Faça Suas Apostas! escrita por Gabriel Campos


Capítulo 6
O Show dos Red Hot Chili Peppers


Notas iniciais do capítulo

Oi! Agradeço a todos que estão comentando, a quem recomendou a história, enfim. Espero que estejam curtindo. Se não, eu entendo rsrs



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PALAVRAS DE VALESKA SOARES.

Chegamos ao hotel e já estava quase amanhecendo. Lara dormia feito uma pedra, e sorria. Márcio Q.I estava revoltado comigo e com Gabi.

— Vocês me deixaram sozinho e eu fui assediado! Isso é um absurdo.

— Como assim “assediado”? — perguntei.

— Umas meninas posers apertaram a minha nádega.

— Márcio... sinto muito lhe dizer, mas no nosso planeta isso é um convite. — Gabi explicou.

— Parece que eu não pertenço mesmo ao mundo de vocês, pois não entendo essas coisas.

— Uma delas estava pedindo pra ficar com você, ô inteligência rara!

— Esse menino é tão nerd. Não sei como ele não sabe disso. — falei.

— “Ficar”? Germes? Bactérias? Vírus? Doenças? fora! — exclamou nosso amigo.

— Então como você... se socializa... com as mulheres? — perguntei.

— Eu não me socializo com ninguém.

— Quer dizer que você é “BV”?

— Se isso quer dizer que eu nunca beijei ninguém, assim evitando que minha boca se transforme em uma piscina de doenças, sim sou “BV”.

Gabriela começou a rir. Eu, fui no embalo. Ri tanto que fiz xixi nas calças. Lara acordou, contamos a situação de Márcio Q.I e logo ela riu também. Estávamos às gargalhadas. O pobre coitado nada entendia.

— Melhor assim. Pelo menos você não arruma nenhuma namorada. Assim, quando você estiver rico, Márcio, você pode sustentar as suas amigas. — Gabi brincou. Ou não.

PALAVRAS DE LARA PACHECO.

Fora o dia da abertura do festival, eu fui com os meus amigos para todos os dias de shows. Inclusive para o mais esperado: o dia do Red Hot. Esperamos muito tempo da nossa vida por isso. Juntamos dinheiro por muitos anos. Era um sonho que estava se concretizando.

Gabi, louca, fez com que dormíssemos bem próximo à entrada da arena de shows para ficarmos bem na grade. Fiquei feliz por termos conseguido, mas eu estava bem cansada.

— Eu vou invadir o palco e dar um beijo na boca do Anthony! — exclamou Gabi, saltitando perto do palco.

— Nada disso, ele é meu! — disse Valeska.

— Eu fico com o Josh, então. Ele é um gatinho. — falei.

— Uma pena o Frusciante não estar aí. Pra mim, ele é o melhor guitarrista de todos os tempos. — disse Márcio Q.I. — O Josh, porém, é legal do seu jeito.

— Márcio Q.I, fazendo coisas legais ficarem chatas desde 2000. — disse Gabi. — dá pra ficar calado aí?

Nossa banda favorita foi a terceira a se apresentar. Fomos à loucura! Gabriela gritava muito, Valeska registrava tudo no celular e até Márcio Q.I se agitava no meio da multidão.

—Minha música! Minha música favorita! EU VOU MORRER!

— ANTHONY, ME POSSUA!

— Hey, oh! Oh,oh,oh!

Alguém me abraçou por trás. Fui pega de surpresa: era Anjo. Ou Douglas. Não me importava, eu não queria acreditar naquela história, apenas esquecer. Um show do Red Hot bem assistido seria uma boa solução. Mas, se dependesse de Anjo, eu não assistiria a aquele show. Quando menos vi, estava longe dos meus amigos.

— Eu vou chamar a polícia se você não me soltar agora! — falei.

— Lara, cala a boca e me beija! — disse ele. Douglas tinha um bafo de álcool insuportável. Mesmo assim, ele conseguiu me beijar e fazer com que eu o correspondesse. Ficamos por algum tempo, até que eu dei com a minha mão na cara dele com toda a força e saí.

PALAVRAS DE VALESKA SOARES.

O show estava muito bom. Lara havia sumido, mas ficamos de boa, pois sabíamos que em alguma hora ela apareceria. Eu empurrava algumas cervejas para Márcio Q.I beber. Ele, se sentindo o fodão, já havia bebido várias e estava muito louco. Gabi estudava uma forma de subir no palco: ela conseguira!

Enquanto Anthony pulava no palco, ainda cantando Snow, Gabi tentava driblar os seguranças. Infelizmente ela foi pega antes de conseguir alcançar nossos ídolos.

— Me soltem! Me soltem! — Gabriela se debatia. Os seguranças a colocaram para fora do palco e lhe deram algumas recomendações, como não tentar tal atrocidade novamente.

— QUE MERDA! Quando achei que teria o Anthony Kiedis nos meus braços, aquelas baleias de terno acabaram com tudo. Era o meu sonho! — dizia Gabi, chorando.

— Fica assim não, amiga. Pelo menos você foi a que chegou mais perto. Sambou na cara das recalcadas.

— Amém.

—Vamos curtir o show, então?

PALAVRAS DE GABI CARVALHO

O show foi magnífico, fantástico. Claro, tirando o fato de eu não te conseguido dar uns amassos no meu amado Anthony. Tenho certeza de que ele não resistiria ao meu corpinho sedutor. Decepções à parte, Márcio, Valeska, Lara e eu realizamos um sonho das nossas vidas, em um momento em que nós nunca esqueceríamos.

Nós ficaríamos mais alguns dias no Rio de Janeiro, até o festival acabar. Valeska, Márcio e eu saíamos de dia e curtíamos os shows à noite, diferentemente de Lara, que queria apenas ficar no hotel.

Sim, era óbvio que a garota do bode eterno estava nos escondendo algo, mas daquela ali eu não queria mais saber. Lara vinha nos tratando mal desde um pouco antes da apresentação do Red Hot, chegando até a bater no Márcio por ele ter tomado o último iogurte do frigobar.

PALAVRAS DE LARA PACHECO

Eu não via a hora de voltar pra Fortaleza. A ideia de estar a poucos metros de Anjo, ou melhor, de Douglas Loreto, me dava arrepios e fazia com que eu ficasse estressada. Douglas deixou de ser o garoto dos meus sonhos e virou o cara dos meus pesadelos.

Eu não via Douglas, aos dezessete anos, como um cara barbudo, que se drogava, bebia e pegava o carro escondido do pai. Para mim ele seria um rapaz estudioso, não tanto quando o Márcio Q.I, claro, mas um daqueles garotos orgulho da família. Eu estava decepcionada, porém aquele vazio de tantos anos ainda não estava preenchido. Eu estava confusa e descontando minhas frustrações nos meus melhores amigos. A dúvida pairava no ar: eu não sabia se a maior decepção era eu ou o Douglas. Douglas continuava sendo o anjo da minha vida?

A resposta para esta pergunta veio à minha direção quando eu, aproveitando que o pessoal havia saído para passear pelo Rio de Janeiro, saí do hotel e fui dar uma volta ali por perto. O Chevette preto de Douglas estava estacionado perto dali e ele estava encostado no porta-malas fumando um Derby. Anjo sorriu para mim, ao mesmo tempo em que coçava sua barba rala.

— Você me disse que era pra eu ficar longe de você, mas não me falou nada sobre você vir até mim. — disse Anjo.

— Eu não estou indo até você. Por que você não tira essa lata velha do meu caminho? Aproveita, Douglas, e sai da minha frente. Não se lembra do que eu te falei ontem?

— Você está me julgando de forma errada, Lara. Eu ainda sou um cara legal. Por favor, linda, me deixa te mostrar isso? — perguntou suavemente, passando os dedos entre os meus cabelos.

Eu nada respondi. Douglas abriu a porta do carro e eu, como se estivesse hipnotizada, entrei. O ar daquele carro parecia diferente, comparando à ultima vez em que eu estive ali.

— Andou fazendo uma faxina por aqui? — falei.

— Ahã.

— Espero não encontrar nenhuma camisinha usada jogada por aqui.

— Eu sou virgem. — disse Douglas, num tom seco.

— E eu sou a Chapeuzinho Vermelho.

— Viu como você me julga? — Douglas deu partida no carro. Eu não me desesperei. Com ele, por incrível que parecesse, eu me sentia segura. Quanto ao assunto anterior, preferi não tocar mais nele. Fiquei calada por todo o caminho.


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Notas finais do capítulo

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