, exatamente como eu previ.

– E agora? – Ela quis saber.

– Agora você vai para aquele lado de lá e eu vou para aquele. – Indiquei dois lados opostos. – Depois eu te vejo e vou até você. Finja surpresa.

– Qual cara de surpresa você acha melhor? Essa. – Ela disse fazendo uma cara de... o que era aquilo? Não sei, só sei que ela abriu a boca e colocou as mãos por cima enquanto abria muito os olhos. – Ou essa? – Dessa vez ela fez uma careta mais estranha ainda que eu não sei nem como descrever.

– Nenhuma das duas. Só uma cara de surpresa, normal, de quando as pessoas vêem alguém e pensam: “você por aqui, que surpresa”.

– Que sem graça. – A loira comentou, porém parecia estar achando graça.

– Siga o roteiro.

– Ok! Luz, câmera, ação. – Ela saiu rindo indo em direção ao local que eu tinha apontado e eu fiz o mesmo.

Depois de um tempo, que não deveria ter sido nem dois minutos, eu fui em direção a ela para que nós pudéssemos tornar aquele momento da carta real, de novo.

– Annabeth? – Perguntei do mesmo modo que eu me lembrava de ter feito.

– Percy? – Ela me respondeu fazendo uma cara de surpresa que, por mais incrível que pareça, era normal.

– O que faz aqui?

– Honestamente, eu não sei, sem memórias, lembra? – Annabeth debochou.

– Ah, é mesmo! Aqui, a carta. – Disse entregando a segunda carta para ela.

– Vim com uma amiga. E você? - Ela pronunciou, como se realmente estivesse lendo um roteiro de uma peça de teatro.

– Também vim com um amigo.

Depois nós ficamos nos encarando por um tempo, não sei se estávamos só seguindo o que estava escrito ou se era porque parecia certo ficarmos ali, nos olhando, simples assim. Ela estava muito bonita, com a blusa azul que eu tinha pedido para ela usar e com os olhos cinza refletindo a pouca iluminação.

–Você está linda. – Afirmei, não somente porque era o que eu deveria dizer, mas também porque era o que eu queria dizer.

– Obrigada. Você também está. Lindo, eu quero dizer. – Ela disse olhando diretamente pros meus olhos, como se aquilo também fosse o que ela queria dizer.

Esse momento não estava sendo bem como eu me lembrava, quando nós tínhamos 22 nós estávamos inseguros e praticamente cuspindo as palavras, como se não tivéssemos controle sobre elas, agora nós estávamos parados, olhos nos olhos, sorrisos nos rostos e algo mais, algo que lembra como costumávamos ser, algo que eu vejo nos olhos dela e que eu percebo em mim mesmo, algo forte, algo que palavras não podiam explicar, e é por isso que nós estávamos em silêncio, só aproveitando aquilo.

– É a sua vez. – Annabeth falou baixo, depois de um bom tempo.

– Minha vez de...? – Eu estava confuso, acho que ainda estava preso no momento.

– De falar alguma coisa. – Ela disse com uma voz doce.

– Azul é a minha cor favorita. – Falei a primeira coisa que veio na minha cabeça.

– Isso não, a carta.

– Ah! È mesmo.

– E então, não vai falar nada?

– Esqueci minha fala. – Confessei.

– Essa é a hora que você pede meu número.

– È mesmo, então Annabeth, antes que eu me esqueça, você pode me passar seu número?

– Claro. – Ela riu tímida, do mesmo modo como tinha feito anos atrás, o que me lembrou de algo que eu não tinha feito, e queria fazer agora.

–Quer saber, esquece a carta, quero fazer algo que não tive coragem de fazer. Quer dançar? – Na época eu tinha ficado tão nervoso que não tive coragem de chama-la para dançar.

– Com certeza. – Ela disse pegando a minha mão e me levando para um lugar onde pudéssemos dançar, eu e ela, nós dois, no meio da multidão.


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Notas finais do capítulo

Foi isso, espero que tenham gostado de como a fanfic vai se desenvolver agora, eu queria deixar o drama um pouco de lado e ir para algo mais, sei lá, engraçado? Normal?Me digam se funcionou, eu realmente preciso saber se eu posso tomar essa direção.
Beijos...



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