Dead Inside escrita por Valentina


Capítulo 11
Flashforward


Notas iniciais do capítulo

É curtinho e apenas para atiçar a imaginação de vocês, flores do meu jardim. Espero que curtam e obrigada por tudo!! Vocês são incríveis, sério mesmo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/483540/chapter/11

TRÊS DIAS DEPOIS

Jeremy aponta sua arma para mim. É a primeira vez que seu olhar está frio e cheio de ódio. Ou pelo menos, a primeira vez eu tenho a oportunidade de ver. Ambos estamos ofegantes; meus cabelos grudam em minha testa e os dele também. Não consigo esconder a repulsa ao vê-lo usar o chapéu de Carl. Simplesmente tenho vontade de chorar, mas preciso mostrar que sou forte. Quando é que alguém vai abrir a porta para mim? Eu o ouço perguntar.

“E então, Blair? Fim da linha” – ele diz, em tom de deboche. Obviamente ele está debochando de mim, da minha fraqueza, da minha tristeza.

“Você é desprezível” – eu tento cuspir, mas minha saliva não alcança a distância necessária para atingi-lo, infelizmente.

“Agora é a hora em que você implora pela sua vida” – ele solta uma risada duradoura e irônica. Minha raiva só aumenta dentro de mim.

“Espere sentado” – eu tento rir da mesma forma que ele, mas a minha risada sai áspera e quase inaudível. – “Se eu morrer, Eugene também morre. Você sabe disso. Não seja tolo, Jeremy” – uso o meu tom de voz mais convincente e sarcástico.

“Você não sabe que ninguém mais morre hoje em dia? Eu ouvi dizer que elas ressuscitam. Voltam canibais” – eu acho que ele arqueia as sobrancelhas, mas o chapéu de Carl esconde sua exata expressão.

“Eugene querendo te comer... Vai ser hilário. Gostaria de estar viva para ver” – eu viro os olhos, querendo parecer que estou perdida em devaneios.

“Ah, Blair. De onde tirou tanta petulância?” – ele suspira – “Enfim. Espero que seja gostosa” – ele diz e aperta o gatilho.

O som de tiro ecoa e minha visão fica turva instantaneamente. Inicialmente, não sinto dor, mas não demora para que eu sinta as pontadas agudas espalharem-se pelo meu corpo, mesmo que a bala tenha atingido apenas um local. Agora, a dor é insuportável. Não sei onde fui atingida, mas com certeza foi em um lugar onde não terá mais volta. Só a volta dos mortos. É claro que ele não faria o favor de atirar na cabeça. É claro. Já sinto as trevas dos olhos de Carl me puxar, e a luz do dia vai sumindo atrás de minhas pálpebras. É hora de dizer adeus, Blair. Despeço-me, mas não estou morta ainda. Acho que apenas desmaio.

Ou será que já estou no paraíso?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Será, Blair?
Comentem flores, para que eu possa postar o próximo... Como vou saber se estão gostando :(
Beijos, Valentina.