Love Story escrita por Carol


Capítulo 6
Cause you were Romeo


Notas iniciais do capítulo

Nota da Autora: Capítulo dedicado ao meu namorado... Lincoln, amor, obrigada por aquele dia que eu estava chorando. Simplesmente não consigo me esquecer, foi muito fofo aquilo. E esse capítulo me lembra muito aquele dia. Cara, é completamente a cara daquele dia: Não é nada!, haha. E... Ainda não esqueci do que você falou sábado. Eu vou estar sempre aqui, então conte comigo pra qualquer coisa, sim?



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Rafael diz:

Então, nem foi dormir? Achei que depois de passar a noite em claro você estaria com sono, haha.


Julie diz:


Você não vai acreditar! A Amanda disse que está sentindo a minha falta, e pediu desculpas por se afastar!

E quem disse que não estou com sono, espertinho? :b


Rafael diz:


Sério? Mas que notícia boa!

E que pena. Então você nem vai achar a notícia que eu tinha tão boa assim...


Julie diz:


Notícia? Que notícia? Desembucha.


Rafael diz:


Eu avisei.


Ele fez uma pausa que me deixou em estado de nervos. O que será que ele tinha para me falar?



Rafael diz:

Abriu um cinema a umas três quadras daqui, eu estava pensando, quer ir lá inaugurar?


Eu abri um sorriso inconsciente.



Julie diz:


Mas é claro! A gente se encontra que horas?


Rafael diz:


Poxa, dá pra ir a pé, então eu acho que eu passo aí na sua casa e nós vamos juntos, que tal? Tem um filme legal na sessão das 8, a gente pode sair daí umas 7 e meia. Se a princesa não se atrasar, é lógico.


Julie diz:


Haha, muito engraçado. Você sabe que eu só me atrasei na primeira semana, agora eu não acordo mais atrasada.

Combinado às 7 e meia, então.


E o mundo ficava um pouco menos cinza.



– Ah meu Deus, ah meu Deus. Eu disse que não ia me atrasar! – Eu falava alto enquanto virava meu guarda-roupa de cabeça para baixo atrás de uma blusa que combinasse com a calça. – Ele vai chegar a qualquer momento!


O alarme das mensagens instantâneas soou e eu dei um pulo.


Amanda diz:


Você está desesperada como se fosse a um encontro, e não no cinema com um amigo. Digo, vocês ainda são só amigos?


A webcam e o microfone do notebook estavam ligados, de forma que a Amanda me via e me ouvia.


– Ah, vai se fuder. O que você acha dessa? – Eu disse colocando outra blusa.


Amanda diz:


Ela grita “Ahhh, preciso de atenção!”, próxima.


– Você podia não criticar cada roupa que eu coloco?



Amanda diz:


Sabe aquela que você usou no aniversário da minha prima? Adoro aquela.


Joguei mais alguma peças para cima até encontrar a blusa que ela se referia.


– ESSA?

Eu coloquei a blusa. Ela tinha uns babados na frente e as costas nuas.

– Me sinto uma vadia.


Amanda diz:


Me-ni-na. Essa ficou linda! Se você não usar eu vou na sua casa te amarrar até a hora que ele chegar, ficou ótima!


– Amanda, você mora no outro lado da cidade.



Amanda diz:


Ah, agora você quem vai se fuder! Deixa eu ser feliz?


– Claro, claro. – Eu ri.


A campainha tocou no primeiro andar.


Amanda diz:


AH, MEU DEUS. Isso não foi a campainha, foi?


Eu fechei a tela no notebook e corri enquanto colocava a sandália. Peguei minha bolsa e sai correndo escada a baixo. Meu pai já estava abrindo a porta quando eu cheguei.


– Boa noite, tio Beto. – Rafael disse com a maior naturalidade. – Estou atrasado?

– Boa noite, Rafael. – Meu pai olhou no relógio. – Não, não.

Eu acenei para ele. Ele sorriu e acenou de volta.

– Bom filme. Estejam de volta... Ah, cheguem na hora que quiserem, só me avisem se forem chegar depois das duas, sim?

Eu estava surpresa com papai. Ele nunca havia me deixado ficar fora de casa depois de meia-noite. Eu sempre tinha que fazer planos e troca de favores com a minha mãe. Acho que ele ainda estava em estado de choque por causa dela... Senti o lábio inferior tremer.

– Boa noite, papai. – Eu disse e fomos caminhando pela calçada.

Conversamos sobre amenidades, sobre o tempo, sobre o último jogo de futebol, sobre os amigos dele, sobre as provas... Chegamos ao cinema e compramos nossos ingressos, bem a tempo. Ele pediu para que eu guardasse o lugar enquanto ele comprava pipoca e refrigerante, como na noite anterior.

Escolhi um lugar bem no centro, meu lugar preferido. Ele chegou e sentou ao meu lado pouco antes das luzes apagarem, mais uma vez, bem a tempo. O trailer começou.


No caminho de volta para casa fomos em silêncio, comendo o resto da pipoca. De repente senti um vazio muito grande na boca do estômago. Não era fome, era saudade. Eu me lembrei quando minha mãe fazia pipoca para papai, ela e eu comermos vendo filmes que nem sempre prestávamos atenção. Já estávamos na frente da minha casa quando senti uma coceirinha no nariz. A típica coceira antes de chorar. Senti um nó na garganta e quis correr para dentro de casa, não queria que Rafael presenciasse outra crise de choro minha.


– Então, foi muito legal, boa noite, vê se dorme essa noite. – Ele riu da própria piada. Mas parou quando viu que eu não ria. – O que houve? – Ele disse, sério.

– Nada. – E desviei o olhar dele.

Mas não adiantou. Senti uma lágrima lutar contra os meus esforços e escorrer pela minha bochecha. Olhei para Rafael e vi que ele também notou a lágrima. Em menos de um segundo ele estava me abraçando, e mexendo no meu cabelo, de uma forma muito agradável.

– Schiiu.

Eu desisti de lutar contra as lágrimas e deixei que elas tomassem conta. Mas não foi como eu imaginei que seria. Na verdade eu mal chorei, foi um acesso rápido e logo passou. Em pouco tempo eu já estava respirando normalmente, com a situação sobre controle.

– Melhor? – Ele se afastou alguns centímetros para olhar o meu rosto.

De repente meu coração começou a bater mais rápido. A respiração ficou um tanto irregular.

– Não estou mais chorando, estou? – Eu dei um meio sorriso.

Havia ainda uma lágrima no meu rosto. E ele notou-a. Colocou a mão no meu rosto e secou-a com o dedão. Mas a mão permaneceu ali. O quer que ele estivesse pensando, estava indeciso. Em um segundo ele analisava minha expressão, e no outro estava me beijando. E eu também estava o beijando, porque naquele momento as coisas se encaixaram.

Então todo o cinza que havia na minha visão desapareceu. Tudo ganhou novas cores e tonalidades alegres, tudo se encaixou.

Mas tudo o que é bom dura pouco. Com o subconsciente ouvi o barulho de ranger enquanto a porta da frente de casa era aberta.


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