Faça Suas Apostas! escrita por Gabriel Campos


Capítulo 7
Cheiro De Flores, Morte E Rock’n Roll


Notas iniciais do capítulo

Gente, ontem me veio aqui na cabeça que muita gente acompanha as fics, lê os capítulos, mas não comentam pq mexem no site pelo celular (e é muito ruim comentar nas fics, por sinal. O meu nem dá). Então vou deixar o meu Facebook e a página da fic nas notas finais pra quem quiser comentar por lá. É muito importante para mim, mas só se vocês quiserem, ok?



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PALAVRAS DE LARA PACHECO

Douglas estacionou em frente a um cemitério. O sol já estava se pondo e o portão do local já estava fechado. Ele saiu do Chevette e, como um cavalheiro, abriu a porta do passageiro para que eu pudesse sair.

— Muita gentileza sua, sir. Está ganhando pontos comigo. — eu sorri e ele correspondeu.

Um frio tomou conta do meu corpo e eu abracei a mim mesma. Anjo, num impulso, retirou sua jaqueta e a vestiu em mim.

— Por favor, Lara, vem comigo. Quero te mostrar uma coisa.

O muro do cemitério era baixo o suficiente para que eu pudesse alcança-lo, subindo as costas de Douglas. Ele subiu o muro logo após a mim.

O alaranjado do céu era divino e Anjo surpreendentemente estava fazendo com que o cemitério fosse um lugar romântico.

— Lara, tem um lugar aqui em que a gente pode ver o pôr do sol melhor.

— Você costuma frequentar cemitérios regularmente?

— Só quando eu estou com pessoas especiais; Tão quanto você.

Anjo me puxou pela mão e me levou até um pequeno morro. Não havia túmulos, apenas algumas árvores e muitas flores. Havia também alguns gatos, que dormiam entre os arbustos.

— Aqui realmente é lindo!

Douglas se sentou no chão, de frente para o sol, e fez um gesto para que eu me sentasse também. Meu coração pulava à medida que ele colocava a sua mão em cima da minha. A paisagem era uma motivação para fazer com que, quando eu menos visse, meus lábios ficassem colados aos seus. Não havia mais bafo de álcool, nem hesitação da minha parte, apenas um ímã que fazia com que nós ficássemos cada vez mais próximos.

Anjo pôs a mão dentro da minha blusa e tentou desabotoar meu sutiã, mas ele preferiu não fazer aquilo. Eu estava pronta. Eu esperei dez anos por aquele homem. Eu acreditava nele.

— Eu acredito em você... meu anjo.

— Eu esperei por você, meu amor. — disse ele e, em seguida, me beijou e fez o que estava pensando em fazer.

O sol deu lugar à lua, brilhante, resplandecente. Eu estava em outro lugar, e tinha certeza que Douglas também. Ele era meu anjo, meu homem, meu protetor. Eu senti que poderia confiar minha vida a ele. Pensei que logo eu teria de voltar à Fortaleza e ter de deixa-lo novamente. Aquela ideia fez com que eu o abraçasse forte enquanto nos amávamos e eu, sentindo o seu cheiro de rock’nroll e nicotina, me senti melhor.

PALAVRAS DE GABI CARVALHO

Confesso que fiquei triste por ter de voltar pra casa depois que o festival Rock in Rio chegou ao fim, apesar de estar morrendo de saudades da minha cidade, da minha cama e da minha família.

Não tão diferente era Lara que, ao contrário de como quando ela chegou, também não queria sair do Rio de Janeiro. Havia um sorriso muito bobo no seu rosto, o que eu, Márcio Q.I e Valeska também puderam notar.

— Nossa, foi tão rápido. Bem que o festival poderia ter alguns dias extras. — disse Lara, arrumando o cabelo em frente ao espelho, fazendo um coque. Ela virou-se para mim e desfez o sorriso — Gabi, meu cabelo tá legal?

— Tá ótimo, Lara. Eu só tô um pouco passada com você. Justo quando acaba o Rock in Rio você se anima desse jeito. — falei.

— A Gabriela tem razão. Desde o primeiro dia você queria ir embora!

— Gente, para de dar pitaco na minha vida! Olha, eu preciso sair... resolver umas coisas. Que horas a gente vai pegar o busão de volta pra Fortaleza? — questionou Lara.

— Às seis e meia da noite. E já que a Lara tocou no assunto, eu não quero que nenhuma das três moçoilas faça seus showzinhos de stand up no ônibus, ouviram bem? Se estiverem com vontade de defecar, trocar o absorvente, ou sei lá o quê, façam isso como damas! — disse Márcio Q.I. Quando olhamos para trás, Lara Pacheco já havia saído.

— Ih...só eu que acho que a Lara ta escondendo alguma coisa? — declarou Valeska Soares, sentando-se em uma das camas.

— Valeska, tu é lenta hein? Agora que tu foi perceber?! Eu já tô sacando qual é a dela faz tempo...

PALAVRAS DE LARA PACHECO

Os dias passaram muito rápido, principalmente quando eu me resolvi com o meu Anjo! Eu realmente acreditei que por baixo de toda aquela barba de Douglas Loreto ainda havia um menino tão inteligente e educado quanto ele era no jardim de infância.

Bom, talvez eu estivesse errada, mas eu queria acreditar que aqueles poucos dias que eu passei ao lado dele foram os mais felizes da minha vida. Douglas tinha o poder de tornar um fúnebre cemitério em um local romântico, aquilo pra mim era a prova viva de que ele pouco havia mudado desde aquela época.

Eu estava entregue aos braços de Anjo e não queria acreditar, mas nós teríamos de nos separar de novo.

Marquei de encontrar Douglas em um local deserto da Cidade do Rock. Como de costume, ele estava escorado no seu Chevette preto fumando um cigarro. Cumprimentamo-nos com um abraço e um beijo caloroso.

— Parece que...

— Shhhhh.... — Douglas pôs o dedo indicador nos meus lábios. — eu tenho uma proposta pra te fazer, Lara.

— Proposta? Que proposta? — eu estava com medo.

Anjo aproximou-se de mim e segurou minhas duas mãos. Sorriu, abaixou a cabeça. Era incrível a maneira que o sorriso dele conseguia me cativar.

— Fica aqui comigo, no Rio de Janeiro. — olhou nos meus olhos — nós não precisamos de mais nada porque temos um ao outro. — Douglas me abraçou — eu não quero ter de ficar longe de você de novo! Por favor, não faça isso comigo, Lara. Eu imploro!

Eu já esperava uma proposta como aquela. Durante aqueles poucos dias, nos amamos tão intensamente que uma separação seria radical demais. Contudo, abandonar toda a vida que eu tinha em Fortaleza para ficar com Douglas no Rio de Janeiro também seria radical. Eu estava perdida, desolada, sem chão. O que me restava era o silêncio, a contemplação de ver o rosto do meu Anjo esperando uma resposta minha e que fosse, de preferência, positiva.

— Eu aceito ficar com você aqui, Douglas. — respondi, finalmente, sem pensar.

Esperava então não me arrepender daquela decisão.

PALAVRAS DE GABI CARVALHO

Chegada a hora marcada para nos encontrarmos e então pegar o ônibus para voltar à Fortaleza, Lara não havia aparecido. Estávamos Valeska, Márcio e eu parados frente ao hotel, segurando nossas malas, inclusive as dela.

— Por onde será que anda a Lara? — questionei. — Eu a avisei direitinho sobre a hora que partiríamos.

— Eu tô com medo, é lua cheia e estou sinceramente achando que um lobisomem pegou ela. — disse Valeska, roendo as unhas.

— Criatura, para de falar besteira e tenta ligar pro celular dela!

Márcio Q.I arrumou os óculos, pôs a mochila nas costas e deu alguns passos a frente, olhando para os lados da rua do hotel em busca de algum sinal de Lara.

— Meninas, eu acho melhor vocês duas irem na frente pra rodoviária. Daqui a pouco o nosso ônibus parte e eu sei que você, Gabi, vai fazer o maior barraco se precisar pagar outra passagem.

Eu entendi. Márcio decidira deixar que Valeska e eu fôssemos sozinhas para que ele pudesse achar Lara a qualquer custo. Ele sabia sim que a garota era uma sonhadora e que, provavelmente, havia achado alguém, dentre tantos, que roubaria seu coração.

— A gente vai sozinha, então? — perguntei.

— Gabi, eu prometi aos pais das três que tomaria de conta de vocês. Confesso que exagerei um pouco, bebi, me diverti muito, mas seja onde quer que a Lara esteja eu vou acha-la.

— Você sabe que não tem nenhuma obrigação em desfazer as merdas que a Lara faz. — falei seriamente para Márcio. Puxei Valeska pelos ombros — Boa sorte, então. Tchau.

— Tchau. — respondeu ele, friamente.

Enquanto Valeska e eu íamos para a rodoviária, pude concluir apenas uma coisa: Márcio tinha uma quedinha pela Lara. Certo que nossa amizade era firme, mas Lara nunca foi daquelas que se importasse com a gente. Eu rezaria pelos dois.


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Notas finais do capítulo

Muito rápido? Muito inusitado? Falem, mas não me façam chorar rsrsrs

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